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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Educação e Evangelização-FEB

 

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Mensagem de Guillon Ribeiro (Espírito)

É imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita. Bem acima das nobilitantes realizações da assistências social, sua ação preventiva evitará derrocadas no erro, novos desastres morais, responsáveis por maiores provações e sofrimentos adiante, nos panoramas de dor e lágrima que compungem a sociedade, perseguindo os emolumentos da assistência ou do serviço social, públicos e privados.

Evangelizemos por amor!

Auxiliemos a todos, favorecendo sobretudo a criança e ao jovem um melhor posicionamento diante da vida, em face da reencarnação.

Somente assim plasmaremos desde agora os alicerces de uma nova Humanidade para o mundo porvindouro.

É de suma importância amparar as almas através da evangelização, colaborando de forma decisiva junto à economia da vida para quantos deambulam pelas estradas existenciais.

E não tenhamos dúvidas de que a criança e o jovem evangelizados agora serão, indubitavelmente, aqueles cidadãos do mundo, conscientes e alertados, conduzidos para construir, por seus esforços próprios, os verdadeiros caminhos da felicidade na Terra.

Guillon Ribeiro

(Página recebida em 1963, durante o 1º Curso de Preparação de Evangelizadores – CIPE, realizado pela Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro.)

“A evangelização espírita é essencial à formação do caráter e personalidade de todos.

Quanto mais cedo a nós, pais espíritas, cônscios da responsabilidade que nos foi delegada por Deus no encaminhamento de nossos filhos na senda do aperfeiçoamento espiritual, providenciarmos para que não lhes falte a preciosa orientação através da evangelização. (1)

O que é Evangelização Espírita?

O que se faz, na área da infância e juventude, no Brasil, sob a denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, é a transmissão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus que foi apontado pelos Espíritos superiores, que trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a Humanidade. (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 60. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1984. Questão 625, p. 308.

O Currículo adotado tem seu conteúdo programático calcado na obra básica e constitui um curso de Espiritismo que se desenvolve ao longo dos anos de sua duração.

Como a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos mas, sobretudo, com a formação moral, e como a formação moral se inspira no Evangelho, parece-nos muito apropriada a denominação de “evangelização espírita” dada a essa tarefa, por expressar, na sua abrangência, exatamente o que se realiza em nossos agrupamentos de crianças e jovens.

O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos através de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real.

“Devendo a prática geral do Evangelho determinar grande melhora no estado moral dos homens, ela, por isso mesmo, trará o reinado do bem e acarretará a queda do mal.” (KARDEC, Allan. Predições do Evangelho. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. 28. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1985. Item 58, p. 396.)

“Mas todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 60. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1984. Prolegômenos, 14º parágrafo, p. 50.) (8)

Evangelização

O Céu não reclama a santificação de nosso espírito, de um dia para outro, nem exige de nós, de imediato, as atitudes espetaculares dos heróis amadurecidos no sofrimento renovador. O trabalho da evangelização é gradativo, paciente e perseverante. (14) Bezerra de Menezes

Evangelização

Iniciemos, cada dia, nosso trabalho de evangelização em nós mesmos, estendendo esta atividade aos que nos cercam. Emmanuel (14)

A missão educativa do Espiritismo junto às almas é tarefa por demais intensa, contínua e crescente, buscando revelar a verdadeira luz e estimulando a fé junto aos panoramas regenerativos da Terra, onde somente um Mestre, que é Jesus, há de inspirar cada criatura em sua própria iluminação. (2)

Educação

Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundará em mentira perigosa. Emmanuel

Faz-se precisa a educação pessoal e coletiva; da primeira decorre o progresso particular; da segunda, a evolução do mundo e das suas leis. Emmanuel

No quadro imenso da transformação em que nossas atividades se localizam, a iniciativa da educação é de importância essencial no equilíbrio do mundo. Emmanuel (17)

Campo Fértil

Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de árvores que envelheceram tortas. As escoras só asseguram o crescimento correto das plantas novas, evitando que seus caules se desviem do rumo certo.

Assim ocorre também com os seres humanos. Depois que as pessoas consolidam tendências e as transformam em viciações, que acabam por tornar-se numa segunda natureza, tudo fica sempre muito difícil quando se cogita de reformas de procedimento, em sentido profundo.

É preciso cuidemos, portanto, da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.

No jovem, ainda é possível corrigir e compensar falhas e deficiências da infância, mas no adulto a tarefa de remodelação é normalmente muito mais difícil.

Ademais, a infância possui insuspeitados patrimônios de percepção e de passividade, que facilitam enormemente a missão do educador, do mesmo modo que o entusiasmo e a impulsividade dos jovens representam potenciais positivos para o adestramento de capacidades realizadoras, em regime de cessão total.

Nada disso é novo, nem temos a presunção de dizer qualquer coisa que não seja bem sabida. Acontece, porém, que nunca é demais incentivar os amigos em sua tarefa redentora junto aos Espíritos que iniciam sua jornada reencarnatória na Terra, necessitados de proteção e de estímulo, de inspiração e de rumo.

De tudo quanto empreendi em minha derradeira romagem terrena, o que melhor me resultou não foram as tertúlias que realizei, com honestidade e desassombro, nem os esforços que levei a cabo para assegurar ao Espiritismo o lugar ao sol que a evolução geral lhe assinalava. Foi – isto sim! – o que pude fazer pela criança e pelo jovem, matérias-primas, que são, do grande porvir da Humanidade.

No meu tempo de homem, muita vez sonhei em ver instalado no mundo um programa ativo e efetivo que visasse à educação plena, em favor dos pequeninos. Agora, meu coração se rejubila ao constatar como a casa de Ismael concretiza esse ideal formoso, avançado, a passos largos, no terreno da orientação e do amparo às novas gerações.

É evidente que não poderemos conceber uma Doutrina Consoladora, como o Espiritismo, sem amplos programas de esclarecimento geral, sem assistência solicita e desvelada aos velhos e aos enfermos, sem cuidadoso arsenal de iniciativas em favor dos desesperados e dos atônitos, dos sem teto e dos sem pão. Entretanto, a vanguarda do progresso está nos berços que sustentam o porvir, nas escolas que forjam o futuro, nos lares que definem a qualidade daquilo que será o futuro do mundo.

Todos sabem essas coisas, e não é senão por isso que tantos recursos se concentram em conduzir a mente infantil e as energias da mocidade para caminhos e metas de acordo com as pretensões daqueles que desejam garantir a vitória dos seus ideais, nem sempre construtivos e dignificantes.

O fato é que a Treva Organizada passa dos limites toleráveis, em matéria de audácia e temeridade, indo já ao ponto de insuflar esquemas oficiosos de desvirtuamento do senso moral dos infantes, a partir das próprias escolas primárias, num desafio aberto à capacidade de bom senso das autoridades e do povo de nossa abençoada nação.

Será, por isso, indispensável que os arautos do bom combate não se limitem ao esforço construtivo do bem-fazer, mas atentem, por igual, para a necessidade do esclarecimento público, não fugindo ao dever de tomar posições claras e inequívocas em defesa da família, em sua mais elevada expressão.

Juntos, seguiremos nessa luta abençoada e produtiva, mesmo porque seremos todos os herdeiros inquestionáveis de quanto agora plantarmos na terra exuberante do presente.

Meu fraternal abraço. (9)

Leopoldo Machado

Confortadora Visita

Compreendendo, assim, agora, com mais clareza, a função do Espiritismo como instituto mundial de educação renovadora das almas, junto ao qual precisamos empenhar interesse e energia.

Não vale tomar a Doutrina a serviço nosso, quando é nossa obrigação viver a serviço dela.

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Não nos iludamos.

Exercer a caridade vulgar, alimentando os famintos e agasalhando os nus, é simples dever nosso, em nossas novas noções de solidariedade e justiça.

E não nos esqueçamos de que a caridade real será sempre iluminar o espírito humano para que o espírito humano se reconheça e ajude a si próprio.

Oxalá possais ver mais longe que nós, os companheiros que vos precederam na grande viagem, atendendo ao serviço primordial que nos desafia!

Sem a assimilação dos nossos postulados, de maneira intensiva, utilizando consciência e coração, raciocínio e sentimento, falecer-nos-á o discernimento, sem discernimento fugiremos à responsabilidade, sem responsabilidade não teremos elevação moral e, sem elevação moral, o fenômeno espírita, não obstante a sua legitimidade, será estagnação no primitivismo.

Procuremos Jesus, afeiçoando-nos a ele, para que os nossos irmãos de senda evolutiva e de atividade regeneradora o encontrem conosco.

Esta, meus amigos, por agora, é a nossa tarefa maior. (18)

Camilo Rodrigues Chaves

237 – Existe diferença entre doutrinar e evangelizar?

— Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. Na primeira bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador muitas vezes não é senão o canal dos ensinamentos, mas o sincero evangelizador será sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo.

238 – Para acelerar o esforço de iluminação, a Humanidade necessitará de determinadas inovações religiosas?

— Toda inovação é indispensável, mesmo porque a lição do Senhor ainda não foi compreendida. A cristianização das almas humanas ainda não foi além da primeira etapa.

Alguns séculos antes de Jesus, o plano espiritual, pela boca dos profetas e dos filósofos, exortava o homem do mundo ao conhecimento de si mesmo. O Evangelho é a luz interior dessa edificação. Ora, somente agora a criatura terrestre prepara-se para o conhecimento próprio através da dor; portanto, a evangelização da alma coletiva, para a nova era de concórdia e de fraternidade, somente poderá efetuar-se, de modo geral, no terceiro milênio.

É certo que o planeta já possui as suas expressões isoladas de legítimo evangelismo, raras na verdade, mas consoladoras e luminosas. Essas expressões, porém, são obrigadas às mais altas realizações de renúncia em face da ignorância e da iniqüidade do mundo. Esses apóstolos desconhecidos são aquele “sal da Terra” e o seu esforço divino será respeitado pelas gerações vindouras, como os símbolos vivos da iluminação espiritual com Jesus Cristo, bem-aventurados de seu Reino, no qual souberam perseverar até o fim. (19)

Educação

Disse-nos o Cristo: “Brilhe vossa luz...”

E ele mesmo, o Mestre Divino, é a nossa divina luz na evolução planetária.

(...) Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação para todos os seres.

Lembramo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos.

“Brilhe vossa luz.”

Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena.

E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento.

Mas a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a Vida Gloriosa e transformar, conseqüentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e sublimação. (20)

°

Instruir e Educar

Num dos bons jornais do Espiritismo, em novembro/1986, por ocasião de Encontro sobre Infância e Juventude, estabeleceu-se debate a respeito da diferença entre doutrinar e evangelizar (Questão 237 de “O Consolador”, de Emmanuel). A resposta à questão foi obtida por F. C. Xavier “(...) Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. (...)”

Entenderam alguns que a distinção acima não se encontra nos textos da Codificação. Seria mera questão de semântica. E os debates foram encerrados antes da hora, por se tratar de “assunto polêmico”.

Emmanuel, a nosso ver, definiu bem o assunto e não discrepou da Codificação, que, a rigor, nem sempre pôde nem precisava entrar em minúcias, que caberiam aos que, mais tarde, pela Mediunidade, em nome do Espírito de Verdade, trariam, como trazem, os necessários desenvolvimentos doutrinais do Espiritismo, porque a Revelação é incessante. Este, no entanto, não é caso.

Trata-se de matéria simples: Doutrinar é Instruir, enquanto que Evangelizar é Educar! É o amai-vos e instruí-vos, de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Advento do Espírito de Verdade, Cap. VI, Item 5.

Na obra “Allan Kardec” 1 foram transcritos estes tópicos: “A instrução é mais especialmente a aprendizagem da ciência, a educação é a aprendizagem da vida; a instrução desenvolve e enriquece a inteligência, a educação dirige e fortifica o coração; a instrução forma o talento; a educação, o caráter. A missão da educação é mais elevada, mais difícil a sua arte.” — A. Cochin. Ao que, a respeito, acrescenta o Codificador: “O princípio do melhoramento está na natureza das crenças, porque estas constituem o móvel das ações e modificam os sentimentos. (...) É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade.” — Allan Kardec.

Por outras palavras: Transmitir conhecimentos espíritas e evangélicos é doutrinar; mas exemplificar os sentimentos que decorrem do ensino espírita e evangélico é evangelizar à luz do Espiritismo. É a Evangelização Espírita. 2

“Reconhecer que a vivência do Evangelho de Jesus-Cristo é o objetivo a ser atingido pela Humanidade.” 3

A doutrinação está ligada à instrução, tanto quanto a evangelização se acha vinculada à educação.

Em “O Livro dos Espíritos” a determinação é no sentido de educar (Questão 383). E, nesse mesmo livro, o comentário de Allan Kardec, à Questão 917 é peremptório: “(...) A

educação (...) constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação. (...) Faça-se com o moral o que se faz com a inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, muito maior do que se julga é o número das que apenas reclamam boa cultura para produzir bons frutos.”

_________________

[1] Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, Vol I, p. 140, 2ª edição, FEB, 1982.

2 Ver “Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil”, 1982, 1ª edição, FEB.

3 “Orientação ao Centro Espírita” – 1980 – Cap. I, p. 14, 2ª edição, FEB, 1985.

E, sempre em “O Livro dos Espíritos”, temos ainda na Questão 918 – Caracteres do homem de bem – o exemplo do indivíduo evangelizado, enquanto na seguinte, 919 – Conhecimento de si mesmo – o do homem instruído e evangelizado, quando Santo Agostinho conclui: “(...) primeiro chamamos vossa atenção por meio de fenômenos (...) agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.”

Doutrinar, instruir é o primeiro passo no Espiritismo, que revive o Evangelho em espírito; mas Evangelizar, educar é o complemento, o objetivo maior do Consolador entre os homens. (25)

Cecília Rocha

Necessidade da Educação pura e simples

Há necessidade de iniciar-se o esforço de regeneração em cada indivíduo, dentro do Evangelho, com a tarefa nem sempre amena da auto-educação. Evangelizado o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo.

No capítulo da preparação da infância, não preconizamos a educação defeituosa de determinadas noções doutrinárias, mas facciosas, facilitando-se na alma infantil a eclosão de sectarismos prejudiciais e incentivando o espírito de separatividade, e não concordamos com a educação ministrada absolutamente nos moldes desse materialismo demolidor, que não vê no homem senão um complexo celular, onde as glândulas, com as suas secreções, criam uma personalidade fictícia e transitória. Não são os sucos e os hormônios, na sua mistura adequada nos laboratórios internos do organismo, que fazem a luz do espírito imortal. Ao contrário dessa visão audaciosa dos cientistas, são os fluidos, imponderáveis e invisíveis, atributos da individualidade que preexiste ao corpo e a ele sobrevive, que dirigem todos os fenômenos orgânicos que os utopistas da biologia tentam em vão solucionar, com a eliminação da influência espiritual. Todas as câmaras misteriosas desse admirável aparelho, que é o mecanismo orgânico do homem, estão repletas de uma luz invisível para os olhos mortais.

°

Formação da Mentalidade Cristã

As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feição evangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano.

Os estudiosos do materialismo não sabem que todos os seus estudos se baseiam na transição e na morte. Todas as realidades da vida se conservam inapreensíveis às suas faculdades sensoriais. Suas análises objetivam somente a carne perecível. O corpo que estudam, a célula que examinam, o corpo químico submetido à sua crítica minuciosa, são acidentais e passageiros. Os materiais humanos postos sob os seus olhos pertencem ao domínio das transformações, através do suposto aniquilamento. Como poderá, pois, esse movimento de extravagância do espírito humano presidir à formação da mentalidade geral que o futuro requer, para a consecução dos seus projetos grandiosos de fraternidade e de paz? A intelectualidade acadêmica está fechada no círculo da opinião dos catedráticos, como a idéia religiosa está presa no cárcere dos dogmas absurdos.

Os continuadores do Cristo, nos tempos modernos, terão de marchar contra esses gigantes, com a liberdade dos seus atos e das suas idéias.

Por enquanto, todo o nosso trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre dos preceitos e preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. Formadas essas correntes de pensadores esclarecidos do Evangelho, entraremos, então, no ataque às obras. Os jornais educativos, as estações radiofônicas, os centros de estudo, os clubes do pensamento evangélico, as assembléias da palavra, o filme que ensina e moraliza, tudo à base do sentimento cristão, não constituem uma utopia dos nossos corações. Essas obras que hoje surgem, vacilantes e indecisas no seio da sociedade moderna, experimentando quase sempre um fracasso temporário, indicam que a mentalidade evangélica não se acha ainda edificada. A andaimaria, porém, aí está, esperando o momento final da grandiosa construção.

Toda a tarefa, no momento, é formar o espírito genuinamente cristão; terminado esse trabalho, os homens terão atingido o dia luminoso da paz universal e da concórdia de todos os corações. (21)

Emmanuel

°

Instrução e Educação

É preciso não confundir instrução com educação. A educação abrange a instrução, mas pode haver instrução desacompanhada de educação.

A instrução relaciona-se com o intelecto: a educação com o caráter. Instruir é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do espírito, não só na aquisição do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.

O intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta ter coração, é preciso ter bom coração,” disse Hilário Ribeiro, o educador emérito cuja extraordinária competência pedagógica estava na altura da modéstia e da simplicidade que lhe exornam o formoso espírito.

Razão e coração devem marchar unidos na obra do aperfeiçoamento do espírito, pois em tal importa o senso da vida. Descurar a aprendizagem da virtude, deixando-se levar pelos deslumbramentos da inteligência é erro de funestas conseqüências.

Sobre este assunto, não há muito, o presidente dos Estados Unidos da América do Norte citou um julgado da “Suprema Corte de Justiça” de Massassuchets, no qual, entre outros princípios de grande importância, se enunciou o de que “o poder intelectual só e a formação científica, sem integridade de caráter, podem ser mais prejudiciais que a ignorância. A inteligência, superiormente instruída, aliada ao desprezo das virtudes fundamentais, constitui uma ameaça”.

Convém acentuar aqui que a consciência religiosa corresponde, neste particular, ao fator principal na formação dos caracteres. Já de propósito usamos a expressão – consciência religiosa – ao invés de religião, para que se não confundam idéias distintas entre si. Religiões há muitas, mas a consciência religiosa é uma só. Por essa designação entendemos o império interior da moral pura, universal e imutável conforme foi ensinada e exemplificada por Jesus-Cristo. A consciência religiosa importa em um modo de ser, e não um modo de crer.

É possível que nos objetem: mas, a moral cristã é tão velha, e nada tem produzido de eficiente na reforma dos costumes. Retrucaremos: não pode ser velho aquilo que não foi usado. A moral cristã é, em sua pureza e em sua essência, desconhecida da Humanidade. Sua atuação ainda não se fêz sentir ostensivamente. O que se tem espalhado como sendo o Cristianismo é a sua contrafação. Da sanção dessa moral é que está dependendo a felicidade humana sob todos os aspectos.

O intelectualismo, repetimos, não resolve os grandes problemas sociais que estão convulsionando o mundo. O fracasso da Liga das Nações é um exemplo frisante; e, como esse, muitos outros estão patentes para os que têm olhos de ver.

Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados.

Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.

Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entretanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem curar da educação moral dos filhos, relegando às inclinações e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.

A crise que assoberba o mundo é a crise de caráter, responsável por todas as outras.

O momento reclama a ação de homens honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.

Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos. (12)

Educar

Na maneira de conduzir a obra da educação, está a chave do problema cuja solução o momento atual da Humanidade reclama.

Não há duas correntes de opinião, quanto ao valor da educação. Todos reconhecem e a proclamam como medida salvadora. Porém, há divergência no que respeita ao modo de educar. Existem dois processos de educação: um falso, que mascara a ignorância; o outro, verdadeiro, que realmente conduz ao saber. Um, que age de fora para dentro, outro que atua de dentro para fora. Um, artificial, ora maquiavèlicamente empregado para confundir; outro, natural, cujo alvo é esclarecer, libertar e aperfeiçoar o homem.

O ensino por autoridade, impondo princípios e doutrinas, avilta o caráter e neutraliza as melhores possibilidades individuais. Cria a domesticidade e a escravatura espiritual, regímen ignóbil onde se estiolam as mais nobres aspirações e onde se oficializam a hipocrisia, o vício e o crime.

O ensino por autoridade é a educação às avessas: oblitera a mente, ofusca a inteligência, ensombra a razão, atrofia a vontade, mecaniza e anquilosa a alma do educando.

O ensino que se funda no processo de despertar os poderes latentes do Espírito é o único que realmente encerra e resolve o problema da educação.

Baseando-se o ensino no apelo constante à razão e ao bom senso, gera-se a confiança própria, estimula-se a vontade, esclarece-se a mente – numa palavra – consegue-se que o educando faça a independência própria em todo o terreno, o que representa a verdadeira nobreza de caráter.

A educação, segundo o processo natural, conduz fatalmente o educando à liberdade, faz dele um homem que pensa, sente e age por conta própria. O educando, orientado como deve ser, não será um repositório de conhecimentos acumulados na memória; há-de ser um poder aquisitivo capaz de se enfronhar prontamente em qualquer assunto ou matéria consoante requeiram as necessidades do momento. Nada o embaraçará, nenhuma pedra de tropeço o mobilizará no carreiro da vida. Não sendo um armazém de teorias e de regras estreitas haurindo de oitiva, é uma potência dinâmica capaz de penetrar todos os meandros do saber e de solucionar os mais intrincados problemas da vida, desde que a questão o afete e lhe desperte interesse.

A educação normal cria capacidades, enquanto que a artificial gera títeres que vivem a repetir o que ouvem, sem consciência do que fazem. Tais indivíduos são sempre dependentes, imitadores vulgares, parasitas, estratificados.

A educação real organiza sociedades dignas, onde a ciência, a filosofia, a moral e as artes vicejam francamente sob atmosfera favorável; onde há um campo vasto para todas as atividades do Espírito e onde todas as aspirações elevadas da alma encontram possibilidades de realização.

A falsa educação promove conglomerados amorfos de indivíduos incapazes, medíocres em tudo, verdadeiros rebanhos que se agitam monótonamente ao sinal do cajado que os tange segundo alheios caprichos.

A educação, tal como deve ser, prepara o indivíduo para a vida como realmente ela é: para os destinos altaneiros que Deus concebeu e tracejou para o Espírito. A educação falsa amolda o indivíduo ao sabor de outrem, prepara-o para certas escolas político-sociais ou para servir a determinadas organizações sectárias. Em quaisquer desses meios, a liberdade é um mito em que muito se fala para embair a boa fé alheia, e onde a escravidão é um fato com todo o seu cortejo de ignomínias.

A submissão incondicional à autoridade, como base de ensino, é ultraje à dignidade humana contra o qual se revolta o nosso século. A geração nova, que ora desponta, jamais poderá tolerá-la, em que pese aos reacionários e ultramontanos de todos os matizes e calibres.

É tempo de se estabelecer a verdade neste particular de tão subida importância. É preciso salvar o mundo, apontando os meios conducentes à realização desse ideal de amor.

A missão do Espiritismo é educar para salvar. Enquanto este fato não penetrar a mente e o coração da maioria dos espíritas, a luz não estará no velador, e o Paracleto ver-se-á embaraçado na tarefa de reivindicar os direitos do divino Redentor, restaurando o Cristianismo de Jesus, desse Jesus que foi mestre, teve discípulos e proclamou a liberdade do homem mediante a educação racional do Espírito.

Educar: eis o rumo a seguir, o programa do momento. (12)

Educação

Conceito – A educação é base para a vida em comunidade, por meio de legítimos processos de aprendizagem que fomentam as motivações de crescimento e evolução do indivíduo.

Não apenas um preparo para a vida, mediante a transferência de conhecimentos pelos métodos da aprendizagem. Antes é um processo de desenvolvimento de experiências, no qual educador e educando desdobram as aptidões, inatas, aprimorando-as como recursos para a utilização consciente, nas múltiplas oportunidades da existência.

Objetivada como intercâmbio de aprendizagens, merece considerá-la nas matérias, nos métodos e fins, quando se restringe à instrução. Não somente a formar hábitos e desenvolver o intelecto, deve dedicar-se a educação, mas, sobretudo, realizar um continuum permanente, em que as experiências por não cessarem se fixam ou se reformulam, tendo em conta as necessidades da convivência em sociedade e da auto-realização do educando.

Os métodos na experiência educacional devem ser consentâneos às condições mentais e emocionais do aprendiz. Em vez de se lhe impingir, por meio do processo repetitivo, os conhecimentos adquiridos, o educador há de motivá-lo às próprias descobertas, com ele crescendo, de modo que a sua contribuição não seja o resultado do “pronto e concluído”, processo que, segundo a experiência de alguns, “deu certo até aqui”.

Na aplicação dos métodos e escolha das matérias merece considerar as qualidades do educador, sejam de natureza intelectual ou emocional e psicológica, como de caráter afetivo ou sentimental.

Os fins, sem dúvida, estão além das linhas da escolaridade. Erguem-se como permanente etapa a culminar na razão do crescimento do indivíduo, sempre além, até transcender-se na realidade espiritual do porvir.

A criança não é um “adulto miniaturizado”, nem uma “cera plástica”, facilmente moldável.

Trata-se de um espírito em recomeço, momentaneamente em esquecimento das realizações positivas e negativas que traz das vidas pretéritas, empenhado na conquista da felicidade.

Redescobrindo o mundo e se reidentificando, tende a repetir atitudes e atividades familiares em que se comprazia antes, ou através das quais sucumbiu.

Tendências, aptidões, percepções são lembranças evocadas inconscientemente, que renascem em forma de impressões atraentes, dominantes, assim como limitações, repulsas, frustrações, agressividade e psicoses constituem impositivos constritores ou restritivos – não poucas vezes dolorosos – de que se utilizam as Leis Divinas para corrigir e disciplinar o rebelde que, apesar da manifestação física em período infantil, é espírito relapso, mais de uma vez acumpliciado com o erro, a ele fortemente vinculado, em fracassos morais sucessivos.

Ao educador, além do currículo a que se deve submeter, são indispensáveis os conhecimentos da psicologia infantil, das leis da reencarnação, alta compreensão afetiva junto aos problemas naturais do processus educativo e harmonia interior, valores esses capazes de auxiliar eficientemente a experiência educacional.

As leis da reencarnação quando conhecidas, penetradas necessariamente e aplicadas, conseguem elucidar os mais intrincados enigmas que defronta o educador no processo educativo, isto porque, sem elucidação bastante ampla, nem sempre exitosas, hão redundado as mais avançadas técnicas e modernas experiências.

A instrução é setor da educação, na qual os valores do intelecto encontram necessário cultivo.

A educação, porém, abrange área muito grande, na quase totalidade da vida. No período de formação do homem é pedra fundamental, por isso que o instituto da família compete a indeclinável tarefa, porquanto pela educação, e não pela instrução apenas, se dará a transformação do indivíduo e conseqüentemente da Humanidade.

No lar assentam os alicerces legítimos da educação, que se trasladam para a escola que tem a finalidade de continuar aquele mister, de par com a contribuição intelectual, as experiências sociais...

O lar constrói o homem.

A escola forma o cidadão. (3)

Educação Espírita

A educação tem regime de urgência.

Na tarefa da educação devem ser investidos os melhores recursos de que se pode dispor, a fim de que se colimem os objetivos elevados em prol de uma sociedade mais justa, portanto, mais feliz.

Desejando homens nobres, no futuro, deve-se educar a criança desde hoje.

Educar é fomentar a vida sob qualquer aspecto em que se apresente.

A abrangência do verbo educar envolve o compromisso espiritual de criar, desenvolver e estimular os valores transcendentes do ser, não se atendo, apenas, a qualquer programática exclusivista, cuja óptica distorcida limita o vasto campo das suas realizações.

Por isso, o Espiritismo é uma Doutrina essencialmente educativa, plasmadora de funções e aquisições de sabor eterno, porque penetra nas causas geradoras dos fenômenos humanos, solucionando os problemas vigentes onde quer que se manifestem.

Dessa forma, a educação espírita, de profundidade, portanto, não se limita à contribuição de recursos intelectuais, artísticos e convencionais, senão, à equação dos desafios evolutivos, preparando o indivíduo para tentames sempre mais elevados e grandiosos.

Não se há por que descurar o dever da educação de todos os homens, especial e principalmente da criança e do jovem.

A educação é compromisso de todo dia e instante, em razão da sua complexidade.

A educação espírita – que se baseia no “amor” e na “instrução”, que iluminam a consciência e libertam o ser das injunções perniciosas – tem como instrumento o exemplo do educador que deve pautar a conduta pelo que ensina, superando-se em atos, de modo que as sementes de que se vale, de superior qualidade, manifestem-se em forma de paz e realização nele próprio.

Allan Kardec, como Jesus, foi educador, ensinando e vivendo as lições de que se fez intermediário com elevada abnegação e estima pela criatura, em conseqüência, pela Humanidade.

Parafraseando Jesus, que disse: “Somente pelo amor será salvo o homem”, permitindo-nos afirmar que somente pela educação espírita serão salvos o amor e o homem. (4)

Benedita Fernandes

Ante o Testemunho

O processo de aprendizagem exige freqüentemente a repetição de lições. Por isso, nossos Instrutores do Mundo Maior renovam, muitas vezes, velhos ensinamentos e recordam conceitos que estamos cansados de conhecer, a fim de melhor conscientizarmo-nos de certas verdades, incorporando-as definitivamente à economia de nossos Espíritos.

Assim, recordaremos hoje que jamais foi fácil, neste mundo, agremiar pessoas para qualquer trabalho idealístico, sob as imposições naturais da disciplina e do esforço próprio, Fácil foi sempre arrebanhar multidões inconscientes e frívolas, para que o saque, para o tumulto, para a espoliação, para a corrida às vantagens imediatas e aos prazeres sensoriais. Entretanto, ao menor sinal de necessidade de autodoação, à menor requisição de trabalho sério e criterioso, fogem espavoridos quase todos os que pressurosamente acorreram a um banquete pretensamente farto e gratuito. Isso se dá, como sabemos, em todos os departamentos da atividade humana, na política, nas áreas de ação cultural, econômica e esportiva.

Que dizemos, então, do trabalho sacrificial do Evangelho de Jesus, em Instituições da natureza da Casa de Ismael?

Aqui, as dificuldades têm naturalmente de crescer de vulto e de essência, atingindo níveis especialíssimos, porque não se resumem à escassez de candidatos, mas vão muito além, pois se materializam no assédio dos adversários e dos inconformados, que agridem aos que se mobilizam para um esforço que não condiz com a vocação e com os interesses da maioria humana.

Como os visados não são anjos e sim seres humanos, falíveis e portadores de amplas deficiências, em serviço de construção sublime, mas igualmente em provas e expiações por vezes dolorosas e difíceis, formam-se, não raro, quadros aflitivos, que traduzem, vez por outra, sérias ameaças de fracasso e de tragédia espiritual obrigando o Mundo Maior a agir com desusado empenho, precisão e até mesmo com ostensivos cabedais de força contenedora. É, porém, compreensível que nenhuma situação pessoal ou coletiva pode ser mantida apenas à custa da intervenção de poderes superiores, porque o risco da batalha tem de ser integralmente assumido pelos que aceitaram travar o combate nas trincheiras da linha de vanguarda, em pleno campo terrestre.

Não é por outra razão que vos consideramos sempre pequenos heróis anônimos e silenciosos, pois sabemos muito bem quanto custam vossas mínimas vitórias.

Doloroso e angustiante é ver cair, aqui e ali, companheiros, tragados pela própria invigilância e vencidos impiedosamente pela sombra que não conseguiram superar.

Esperamos que vós outros vos mantenhais fiéis e seguros, apesar do fragor das batalhas, pois disso dependemos também todos nós que, daqui aguardamos vosso regresso vitorioso, para também seguirmos para a frente da luta terrestre, no interesse de ajudar a fundar definitivamente no mundo o Reino de Deus. (13)

Áureo

Educação

Espiritismo e Educação – Doutrina eminente racional, o Espiritismo dispõe de vigorosos recursos para a edificação do templo da educação, porquanto penetra nas raízes da vida, jornadeando com o espírito através dos tempos, de modo a elucidar recalques, neuroses, distonias que repontam desde os primeiros dias da conjuntura carnal, a se fixarem no carro somático para complexas provas ou expiações.

Considerando os fatores preponderantes como os secundários que atuam e desorganizam os implementos físicos e psíquicos, equaciona como problemas obsessivos as conjunturas em que padecem os trânsfugas da responsabilidade, agora travestidos em roupagem nova, reencetando tarefas, repetindo experiências para a libertação.

A educação encontra no Espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor, através dos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo. (5)

Caráter da Revelação Espírita

56. Qual a utilidade da doutrina moral dos Espíritos, uma vez que não difere da do Cristo? Precisa o homem de uma revelação? Não pode achar em si próprio tudo o que lhe é necessário para conduzir-se?

Do ponto de vista moral, é fora de dúvida que Deus outorgou ao homem um guia, dando-lhe a consciência que lhe diz: Não faças a outrem o que não quererias te fizessem. A moral natural está positivamente inscrita no coração dos homens; porém, sabem todos lê-la nesse livro? Nunca lhe desprezaram os sábios preceitos? Que fizeram da moral do Cristo? Como a praticam mesmo aqueles que a ensinam? Reprovareis que um pai repita a seus filhos dez vezes, cem vezes as mesmas instruções, desde que eles não as sigam? Por que haveria Deus de fazer menos do que um pai de família? Por que não enviaria, de tempos a tempos, mensageiros especiais aos homens, para lhes lembrar os deveres e reconduzi-los ao bom caminho, quando deste se afastam; para abrir os olhos da inteligência aos que os trazem fechados, assim como os homens mais adiantados enviam missionários aos selvagens e aos bárbaros?

A moral que os Espíritos ensinam é a do Cristo, pela razão de que não há outra melhor. Mas, então, de que serve o ensino deles, se apenas repisam o que já sabemos? Outro tanto se poderia dizer da moral do Cristo, que já Sócrates e Platão ensinaram quinhentos anos antes e em termos quase idênticos. O mesmo se poderia dizer também das de todos os moralistas, que nada mais fazem do que repetir a mesma coisa em todos os tons e sob todas as formas. Pois bem! Os Espíritos vêm, muito simplesmente, aumentar o número dos moralistas, com a diferença de que, manifestando-se por toda parte, tanto se fazem ouvir na choupana, como no palácio, assim pelos ignorantes, como pelos instruídos.

O que o ensino dos Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que regem as relações entre os mortos e os vivos, princípios que completam as noções vagas que se tinham da alma, de seu passado e de seu futuro, dando por sanção à doutrina cristã as próprias leis da Natureza. Com o auxílio das novas luzes que o Espiritismo e os Espíritos espargem o homem se reconhece solidário com todos os seres e compreende essa solidariedade; a caridade e a fraternidade se tornam uma necessidade social; ele faz por convicção o que fazia unicamente por dever e o faz melhor.

Somente quando praticarem a moral do Cristo, poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados. Mas, também, Deus, então, já não lhos enviará. (7)

Evangelização – desafio de urgência

Estes são como aqueles tempos, embora o espaço de dois mil anos que os separam.

A opressão e a força mudaram de mãos, no entanto, prosseguem gerando infortúnio e dor.

O homem, escravo das paixões, padece a hipertrofia dos sentimentos, enquanto o mostro da guerra, com sua fauce hiante, persiste em devorar vidas...

Há lutas de destruição em toda parte, qual ocorria naqueles dias em que veio Jesus para dar início à Era do Espírito Imortal.

Hoje, porém, pode-se adicionar àquelas condições negativas, entre outras lamentáveis ocorrências, a destruição do instituto da família, liberando crianças e jovens que se arrojam na desabalada correria da loucura, a grassar avassaladora, parecendo anunciar o fim dos tempos da ética e da civilização, em desolador retorno à barbárie, ao primitivismo.

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Neste sublime cometimento, porém, a floração infanto-juvenil – rodas do progresso do amanhã que avançam pelos pés do presente – assume a grandeza de um desafio que nos cumpre aceitar, conjugando esforços em ambos os lados da vida, para conduzir com segurança e sabedoria, evitando os lamentáveis erros transatos.

O homem será o que da sua infância se faça.

A criança incompreendida, resulta no jovem revoltado e este assume a posição de homem traumatizado, violento.

A criança desdenhada, ressurge no adolescente inseguro que modela a personalidade do adulto infeliz.

A criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o adulto é seara em produção. Conforme a qualidade da semente teremos a colheita.

Excetuam-se, é claro, os casos de Espíritos recalcitrantes, em recomeços difíceis, reacionários por atavismo pretérito às luzes da educação. Mesmo em tais, os efeitos da salutar pedagogia educacional fazem-se valiosos.

A tarefa da educação, por isso mesmo, é de relevância, enquanto que a da evangelização é de urgência salvadora.

Quem instrui, oferece meios para que a mente alargue a compreensão das coisas e entenda a vida.

Quem educa, cria os valores ético-culturais para uma vivência nobre e ditosa.

Quem evangeliza, liberta para a Vida feliz.

Evangelizar é trazer Cristo de volta ao solo infantil como bênção de alta magnitude, cujo resultado ainda não se pode, realmente, aquilatar.

A criança evangelizada torna-se jovem digno, transformando-se em cidadão do amor, com expressiva bagagem de luz para toda a vida, mesmo que transitando em trevas exteriores.

A infância é o período em que melhor se aprende, enquanto na adolescência se apreende. Na idade adulta mais facilmente se compreende, evitando-se o período em que o ancião apenas repreende...

— “Deixai que venham a mim as criancinhas” — solicitou Jesus. Tomemos dessa argila plástica, ainda não comprometida pelos erros atuais e modelemos com as mãos do amor o homem integral do porvir.

Evangelização espírita é Sol nas almas, clareando o mundo inteiro sob as constelações das estrelas dos Céus, que são os Bem-aventurados do Senhor empenhados em Seu nome, pela transformação urgente da Terra, em “mundo de regeneração” e paz. (6)

Amélia Rodrigues

Ao companheiro juvenil

O Espiritismo, descerrando a pesada cortina que velava, até agora, os segredos do túmulo, não é somente a academia santificante de sábios e heróis, mas também a escola abençoada de pais e mães, pensadores e artistas, condutores e artífices, formando missionários do bem e do progresso.

Atendendo-lhe aos ensinamentos, poderá galgar múltiplos degraus da sublime ascensão.

Entretanto, pássaro embriagado de liberdade, ante o horizonte infinito, você poderá comprometer o trabalho do próprio burilamento espiritual, se não souber manejar, simultaneamente, as asas do entusiasmo e da prudência.

Cultive a afabilidade com todos e não olvide que a Lei lhe restituirá o que você houver semeado.

Não inveje a prosperidade dos homens inescrupulosos e indiferentes. A ilusão temporária pode ser dos ímpios; contudo, a verdadeira paz é patrimônio dos simples e dos bons...

Estude e trabalhe, incessantemente. O estudo favorece o crescimento espiritual. O trabalho confere grandeza.

Conseguirá você ostentar os mais belos títulos na galeria dos jovens espiritualistas, mas, se foge ao livro e à observação e se lhe desagradam o serviço e a disciplina, não passará de um menino irrequieto e desarvorado, para quem os dias reservam amargos ensinamentos.

Quanto ao mais, se você deseja partilhar, com sinceridade, a experiência cristã, comece a viver, entre as paredes de sua própria casa, segundo os princípios sublimes que abraçou com Jesus. Quem puder fazer a boa vizinhança com os parentes consangüíneos ou souber merecer o apoio legítimo dos amigos e conhecidos, terá conquistado elogiáveis habilitações, no campo da vida. Mas se você também está conversando no bem, com receio de praticá-lo, gastando o tesouro do tempo, em vão, prepare-se, convenientemente, para receber dos jovens de amanhã a mesma desconfiança e a mesma ironia com que são tratados os velhos menos felizes de hoje. (22)

Irmão X

Evangelização da Infância: Tarefa de urgência

“De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?

Resposta: Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses (...).” O Livro dos Espíritos, questão 799.

Avultam as crises de todos os gêneros, espraiando tentáculos aos mais variados setores da vida. No centro o Homem, por elas envolvido e dilacerado, delas participante, catalisador ou propiciador, é e será o resultado dos rumos que imprimiu e imprime aos próprios passos.

Analisados como fenômeno social, os acontecimentos implicam a visão da criatura como grupo. Não se pode olvidar, contudo, que a sociedade se constitui de seres individualizados, e as modificações significativas e duradouras ocorrem, principalmente, a partir das partes renovadas agindo sobre o todo.

Se a sociedade ameaça soçobrar ao peso das dificuldades (e não colocamos em discussão seu grau de responsabilidade no estabelecimento dessa conjuntura), é correto, muito correto amparar o homem. Só que tratar é bem mais difícil que prevenir. Então, por que não voltarmos os olhos atentamente para o seu ponto de partida como Espírito reencarnado, seu recomeço na incursão carnal, analisando e discernindo sobre posições e valores que lhe são sugeridos, solidificando, esclarecendo as bases – que são a infância – a fim de que se desfaça o círculo vicioso do crescimento pela dor?

Saúde para a população adulta e para os pequeninos, moradia digna, alimentação, instrução, trabalho, lazer. Ninguém ousaria contestar tais alvitres, e outros mais, como capazes de modificar para melhor o quadro da miséria humana. Mas será suficiente propiciar ao homem a vivência confortável de sua personalidade atual, sem o despertamento de sua consciência profunda, dos componentes espirituais que lhe fundamentam a construção do destino, para assegurar a efetiva implantação do “Reino de Deus” na Terra? E a visão espírita do ser, que é uma individualidade eviterna a se construir de valores adquiridos nas personalidades transitórias que assume ao longo das reencarnações? Não somos a criatura que tem início no berço e se finda no túmulo! Somos viajores da Eternidade, num processo de evolução consciente pela valorização do esforço pessoal!

O atendimento às necessidades básicas do ser dão ao corpo condições de atuação do Espírito; a instrução alarga a compreensão pelo saber; a educação desperta as potencialidades do homem, fazendo emergir ou desenvolvendo valores éticos, morais. De tudo isso mui justa e necessariamente nos ocupamos. Porém, é a evangelização – Cristo no sentimento e na razão – que iluminará estas aquisições, tornando o homem realmente livre para caminhar ao encontro definitivo com o Pai!

E se atentarmos para o ensino dos Espíritos nas questões 383 e 385 de “O Livro dos Espíritos”, e nas questões 108 a 113 de “O Consolador”, de Emmanuel, a nos alertarem sobre o porquê da necessidade de a criatura passar pelo período infantil, veremos que a evangelização da criança, mais que necessária e inadiável, é tarefa de urgência, pois há muito soaram as trombetas, há 127 anos está conosco o Consolador, revivendo os ensinamentos de Jesus, e são chegados os tempos!...” (25)

Alcione A. Andries Lopes

(Transcrito de O Médium, Juiz de Fora, MG, nº 520, de julho de 1984.)

°

Educação

Cap. VIII – Item 4

O amor é a base do ensino.

Professor e aluno, cooperação mútua.

°

O auto-aprimoramento será sempre espontâneo.

Disciplina excessiva, caminho de violência.

°

A curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.

Indagação ociosa, dúvida enfermiça.

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Egoísmo nalma gera temor e insegurança.

Evangelho no coração, coragem na consciência.

°

Cada criatura é um mundo particular de trabalho e experiência.

Não existe vocação compulsória.

°

Toda aula deve nascer do sentimento.

Automatismo na instrução, gelo na idéia.

°

A educação real não compensa nem castiga.

A lição inicial do instrutor envolve em si mesma a responsabilidade pessoal do aprendiz.

°

Os desvios da infância e da juventude refletem os desvios da madureza.

Aproveitamento do estudante, eficiência do mestre.

°

Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.

Lar, primeira escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida, primeira aula do filho.

°

Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do Evangelho em casa deve unir-se, à matéria lecionada em classe, na iluminação da mente em trânsito para as esferas superiores da Vida. (23)

André Luiz

Educa

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” — Paulo. (I Coríntios, 3:16)

Na semente minúscula reside o germe do tronco benfeitor.

No coração da terra, há melodias da fonte.

No bloco de pedra. Há obras-primas de estatuária.

Entretanto, o pomar reclama esforço ativo.

A corrente cristalina pede aquedutos para transportar-se incontaminada.

A jóia de escultura pede milagres do buril.

Também o espírito traz consigo o gene da Divindade.

Deus está em nós, quanto estamos em Deus.

Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.

Somente o coração enobrecido no grande entendimento pode vazar o heroísmo santificante.

Apenas o cérebro cultivado pode produzir iluminadas formas de pensamento.

Só a grandeza espiritual consegue gerar a palavra equilibrada, o verbo sublime e a voz balsamizante.

Interpretemos a dor e o trabalho por artista celestes de nosso acrisolamento.

Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.

Educa e edificarás o paraíso da Terra.

Se sabemos que o Senhor, habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo. (24)

Um só problema e uma só solução

Educação é, em síntese, evolução individualizada, processando-se conscientemente, com a cooperação do próprio indivíduo. É a lei universal adequando-se ao homem com a sua aquiescência mesma, na sublime aspiração de colaborar com Deus no aperfeiçoamento pessoal, através do que se denomina auto-educação.

Assim sendo, estamos em face do supremo problema da vida, pois se trata da chave mediante a qual todos os demais serão solucionados, e, sem o concurso dele, nada se resolverá satisfatoriamente.

A reforma social, em todo o sentido e sob todos os aspectos, será a soma das reformas individuais, ou não passará de utopia, de quimera explorada pelos fariseus de alto e baixo coturno.

A vida tem uma finalidade clara e positiva, que é a evolução. Esta se processa nos seres conscientes e responsáveis mediante renovações íntimas, constantes progressivas. Semelhante fenômeno denomina-se Educação.

Fora, pois, da Educação que se transforma em Auto-educação quando o indivíduo a imprime em si mesmo, não existe solução para os problemas da vida, quer considerada individualmente ou em relação à coletividade humana.

Por isso, a obra de redenção, encarnada pelo Divino Mestre, é OBRA DE EDUCAÇÃO. Por essa razão, também, o Mais Alto assim se pronuncia: “Mais humano e cristão é premunir contra o mal os nossos semelhantes acendendo-lhes no espírito o facho da educação, que instrui, consola, melhora e fortalece, do que deixá-los penar na cegueira primitiva, reservando-lhes mais tarde o grabato do hospital, ou impor aos rebeldes a moralização cruciante da penitenciária.” (14)

A Criança

Recordemos duas setenças acerca da criança, proferidas pelo Profeta de Nazaré. Disse ele: “Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçais, porque deles é o reino dos céus.”

E mais: “Em verdade vos digo, que, se não vos fizerdes como as crianças, não entrareis no reino dos céus.”

A criança — notemos bem — não é uma entidade recém-criada: é, apenas, recém-nascida, fenômeno este que se consuma em cada uma das vezes que o Espírito imortal reveste a indumentária carnal, permanecendo no plano terreno por tempo incerto, que pode ser mais ou menos dilatado.

Quando, pois, Jesus diz — deixai vir a mim os pequeninos — adverte-nos quanto à época propícia ao lançamento das bases educativas.

Não forçamos a interpretação. Jesus não é mestre? O mister que exerceu neste mundo, não foi ensinar e curar?

Portanto, encaminhar as crianças a ele, importa em educá-las segundo os preceitos de sua escola. Consideremos ainda o que Jesus afirmou de si mesmo: Eu sou a Verdade. Eu sou a luz do mundo.

Ora, o que é educar, no legítimo sentido da expressão, senão orientar o espírito na aquisição parcial, porpem progressiva, da Verdade? dessa Verdade que é luz; dessa luz que é redenção? — na conformidade de mais esta frase elucidativa da missão do Verbo encarnado: Se permanecerdes nas minhas palavras, sereis realmente meus discípulos; e conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará?

Esquadrinhemos o quanto possível o pensamento do Mestre:

Após o — deixai vir a mim os pequeninos — ele acrescentou: Não os impeçais — isto, porque os discípulos pretenderam impedir que as crianças se aproximassem dele. Nós — nos dias de hoje, descurando da educação infantil — o que estamos fazendo senão impedir que as crianças se instruam e se iluminem conforme os preceitos da escola cristã?

Deixar de proporcionar à infância essa oportunidade, é contribuir para o seu extravio, quendo está em nossas possibilidades conduzi-la àquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Cada passagem pela Terra importa numa oportunidade, sendo que os sete anos iniciais são os mais adequados e propícios ao lançamento das bases educativas, segundo ensinam os nossos irmãos maiores, devendo, por isso, merecer dos pais e dos preceptores os mais atentos cuidados.

É após aquele período que o Espírito integra o seu aprisionamento na carne, sendo, portanto, a fase mais adequada às inclinações renovadoras.

A criança nessa época ignora os preconceitos de raça, nacionalidade, classe, credos e posição social. Elas são propensas a se confraternizarem. Se, por vezes, rixam e se hostilizam mutuamente, não guardam ressentimentos, pois jamais o sol se põe sem que se hajam reconciliado. Às contendas da manhã, sucedem, invariavelmente, as fraternas amistosidades da tarde.

Pensemos, portanto, no problema da Educação, dando escola às crianças, pois do contrário estaremos falhando lamentavelmente ao cumprimento do mais imperioso dever que nos cabe desempenhar. (15)

Salvar é Educar

Salvar é educar. Jesus é mestre, e como tal veio ao mundo salvar a Humanidade promovendo a educação do espírito do homem.

Imaginar-se a obra da salvação, separada da obra da educação, é utopia dogmática incompatível com a época presente. Ser cristão não é uma questão de modo de crer: é uma questão de caráter. Não é o batismo, nem a filiação a qualquer igreja que faz o cristão; é o caráter íntegro, firme e consolidado através de longo e porfiado trabalho de auto-educação.

Vós sois o sal da terra, disse Jesus aos seus discípulos. O característico inconfundível do sal é ser elemento incorruptível e preservador da corrupção.

A sociedade contemporânea necessita duma força purificadora que a levante da degradação e do caos em que se encontra. Essa força há de atuar de dentro para fora, do interior para o exterior, afinando os sentimentos, despertando a razão e a consciência dos homens. Uma verdadeira ressurreição espiritual: eis de que a Humanidade ora necessita. Tudo o mais são paliativos, são quimeras que jamais resolverão os graves problemas do momento atual.

O Cristianismo puro, tal como Jesus pregou e exemplificou, é a força, é o fermento que há de reformar a sociedade, agindo nos corações e nos lares. É do coração renovado, é do lar convertido em templo de luz e de amor que surgirá a aurora de uma nova vida para a Humanidade. (16)

Bibliografia

1. Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na Opinião dos Espíritos. 3. ed. FEB, 1986, p. 29/34.

2. Idem, p. 9.

3. FRANCO, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas. 6. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1995, p. 169-171.

4. ______. Antologia Espiritual. Ed. LEAL. Salvador: BA, 1993, p. 33 a 35.

5. ______. Estudos Espíritas. 6. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1995, p. 173.

6. ______. Terapêutica de Emergência. Ed. LEAL. Salvador: BA, 1983, p. 21 a 25.

7. KARDEC, Allan. A Gênese. 40. ed. FEB. 2001. Rio de Janeiro. Cap. I, item 56.

8. O que é Evangelização, ed. FEB – Rio de Janeiro – 1987, p. 34.

9. SANT´ANNA. Hernani T. Correio Entre Dois Mundos. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1990, p. 101 a 103.

10. Idem, p. 156 a 158.

11. Reformador, de fevereiro, 1987, p. 45.

12. VINÍCIUS. Em Torno do Mestre. 7. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1999, p. 183 a 186.

13. ______. p. 166 a 168.

14. ______.O Mestre na Educação. 2. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1982, p. 29 a 31.

15. ______. p. 135 a 139.

16. ______. p. 115 a 116.

17. XAVIER, Francisco Cândido. Dicionário da Alma. 4. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1995, p. 129 e 160 a 161.

18. ______. Vozes do Grande Além. 2. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1974, p. 149 a 150.

19. ______. O Consolador. 15. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1991, p. 142 a 143. Q. 237 e 238.

20. ______. Pensamento e Vida. 7. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1983. p. 27 e 28.

21. ______. Emmanuel: Dissertações Mediúnicas. 13. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1987, p. 178 a 181.

22. ______. Correio Fraterno. 2. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1978, p. 28 a 30.

23. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. O Espirito da Verdade. 3. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1997, p. 46 a 47.

24. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. 21. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1997, p. 73 a 74.

25. Reformador, dezembro 1984, p. 366.