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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Trevo de Idéias-Francisco Cândido Xavier

 

Índice do Blog 

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TREVO DE IDÉIAS

Francisco Cândido Xavier

Espírito de Emmanuel

Amigo leitor.

Foi um simpósio formado de amigos.

Cada qual sugerindo determinada abertura de caminhos espirituais, destinados a auxiliar a comunidade humana.

Comentou-se o trabalho da assistência social; de prevenção contra acidentes; do apoio de urgência à penúria desvalida; de proteção à infância; de auxílio a idosos desamparados; da extinção dos processos de violência; do socorro às vítimas das enfermidades contagiosas; de amparo aos doentes sanatorizados e de liberação e alívio dos obsidiados.

*

Ao termo das tarefas, um amigo me observou:

- A nossa reunião parece ter sido um trevo de idéias. Estradas abertas para diversos rumos, planos de ação, considerando diversos objetivos... Concordamos.

*

E tanta originalidade encontramos na imagem do companheiro, que neste nosso despretensioso livro de reflexões e de notas colocamos no frontispício:

- Trevo de Idéias.

Emmanuel

Uberaba, 28 de fevereiro de 1987

1

VONTADE E DESTINO

Tudo está matematicamente dosado nas formações da natureza, entretanto, as leis divinas estabelecem que a vontade consciente da criatura tome os ingredientes do mundo, com a possibilidade constante de tudo alterar, modificar, fazer e refazer, construir e reconstruir nas trilhas da existência.

*

Nitroglicerina e matéria silicosa constituem a dinamite, capaz de efetuar depredações e arrasamentos, mas, se o homem lhe controla as explosões, nela encontra valioso auxiliar de serviço.

*

Ferro e carbono, habilmente conjugados, compõem o aço comum que tanto satisfaz na prática belicista, como atende na base da indústria ou na garantia da construção.

*

Lama e detrito criam o charco; no entanto, se alguém lhe aplica drenagem conveniente, ei-lo que se converte em celeiro de pão.

*

A laranjeira rústica estende pomos azedos, contudo, se recebe enxertia adequada, esparze larga cópia de frutos suculentos.

*

Assim também o destino.

Culpa e resgate somam dificuldade e dor, mas se empregamos fé viva em nossa capacidade de realizar o melhor, aceitando o sofrimento por recurso de correção e aprimoramento, ainda mesmo na sombra do extremo infortúnio, podemos traçar o caminho da paz e acender a chama da elevação.

2

SAIBAMOS ESPERAR

Na maioria das vezes, aquilo que nomeamos como sendo "ingratidão" nos outros não passa de desespero e rebelião em nós mesmos.

*

Lamentar decepções e desenganos, quase sempre, significa desertar de nossas próprias tarefas, através da expectativa injustificável, quanto à alheia cooperação.

*

Recorda a bênção do tempo e convence-te de que a vitória é a construção daqueles que sabem esperar.

*

Vejamos a lição das coisas simples na esfera da natureza...

*

A erva tenra não pode ser acusada pela ausência do fruto.

*

A charco menosprezado não consegue, de improviso, responder aos imperativos da sementeira.

*

O charco menosprezado não consegue, de improviso, responder aos imperativos da sementeira.

*

A peça derretida ao calor da forja não dispõe de recursos para atender, de imediato, a exigência domestica.

*

Pomicultores, semeadores e artífices sabem aguardar a hora justa, em que o grelo frágil converter-se-á em tronco amigo, em que o pântano ressurgirá como leira fértil e em que o minério no braseiro estará convertido em apetrecho do lar, mas nem por isso demoram-se em atitude preguiçosa ou inoperante.

Adubam a planta, drenam a terra sacrificada e prestam eficiente auxílio à bigorna esfogueante.

*

Não peças, assim, dos outros, pensamentos, palavras e atos que ainda não sejam capazes de produzir.

*

Se tens raciocínio e sentimento para sondar-lhes as chagas e as fraquezas, aprende a auxiliá-los com segurança para que te correspondam aos programas de trabalho e aos anseios de amor.

*

Cristo, além da cruz, não se deteve a chorar pela defecção dos companheiros queridos, e sim valeu-se do tempo para restituí-los ao serviço do bem e reajustá-los na própria fé.

*

Não te percas na neblina enregelante das lágrimas vazias e inúteis.

*

Trabalhemos infatigavelmente, na bênção do hoje, para que se erga mais alta, em nosso caminho, a bênção do amanhã.

3

AUXILIE SEMPRE

Não desesperes, nas trevas da noite, ainda mesmo quando o frio da adversidade te fira o coração.

*

Foge da nuvem que te obscurece o entendimento e escuta as aflições a se alongarem, junto de ti...

*

Aqui, perceberás os que soluçam nas grades da dor e da morte, os que gemem nas garras da delinqüência, os que foram mutilados no berço, os que jazem no catre do infortúnio e abandonados estendem-te as mãos que a fome açoita; além, mães infelizes e crianças sem lar te mostram faces lívidas!...

*

Por que o desânimo e a deserção, quando ainda podes auxiliar?

*

Trazes, possivelmente, o coração em chaga aberta, mas possuis mente clara e braços livres.

*

Recorda que uma frase de boa vontade e um sorriso fraterno podem fazer sol e paz em muitas vidas.

*

Consola, e a consolação aos outros se fará música adentro de tua própria alma.

*

Levanta os caídos e serás sustentado.

*

Reparte o teu pão com amor e o amor do próximo abençoará o pão que te alimenta.

*

Através das próprias lágrimas, inflama a alegria no peito dos semelhantes e a alegria que acenderes te aquecerá o peito gélido.

*

Ora no silêncio da coragem, contemplando as estrelas que fulguraram, além da sombra...

*

Todo nevoeiro chega e passa.

*

Em breves horas raiará outro dia.

*

E as migalhas do bem que tiveres semeado ser-te-ão farta colheita de luz...

*

Auxilia sem perguntar, auxilia e segue, auxilia sempre...

*

Lembra-te de que o Divino Mestre passou pela Terra, amparando e perdoando, auxiliando e servindo, e, nas horas derradeiras do seu Apostolado de Amor e Luz, aceitou o sacrifício e a morte na cruz, flagelado e aparentemente vencido, mas de braços abertos.

4

SÊ TU QUEM AME

Não esperes pela ofensa de quem ainda te não pode compreender para exercitares o perdão.

*

Reconcilia-te com a vida, com as leis que te regem, com os irmãos de experiência que seguem ao teu lado, cada dia.

*

Cessemos a produção da crítica envenenada, apaguemos os impulsos de destruição, emudeçamos a palavra amarga, afastemo-nos em definitivo, da injúria, da maldade, da ingratidão.

*

Não bastam afirmativas labiais de bondade.

*

Não valem promessas constantemente adiadas de apaziguamento e colaboração.

*

É indispensável pensar e agir em termos de amor, confiando alma e coração à fraternidade.

*

Alguém nos desatende? Prossigamos servindo.

*

Há quem nos atire espinhos da indiferença? Avancemos no plantio do bem.

*

Se o clima social não nos favorece, saibamos favorecê-lo com a reafirmação de nossos testemunhos de trabalho incessante, no culto da consciência reta.

*

Se a instituição a que pretendemos auxiliar não nos estende o concurso sincero, façamos silêncio e continuemos oferecendo o melhor de nós mesmos aos companheiros de ideal.

*

Apaguemos a fogueia do ódio em nossas manifestações verbalísticas e acendamos a luz da solidariedade para com todos, a fim de que nosso passo seja útil na senda de nossos semelhantes.

*

O mundo está repleto de censores, de juízes gratuitos, de gênios da sombra, invariavelmente prontos a atacar e perturbar, de petroleiros da discórdia e da separação! ...

*

Sê tu quem auxilie, quem encoraje a esperança, quem aclare o caminho e quem estende sobre a vida o manto da paz, e terás brilhando sobre ti a luz do Mestre Divino, que, em se imolando, por amor, na cruz do sacrifício, reconciliou o transviado homem da Terra com a Luz Celestial.

5

QUEM AMA

Quem ama, onde estiver,

Serve sem perguntar.

Trabalha o quanto pode

Na construção do bem.

Encontra, em qualquer parte,

Companheiros e irmãos.

Não se isola, convive.

Não reprova, perdoa.

Aprende a se omitir,

Dando valor aos outros.

Quem ama reina sempre,

Porque reina com Deus.

6

NÃO  TEMAS

Dar é receber.

Morrer é reviver.

Auxílio é crescimento.

Não procures reter os dons que o Senhor te confiou, a fim de que não sofras o desastre da estagnação.

O poço fechado é cova de vermes.

A enxada que se distancia do serviço é vítima da ferrugem.

A semente que foge á luz desaparece nas profundezas do solo.

O ouro escondido, com receio do progresso, é o purgatório da avareza.

Necessário saber auxiliar para sermos naturalmente auxiliados.

Quase sempre é perdendo para a existência efêmera que lucramos para o espírito imperecível.

Sacrificando-nos, encontramos a própria elevação.

Estejamos certos de que o esforço e o suor aparecem na base dos mínimos setores da civilização, e o mundo, em verdade, somente persevera através do cérebro, dos braços e das palavras daqueles que elegerem o ideal de servir por norma de ação comum, na romagem da Terra para o Céu.

Não temas o sofrimento, a dificuldade, o desengano e a sombra.

Recorda que a cruz do Cristo era condenação e morte, no dia do Calvário, mas, logo após, em breves horas, converteu-se em libertação e triunfo para o mundo inteiro.

7

NA  TRILHA  DA  PAZ

A arte mais sublime da vida é o amor, capaz de plasmar em nossa consciência a paz imperturbável, desde que estendamos a família a parentes, amigos, á humanidade e, enfim, a Deus, nosso Pai.

A verdadeira trilha da paz, através dos nossos passos, está na importância do sentimento, do pensamento, da palavra, do gesto, da conduta, para que a paz atinja a maior extensão do reino da harmonia e de amor entre as criaturas.

Para dissipar as intolerâncias, intemperanças, vaidades e outros sentimentos egoísticos, cada um de nós tem de colocar as armas fraternais na nossa atitude, tanto no lar como no trabalho, para que haja concórdia no ambiente pois, assim, outras virtudes aparecem por força cio Amor. As intolerâncias pessoais somente levam à discórdia, à depreciação de sentimentos, ao desequilíbrio, o que leva a perder a essência do bom senso, da verdadeira alegria e da paz no coração.

Indispensável abrir o coração à bondade, o cérebro à compreensão, a existência ao trabalho, o passo ao bem, o verbo à fraternidade! Então, sejamos fraternos para com todos, no dia-a-dia, sem preconceitos, e os nossos sentimentos serão fecundados na benção da paz!

Fácil dizer que somos imperfeitos diante da evolução espiritual; no entanto, todos nós sofremos e temos a fonte viva do amor, lá no fundo, como seiva tão natural para o burilamento íntimo, que nos dá forças para superar as vicissitudes da vida e compreender e auxiliar, no que for possível, o nosso próximo. Então, deixemos fora da trilha da paz o orgulho que cega o raciocínio e desequilibra o sentimento, desalentando a nossa conduta.

Com amor, cativamos a paz imperturbável na consciência, desde que atendamos com respeito os corações que nos cercam. E não nos esqueçamos do sorriso nos lábios, porque abre o caminho para o entusiasmo de viver, plasmando, com fé e gratidão, a bondade de Deus!

8

PERSONALIDADE  MEDIÚNICA

Orientação para desenvolvimento mediúnico – esclarecimento solicitado às dezenas.

*

Justo ponderar que, se a mediunidade pode ser definida em seus característicos gerais, cada médium é um instrumento por si, reclamando diferentes medidas de educação.

*

Assim como o avião, até certo ponto, depende da inteligência que o dirige, até certo limite, a mediunidade depende do médium.

*

Observe em cada medianeiro dos espíritos as impropriedades de que se veja portador e busque suprimi-las com sinceridade, melhorando os próprios recursos de ligação com os Instrutores Espirituais, a fim de interpretá-los devidamente.

*

Por preceitos atribuíveis à conduta de qualquer médium espírita, enumeremos alguns daqueles de que nenhum se afastará sem desvincular-se das influências edificantes:

acolher os talentos mediúnicos de que seja depositário, com a responsabilidade de quem recolhe determinados valores dos quais prestará contas no momento oportuno;

cultivar a prática mediúnica, situando-a, acima de tudo, em construções morais de consolo e esperança, instrução e beneficência;

consagrar-se ao estudo, entesourando discernimento;

zelar pela saúde do corpo físico;

praticar a higiene mental, evitando qualquer indução à irritabilidade e à malícia;

atender ao exato desempenho dos deveres que abraçou;

devotar-se ao próprio equilíbrio;

auxiliar sem a pretensão de convencer;

respeitar a seara de serviço que lhe foi confiada;

e fugir de suscetibilidades, aceitando o sofrimento e a crítica por agentes naturais e indispensáveis ao burilamento das faculdades que lhe digam respeito.

*

Decerto que, no aperfeiçoamento mediúnico, é preciso que se faça sempre mais e mais esforço nos domínios da elevação; no entanto, apenas nos reportamos aos pontos indicados para considerar que, se é necessário especializar o trabalhador para garantir o rendimento da máquina, é imprescindível construir a personalidade mediúnica, a fim de que a mediunidade apresente todo o bem que seja capaz de produzir.

9

SINAIS DE LUZ

"Aceitar a existência,

Melhorando a nós mesmos;

Cumprir a obrigação

Que o momento nos mostra;

Trabalhar e servir

Sem reclamar louvores;

Receber agressões

Desculpando-as sem queixas;

Nunca desanimar

Na prática do bem;

Eis alguns sinais

Da Presença de Deus."

10

OURO  ALÉM  DA  MORTE

A influência do ouro não termina no pó do sepulcro, arremessando no caminho daqueles que o possuíram a faixa libertadora da luz ou o rastilho escravizante da sombra.

*

Para os pais amorosos que o despenderam na educação dos filhos, é bênção de alegria, conservando-os em paz; no entanto, para aqueles que o retiveram, em regime de avareza, envenenando a prole com a febre da ambição, é ferrete de injúria, a algemar-lhes o ser na cobiça doméstica sobre a lama do mundo.

*

Para quem o gastou, amparando a carência, é flama de beleza a indicar-lhe o roteiro para o esplendor solar; todavia, para quem o investiu no prazer vicioso é amarga lembrança, atormentando-lhe as horas.

*

Para quem o elevou ao socorro espontâneo à criança infeliz e ao doente sem lar, é prece de consolo a exaltar-lhe a esperança; entretanto, para aquele que o exigiu das mãos de viúvas e enfermos, agravando na estrada as dores alheias, transforma-se, de chofre, em pesadelo plasmando o remorso em que passa a viver.

*

Todos os bens da vida são pertences do Pai e tudo usufruímos por empréstimos de amor.

Não olvides que todos os recursos que hoje nos felicitam constituem talentos da Infinita Bondade, que nos segue, de perto, as decisões e os passos, multiplicando concessões e favores ao nosso impulso firme na direção do bem, mas cobrando-nos sempre, pelas mãos da justiça, a conta de nossos desajustes, quando no abuso pleno da proteção celeste segregamos os tesouros de Deus no azinhavre do orgulho ou nas trevas do mal.

11

PERDOA  E  VIVERÁS

Alguém te haverá ofendido, entretanto, se não perdoas a esse alguém, criarás em ti mesmo as desvantagens do ressentimento, que se te condensarão na própria alma, por determinado ponto enfermiço.

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Antes de qualquer atitude contra o suposto ofensor, considera que, provavelmente, não terá ele tido qualquer intenção de ferir-te e talvez até mesmo ignore qualquer tópico alusivo ao assunto que te aborrece.

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Concentrando a mágoa contigo, predisporás alma e corpo à doença e ao desequilíbrio.

*

Ainda que não queiras, o ressentimento por ti acalentado estenderá sombra e pesar, no ambiente em que vives, atingindo aqueles que mais amas.

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Pessoa alguma consegue prever os males que surgirão nos entes queridos quando se deixam possuir pelo azedume.

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Recorda que amanhã, é possível que estejas necessitando do perdão de teu imaginário ofensor, por faltas mais graves que hajas cometido em momentos de exagerada impulsividade.

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Quando não seja em teu próprio favor, talvez chegue o dia, no qual as circunstâncias te aproximarão desse ou daquele desafeto, a fim de rogar apoio, a benefício de criaturas do teu próprio círculo familiar.

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Lembra-te, nas crises da vida, de que o ressentimento nunca rendeu paz ou felicidade para ninguém.

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O perdão liberta sempre e restaura, em qualquer tempo, as oportunidades favoráveis à nossa marcha nas trilhas da experiência, para que venhamos a descobrir o Reino de Deus que existe e palpita em nos mesmos.

*

Eis por que Jesus recomendou-nos a todos, através do Apóstolo: “Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete”, o que equivale a dizer: “Perdoa e realmente viveras”.

12

PALAVRA  E  ORAÇÃO

Não olvides que a boa palavra é combustível de amor para que a chama da prece te clareie o caminho.

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Guarda-a contigo por talento da caridade e a simpatia da vida prestigiar-te-á todas as petições.

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Em casa, será o pão de alegria com que entreterás a confiança na lareira doméstica.

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Na via pública, angariar-te-á o socorro da gentileza para que teu passo seja mantido com segurança.

*

Junto aos amigos, dar-te-á de retorno o estímulo ao trabalho que o mundo te solicita desempenhar.

*

Perante os adversários, transformar-se-á em respeito e admiração no ânimo de quantos ainda te não possam compreender.

*

Ante o ministério público dos que foram chamados a administrar, ser-te-á nota de crédito e gratidão na justiça que pede o amparo e o entendimento de todos.

*

Lembra-te de que a palavra edificante será sempre doação de teu pensamento e de tua boca, beneficiando a senda em que transites, e, seja ensinando nas assembléias ou conversando na intimidade, omite toda a imagem do mal para que o bem reine sempre.

*

A frase construtiva e generosa é princípio de solução nos mais complicados processos de sofrimento.

*

Unge o dom de falar no bálsamo que lhe flui da faculdade de levantar e servir, e a tua oração, quando proferida, influenciará todas as almas que te partilham a marcha, à feição de luz fendendo o espaço em raio ascendente de esperança, para trazer-te a resposta do Céu, por intermédio daqueles que te acompanham, com a força da realização e com a suavidade da bênção.

13

PERDÃO  E  LIBERDADE

Aprendamos a perdoar, conquistando a liberdade de servir.

*

E imprescindível esquecer o mal para que o bem se efetue.

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Onde trabalhes, guarda o entendimento fraterno, a fim de que a sombra não te algeme o espírito ao desespero.

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Onde estiveres e onde fores, lembra-te do perdão incondicional, para que o auxílio dos outros te assegure paz à vida.

*

É indispensável que a compreensão reine hoje entre nós, para que amanhã não estejamos encarcerados na rede das trevas.

*

A morte não é libertação pura e simples.

*

Desencarnar-se a alma do corpo não é exonerar-se dos sentimentos que lhe são próprios. Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça de fel envenenado com que aniquilam os melhores sonhos dos que ficaram na Terra, e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo no coração um vaso de fogo vivo com que destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal do túmulo.

*

Não procures para tua alma o inferno invisível do ódio.

*

Acomoda-te com o adversário ainda hoje, procurando entendê-lo e servi-lo, para que amanhã não te matricules em aflitivas contendas com forças ocultas.

*

Transferir a reconciliação para o caminho da morte é atormentar o caminho da própria vida.

*

Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia.

*

Nem sempre somos nós a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores, intelectuais dos delitos que passamos a lamentar indebitamente.

*

Toda intolerância é violência.

*

Toda aspereza avinagrada é crueldade.

*

Quase sempre, a crítica é corrosivo do bem, tanto quanto a acusação habitualmente, é um chicote de brasas.

*

E sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois.

14

A CARNE É FRACA?

"Se vivemos em espírito, andemos também em espírito."

- Paulo (Gálatas, 5:25)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.

*

É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências do corpo, de seus impulsos e desejos nocivos.

*

Nós mesmos, freqüentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.

*

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico, e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluidos condensados?

Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas esse conjunto é passivo e não determina por si.

Podemos figurá-lo na condição de casa terrestre, na qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más do possuidor.

*

Quando falamos em erros da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à posição inferior do homem espiritual sobre o Planeta.

*

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

*

E preciso que se instale no homem a compreensão da necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinados e renovador de si mesmo, em Jesus Cristo.

*

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos delitos da Terra, quando sabemos que tudo precede das escolhas e decisões do Espírito.

15

TOLERÂNCIA

O trabalho edifica.

A solidariedade aperfeiçoa.

A tolerância eleva.

*

Trabalhando, melhoraremos a nós mesmos.

Solidarizando-nos, enriqueceremos o mundo.

Tolerando-nos engrandeceremos a vida.

*

Para trabalhar, com êxito, é necessário obedecer à lei.

Para solidarizar-nos, com proveito, é indispensável compreender o bem e cultivá-lo.

Para tolerar-nos, em sentido construtivo, é imprescindível amar.

*

Em vista disso, o Mestre dos Mestres, há quase dois milênios, afirmou para o mundo:

“Meu Pai trabalha, até hoje, e eu trabalho também.

Estarei convosco até o fim dos séculos.

Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”

*

Trabalhemos, construindo.

Solidarizemo-nos, beneficiando.

Toleremo-nos, amando sempre.

*

Vinculada aos fundamentos da Verdade, a sublime trilogia de Allan Kardec é plataforma permanente, em nossos círculos doutrinários, constituindo lema substancial que não pode empalidecer.

16

EXAMINANDO  A  ORAÇÃO

Muitas vezes, clamarás, desconsoladamente:

- “Orei, suplicando para que a morte não me invadisse o lar, e a morte destruiu-me a esperança e esfacelou-me o coração...”

- “Supliquei ao Céu para que determinados acontecimentos não me conturbassem a marcha, e os acontecimentos temidos desabaram sobre mim quais tempestades arrasadoras.”

- “Roguei ao Alto para que a moléstia me abandonasse o corpo, e a enfermidade me corrói a existência...”

E, quase sempre, substituis a claridade da confiança pela sombra do desespero, qual se a Terra devesse obedecer aos nossos caprichos.

*

Imagina, no entanto, o que seria da vida se todos nós alcançássemos satisfação imediata dos mínimos desejos, e reconhecerás que o desequilíbrio e o infortúnio campeariam em todas as direções.

*

Foi por isso que Jesus, antes de tudo, na oração dominical, ensinou-nos a louvar a Sabedoria e a Providência do Todo-Misericordioso, com a nossa integral rendição aos seus desígnios.

*

Não abandones a prece, sob o pretexto de cansaço e desilusão.

*

Ora sempre, mas aprende a pedir ombros fortes ao invés de rogar o afastamento da cruz que te conduzirá para a luz da sublimação.

*

Sobretudo, entendamos que, embora a palavra impossível não exista para a Bondade de Deus, a oração deve ser adotada por nós na condição de luz a clarear-nos por dentro, sem que venhamos a guardar com ela a presunção de alterar as circunstâncias exteriores.

*

Lembremo-nos de que a prece pode sanar a cegueira e a paralisia, a surdez e a cadaverização de nossas almas, e qual acontece ao enfermo que vê modificar-se a vida e o mundo, ante a bênção da própria cura, o espírito transformado pela oração pode encontrar nas tribulações que inadvertidamente criou para si mesmo o abençoado caminho da ascensão aos Altos Céus.

17

RECORDA JESUS

Se queres paz contigo,

Não olvides Jesus.

Onde estivesse, andava

Sob enormes problemas.

Viveu servindo aos outros

Suportando inimigos.

Se achou algum descanso

Foi somente em si próprio.

Até para morrer

Não encontrou lugar;

Pois, foi alçado à cruz

Que ele mesmo arrastou.

18

JESUS  E  KARDEC

Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:

- “Eu não vim destruir a Lei.”

E reafirma Allan Kardec:

- “Também o Espiritismo diz: - não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.”

*

Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:

- “Há muitas moradas na casa de meu Pai.”

E Allan Kardec acentua:

- “A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos, que neles reencarnam, moradas correspondentes ao adiantamento que lhes é próprio.”

*

Exalçando a lei de amor que rege o destino de todas as criaturas, advertiu-nos o Senhor:

- “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

E Allan Kardec proclama:

- “Fora da caridade não há salvação.”

*

Destacando a necessidade de progresso para o conhecimento e para a virtude, recomenda o Cristo:

- “Não oculteis a candeia sob o alqueire.”

E Allan Kardec acrescenta:

- “Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se.”

*

Encarecendo o imperativo do esforço próprio, sentencia o Senhor:

- “Buscai e achareis.”

E Allan Kardec dispõe:

- “Ajuda a ti mesmo que o Céu te ajudará.”

Salientando o impositivo da educação, disse o Excelso Orientador:

- “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.”

E Allan Kardec adiciona:

- “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as inclinações infelizes.”

*

Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:

- "Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também"

E Allan Kardec confirma:

- “Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros ter-se-iam atrofiado, e, se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal.”

*

Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:

- “Muito se pedirá a quem muito recebeu.”

E Allan Kardec conclui:

- “Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido.”

*

Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos aperfeiçoam o ser, na reencarnação necessária, esclarece o Excelso Instrutor:

- “Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.”

E Allan Kardec conclama:

- “Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”

*

Consagrando a elevada missão da verdadeira ciência, avisa o Mestre dos Mestres:

- “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.”

E Allan Kardec anuncia:

- ‘‘Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão face a face.’’

*

Tão extremamente identificado com o Mestre Divino surge o Apóstolo da Codificação, que os augustos mensageiros, que lhe supervisionam a obra, foram positivos nesta síntese que recolhemos da Resposta à Pergunta número 627, em O Livro dos Espíritos:

- “Estamos incumbidos de preparar o Reino do Bem que Jesus anunciou.”

*

Eis por que, ante o primeiro centenário das páginas basilares da Codificação, saudamos no Espiritismo – Chama da Fé Viva a resplender sobre o combustível da Filosofia e da Ciência – o Cristianismo Restaurado ou a Religião do Amor e da Sabedoria, que, partindo do Espírito Sublime de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrou em Allan Kardec o fiel refletor para a libertação e ascensão da Humanidade inteira.

19

ORAÇÃO DA CARIDADE AOS

COMPANHEIROS DA TERRA

Meu amigo da caridade, que situaste a força em meu campo de luz, ampara-me os serviços, em favor da humanidade.

*

Não me relegues à esfera da palavra sem ação.

*

Coloca-me em teus braços, para que a solidariedade entre as criaturas não seja simplesmente um mito sonoro.

*

Auxilia-me com os teus ouvidos e assinala as canções de renovação e júbilo que a imortalidade espalha, em toda parte, transmitindo-as, através da bondade permanente, aos que caíram deserdados de esperança.

*

Colabora comigo, não só para que a mensagem do Infinito Bem alcance os ângulos mais remotos da Terra, mas que se concretize igualmente em obras de progresso e concórdia, na experiência dos semelhantes.

*

Estarei contigo na lição que estudas, na árvore que plantas, na flor que ofereces na festa da amizade.

*

Em meu nome, estende o pão que sacie o corpo, entretanto, não olvides o abraço de simpatia e compreensão em que os nossos princípios devem expandir-se.

*

A boa palavra, o sorriso de entendimento, o apoio irmão constituem sublimes recursos de nosso apostolado. Singelos de inicio, crescem e se multiplicam por bendito oxigênio do estimulo, regenerando a existência onde os seus fundamentos foram esquecidos pela ignorância.

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A vida é um cântico em todos os lugares.

Cada ser é uma nota de Sinfonia Universal.

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Não firas a harmonia com a maldade ou com o lamento.

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Lembra-te da varonilidade e da alegria do Mestre, que, até mesmo na cruz, preferiu o poema do perdão.

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Encontro-me em nome dele, no mundo para auxiliar. fraternizar, recompor, melhorar, elevar e servir.

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Vamos. Preciso de companheiros do trabalho, de semeadores de borra ânimo e de amigos da renúncia construtiva.

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Sigamos, materializando a luz e a beleza por onde passamos, porque, se a Sabedoria é a minha bênção, o Amor é o meu coração.

20

PODER

Peçamos ao Senhor o poder

de amar sem reclamações,

de servir sem recompensa,

de compreender sem exigir compreensão para nós,

de obedecer aos sublimes desígnios,

de vencer as próprias imperfeições,

de abençoar os que nos perseguem,

de orar pelos que nos ferem e caluniam,

de amparar aos que nos criticam,

de estimular o bem onde se encontre,

praticar a fraternidade legítima,

de aproveitar todas as oportunidades da vida para a edificação do espírito imortal.

FIM