Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada no centro da região Sul do país. É o vigésimo maior estado da nação, o décimo primeiro mais populoso, além de ser o nono mais povoado com 293 municípios.
O catolicismo é a religião predominante.[5] O idioma oficial, assim como nas demais unidades federativas, é a língua portuguesa.
As dimensões territoriais abrangem uma área de 95.346,181 km², sendo pouco maior do que a Hungria, limitadas aos estados doParaná (ao norte) e Rio Grande do Sul (ao sul), ao Oceano Atlântico (a leste) e à Argentina (a oeste). A costa oceânica tem cerca de 450 km, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 km). Sua capital e sede de governo é a cidade de Florianópolis, localizada na Ilha de Santa Catarina. Inteiramente ao sul do trópico de Capricórnio, localizado na zona temperada meridional do planeta, o estado possui clima subtropical. Estas condições variam de acordo com o relevo regional, sendo que no oeste e planalto serrano é relativamente comum a ocorrência de geadas e neve, enquanto no litoral o clima é mais quente podendo atingir altas temperaturas durante a temporada de verão.
Em termos históricos, sua colonização foi largamente efetuada por imigrantes europeus: os portugueses açorianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram o Vale do Itajaí, parte da região sul e o norte catarinense em meados do século XIX; e os italianos colonizaram o sul do estado no final do mesmo século. O oeste catarinense foi colonizado por gaúchos de origem italiana e alemã na primeira metade do século XX.
Os índices sociais do estado situam-se entre os melhores do país. Santa Catarina é o sexto estado mais rico da Federação, com uma economia diversificada e industrializada. Importante polo exportador e consumidor, o estado é um dos responsáveis pela expansão econômica nacional, respondendo por 4% do produto interno bruto do país.[6]
Ver artigo principal: História de Santa Catarina
Chegada dos franceses liderados por Gonneville à terra que futuramente seria São Francisco do Sul.
A região costeira do território que constitui hoje o estado de Santa Catarina foi, desde aépoca do descobrimento, visitada por navegantes de várias nacionalidades. Afora a discutida versão da presença do francês Binot Paulmier de Gonneville, que ali teria estado durante seis meses, em 1504, não existe dúvida quanto à viagem dos portugueses Nuno Manuel e Cristóvão de Haro, que por lá passaram, em 1514, e deram o nome de ilha dos Patos à atual ilha de Santa Catarina. No ano seguinte, Juan Díaz de Solís passou em direção ao Prata. Onze náufragos dessa expedição foram bem recebidos pelos índios carijós e a eles se integraram. Esses aborígines viviam de caça e pesca, eram exímios tecelões de redes, esteiras e cestos, e trabalhavam objetos em pedra.
Várias expedições espanholas detiveram-se no litoral catarinense a caminho do rio da Prata: Don Rodrigo de Acuña, em 1525, deixou dezessete tripulantes na ilha, onde se fixaram voluntariamente. Sebastião Caboto, entre 1526 e 1527, ali se abasteceu, seguiu para o Prata e retornou. Após Caboto, nela aportaram Diego García e, em 1535, Gonzalo de Mendoza. Em 1541, Álvar Núñez Cabeza de Vaca partiu da ilha de Santa Catarina para transpor a serra do Mar e atingir por terra o Paraguai. Mantendo sempre o propósito de tomar posse do Brasil meridional, o governo espanhol nomeou Juan Sanabria governador do Paraguai, com a missão de colonizar o rio da Prata e povoar também o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Com a morte de Juan Sanabria, tomou posse seu filho Diogo. Alguns navios da expedição lograram chegar à ilha de Santa Catarina, onde os espanhóis permaneceram dois anos. Dividiram-se em dois grupos: um deles rumou para Assunção; o outro, chefiado pelo piloto-mor Hernando Trejo de Sanabria, estabeleceu-se em São Francisco do Sul, de onde, após as maiores privações e sempre sob a ameaça de ataque pelos silvícolas, seguiu para Assunção.
Os aborígines da região foram catequizados, a partir de 1549, por jesuítas que viajaram em companhia do governador-geral Tomé de Sousa, sob a chefia do padre Manuel da Nóbrega. Os jesuítas empenharam-se com ardor nessa missão, colocando-se como obstáculo às tentativas dos colonizadores portugueses de escravizarem os índios. Não conseguiram, contudo, levar a bom termo sua tarefa e, já em meados do século XVII, desistiram da catequese no sul. O paulista Francisco Dias Velho, que chegou à ilha atualmente chamada deSanta Catarina por volta de 1675, teria dado esse nome ao lugar, onde edificou uma ermida em invocação a Santa Catarina de Alexandria, de quem, ao que consta, uma filha dele tinha o nome. Outros atribuem a autoria a Sebastião Caboto, que teria consagrado a ilha, quando por lá passou entre 1526 e 1527, a santa Catarina ou, antes, prestara uma homenagem à sua mulher, Catarina Medrano. O nome do estado é um empréstimo ao da ilha.
[editar]Capitania colonial
Construção colonial na Ilha de Santa Catarina.
Com a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, a costa catarinense até a altura de Laguna, e mais tarde dois terços da do Paraná, formaram a capitania de Santana, o último quinhão do sul, doado a Pero Lopes de Sousa. Nem o donatário nem seus herdeiros providenciaram a colonização. O território, após um litígio de dois séculos entre os herdeiros de Pero Lopes e os de seu irmão Martim Afonso de Sousa, foi, no começo do século XVIII, comprado pela coroa, juntamente com as terras do Paraná e grande parte de São Paulo. Ao mesmo tempo, a Espanha considerava indiscutível seu direito a esses territórios e recomendava aos adelantados a conquista e povoamento não só da ilha como do litoral. Na década de 1650, Manuel Lourenço de Andrade, um português que vivia em São Vicente, fundou uma povoação no rio de São Francisco, para onde se mudou com a família. Mais tarde foi designado capitão-mor dessa povoação, que em 1660 foi elevada a vila com o nome de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, constituindo a primeira fundação estável da costa catarinense. Pouco depois estabeleceu-se na ilha de Santa Catarina o paulista Francisco Dias Velho, que ergueu uma igreja em louvor de Nossa Senhora do Desterro. A ele se atribui a mudança do nome da Ilha dos Patos para Ilha de Santa Catarina.
Laguna foi outro ponto do litoral povoado na mesma época. Domingos de Brito Peixoto, também paulista, organizou uma bandeira para tomar conta de terras desabitadas ao sul e, em 1676, fundou Santo Antônio dos Anjos da Laguna. A povoação teve vida incerta e o bandeirante despendeu nela toda sua fortuna, com o objetivo de dar-lhe estabilidade. Buscou recursos no aprisionamento do gado nativo e na caça ao gentio e, só em 1696, deu início à construção da matriz local. No início do século XVIII, Laguna, pequena e pouco habitada, vivendo de uma agricultura rudimentar e da exportação de peixe seco para Santos e Rio de Janeiro, era o mais importante núcleo da costa catarinense. O interior não era explorado nem povoado, essa seria mais tarde a missão de Don Luís António de Sousa Botelho Mourão, governador da capitania de São Paulo, interessado em garantir o domínio português sobre a região e o escoamento do gado do Rio Grande do Sul para São Paulo. Com tal finalidade, encarregou um abastado paulista, Antônio Correia Pinto, de estabelecer povoação na paragem denominada Lages. Em 1820, Lages passou à jurisdição do governo da ilha, dando a Santa Catarina uma configuração aproximada da atual e retirando da alçada de São Paulo toda a região chamada da serra, ou seja, o planalto.
[editar]Província imperial
Fortaleza de São José da Ponta Grossa,Florianópolis.
Devido à precariedade das comunicações, a notícia da independência do Brasil só chegou a Desterro nos primeiros dias de outubro de 1822. O juiz de fora e presidente da Câmara, Francisco José Nunes, no dia 11, fez a aclamação do imperador.
Durante o império, a província sofreu, como outras, os prejuízos da descontinuidade administrativa. Teve no período mais de setenta presidentes, entre titulares e substitutos. Sob o governo do brigadeiro Francisco de Albuquerque Melo, em 1829, iniciou-se a colonização de Santa Catarina com imigrantes alemães. Em 1831, após a abdicação de Dom Pedro I, o presidente da província, Miguel de Sousa Melo e Alvim, português de nascimento, foi forçado a renunciar em consequência de um levante da tropa. Nesse mesmo ano, em 28 de julho, foi lançado o primeiro jornal publicado na província, com o título de "O Catharinense", dirigido pelo capitão Jerônimo Francisco Coelho.
O movimento farroupilha teve considerável repercussão em Santa Catarina, sobretudo na região mais próxima ao Rio Grande do Sul. De 22 de julho a 15 de novembro de 1839, Laguna foi ocupada pelos revolucionários, que ali proclamaram a República Juliana, aliada à de Piratini. Nessa ocasião, Ana de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, uniu sua vida à de Giuseppe Garibaldi. No planalto, Lages aderiu à revolução, mas submeteu-se no começo de 1840. Em 1845, a província, já inteiramente pacificada, recebeu a visita de Dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. De 1850 a 1859, Santa Catarina foi governada por João José Coutinho, que demonstrou grande zelo administrativo e particular interesse pela instrução e a cultura, esforçando-se também no incentivo à atividade das colônias de imigrantes. Em 1849 foi fundada Joinville; no ano seguinte, Blumenau; e, em 1860, Brusque.
[editar]Unidade federal
A partir de 1870 as ideias republicanas ganharam impulso em Santa Catarina. Criaram-se clubes e jornais de propaganda, mas os republicanos não chegaram a conseguir representação na assembleia. Entretanto, a cidade de São Bento do Sul elegeu em 1889 a primeira câmara de vereadores no país formada somente de elementos republicanos. A república tomou a província de surpresa, pois em geral se esperava apenas a queda do ministério. Confirmada a proclamação do novo regime, em 17 de novembro, comemorou-se o acontecimento, e um triunvirato assumiu o governo. O primeiro governador do estado de Santa Catarina, nomeado por Deodoro da Fonseca, foi o tenente Lauro Severiano Müller. Mais tarde confirmado pela constituinte de 1891, foi logo deposto com a saída de Deodoro. Uma vez deflagrada, a revolução federalista do Rio Grande do Sul teve pronto reflexo em Santa Catarina.
Mapa da Guerra do Contestado no Museu do Contestado, em Caçador.
Seguiu-se uma época de instabilidade política, com sérios entrechoques provocados por motivos locais ou mesmo municipais, e agravados pelos acontecimentos no resto do país. Após a revolta da armada, Santa Catarina foi palco de numerosos episódios da revolução federalista, sendo Desterro proclamada capital provisória da república. Em 17 de abril de 1894, a esquadra ali aportava e ocupava a cidade. Pouco depois, o coronelAntônio Moreira César assumia o governo do estado para exercê-lo com mão de ferro. Entre as incontáveis vítimas desse período de violenta repressão, destaca-se o chefe do governo revolucionário, almirante Frederico Guilherme de Lorena, fuzilado por ordem de Moreira César. Serenados os ânimos, elegeu-se governador Hercílio Luz. Nessa ocasião, a capital do estado passou a chamar-se Florianópolis. O domínio político, então, não era mais exercido exclusivamente pelas famílias tradicionais do litoral, mas dividido com figuras influentes do planalto e descendentes de imigrantes. Durante este período ocorreu um dos conflitos mais importantes do país, devido às suas proporções, a chamadaGuerra do Contestado.
[editar]Geografia
Ver artigo principal: Geografia de Santa Catarina
Serra do Rio do Rastro, maior cadeia de montanhas do sul do Brasil.
Santa Catarina situa-se no sul do Brasil, em uma posição estratégica na Unasul. O estado faz fronteira com a Argentina na região Oeste. Florianópolis, a capital, está a 1.539 km de Buenos Aires, 705 km de São Paulo, 1.144 do Rio de Janeiro e 1.673 de Brasília. Situa-se entre os paralelos 25º57'41" e 29º23'55" de latitude Sul e entre os meridianos 48º19'37" e 53º50'00" de longitude Oeste. Ao longo do litoral, aparecem planícies, terrenos baixos, enseadas e ilhas. Essa porção do relevo recebe o nome de planaltos e serras de Leste-Sudeste. No centro-leste de Santa Catarina, surge a depressão periférica. No oeste, sudeste e centro do estado, onde as serras são mais comuns, o compartimento de relevo são os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.
[editar]Relevo
Planícies litorâneas do estado.
Com 77% de seu território acima de 300m de altitude e 52% acima de 600m, Santa Catarina figura entre os estados brasileiros de mais forte relevo. Quatro unidades, que se sucedem de leste para oeste, compõem o quadro morfológico: a baixada litorânea, a serra do Mar, o planalto paleozoico e o planalto basáltico. A baixada litorânea compreende as terras situadas abaixo de 200m de altitude. Ao norte, alarga-se bastante, penetrando no interior ao longo dos vales dos rios que descem da serra do Mar. Para o sul, estreita-se progressivamente. A serra do Mar domina a baixada litorânea a oeste. Salvo no norte do estado, onde forma o rebordo escarpado de um planalto mais ou menos regular, a serra tem caráter muito diverso do que apresenta em outros estados, como Paraná e São Paulo. Em Santa Catarina, forma uma faixa montanhosa, de aproximadamente mil metros de altitude, constituída por um conjunto de maciços isolados pelos vales profundos dos rios que drenam para o oceano Atlântico.
Por trás da serra do Mar estende-se principalmente o planalto paleozoico, cuja superfície plana encontra-se fragmentada em compartimentos isolados pelos rios que correm para leste. O planalto paleozoico perde altura de norte para sul; na parte meridional do estado confunde-se com a planície litorânea, uma vez que a serra do Mar não chega até essa parte de Santa Catarina. O planalto basáltico ocupa a maior parte do estado. Formado por camadas de basalto (derrames de lavas), intercaladas com camadas de arenito, é limitado a leste por um rebordo escarpado a que se dá o nome de serra Geral. No norte do estado, o rebordo do planalto basáltico se encontra no interior; para o sul vai-se aproximando gradativamente do litoral até que, no limite com o Rio Grande do Sul, passa a cair diretamente sobre o mar. A superfície do planalto é regular e se inclina suavemente para oeste. Os rios que correm para o rio Paraná abriram neste planalto profundos vales.
O ponto mais alto do estado de Santa Catarina é o Morro da Boa Vista, situado entre os municípios de Urubici e Bom Retiro, com uma altitude de 1.827 m. O segundo ponto mais elevado do estado é o Morro da Igreja, situado em Urubici, com 1.822 m, sendo considerado o ponto habitado mais alto da Região Sul do Brasil.
[editar]Clima
Neve no Planalto Serrano Catarinense.
O clima de Santa Catarina é subtropical úmido. As temperaturas médias variam bastante de acordo com o local: são mais baixas nas regiões serranas e mais elevadas no litoral, no sudeste e no oeste catarinense. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, atingindo, em média, 1.500 mm anuais. Ao contrário do que é observado na maior parte do território brasileiro, em Santa Catarina as quatro estações são bem definidas. O clima do estado é úmido mesotérmico, apresentando duas variações, Cfa e Cfb. A variação Cfa é encontrada em praticamente todo o estado nas áreas abaixo de 800 metros de altitude. Já o Cfb encontra-se nas áreas mais altas, acima de 800 metros. As chuvas costumam ser bem distribuídas ao longo do ano com uma pequena diminuição nos meses do inverno. Entretanto, o clima não é igual em todo o estado. Existem diferenças significativas entre as regiões. Nas zonas mais elevadas do planalto norte, o verão é fresco e o inverno frio. No litoral (devido à baixa altitude) e no Oeste (devido à continentalidade), o verão é mais quente e prolongado. No litoral, principalmente emFlorianópolis, é comum ocorrer o vento sul, que traz para a atmosfera a umidade oceânica, tornando o inverno úmido. No planalto sul, devido às altitudes que variam de cerca de 800 a até 1828 metros, o frio é mais forte e dura mais tempo. Ali, é frequente a ocorrência de geadas eneve, com temperaturas que podem atingir menos -15 °C. Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici e Urupema são os municípios mais frios do estado e estão entre os mais frios do Brasil. A menor temperatura já registrada no país foi de -17,8 °C. no Morro da Igreja, em 29 de junho de 1996.
No final de novembro de 2008 algumas regiões do estado, principalmente o Vale do Itajaí, sofreram enchentes após um intenso período de chuvas. Várias cidades ficaram isoladas e algumas foram destruídas.
[editar]Vegetação
As Florestas de Araucárias são típicas da região Sul do Brasil e principalmente de Santa Catarina.
A cobertura vegetal original do estado compreende dois tipos de formação: florestas e campos. As florestas, que ocupavam 65% do território catarinense, foram bastante reduzidas por efeito de devastação. Contudo, o plantio de árvores tem crescido, graças aos incentivos governamentais e ao desenvolvimento da indústria madeireira. No planalto, apresentam-se sob a forma de florestas mistas de coníferas(araucárias) e latifoliadas e, na baixada e encostas da serra do Mar, apenas como floresta latifoliada. Os campos ocorrem como manchas dispersas no interior da floresta mista. Os mais importantes são os de São Joaquim, Lages, Curitibanos e Campos Novos.
[editar]Hidrografia
O Rio Uruguai na divisa entre os estados brasileiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os rios que correm pelo território catarinense pertencem a dois sistemas independentes, que têm como divisores de águas a serra Geral e a serra do Mar. O sistema da vertente do Atlântico é formado por bacias isoladas entre si, como as dos rios Itajaí-Açu, Tubarão, Araranguá, Tijucas eItapocu. No interior do estado, duas bacias se unem para formar a bacia do Prata: a do rio Paraná, que tem como principal afluente o rio Iguaçu, e a do rio Uruguai, cujos afluentes mais importantes são o rio Pelotas, o Canoas, o Chapecó e o do Peixe. O Itajaí é o principal rio dessa parte de Santa Catarina. No centro e no oeste, localizam-se afluentes do rio Uruguai, como o Pelotas, o Canoas, o do Peixe e o Chapecó. Esses cursos d’água pertencem à bacia do rio Uruguai. Originalmente, o estado era recoberto por florestas e campos. Nas serras litorâneas predominava aMata Atlântica e, nos trechos mais elevados das regiões serranas, a Mata de Araucárias. Os campos aparecem em manchas esparsas por todo o estado.
[editar]Fuso horário
O fuso horário é o mesmo de Brasília: três horas a menos em relação a Greenwich, UTC-3. Uma vez por ano, em geral entre outubro e fevereiro, adota-se o horário de verão, no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar energia.
[editar]Demografia
Ver artigo principal: Demografia de Santa Catarina
Indicadores | |
1,9% (2002) | |
78,7% (2000) | |
1 665 367 (2003) |
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado de Santa Catarina possui uma população de 5.866.487 de habitantes e uma densidade populacional de 61,53 hab./km², de acordo com a contagem populacional e estimativas realizadas em2007. As cidades mais populosas de Santa Catarina são: Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Chapecó, Criciúma, Lages,Itajaí, Jaraguá do Sul e Palhoça. De acordo com o censo de 2000, o estado de Santa Catarina contava com 5.356.360 habitantes. Desse total, 40.63% moram no campo, enquanto 59.37% residem nas áreas urbanas. Em relação ao ano de 1991, quando a população era de 4.536.433 habitantes, esses números mostram uma taxa de crescimento anual de 1,6%, inferior à do Brasil como um todo (1,9% para o ano de 2000). Ainda segundo o censo 2000, Santa Catarina é o décimo primeiro estado mais populoso da nação e concentra 3,15% da população brasileira. Do total da população estadual, 2.687.049 de habitantes são mulheres e 2.669.311 de habitantes são homens.
Em 2005, a densidade demográfica chegou a 61,53 hab./km². As maiores densidades estão localizadas na zona de mais intenso desenvolvimento industrial (Blumenau, Joinville eBrusque), onde colonos instalaram grandes empresas, e no sul catarinense, área de exploração de carvão mineral. Nessas regiões a densidade atingiu de 62,6 a 77,8 hab./km². No oeste do estado, onde se registram as mais elevadas taxas de crescimento populacional, a densidade varia de 25 a 70 hab./km². Nas zonas de criação de bovinos, os campos de criação do planalto, a densidade demográfica baixa para menos de 20 hab./km². Em Lages a densidade demográfica chega a 63,7 hab./km² e em São Joaquim, a 12,3 hab./km². Santa Catarina é, juntamente com o Espírito Santo, um dos estados onde a cidade mais populosa não é a sua capital.
Cidades mais populosas de Santa Catarina | |||||||||||
1 | 515 288 | 11 | 108 089 | ||||||||
2 | 421 240 | 12 | 105 503 | ||||||||
3 | 309 011 | 13 | 97 235 | ||||||||
4 | 209 804 | 14 | 74 801 | ||||||||
5 | 192 308 | 15 | 70 762 | ||||||||
6 | 183 530 | 16 | 68 621 | ||||||||
7 | 183 373 | 17 | 62 361 | ||||||||
8 | 156 727 | 18 | 61 310 | ||||||||
9 | 143 123 | 19 | 61 198 | ||||||||
10 | 137 334 | 20 | 60 556 |
[editar]Idiomas
Ver artigo principal: Idiomas de Santa Catarina
Consulado da Áustria em Treze Tílias. A forte imigração europeia deixou legados como a influência linguística.
Santa Catarina é composta por idiomas distintos, divididos em dois grupos: as línguas autóctones e as línguas alóctones, sendo alguns destes idiomas minoritários. As línguas autóctones ou nativas são a kaingang, mbyá-guaraní e xokleng. Com a colonização europeia do estado, idiomas alóctones ou de imigrantes surgiram e permanecem atualmente, como o português, o talian e outros dialetos italianos, e os dialetos germânicos hochdeutsch ou deutsch e plattdüütsch ou plattdietch, ao qual pertence o dialeto pomerano comum nas proximidades deBlumenau e Pomerode. Alguns dialetos surgiram de forma regional, como o portunhol, uma mistura de português e castelhano falado nas regiões fronteiriças com a Argentina, e o katarinensisch, de origem alemã. Outros núcleos linguísticos em menor escala incluem castelhano,polaco, lituano, japonês, árabe, iídiche, entre outros.
[editar]Etnias
Ver artigo principal: Etnias de Santa Catarina
Casa de pedra italiana em Nova Veneza.
A população do estado de Santa Catarina é formada por mais de cinquenta etnias, sendo as predominantes descendentes de portugueses,alemães, italianos e, em menor medida, eslavos (poloneses, sobretudo), índios e africanos.[7][8] De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, em 2009 a população do estado era composta por 85,7% de brancos, 11,7% de pardos, 2,2% de negros e 0,3% deamarelos ou indígenas.[9] Os portugueses, em sua maioria açorianos, começaram a chegar a Santa Catarina em 1750 para que colonizassem e protegessem o Sul do Brasil de eventuais ataques de espanhóis. Os castelhanos, vindos da Argentina, estavam invadindo terras lusitanas no Brasil meridional. Foram fundadas colônias açorianas em pontos estratégicos no litoral de Santa Catarina, que mais tarde se espalharam por outras zonas do Sul do Brasil.
Um estudo genético realizado em Costa da Lagoa e em São João do Rio Vermelho, ambas comunidades isoladas de Santa Catarina fundadas por colonos açorianos, revelou que esta população ainda permanece geneticamente próxima à população portuguesa dos Açores, embora elementos africanos e indígenas tenham penetrado nessas comunidades. A ancestralidade dessas comunidades continua predominantemente europeia (80,6%), mas não é exclusivamente açoriana, pois foi detectada considerável mistura africana (12,6%) e indígena (6,8%).[10]
A imigração alemã em Santa Catarina iniciou em 1829, quando 523 alemães oriundos de Bremen fundaram a colônia São Pedro de Alcântara. A vinda de alemães para o Brasil foi incentivada pelo Imperador Dom Pedro I, que pretendia povoar o Brasil meridional a fim de promover o crescimento econômico da região. Diversas outras colônias alemãs foram criadas no estado. As de maior êxito foram as colônias de Blumenau, em 1850, e de Joinville, em 1851. Estas duas colônias foram as responsáveis pelo sucesso da imigração alemã no estado. Cerca de 40% da população catarinense é de origem alemã. A imigração italiana foi a corrente imigratória mais numerosa já recebida por Santa Catarina. Os italianos começaram a chegar ao estado em 1875, provenientes principalmente das regiões do Vêneto e da Lombardia. Assim como ocorreu com os alemães, foram criadas dezenas de colônias etnicamente italianas, sendo as mais prósperas na região do vale do rio Tubarão. As primeiras colônias italianas foram fundadas no litoral de Santa Catarina. No início do século XX, italianos vindos do Rio Grande do Sul passaram a migrar para o oeste de Santa Catarina, e ali as colônias italianas prosperaram. Aproximadamente 30% da população de Santa Catarina descende de italianos[carece de fontes].
[editar]Religião
O censo demográfico realizado em 2000, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa em Santa Catarina:[11]
§ 80,72% dos catarinenses (4.325.029) declaram-se católicos romanos;
§ 14,98% (802.395) declaram-se protestantes;
§ 1,97% (105.684) declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas;
§ 0,82% (44.059) declaram-se espíritas;
§ 0,081% (4.347) declaram-se umbandistas;
§ 0,042% (2.280) declaram-se judeus.
§ 0,037% (1.957) declaram-se budistas;
§ 0,01% (559) declaram-se muçulmanos.
A Igreja Católica divide-se administrativamente em uma arquidiocese, a Arquidiocese de Florianópolis e nove dioceses: Blumenau, Caçador, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Joinville,Lages, Rio do Sul e Tubarão.[12]
[editar]Criminalidade
Santa Catarina é a unidade federativa menos violenta do Brasil e possui o menor índice de criminalidade da Região Sul. A taxa de homicídios é de 10,4.[13]
O município mais violento de Santa Catarina é Santa Cecília, no Planalto Serrano; é também o 228º mais violento do Brasil (43,2), registrando, em 2006, taxas médias de homicídio superiores apenas às dos municípios de Lebon Régis, Abelardo Luz, Florianópolis, União do Oeste e Planalto Alegre.[14] O município com a menor taxa média de homicídios é Planalto Alegre, na Mesorregião do Oeste Catarinense, mais precisamente na Microrregião de Chapecó.
[editar]Política
Santa Catarina é governada através dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O estado também permite direta participação do eleitorado (através de referendos, plebiscitos e iniciativa popular) em decisões governamentais. A primeira Constituição de Santa Catarina foi adotada em 1891. A atual Constituição da Santa Catarina, por sua vez, foi adotada em 1989. Emendas à constituição geralmente são propostas pela casa do Poder Legislativo. Neste caso, esta emenda precisa ser aprovada por dois terços dos membros da casa. Emendas também podem ser propostas por abaixo-assinados, diretamente pela população. Neste caso, o abaixo-assinado precisa conter participação de pelo menos 2,5% dos eleitores que tiverem elegido o governador na última eleição estadual, dentro de critérios propostos na própria constituição.
O poder executivo é exercido pelo governador do estado, eleito pela população através de sufrágio universal, em voto direto e secreto, para mandatos de quatro anos, podendo ser reeleito para mais um mandato, totalizando oito anos. O atual governador é João Raimundo Colombo, do Democratas (partido político) (DEM), que venceu a disputa nas eleições estaduais de Santa Catarina de 2010. Suas sedes são o Centro Administrativo, edifício sede do governo, e a Casa D’Agronômica, a residência oficial do governador.
O poder legislativo de Santa Catarina é unicameral na forma da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, localizado no Palácio Barriga-Verde. É composta por 40 membros eleitos para um mandato de 4 anos diretamente através do sistema proporcional, que verifica o desempenho de cada partido nas eleições. A configuração atual da Assembleia apresenta 27 deputados governistas e treze deputados oposicionistas. Os membros da Assembleia podem se reeleger ilimitadamente.
O poder judiciário é presidido pelo desembargador José Trindade dos Santos e composto por 50 juízes denominados desembargadores, indicados pelo governador do estado e aprovados pelo Legislativo para mandatos vitalícios. Sua sede é denominada Palácio da Justiça Ministro Luiz Gallotti e seu maior tribunal é o Tribunal de Justiça do Estado Santa Catarina.
Santa Catarina elege dezesseis deputados federais que representam a população. Assim como os demais estados, Santa Catarina possui 3 senadores, que representam o estado noSenado Federal.
[editar]Histórico
Desde 1823 a capital de Santa Catarina é a cidade de Florianópolis. Originalmente, a cidade tinha o nome de Nossa Senhora do Desterro, em referência a sua padroeira. A mudança de nome seguiu-se ao fim da Revolução Federalista, em 1894, e ainda é considerada controvertida por parte dos habitantes da cidade. O nome Florianópolis refere-se a Floriano Peixoto, ex-presidente da República. Deste nome deriva o apelidoFloripa, pelo qual a cidade é amplamente conhecida. Com o movimento revolucionário de 1930, iniciado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina foi o primeiro estado a ser invadido pelas forças que conduziram Getúlio Vargas ao poder. Muito embora fossem sendo vencidas as forças legais, Florianópolis resistiu ao avanço gaúcho, até que a revolução viesse a triunfar em todo o território nacional. De 1930 a 1945, o estado foi governado por interventores federais. Ao longo desses quinze anos, houve um breve período, de 1935 a 1937, em que o poder executivo estadual esteve entregue a um governador eleito, Nereu Ramos, mantido como interventor pelo Estado Novo, em 1937. Na década de 1940, uma grande área do estado, que vivia semimarginalizada e escassamente povoada, o meio e o extremo oeste, passou a ter importância cada vez maior. Essas glebas foram sendo ocupadas por gente vinda do Rio Grande do Sul, colonos estrangeiros e seus descendentes, que nelas vislumbraram um novo eldorado. Em 1966, tomou posse o governador Ivo Silveira, eleito por voto direto. Depois, dois governadores foram escolhidos pela Assembleia Legislativa do estado, Colombo Sales e Antônio Carlos Konder Reis; e um por um colégio eleitoral, Jorge Bornhausen.
[editar]Subdivisões
Ver artigo principal: Regiões de Santa Catarina
Mapa político de Santa Catarina.
Santa Catarina está separada em subdivisões geográficas denominadas mesorregiões e microrregiões, e em subdivisões administrativas denominadas municípios. As mesorregiões compreendem as grandes regiões do estado, unidas por laços geográficos, demográficos e culturais. Atualmente existem seis mesorregiões em Santa Catarina, sendo elas a Grande Florianópolis, Norte Catarinense, Oeste Catarinense, Serrana, Sul Catarinense, Vale do Itajaí. As microrregiões são formadas pelo conjunto de cidades que se engloba a uma cidade pólo. As cidades polo estão distribuídas por todo o estado de forma descentralizada, e cada uma possui uma Secretária de Desenvolvimento Regional. Há atualmente vinte microrregiões, são elas a de Araranguá, Blumenau, Campos de Lages, Canoinhas, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Florianópolis, Itajaí,Ituporanga, Joaçaba, Joinville, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Miguel do Oeste, Tabuleiro, Brusque, Tubarão, Xanxerê. Já os 293 municípios presentes no estado são divisões administrativas que possuem relativa autonomia e concentram um poder político local. O sistema local também funciona com três poderes, sendo o executivo a Prefeitura, o legislativo a Câmara de Vereadores e o judiciário o Fórum Municipal. O maior deles é Joinville, também sendo o mais populoso e de maior PIB do estado; sua região metropolitana possui aproximadamente 1,1 milhão de habitantes. Alguns destes municípios formam umaconurbação chamada de região metropolitana, existindo seis delas em Santa Catarina: Região Metropolitana Carbonífera, deFlorianópolis, da Foz do Rio Itajaí, do Norte/Nordeste Catarinense, do Vale do Rio Itajaí e de Tubarão.
Litoral
Os 500 quilômetros de litoral são um atrativo para quem busca belas praias e o contato com a natureza. Esta região, colonizada por açorianos no século XVIII, tem um relevo recortado, com baías, enseadas, manguezais, lagunas e mais de quinhentas praias. É ainda uma das mais importantes áreas de biodiversidade marinha do Brasil. As principais cidades sãoFlorianópolis, São José, Palhoça, Laguna, Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Itapema, Bombinhas e Porto Belo. A pesca e o turismo são atividades econômicas marcantes.
Florianópolis, capital e centro administrativo do estado, tem o seu território situado parte em uma ilha oceânica com 523 quilômetros quadrados, a Ilha de Santa Catarina, e parte no continente. É a capital brasileira que oferece melhor qualidade de vida e o terceiro município brasileiro mais visitado por turistas estrangeiros, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. A porção continental do município é ligada à parte insular por três pontes. Seus mais de 400 mil habitantes convivem com o ritmo ágil de um centro urbano cosmopolita e com a tranquilidade dos vilarejos construídos pelos colonizadores açorianos. As 100 praias da cidade são em sua maioria limpas e próprias para banho.
Vale do Itajaí
Um "pedacinho da Alemanha" encravado em Santa Catarina. Assim é o Vale do Itajaí, situado entre a Capital e o Nordeste do estado. A herança dos pioneiros germânicos deixou marcas na arquitetura em estilo enxaimel, na culinária e nas festas típicas, nos jardins bem cuidados e na força da indústria têxtil. Sua paisagem de morros, matas, rios e cachoeiras é um forte atrativo para os ecoturistas. Os principais municípios são Itajaí, Blumenau, Gaspar, Pomerode, Indaial, Brusque, Guabiruba e Rio do Sul.
Nordeste
Com forte tradição germânica, o Nordeste do estado concilia uma economia dinâmica com o respeito à natureza exuberante. Indústrias do ramo eletro-metal-mecânico dividem espaço com as densas florestas da Serra do Mar e as águas da Baía de Babitonga na cidade de São Francisco do Sul. A região tem alto poder aquisitivo e excelente qualidade de vida. Suas principais cidades são Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e São Francisco do Sul.
Planalto Norte
Nesta região, rica em florestas nativas e provenientes de reflorestamento, concentra-se o polo florestal catarinense - o mais expressivo da América Latina, abrangendo indústrias madeireiras, moveleiras, de papel e de papelão. Os principais municípios são São Bento do Sul, Rio Negrinho, Canoinhas, Corupá, Mafra, Três Barras e Porto União.
Planalto Serrano/Serra Catarinense
Neve em São Joaquim.
O frio e o turismo rural são os grandes atrativos desta região, que tem como atividades econômicas a pecuária e a indústria florestal. Por conta das paisagens bucólicas e da neve que se precipita em algumas cidades, todos os anos o Planalto recebe milhares de visitantes noinverno. A estrada da Serra do Rio do Rastro, que desce em curvas sinuosas de uma altitude de 1.467 metros até o nível do mar, é uma atração à parte. Os principais municípios são Lages, Curitibanos, São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra.
Sul
A presença dos descendentes de imigrantes italianos é uma característica marcante da região. Quem a visita pode conhecer de perto as vinícolas e apreciar a cultura italiana em festas típicas, além da colonização alemã, existente em menor escala. Extrativismo mineral, indústria cerâmica (Eliane, Portinari) e de derivados do plástico (Grupo Incoplast/Copobras, Copaza, Canguru, etc) são as principais atividades econômicas. O sul do estado tem estações hidrotermais(Gravatal e Santa Rosa de Lima) e cânions (Lauro Müller e Urubici), além dos famosos cânions Itaimbézinho e Malacara que fazem parte da cidade de Praia Grande e o cânion fortaleza que faz parte da cidade de Jacinto Machado, que são mundialmente conhecidos por suas belezas naturais, como piscinas naturais, ricos em biodiversidade. Suas principais cidades são Criciúma, Içara, Tubarão, Laguna,Imbituba, Araranguá, Urussanga e Braço do Norte. O sul de Santa Catarina também tem um grande potencial turístico, pois sedia o Circuito Mundial de Surfe (WCT) em Imbituba, capital nacional da baleia franca. O Sul catarinense, devido a sua beleza litorânea, recebe visitação principalmente de argentinos, paranaenses e gaúchos.
Meio-Oeste
Nesta região de morros ondulados localizada no centro do estado situam-se comunidades de pequeno e médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães, austríacos e japoneses. Sua atividade econômica está baseada na agroindústria, criação de bovinos e produção de maçã. Também há indústrias expressivas do polo metalomecânico e madeireiro. As principais cidades são Joaçaba, Caçador, Videira, Fraiburgo e Campos Novos, com destaque para Treze Tílias e Piratuba, cidades com grande atividade turística em função de fontes hidrominerais termais.
Oeste/Extremo-Oeste
Os campos do Oeste são o "celeiro" de Santa Catarina, de onde sai boa parte da produção brasileira de grãos, aves e suínos. Frigoríficos de grande e médio porte estão associados aos produtores rurais em um modelo bem sucedido de integração: as empresas fornecem insumos e tecnologia e compram a produção de animais. A região também começa a explorar o potencial turístico de suas fontes hidrotermais. Os principais municípios são Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Concórdia e São Miguel do Oeste.
[editar]Economia
Ver artigo principal: Economia de Santa Catarina
Joinville, maior cidade do estado e um dos polos industriais.
Indicadores | |
62.213.541.000,00 (2003) | |
Composição do PIB | 48,5% indústria |
A economia se baseia na indústria (principalmente agroindústria, têxtil, cerâmica e metal-mecânica), no extrativismo (minérios) e na pecuária. O estado de Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil, sendo que a Brasil Foods, a maior empresa de alimentos do Brasil, é catarinenses. Entre as indústrias, sedia um dos maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, a Weg (Jaraguá do Sul), um dos maiores fabricantes de motores elétricos, a Embraco (Joinville), e também a maior fundição da América Latina, a Tupy (Joinville). Possuem grande expressividade as indústrias de eletrodomésticos (e metalmecânica em geral) no norte do estado, com marcas de projeção nacional como Consul e Brastemp (ambas de Joinville).
Santa Catarina é o sétimo estado mais rico do Brasil, e, com o Paraná (quinto) e Rio Grande do Sul (quarto), controla 18,2% da economia do país. O estado também é um grande exportador.
[editar]Agricultura, pecuária e pesca
O principal produto agrícola de Santa Catarina é o milho, cultivado no planalto basáltico, que fornece ração para a criação de suínos. Seguem-se a soja, o fumo, a mandioca, o feijão, oarroz (cultivado com irrigação nas várzeas da baixada litorânea e do vale do Itajaí), a banana e a batata-inglesa. O estado é também importante produtor de alho, cebola, tomate, trigo,maçã, uva, aveia e cevada.
Casa de um avicultor catarinense
A criação de bovinos se faz principalmente em campo natural, de maneira extensiva, e nas áreas florestais, em menor escala, com os animais submetidos a semi-estabulação. Nas áreas em que a agricultura é a atividade predominante, a criação se volta para os suínos, sobretudo no planalto basáltico, onde a produção de milho assegura ração adequada aos animais. A suinocultura experimentou grande progresso no estado, em virtude do desenvolvimento dos frigoríficos especializados no processamento de carne de porco, como a Perdigão e a Sadia. Grande expansão se verificou ainda na criação de aves.
A pesca desempenha importante papel na economia do estado. Santa Catarina é um dos maiores produtores de pescado e crustáceos do país. A atividade, que remonta à origem açoriana da população, desenvolve-se sobretudo em Florianópolis, Navegantes e Itajaí.
[editar]Extrativismo
As riquezas vegetais e minerais concorrem decisivamente para o progresso produtivo do estado. Entre as primeiras destacam-se as reservas florestais, representadas especialmente pelos pinheirais, apesar de sua intensa exploração, e os ervais, que permitem ao estado manter-se como grande produtor da erva-mate. O estado de Santa Catarina é um dos maiores produtores de papel e celulose do país.
No extrativismo mineral, as ocorrências de carvão, principalmente nas áreas da baixada litorânea (Urussanga, Criciúma, Lauro Müller e Tubarão), representam fator importante para o desenvolvimento econômico regional. As condições de exploração do carvão mineral têm apresentado sensível melhoria, do ponto de vista técnico e dos equipamentos empregados. Santa Catarina possui ainda as maiores reservas brasileiras de fluorita e sílex (em produção). Outros recursos minerais disponíveis são os depósitos de quartzo e grandes ocorrências de argila cerâmica, bauxita e pedras semipreciosas, além de petróleo e gás natural na plataforma continental.
[editar]Indústria
Vista de Blumenau.
Os principais centros industriais de Santa Catarina são Joinville e Blumenau. O primeiro tem caráter diversificado, com fábricas de tecidos, de produtos alimentícios, fundições e indústria mecânica. Blumenau concentra sua atividade naindústria têxtil, metal mecânica e na de softwares, além da recente eclosão de cervejarias artesanais. No interior do estado, ocorrem numerosos centros fabris de pequeno porte, ligados tanto à industrialização de madeira quanto ao beneficiamento de produtos agrícolas e pastoris.
O nordeste do estado (eixo Joinville-Jaraguá do Sul) se destaca na produção de motocompressores, autopeças, refrigeradores, motores e componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões. No sul do estado (incluindo as cidades de Imbituba, Tubarão, Criciúma,Cocal do Sul, Içara e Urussanga), por sua vez, concentram-se as principais fábricas de cerâmica de revestimento do Brasil. O estado de Santa Catarina também lidera, no país, a produção de louças e cristais.
Ao norte do estado, destaca-se a cidade de São Bento do Sul, que é o maior polo exportador de móveis do Brasil, sendo reconhecida como a capital nacional dos móveis.
As matrizes dos principais frigoríficos do país se encontram no meio-oeste e oeste do estado.
[editar]Infraestrutura
Indicadores | |
Serviços | |
Acesso à água | 77,3% (2003) |
82,6% (2003) | |
Saúde | |
18,2‰ (2002) | |
13,7 por 10 mil hab. (2003) | |
2,2 por mil hab. (2004) | |
Educação | |
237.215 matrículas (2003) | |
956.250 matrículas (2003) | |
325.148 matrículas (2003) | |
168.232 matrículas (2003) |
[editar]Saúde
As condições sanitárias do estado são consideradas satisfatórias, embora não a haja possível a erradicação de certas endemiasrurais. Em 2005, a organização hospitalar compreendia uma rede de 1.755 estabelecimentos, que dispunham de 7.644 leitos, assistidos por 33.788 médicos, 4.420 enfermeiros e 6.824 auxiliares de enfermagem.[15][16] Órgãos da União que prestaram serviços no estado: Departamento Nacional de Endemias Rurais (educação sanitária, atividades de saneamento básico, campanhas devacinação contra a ancilostomose, doença de Chagas, febre amarela, filariose, malária e tracoma), Serviço Nacional de Doenças Mentais, Serviço Nacional da Lepra e Serviço Nacional de Tuberculose. Em 2005, da população, 79,1% dos catarinenses tinham acesso à rede de água,[17] enquanto 82,6% se beneficiam da rede de esgoto sanitário.[17]
[editar]Educação
Em 2008, estavam matriculados 914.582 alunos, nas 3.757 escolas catarinenses de ensino fundamental, das quais 1.060 eramestaduais, 2.359 municipais, 337 particulares e 1 federais. Quanto ao corpo docente, era o mesmo constituído de 50.862professores, sendo que 19.821 lecionavam na escolas estaduais, 67 nas federais, 25.196 nas municipais e 5.778 nas particulares. Oensino médio, em 2008, foi ministrado em 875 estabelecimentos com 241.941 alunos matriculados, assistidos por 16.446professores. Dos 241.941 discentes, 203.276 estavam nas escolas estaduais, 2.460 nas federais e 692 nas municipais e nas 35.513particulares. Quanto ao ensino superior, o estado possuía 92 estabelecimentos, dos quais 3 são federais, 1 estadual, 3 municipais e 85 particulares.[18]
Em 2004 a taxa de analfabetismo no estado era de 4,8%, uma das mais baixas do Brasil. Da população, 16,3% dos catarinenses são analfabetos funcionais. Santa Catarina tem o terceiro maior IDH-educação do Brasil, com um índice de 0,934.[19]
As principais instituições de ensino superior de Santa Catarina são a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade do Estado de Santa Catarina, a Universidade Federal da Fronteira Sul, o Instituto Federal de Santa Catarina, o Instituto Federal Catarinense, a Fundação Universidade Regional de Blumenau, a Universidade do Extremo Sul Catarinense, aUniversidade do Sul de Santa Catarina, a Universidade do Oeste de Santa Catarina,UNIARP, a Universidade Municipal de São José, a Universidade do Sul de Santa Catarina, aUniversidade do Contestado, a Universidade do Vale do Itajaí, a Universidade da Região de Joinville, a Centro Universitário de Jaraguá do Sul, a Universidade Comunitária Regional de Chapecó e a Universidade do Planalto Catarinense.
[editar]Energia
O potencial hidrelétrico de Santa Catarina não é totalmente aproveitado e grande parte da energia consumida no estado é fornecida por usinas hidrelétricas, contudo a participação deusinas termelétricas ainda é bastante representativa na matriz energética do estado. A utilização do carvão-vapor na alimentação dessas usinas contribui não só para a expansão da produção termelétrica como assegura mercado em crescimento para a ampliação do consumo da produção estadual de carvão.
No município de Capivari de Baixo encontra-se o maior complexo termelétrico a carvão da América Latina. O Complexo Termelétrico Jorge Lacerda com 857 MW pertencia à estatalEletrosul Centrais Elétricas até 1997, quando foi privatizado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A tensão elétrica no estado é de 220 volts, exceto Garuva que é 110 volts, no norte de Santa Catarina.
[editar]Transportes
Ver artigo principal: Transportes de Santa Catarina
Santa Catarina possui uma malha rodoviária que integra as diferentes regiões do estado. As rodovias estaduais de Santa Catarina são administradas pelo Departamento de Transportes e Terminais, encarregado da manutenção e da vigilância da grande maioria das vias públicas interurbanas do estado. A Constituição do Estado proíbe a existência de pedágios em suas estradas. Já as rodovias federais são administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes sendo em sua grande maioria pedagiadas. A principal rodovia é a BR-101, que atravessa o litoral e escoa grande parte da produção. Outra rodovia importante é a BR-470, que liga o meio-oeste ao litoral. Ela se conecta à BR-282 e à BR-283 e por ela circula a produção agroindustrial que é exportada pelo porto de Itajaí. Pela BR-280, que liga a cidade de Porto União, no Planalto Norte, com o porto de São Francisco do Sul, é transportada a produção da indústria de móveis de São Bento do Sul e a erva-mate produzida em Canoinhas. Outras rodovias importantes são a BR-153 e a BR-116, que atravessa ascidades de Lages, Papanduva e Mafra, cortando o estado até a fronteira com o Rio Grande do Sul.
Cinco portos especializados formam o sistema portuário catarinense: São Francisco do Sul, Itajaí, Imbituba, Laguna e Navegantes. O primeiro, essencialmente exportador, é o maiorporto graneleiro do estado. O de Itajaí, maior do estado, destina-se fundamentalmente à exportação de açúcar e congelados e ao transporte de combustíveis, enquanto Imbituba é umterminal carbonífero e Laguna, porto pesqueiro.
As estradas de ferro, administradas pela Rede Ferroviária Federal (11ª Divisão -- Paraná-Santa Catarina e 12ª Divisão—Estrada de Ferro Teresa Cristina), têm dois troncos principais, que cortam o estado no sentido norte-sul: um passa por Mafra e Lages e o outro, por Porto União, Caçador e Joaçaba. No norte do estado, uma linha em sentido leste-oeste liga ascidades ao litoral, servindo Porto União, Canoinhas, Mafra, São Bento do Sul, Joinville e São Francisco do Sul. Outras linhas férreas catarinenses servem o vale do Itajaí e a região demineração de carvão, ligando-a com os portos de Laguna e Imbituba.
Existem 32 aeroportos públicos e privados em Santa Catarina, sendo que somente quatro operam rotas comerciais: Aeroporto Internacional Hercílio Luz em Florianópolis, Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder em Navegantes, Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola em Joinville e Aeroporto de Chapecó.
[editar]Comunicações
[editar]Imprensa
Os principais jornais do estado são A Notícia (Joinville), o Jornal Folha do Oeste (São Miguel do Oeste), A Tribuna (Criciúma), o Correio Lageano (Lages), a Gazeta de Joinville, o Diário Catarinense (Florianópolis), o Diário do Iguaçu, o Diário do Litoral (Balneário Camboriú), o Diário do Sul (Tubarão), a Hora de Santa Catarina (Florianópolis), a Jornal da Manhã(Criciúma), o Jornal de Santa Catarina (Blumenau), [[O Barriga Verde]] (Taió), o Notisul (Tubarão), Estado (Florianópolis), O Município (Sul Brasil), a Espinheira (Palhoça), o Expresso da História (Tubarão), o Jornal Floripa (Florianópolis), o Jornal Tribuna Catarinense (Balneário Camboriú), o Jornal Pomeroder Zeitung (Pomerode), o Jornal Notícias do Dia de Joinville(Joinville), o O Correio do Povo (Jaraguá do Sul), o Jornal FolhaSC (Jaraguá do Sul),Folha da Cidade (Caçador) o Jornal do Vale (Jaraguá do Sul), o Jornal Cidadela (Joaçaba), o Jornal Evolução (São Bento do Sul), o Jornal de Bairro (Tubarão) e a Tribuna da Fronteira (Mafra/Rio Negro).
[editar]Rádio
As principais emissoras de rádio do estado são: Rádio Sociedade Guarujá, Rádio Anita Garibaldi e Rádio Santa Catarina (Florianópolis); Rádio Difusora e Rádio Cultura (Joinville); Rádio Catarinense (Joaçaba); Rádio Clube, Sociedade Rádio Difusora Vale do Itajaí (Itajaí); Rádio Clube Lages (Lages); Rádio Mirador e Radio Amanda (Rio do Sul); Rádio Nereu Ramos (Blumenau).
[editar]Televisão
Ver página anexa: Lista de emissoras de televisão de Santa Catarina
A Televisão Catarinense começou em 1969, quando surge a TV Coligadas Canal 3 de Blumenau logo depois em 1970 surge a TV Cultura Florianópolis canal 6 da TV Tupi. Hoje já grupos e mais redes sendo formadas por exemplo: RBS TV, RIC TV, CBV e outros.
As principais estações e emissoras de televisão da capital são a TV Cultura Florianópolis (Canal 02), a RIC TV Florianópolis (Canal 04), a Record News Florianópolis (Canal 06), a TV Barriga Verde (Canal 09), a RBS TV Florianópolis (Canal 12) e a TV Canção Nova Florianópolis (Canal 23); mas também existem emissoras distribuídas por cidades do interior, comoBlumenau, Chapecó, Joaçaba, Lages, Maravilha, e Xanxerê.
No interior destacam-se a RBS TV Blumenau, a RBS TV Centro-Oeste (Joaçaba), a RBS TV Chapecó, a RBS TV Criciúma, e a RBS TV Joinville, todas afiliadas à Rede Globo de Televisão. Em Lages Grupo de Radios e TV do SBT.
[editar]Segurança pública
As principais unidades das Forças Armadas em Santa Catarina sediada no estado são: no Exército Brasileiro, Santa Catarina integra o Comando Militar do Sul (que tem um quartel-general em Porto Alegre) e, juntamente com o Paraná, pertence à 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército, estando sediados no estado o 23º Batalhão de Infantaria (Blumenau) e o 14ª Brigada de Infantaria Motorizada; na Marinha do Brasil, Santa Catarina faz parte do 5º Distrito Naval, com sede no Rio Grande, destacando-se no estado a Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina; na Força Aérea Brasileira, o estado integra o V Comando Aéreo Regional (com sede em Canoas) e dispõe de uma base aérea (Florianópolis).
Brasão da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina.
A Polícia Militar do Estado de Santa Catarina (PMSC) tem por função primordial a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública catarinense, sendo uma das forças militares deste estado brasileiro. Para fins de organização é uma força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, assim como suas co-irmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do Estado de Santa Catarina através da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SESSPDC). Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC).
Brasão do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina (CBMSC) é uma Corporação cuja missão primordial consiste na execução de atividades de defesa civil, prevenção e combate aincêndios, buscas, salvamentos e socorros públicos no âmbito do estado de Santa Catarina. Para fins de organização é uma força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, fazendo parte do Sistema Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, estando subordinado ao Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SESPDC). Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina.
A Polícia Civil do Estado de Santa Catarina é uma das polícias de Santa Catarina, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual compete, nos termos do artigo 144, § 4º, da Constituição Federal e ressalvada competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar.[20]
A principal instituição penitenciária é a Penitenciária do Estado (Florianópolis).
[editar]Cultura
Ver artigo principal: Cultura de Santa Catarina
[editar]Entidades culturais
Têm sede em Santa Catarina diversas instituições culturais, entre elas o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, a Academia Catarinense de Letras e o Círculo de Arte Moderna. As mais importantes bibliotecas são a Biblioteca Pública do Estado, a Biblioteca Pública Municipal do Estreito e as das várias escolas da Universidade Federal, emFlorianópolis; a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Müller, em Blumenau; a Biblioteca Pública Municipal, em Joinville, e a Biblioteca da Fundação Camargo Branco, em Lages.
[editar]Museus
Os mais importantes museus de Santa Catarina são, em Florianópolis, o Museu Histórico (instalado na Casa de Santa Catarina, com armas, uniformes e objetos pertencentes à Companhia Barriga Verde), a casa de Vítor Meireles, o Museu Etnográfico, Etnológico e Botânico, o Museu de Arte Moderna, o Museu do Índio, o Museu do Instituto Geográfico e Histórico e o Museu do Homem do Sambaqui. Em Blumenau, funciona o Museu de História Natural Dr. Fritz Müller; em Brusque, o Museu Arquidiocesano D. Joaquim; em São Francisco do Sul o Museu Nacional do Mar (embarcações brasileiras e estrangeiras); em Joinville, o Museu Municipal (de imigração, colonização e arqueologia); e, em Lages, o Museu Histórico Pedagógico.
[editar]Monumentos
Ao colonizarem a atual Florianópolis, os açorianos construíram um sistema de fortalezas que hoje tem imenso valor histórico. Na ilha de Anhatomirim está uma dessas fortalezas, o forte de Santa Cruz, que, construído em 1744, foi recuperado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Das ruínas do forte de São José da Ponta Grossa (1740), na praia do Forte, tem-se uma das mais belas vistas da região.
Outros importantes monumentos são o Mercado Público e o prédio da Alfândega, construções do final do século XIX, e a ponte Hercílio Luz (1926), uma das maiores pontes pênseis domundo, em Florianópolis; e o palácio dos Príncipes (1870), em Joinville. As ruínas e construções da ilha de São Francisco do Sul e da cidade de Laguna são tombadas pelo patrimônio histórico.
[editar]Festejos religiosos e folclore
Entre as festas religiosas catarinenses tradicionais destacam-se: a procissão do Senhor Jesus dos Passos, a festa de São Sebastião, a festa do Divino Espírito Santo (festa móvel, com três dias de duração) e a procissão de Santa Catarina (padroeira do estado).
Blumenau, onde ocorre a maioroktoberfest fora da Alemanha.
Das festas folclóricas, as mais importantes são realizadas no mês de outubro em várias cidades: em Florianópolis, a Fenaostra; emBlumenau, a Oktoberfest, festa tradicional alemã, com distribuição de chope, músicas típicas e grupos folclóricos; em Joinville, a Fenachopp; em Rio do Sul, a Kegelfest, onde a atração, além da cerveja, é o bolão, jogo semelhante ao boliche e à bocha; em Treze Tílias, a Tirolerfest, que comemora o aniversário da imigração austríaca; em Jaraguá do Sul, a Schützenfest, mistura de competição de tiro com festival de comidae cerveja; em Brusque, a Fenarreco, a Festa Nacional do Marreco; em Pomerode, a Festa Pomerana; em Itapema, o Festival do Camarão; e, em Itajaí, a Marejada, festa com comida típica portuguesa.
Outras festas folclóricas importantes no estado são o terno de reis, em janeiro; o boi-de-mamão, em janeiro e fevereiro, uma espécie depantomima em que predomina a figura de um boi de papelão ou madeira, seguida de pessoas fantasia, dançarinos e cantores; e a farra do boi, na semana santa. Dos pratos típicos catarinenses, os mais conhecidos são a bijajica (bolinho feito de polvilho, ovos e açúcar, frito em banha) e o Ente mit Rotkohl (marreco com repolho roxo), especialidade da região de Brusque.No mês de abril acontece a Expofeira Nacional da Cebola na cidade de Ituporanga. Período de realização das festas, o evento, a cada edição, foi firmando-se como tradicional para passeios, realização de agronegócios e difusão de novas tecnologias no setor da agropecuária. Entre maio e julho acontece em Lages a Festa Nacional do Pinhão, com pratos típicos à base de pinhão, sendo considerada a maior festa tradicionalista do Brasil e em Urussanga no Sul do estado a Festa do Vinho e a festa Ritorno Alle Origini destacam-se como festejos da tradição italiana no estado.
[editar]Pontos turísticos
Ver artigo principal: Turismo em Santa Catarina
Balneário Camboriú, cidade turística do estado.
Catedral de Lages.
O estado de Santa Catarina possui um território cheio de contrastes: as serras se contrapõem aolitoral de belas praias, baías, enseadas e dezenas de ilhas; na arquitetura, vários municípios mantêm as construções típicas da época da colonização; enquanto a capital, Florianópolis, é uma cidade de edificações modernas e sofisticadas, marcada pela forte presença dos jovens, dos esportes náuticos e dos campeonatos de surfe. Dentre as praias podemos destacar Bombinhas, que é considerada a capital do mergulho brasileira, e Balneário Camboriú, uma das praias mais populares.
Hoje, conhecer o estado de Santa Catarina é uma oportunidade de conhecer uma peculiar combinação de nacionalidades, que se reflete não apenas na cultura, mas também no patrimônio histórico. Ademais, existem no estado outros grandes atrativos, como as altas temperaturas doverão, que atraem inúmeros visitantes para suas lindas praias, espalhadas por destinos comoBalneário Camboriú, Bombinhas, Itapema, Garopaba, Joaquina, Praia Mole e praia da vila em Imbituba onde acontece etapa do mais importante campeonato de surf do mundo, o WCT; e o rigoroso frio do inverno da Serra Catarinense com fortes geadas – às vezes acompanhado pela neve–, garantindo aconchegantes e românticos roteiros. Os mais visitados da serra são Lages e São Joaquim. Faça frio ou faça sol, existem incontáveis opções de passeios para o ano inteiro.
No Vale do Itajaí - destacando-se Penha, onde há o Beto Carrero World, e Blumenau – estão concentrados destinos onde o forte é o turismo de negócios. Já no município de Timbó, o destaque fica por conta dos ótimos locais para a prática de esportes radicais como o rafting, canyoning e práticas verticais. No município de Fraiburgo, pertencente a Rota da Amizade, o destaque está para o cultivo da maçã, podendo ser visitadas as diversas etapas desta cultura, como a florada da maçã, a colheita dos frutos, além de desfrutar da estrutura existente na Terra da Maçã para a recepção dos turistas.
Conhecido como um pedaço da Europa encravado no Sul do país, o estado de Santa Catarina tem um dos maiores índices de desenvolvimento econômico do Brasil, baseado numa produção industrial bastante diversificada. Uma grande atração turística é o Farol de Santa Marta, o maior das Américas e o terceiro maior do mundo.
Tem aumentado constantemente o fluxo turístico para o estado, procedente sobretudo de São Paulo e dos países do Prata. O principal foco de atração dos visitantes são as belas praias da ilha de Santa Catarina, bem como os balneários de Laguna, Camboriú, Porto Belo e Itajaí. Também é fator de atração a zona de colonização alemã, com centro em Blumenau, mas estendendo-se, nos arredores, a Pomerode e Timbó e incluindo, mais para o norte, Joinville. Os municípios da região estimulam a construção das tradicionais casas de enxaimel(caibros cruzados de maneira a sustentar o barro que dá forma às paredes).
Ver: http://www.sc.gov.br/conteudo/santacatarina/historia/paginas/02reconhecimento.html
Primeiros tempos
_ Região costeira do território que constitui hoje o estado de Santa Catarina foi, desde a época do descobrimento, visitada por navegantes de várias nacionalidades. Afora a discutida versão da presença do francês Binot Paulmier de Gonneville, que ali teria estado durante seis meses, em 1504, não existe dúvida quanto à viagem dos portugueses Nuno Manuel e Cristóvão de Haro, que por lá passaram, em 1514, e deram o nome de ilha dos Patos à atual ilha de Santa Catarina. No ano seguinte, Juan Díaz de Solís passou em direção ao Prata. Onze náufragos dessa expedição foram bem recebidos pelos índios carijós e iniciaram com eles intensa miscigenação. _ Esses aborígines viviam de caça, pesca e cultivavam variedades de milhos, batatas, mandiocas e amendoins, eram exímios tecelões de redes, esteiras e cestos, e trabalhavam objetos em pedra, tanto alguns de seus costumes permanecem até hoje. A extensão de suas terras era desde a Cananéia, no litoral de São Paulo a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul; ocupavam a região litorânea e tinham como limite pelo interior as matas habitadas por índios inimigos chamados botocudos ou guanana (guaianã), hoje conhecidos por kaingang e xokleng. Esses índios mantinham contato com os guaranis do interior do estado do Paraná e região do Paraguai, e por manterem intenso meio de comunicação através da rota do Peabiru, cujo destino era a região de Potosi, no império inca, despertaram interesse dos estrangeiros na procura da prata e do ouro.
[editar]Expedições espanholas
Várias expedições espanholas detiveram-se no litoral catarinense a caminho do rio da Prata: Don Rodrigo de Acuña, em 1525, deixou dezessete tripulantes na ilha, onde se fixaram voluntariamente. Sebastião Caboto, em 1526-1527, ali se abasteceu, seguiu para o Prata e retornou. Após Caboto, nela aportaram Diego García e, em 1535, Gonzalo de Mendoza. Em 1541, Álvar Núñez Cabeza de Vaca partiu da ilha de Santa Catarina para transpor a serra do Mar e atingir por terra o Paraguai.
Mantendo sempre o propósito de tomar posse do Brasil meridional, o governo espanhol nomeou Juan Sanabria governador do Paraguai, com a missão de colonizar o rio da Prata e povoar também o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Com a morte de Juan Sanabria, tomou posse seu filho Diogo. Alguns navios da expedição lograram chegar à ilha de Santa Catarina, onde os espanhóis permaneceram dois anos. Dividiram-se em dois grupos: um deles rumou para Assunção; o outro, chefiado pelo piloto-mor Hernando Trejo de Sanabria, estabeleceu-se em São Francisco, de onde, após as maiores privações e sempre sob a ameaça de ataque pelos silvícolas, seguiu para Assunção.
Merecem destaque na passagem da expedição de Sanabria o fato de tê-la integrado Hans Staden, que legou interessante narrativa da viagem, e o nascimento, em São Francisco, do filho de Hernando, Herdinando Trejo de Sanabria futuro bispo e fundador da Universidade de Córdoba, na Argentina. Ainda em 1572, Ortiz de Zarate, a caminho de Assunção, esteve sete meses em Santa Catarina, onde praticou incríveis e inúteis violências. Foi esta a última expedição espanhola à região.
[editar]Ocupação portuguesa
Os aborígines da região foram catequizados, a partir de 1549, por jesuítas que viajaram em companhia do governador-geral Tomé de Sousa, sob a chefia do padre Manuel da Nóbrega. Os jesuítas empenharam-se com ardor nessa missão, colocando-se como obstáculo às tentativas dos colonizadores portugueses de escravizarem os índios. Não conseguiram, contudo, levar a bom termo sua tarefa e, já em meados do século XVII, desistiram da catequese no sul. Com a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, a costa catarinense até a altura de Laguna, e mais tarde dois terços da do Paraná, formaram a capitania de Santana, o último quinhão do sul, doado a Pero Lopes de Sousa. Nem o donatário nem seus herdeiros providenciaram a colonização. O território, após um litígio de dois séculos entre os herdeiros de Pero Lopes e os de seu irmão Martim Afonso de Sousa, foi, no começo do século XVIII, comprado pela coroa, juntamente com as terras do Paraná e grande parte de São Paulo. Ao mesmo tempo, a Espanha considerava indiscutível seu direito a esses territórios e recomendava aos adelantados a conquista e povoamento não só da ilha como do litoral.
[editar]Fundações litorâneas
Na década de 1640, Manuel Lourenço de Andrade, um português que vivia em São Vicente, fundou uma povoação no rio de São Francisco, para onde se mudou com a família. Mais tarde foi designado capitão-mor dessa povoação, que em 1660 foi elevada a vila com o nome de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, constituindo a primeira fundação estável da costa catarinense.
Por volta de 1675, estabeleceu-se na ilha de Santa Catarina o paulista Francisco Dias Velho, que ergueu uma igreja em louvor de Nossa Senhora do Desterro. A ele se atribui a mudança do nome da ilha dos Patos para ilha de Santa Catarina, de quem, ao que consta, uma filha dele tinha o nome. (Entretanto, outros atribuem a autoria do nome a Sebastião Caboto, que teria consagrado a ilha a Santa Catarina ou, antes, prestara homenagem a sua mulher, Catarina Medrano. Francisco Dias Velho dedicava-se à cultura da mandioca e dacana-de-açúcar, à pesca e à procura de ouro. Quinze anos mais tarde, Dias Velho e sua gente aprisionaram um navio pirata que arribara na ilha e mandaram homens e cargas para São Vicente. Passaram-se dois anos e os corsários voltaram; Dias Velho foi morto e sua família, maltratada e em desespero, retornou a São Vicente. A povoação ficou quase totalmente abandonada.
Laguna foi outro ponto do litoral povoado na mesma época. Domingos de Brito Peixoto, também paulista, organizou uma bandeira para tomar conta de terras desabitadas ao sul e, em1676, fundou Santo Antônio dos Anjos de Laguna. A povoação teve vida incerta e o bandeirante despendeu nela toda sua fortuna, com o objetivo de dar-lhe estabilidade. Buscou recursos no aprisionamento do gado nativo e na caça ao gentio e, só em 1696, deu início à construção da matriz local. No início do século XVIII, Laguna, pequena e pouco habitada, vivendo de uma agricultura rudimentar e da exportação de peixe seco para Santos e o Rio de Janeiro, era o mais importante núcleo da costa catarinense.
[editar]Primeira metade do século XVIII
A abertura, em 1728, do caminho que ligaria as pastagens do Rio Grande do Sul ao planalto paulista representou sério abalo para Laguna, que perdeu progressivamente sua posição proeminente, e foi deixando de ser entreposto único de comércio e foco de expansão do Sul. A grande era da história catarinense ia começar com o governo do brigadeiro José da Silva Pais. Em 1726, o povoado de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, foi elevado a vila. A atenção dada à ilha aumentou e em 1737 chegaram as primeiras forças de linha. No ano seguinte foi nomeado governador Silva Pais, que chegou em 1739, diretamente subordinado ao Rio de Janeiro. As primeiras providências tiveram caráter militar. Do uniforme das milícias, e especialmente da cor do colete, deriva, para os habitantes da terra, o apelido de "barriga-verde", que nada tem de pejorativo.
Os interesses portugueses no Sul aconselhavam a manutenção e o fortalecimento dos povoados litorâneos. Com tal objetivo, Laguna foi elevada em 1774 à categoria de vila, passando a exercer o papel de posto avançado para a conquista do Rio Grande do Sul. Dali partiram expedições que atingiram a colônia do Sacramento e Montevidéu e, de passagem, arrebanharam gado e aprisionaram indígenas. Enquanto isso, Desterro, onde se haviam instalado os povoadores, ia vivendo como "mera pescaria" - lugar procurado para refresco de navios piratas, que eram recebidos sem nenhuma hostilidade.
Desde o começo do século XVIII, Santa Catarina esteve sob a jurisdição da capitania de São Paulo. As lutas no Prata representaram pesado encargo para os catarinenses, que não só tiveram seus filhos convocados às armas, como foram obrigados a suprir tropas estacionadas ou de passagem, em troca de vales como pagamento. Nessa ocasião, toda a costa meridional brasileira, até a ilha, passou à jurisdição direta do Rio de Janeiro, por razões estratégicas que também aconselharam a ocupação eficaz do mesmo território.
Com esse objetivo, recorreu-se à imigração proveniente da Ilha da Madeira [1] e dos Açores. De 1748 até 1756, em sucessivas levas, chegaram cerca de cinco mil madeirenses e açorianos, a maior parte dos quais fixou-se na ilha de Santa Catarina. Os novos colonos foram distribuídos pelos pontos já mencionados, recebendo doações de terras na ilha e no continente fronteiro. As dificuldades que tiveram de ser vencidas foram inúmeras, desde as péssimas condições da viagem até a inadaptação à terra onde deveriam fixar-se.
[editar]Segunda metade do século XVIII
O governo de Santa Catarina, na segunda metade do século XVIII, abrangia as três fundações litorâneas. O sertão não era explorado nem povoado: essa seria mais tarde a missão de Don Luís António de Sousa Botelho Mourão, o Morgado de Mateus, governador da capitania de São Paulo, interessado em garantir o domínio português sobre a região e o escoamento do gado do Rio Grande do Sul para São Paulo. Com tal finalidade, encarregou um abastado paulista, Antônio Correia Pinto, de estabelecer povoação na paragem denominada Lages. Houve protestos contra a invasão de território fora de sua jurisdição, mas o morgado não lhes deu atenção. Guaratuba, no litoral, foi povoada também por ordem sua, e em 1775 fundou-se a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages.
Esse foi o primeiro núcleo de povoação da serra. Perdida no interior, sem comunicação com o litoral, tendo precária ligação com Curitiba e São Paulo, Lages vegetou durante todo o século. Em seus campos, ocupados por uma população escassa, estabeleceram-se fazendas de criação de gado. De Lages partiram mais tarde os povoadores de Campos Novos e Curitibanos, que estenderam a fronteira pastoril.
Quando irrompeu a guerra entre Portugal e Espanha, a ilha de Santa Catarina, mal defendida apesar de sua importância estratégica e abandonada pela esquadra portuguesa, que não queria pôr em risco seus navios, foi tomada em 1777 por Pedro de Ceballos, sem que o invasor desse um só tiro ou perdesse um único homem. Dali estendeu-se a conquista de povoado em povoado, com exceção de Laguna, que ofereceu resistência. Um ano depois, a ilha voltou às mãos portuguesas.
Ao lado de uma agricultura de subsistência, da fabricação de farinha de mandioca e da salga de peixe, atividades todas de pouca importância, que não propiciavam oportunidade de enriquecimento, instalaram-se na ilha armações para pesca de baleia, monopólio da coroa concedido a comerciantes reinóis. A extinção do privilégio, no começo do século XIX, desestimulou a atividade, que entrou em decadência.
Toda a capitania, de modo geral, enfrentou, na segunda metade do século XVIII, um período de estagnação, com a agricultura em retrocesso e sua gente onerada com a requisição de produtos para as tropas. Nas primeiras décadas do século XIX, porém, a situação da capitania tinha melhorado um pouco. Pelo testemunho de viajantes, as vilas eram habitadas por pessoas de recursos medianos, não havendo nem grandes fortunas nem miséria gritante.
[editar]Independência e primeiro reinado
Em 1820, Lages passou à jurisdição do governo da ilha, dando a Santa Catarina uma configuração aproximada da atual e retirando da alçada de São Paulo toda a região chamada daserra, seja, o planalto. Devido à precariedade das comunicações, a notícia da independência do Brasil só chegou a Desterro nos primeiros dias de outubro de 1822. O juiz de fora e presidente da Câmara, Francisco José Nunes, no dia 11, fez a aclamação do imperador. Durante o império, a província sofreu, como outras, os prejuízos da descontinuidade administrativa. Teve no período mais de setenta presidentes, entre titulares e substitutos. Sob o governo do brigadeiro Francisco de Albuquerque Melo, em 1829, iniciou-se a colonização de Santa Catarina com imigrantes alemães.
Em 1831, após a abdicação de D. Pedro I, o presidente da província, Miguel de Sousa Melo e Alvim, português de nascimento, foi forçado a renunciar em conseqüência de um levante da tropa. Nesse mesmo ano, em 28 de julho, foi lançado o primeiro jornal publicado na província, com o título de O Catarinense, dirigido pelo capitão Jerônimo Francisco Coelho.
[editar]República Juliana
Ver artigo principal: República Juliana
O movimento farroupilha teve considerável repercussão em Santa Catarina, sobretudo na região mais próxima ao Rio Grande do Sul. De 24 de julho a 15 de novembro de 1839, Lagunafoi ocupada pelos revolucionários, que ali proclamaram a República Juliana, aliada à de Piratini. Nessa ocasião, Ana de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, uniu sua vida à de Giuseppe Garibaldi. No planalto, Lages aderiu à revolução, mas submeteu-se no começo de 1840. Em 1845, a província, já inteiramente pacificada, recebeu a visita de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina.
De 1850 a 1859, Santa Catarina foi governada por João José Coutinho, que demonstrou grande zelo administrativo e particular interesse pela instrução e a cultura, esforçando-se também no incentivo à atividade das colônias de imigrantes. Em 1849 foi fundada Joinville; no ano seguinte, Blumenau; e, em 1860, Brusque.
[editar]Período final do Império
Na década de 1870, a província de Santa Catarina contava cerca de 160 mil habitantes, distribuídos por vinte municípios. Ao ser proclamada a república, a população era de 200 mil habitantes aproximadamente. As numerosas vilas e cidades litorâneas estagnavam, dedicadas à pesca de subsistência, pequena lavoura e comércio sem grande expressão. As freqüentes mudanças de administração, em benefício de protegidos do poder central, prejudicaram o progresso catarinense.
Santa Catarina sempre teve número relativamente reduzido de escravos. Atingiu o máximo em 1857, com cerca de 18 mil. Daí em diante o número diminuiu, não só pelas alforrias e pelaLei do Ventre Livre, como pela venda de escravos a outras províncias. O elemento negro jamais chegou a constituir vinte por cento da população total.
A partir de 1870, processou-se com intensidade a campanha abolicionista. Diversos clubes e associações empenharam-se na luta, que ganhou maior amplitude com a fundação de um jornal, O Abolicionista. O movimento levou numerosos senhores a libertarem seus escravos. Em 24 de março de 1888, o presidente da Câmara de Desterro anunciou que já não havia, na capital da província, um só escravo.
[editar]Colonização estrangeira
Em Santa Catarina, a posse da terra não era base para grandes fortunas e obtenção de títulos de nobreza. Observava-se uma preferência pelo enriquecimento nas atividades urbanas. Em pleno século XX, grandes extensões de terras, no oeste, estavam por desbravar. A sociedade e as lides campeiras do planalto constituíam um tipo de vida quase sem contato com o litoral.
Desde o começo do século XIX, havia planos para a ocupação dos espaços vazios com a vinda de colonos estrangeiros. A primeira tentativa data de 1829, com a instalação de 166 famílias alemãs, oriundas de Bremen, no lugar depois chamado São Pedro de Alcântara.
Quer por iniciativa oficial, quer aliciados por companhias particulares que acenavam com uma nova Canaã, acorreram imigrantes para a província, principalmente alemães e italianos, durante todo o século XIX. Embora muitos tenham sido absorvidos pelas comunidades tradicionais, e em várias colônias situadas nas matas tenha ocorrido o fenômeno da "caboclização" do imigrante, na maioria da colônias criaram-se ambientes próprios, com características marcadas. Desde o início, mantinham uma lavoura de policultura e dedicavam-se a atividades de transformação artesanal-familiar que seriam a origem de futuras fábricas.
Em 1850, os primeiros colonos, reunidos pelo doutor Hermann Blumenau, ocuparam seus lotes à margem do rio Itajaí-Açu. Era o começo da colônia, que o farmacêutico e doutor em filosofia pela universidade alemã de Erlangen decidira levar avante, encarando toda sorte de dificuldades e contratempos. Anos mais tarde, o governo comprou a colônia e manteve o doutor Blumenau à frente dela. Vinte anos após sua criação, contava com seis mil habitantes e 92 núcleos fabris, espraiando-se pela zona do Itajaí-Açu e seus tributários.
Ao norte, nas terras que a princesa D. Francisca recebera como dote de casamento, foi organizado um núcleo pela "Sociedade Hamburguesa de Colonização", com o nome da princesa. Os imigrantes ali chegados a partir de 1851 eram alemães, suíços e noruegueses. A colônia Dona Francisca possuía regulamento próprio, o qual, entre outras cláusulas, garantia aos colonos o direito de se constituírem em comunas livres e autônomas. Com dez anos de vida contava com três mil habitantes, setenta engenhos de mandioca, trinta deaçúcar e mais de trinta fábricas.
Joinville também prosperou, em breve ocupando faixas de mata ao longo dos rios Negro e Iguaçu. A colonização no sul da província, na bacia do Tubarão, foi levada a efeito no final doséculo XIX. Os colonos eram na maior parte italianos e se dedicavam à lavoura e à vitivinicultura. Foi também nessa área que, mais acentuadamente a partir da segunda guerra mundial, a exploração de carvão de terra constituiu mais tarde importante fator na economia catarinense.
[editar] República
A partir de 1870 as idéias republicanas ganharam impulso em Santa Catarina, sobretudo entre os moços. Criaram-se clubes e jornais de propaganda, mas os republicanos não chegaram a conseguir representação na assembléia. Entretanto, a cidade de São Bento elegeu em 1888 a primeira câmara de vereadores no país formada somente de elementos republicanos. A república tomou a província de surpresa, pois em geral se esperava apenas a queda do ministério. Confirmada a proclamação do novo regime, em 17 de novembro, comemorou-se o acontecimento e um triunvirato assumiu o governo.
O primeiro governador do estado de Santa Catarina, nomeado por Deodoro da Fonseca, foi o tenente Lauro Severiano Müller. Mais tarde confirmado pela constituinte de 1891, foi logo deposto com a saída de Deodoro. Uma vez deflagrada, a revolução federalista do Rio Grande do Sul teve pronto reflexo em Santa Catarina.
Seguiu-se uma época de instabilidade política, com sérios entrechoques provocados por motivos locais ou mesmo municipais, e agravados pelos acontecimentos no resto do país. Após a revolta da armada, Santa Catarina foi palco de numerosos episódios da revolução federalista, sendo Desterro proclamada capital provisória da república. Em 17 de abril de 1894, a esquadra ali aportava e ocupava a cidade. Pouco depois, o coronel Antônio Moreira César assumia o governo do estado para exercê-lo com mão de ferro. Entre as incontáveis vítimas desse período de violenta repressão, destaca-se o chefe do governo revolucionário, almirante Frederico Guilherme de Lorena, fuzilado por ordem de Moreira César. Serenados os ânimos, elegeu-se governador Hercílio Luz. Nessa ocasião, a capital do estado passou a chamar-se Florianópolis.
A vida política ocorreu a partir daí sem acontecimentos de grande relevo. Havia problemas e cisões dentro do Partido Republicano Catarinense, que, contudo, sempre conseguia recompor-se. Personalidades catarinenses com projeção nacional apareceram neste período, como Vidal Ramos, Adolfo Konder e Vítor Konder. O domínio político, então, não era mais exercido exclusivamente pelas famílias tradicionais do litoral, mas dividido com figuras influentes do planalto e descendentes de imigrantes.
[editar]Revolução de 1930
Iniciado o movimento revolucionário de 1930 no Rio Grande do Sul, Santa Catarina foi o primeiro estado a ser invadido pelas forças que conduziram Getúlio Vargas ao poder. Muito embora fossem sendo vencidas as forças legais, Florianópolis resistiu ao avanço gaúcho, até que a revolução viesse a triunfar em todo o território nacional. De 1930 a 1945, o estado foi governado por interventores federais.
Ao longo desses quinze anos, houve um breve período, de 1935 a 1937, em que o poder executivo estadual esteve entregue ao governador eleito, Nereu Ramos, mantido como interventor pelo Estado Novo, em 1937. O governo de Nereu Ramos distinguiu-se pela preocupação com o setor educacional e com a assistência médico-hospitalar. A infiltração nazista entre os colonos de ascendência alemã radicados no estado foi um dos problemas mais graves enfrentados pelo interventor.
[editar]Depois de 1945
O Partido Social Democrático (PSD), estruturado em torno de Nereu Ramos, e a União Democrática Nacional (UDN), formada por antigos republicanos, foram os partidos que dominaram a vida política de Santa Catarina de 1945 a 1964. Em 1946 elegeu-se governador Aderbal Ramos da Silva, do PSD; depois dele o predomínio foi da UDN, com Irineu Bornhausen e Jorge Lacerda. Em 1960, foi eleito Celso Ramos, do PSD.
Nesse período, uma grande área do estado, que vivia semimarginalizada e escassamente povoada - o meio e o extremo oeste - passou a ter importância cada vez maior. Essas glebas foram sendo ocupadas por gente vinda do Rio Grande do Sul, colonos estrangeiros e seus descendentes, que nelas vislumbraram um novo eldorado.
Em 1960, a criação da Universidade Federal de Santa Catarina representou grande avanço no setor educacional. Florianópolis tornou-se centro de atração para estudantes também de outros estados. Em 1965, fundou-se a Universidade para o Desenvolvimento do Estado, ao que se seguiu a criação de vários institutos de ensino superior em municípios do interior. No ano seguinte, tomou posse o governador Ivo Silveira, eleito por voto direto. Depois, dois governadores foram escolhidos pela Assembléia Legislativa do estado - Colombo Salles eAntônio Carlos Konder Reis - e um por um colégio eleitoral - Jorge Bornhausen.
Durante a gestão do governador Esperidião Amin, eleito por voto direto em 1982, o estado foi atingido por uma das mais graves enchentes de sua história, em julho de 1983. EmBlumenau, que fica às margens do rio Itajaí-Açu, setenta por cento do centro urbano ficou submerso. Dos 199 municípios que integravam o estado na época, 136 foram declarados em estado de calamidade pública e quase cem ficaram totalmente isolados. O fenômeno se repetiu de forma menos violenta em 1984. As enchentes foram causadas em parte pela destruição das matas catarinenses e afetaram a produção industrial e agrícola do estado.
Em 1986, elegeu-se governador Pedro Ivo Campos, ex-prefeito de Joinville. Desde meados da década de 1980, ocorriam no campo graves conflitos entre lavradores e proprietários rurais pela posse da terra. Geralmente acompanhadas de violência, as invasões de fazendas por dezenas e até centenas de famílias de lavradores eram geralmente mediadas pelo governo estadual. Em 1990, após a morte de Pedro Ivo Campos, tomou posse o vice-governador Casildo Maldaner. No mesmo ano, elegeu-se para ocupar o cargo Vilson Kleinübing (PFL), a quem se seguiu, em 1995, Paulo Afonso Vieira (PMDB).
Em 2008 o Estado enfrenta a pior catástrofe natural de sua história. Enchentes devastam várias cidades de Santa Catarina, matando 126 pessoas.[2]