Corações Renovados
Chico Xavier
Espíritos Diversos
Corações Renovados
Emmanuel
Leitor amigo.
"Como chegam os recém-desencarnados no Grande Além?"
Esta pergunta endereçada a nós outros por centenas de pessoas, reclama resposta ainda que ligeira, à vista da sinceridade com que é formulada em cartas amigas e sinceras.
Os companheiros da Humanidade, tão logo se desfazem dos liames que os prendiam ao veículo físico, sentem-se surpreendidos e assustados, não obstante terem saído do Mundo espiritual para o renascimento na Terra.
Em geral, quase todos penetram nas regiões que lhes oferecem nova moradia, guiados por entes queridos que se lhes fazem protetores.
Trazendo ainda os remanescentes do corpo e das situações que lhes marcavam a existência, a maioria aparece ignorando a condição em que se encontra, cada um refletindo os objetivos que lhes caracterizam no mundo físico. Tranqüilos ou desorientados, calmos ou aflitos, doentes ou inquietos, todos recebem a assistência de que se revelem carecedores nos parques de repouso ou casas de refazimento, conforme o que fizeram da vida na Terra.
Nem favor nem prodígio.
Neste livro, trazem uma coleção de comunicados que falam a familiares e amigos da residência espiritual em que foram acolhidos.
Bastará uma leitura rápida para que o amigo leitor se capacite do assunto que nos serve de motivo a esta despretenciosa apresentação, de vez que os leitores compreenderão a realidade por si próprios.
Resta-nos, assim, o reconforto de agradecer a Jesus a oportunidade que se nos confere, reafirmando que os supostos mortos atingem a verdadeira vida e seguem adiante, aprendendo e evoluindo, progredindo e aperfeiçoando-se de renovação em renovação.
Emmanuel
Uberaba, 26 de julho de 1988
Família Cassanha
Ser acometido pelo desenlace do espírito da matéria, está na regra geral de vida evolutiva do ser vivente. Esta regra não visa escolher este ou aquele para a passagem real. Não existe idade, sexo ou posições que se identificam no plano terreno, como privilegiados.
Celso Cassanha, com os seus 69 anos, bem representados pela seriedade em que levou sua vida, demonstra essa verdade.
Contador formado por volta de 1933, desenvolveu sua vida profissional em várias empresas comerciais e, durante 35 anos, como funcionário exemplar no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários do Estado de São Paulo, onde aposentou-se com o seu dever cumprido.
Paralelamente ao seu trabalho, em 1957 com mais algumas almas beneméritas, tornou-se um dos fundadores da Instituição Beneficente “Lar do Amor Cristão”, localizada à Rua 2 de Julho, no bairro do Ipiranga-São Paulo, ocupando nesta casa a função de Secretário Geral, sendo muito querido e respeitado pela contribuição fraterna, carinhosa e humana ao atendimento dos mais carentes que lá aportavam.
Com 42 anos de atividades na Doutrina Espírita levou, a muitas almas aflitas, a esperança e o valor da paciência em suas vidas.
Seu compromisso com a Terra chegou ao fim, quando acometido de fortes dores de cabeça, em viagem de férias, que fizeram regressar para internação imediata em casa Hospitalar para o diagnóstico necessário. Um tumor cerebral irreversível, leva-o de volta aos páramos espirituais três meses após.
Apesar de viverem e conviverem todos estes anos na Doutrina, a perda para a família foi irreparável.
Este ser querido abriu uma lacuna em seus corações como, também, o trabalho da caridade que o seu desprendimento fizera criar.
Os amigos surpresos e inconsoláveis, não acreditavam no que acontecera. Ele nunca se queixara de qualquer mal físico.
Celso Cassanha posiciona o seu espírito após a desencarnação, em suas conjecturas de vida física. Achava-se forte e disciplinado para enfrentar os seus desígnios espirituais, mas, sentiu-se enfraquecido pelos laços que ainda o prendiam à família ao sentir-se incapacitado nas suas decisões.
Ler a sua mensagem será uma aula em nossa escola da vida, o que a sua experiência traz para alento e cuidados que precisamos no desempenho de nossas obrigações.
A família hoje, mais tranqüila, apóia-se na imagem que Chico Xavier sempre lhes trouxe, desde a sua saudosa estada em Pedro Leopoldo, sua cidade natal, até os dias presentes.
Solidificou nesse grupo familiar a presença constante da esperança, do trabalho e da solidariedade humana que se completa com a alegria que a mensagem de Celso trouxe, configurada no amparo recebido quando diz:
"... Mãezinha Pia e outros amigos espirituais que são hoje, aos meus olhos, o prolongamento de nossa própria família..."
Acássia Cassanha, sua esposa, recuperada, transfere esse sentimento de esperança às famílias enlutadas pela dor, que encontrem e entendam na Doutrina Espírita a Bondade de Deus, em forma verdadeira, o desamparo inexiste e a imortalidade da alma revela-nos que a vida continua para o reencontro futuro.
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Esposa - Acácia
Filha - Célia Maria
Filho - André Luiz
Vovó Maria - Avó paterna, desencarnada
Mãezinha Pia - Sogra, desencarnado
Nosso Maciel - Sogro, desencarnado
Nora - Lourdinha
Filha - Estela
Genro - Ararê
Sua residência - Recanto da Dois de Julho
Lar do Amor Cristão - Instituição de amparo à criança, à rua Dois de Julho, 384, no Ipiranga, fundada em 6 de janeiro de 1957 e da qual foi dedicado e querido colaborador em cargo de Diretoria, durante 28 anos, tendo sido um de seus fundadores.
Dr. Bezerra de Menezes - Conhecido e venerado médico Benfeitor no Plano Espiritual
Vinicius - Grande orador e escritor espírita, desencarnado.
Misciota - Esposa de Vinicius, desencarnada.
Luiz Monteiro de Barros - Médico homeopata, trabalhador espírita, desencarnado.
Batuíra - Antonio Gonçalves da Silva Batuíra - Fundador da Instituição Cristã Beneficente "Verdade e Luz", fundada em 25.12.1904, Benfeitor Espiritual.
Américo Montagnini - Presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, desencarnado.
Patrício de Miranda - Primeiro Presidente da federação Espírita do Estado de São Paulo.
Lar - Forma carinhosa com que se refere ao Lar do Amor Cristão.
Netos - Juliana, Thiago, Mariana, Luiz Eduardo, Maria Beatriz, Maria Christina e Luiz Otávio.
Cunhados - Bily e Lucy.
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
CELSO CASSANHA
Nascimento: 01de janeiro de 1916
Desencarnação: 19 de novembro de 1985
Idade: 69 anos
Acácia, minha querida Acácia, Jesus nos abençoe. Querida Célia Maria e querido André Luiz, Deus nos abençoe e nos proteja.
Estou assim, à maneira de convalescente, quase inseguro, depois de tratamento longo. Venho até aqui com a mãezinha Pia e outros amigos espirituais que são hoje, aos meus olhos, o prolongamento de nossa própria família.
Muitas vezes imaginei que saberia facear os problemas espirituais após a desencarnação, com serenidade absoluta. Temperamento reservado, qual vocês sabem, os meus pensamentos a esse respeito nasciam e desapareciam em mim mesmo. Sentia-me antecipadamente forte para viver sem emoções violentas os problemas que eu fosse impelido a enfrentar. Tive conhecimento da moléstia inexorável que me corroia os centros de força orgânica, no entanto, acreditei que a fé raciocinada, segundo a nossa Doutrina Renovadora, seria suficiente para dissipar qualquer nuvem de saudade que me invadisse o espaço dos pensamentos. Entretanto, Acácia, existem no homem energias recônditas que são chamadas a atuar em momentos precisos.
Em meu caso, as forças que me deviam garantir a separação da família, de certo modo, falharam quase que totalmente, porque eu dependia de você para assumir atitudes, em qualquer assunto de expressão mais difícil e, naquelas horas de novembro passado, via você, especialmente você e Célia ao meu lado e as lágrimas me vinham do fundo da alma, lágrimas que eu tentava engolir por dentro, a fim de que não aparecessem, agravando-nos as condições. Ah! mas não é tão fácil desvincular-nos de tudo o que amamos, embora sabendo que a distância seria compensada pela presença espiritual incessante e que a ausência não seria um fantasma a interditar-nos o caminho do trabalho que para nós foi sempre sagrado. Eu sei que você me examina pelos próprios exames que faz de você própria. A princípio, aquela disciplina que nos mantinha os olhos enxutos conquanto o coração nos doesse intensamente.
As primeiras horas, os amigos, as trocas de idéias e depois... foi a verdadeira desencarnação. Estive em casa até os momentos últimos, em que comecei a divisar a presença da Vovó Maria, da mãezinha Pia, de nosso Maciel. Era preciso partir, e eu não pudera anestesiar-me com o sono repousante dos que são liberados do corpo físico agoniado e doente. O conhecimento cultivado por nós em casa, dia por dia, me armara a resistência que não me foi tão favorável quanto julgava, porque me habituara a mentalizar os nossos entes queridos, já libertos da vida física, alimentando a idéia de que eles todos se nos faziam familiares. A despedida seria unicamente um "até logo" temporário, entretanto, eles, os nossos que nos aguardam no Mais Além, me conheciam a formação. Aquela calma que para muita gente parecia frieza, era uma espécie de hábito na convivência com a verdade. Por dentro de mim, a fonte da sensibilidade era um mundo agitado de emoções que eu sabia conter e dominar.
Abracei a nossa Pia com extremado amor, beijei a fronte da vovó Maria com o equilíbrio que ela, de certo desejava em mim e retive o nosso Maciel em meus braços com o carinho de quem revia um pai e um amigo em viagem longa, no regresso ao lar. Foi a nossa Pia a lembrar-me que deveria seguir com eles, os nossos afetos do coração. Não hesitei. Era noite alta... Aproximei-me de você,
E percebi que a força de sua fé lhe controlava os sentimentos, mas, ao despedir-me da nossa querida Célia, o pranto da separação se me desatou do peito, a cair através dos olhos que não mais conseguia governar. Depois foi a despedida de nosso André e de Lourdinha com os filhos e a despedida de Estela e de nosso Ararê com as crianças. Quem disse que era um homem resistente a qualquer tipo de emoção?
Pedi aos amigos para voltar ao nosso recanto da Dois de Julho, e tornei a abraça-la, notando que, embora sonhando, você também tinha lágrimas e voltei ao quarto de Célia para repetir a mesma cena de pranto que me lavava todo o espírito. Era, porém, necessário deixar a nossa casa que amei e amo tanto, visitar o nosso querido Lar do Amor Cristão e finda essa romaria de saudade, Pia e Maciel me enlaçaram entendendo que minhas forças jaziam exaustas. Viajei em companhia deles, qual se voltasse a ser criança, incapaz de interessar-me pelo caminho. O espírito reside onde tem preso o coração. E eu continuava preso a você, aos filhos e aos netos queridos...
Nosso amigo Maciel lembrou que seria importante para mim o apoio de algum calmante suave, que me foi ministrado. Realmente, consegui dormir de certa forma, no entanto, vinculado à nossa casa e à nossa família, meu sono foi rápido e impregnado das lembranças de tudo o que era a continuidade de nós mesmos. Felizmente, a Bondade Infinita de Deus não nos deixa atirados a problemas irremediáveis. As conversações em família e as visitas de amigos me impeliam a refazer as próprias forças. Na paisagem em que a nossa Pia organizou residência tive oportunidade de rever muitos amigos que, conscientes de minha experiência, me exortavam à confiança e ao bom ânimo. Nesse particular passei a dever muitas atenções ao Dr. Bezerra de Menezes, ao nosso Vinícius e à esposa dele, a irmã Misciota, ao nosso Luiz Monteiro de Barros, ao querido Batuíra, ao Américo Montagnini, ao Patrício de Miranda e a todos os outros que se me fizeram credores do espírito mergulhado em saudades atrozes.
Compreendo que todos esses amigos tentavam me arrebatar à depressão de que me vi tomado quase totalmente. Esse foi meu período de convalescença no hospital doméstico, de vez que não tive necessidade de orientar-me para fora de mim... Nossa Pia, no entanto, foi a mãezinha Pia a primeira a relembrar os meus casos e compromissos de pai e esposo desencarnado, dizendo-me que o trabalho cura todos aqueles que se encontrem decididos a trabalhar.
Com a devida permissão de nossos Mentores, tive a alegria de voltar ao nosso Grupo e tendo comparecido ao nosso trabalho, senti-me renovado para cooperar com os amigos do coração.
Você note, Acácia, que estou lutando contra as ondas emocionais que me tomam de assalto e não mais perdi os meus raciocínios.
Passei a compreender o lado avesso de nossa organização e espantei-me com a extensão dos sofrimentos daqueles que nos procuram o concurso no "Lar".
Nos primeiros dias notei que as consultas eram boas, sem o conhecimento da parte omissa que comumente conservam a distância de nós. Você compreende, não podia insurgir-me, se os Espíritos Sábios e benevolentes tudo constatam por amor aos que sofrem e, por respeito à nossa casa, não cabia a mim proclamar o que via no íntimo de cada um, antes que os próprios esforços lhes externasse.
Começou para mim a nova escola em que me sinto novamente integrado na máquina de nossas obrigações. Mas, falar disso seria demais fantasioso e quero dizer a você e aos nossos filhos que eu continuo comungando a nossa casa. Felizmente, você me auxiliou a manter a mesma ordem e as nossas tarefas continuam. Perdoem-me haver me referido com tamanha insistência ao meu caso pessoal.
Acontece que eu não poderia esquivar-me das saudades de você e da família, que continuam comigo em regime de regressão, e a Célia concordará comigo que essa desinibição se me fazia necessária. Tenho muita necessidade de questionar a querida filha quanto aos problemas da vida e, habitualmente, a procuro para novos diálogos, pensamento a pensamento. Querida Célia, continue. A psicologia em suas mão é diferente. Você sabe descobrir as verdades do ser que sofre com a bênção da esperança e isso é muito importante. Querida filha, quanto puder, cultive o otimismo nas criaturas. Se Deus não perde a esperança e a paciência, por que motivo seríamos nós os derrotistas das expectativas necessárias? Isso, porém, é assunto para um grande capítulo recheado de longas conversas.
Ao nosso André e Lourdinha desejo paz e segurança no trabalho e na criação da família. Nossa Juliana e os queridos irmãos Thiago e Mariana, tanto quanto Luiz Eduardo, Maria Beatriz, mátria Christina e Luiz Otávio, com a Estela e o Ararê, continuam em meu entranhado amor.
Acácia, trabalhe como sempre. Não se sinta fatigada ou sozinha. A nossa união prossegue acima de quaisquer circunstância e o Lar é a nossa lavra de fé e serviço ao próximo. Você terá sempre a intuição e as diretrizes de nossos Maiores. Note você que minhas frases estão agora curtas. É que a Mãezinha Pia nos fala de outros irmãos que esperam algumas palavras de amor e não posso ser um devorador de papel e lápis.
André, abrace os meus netos com o amor em que sempre fomos unidos e peça por mim, o mesmo à Estela e ao Ararê. Peça à Estela que não chore com inquietações imaginárias quanto à vida dos filhos queridos. Isso não nos auxiliará para que possamos auxiliá-la.
Célia, os nossos diálogos continuam e você pode escrever à vontade o que pensa e, através de você mesma, escreverei as minhas respostas. Não admita a tristeza entre os seus convidados para a meditação. Alegre-se, filha, diante da vida e ouça o cântico de beleza que palpita em todas as forças que nos cercam. O pai amigo não morreu. Estou mais vivo e mais unido a você do que antes.
Querida Acácia, estas palavras não me retratam a emoção profunda ao dizer-lhe "até depois". Compreendo que o ponto final é uma figura inexistente no campo do espírito. Impossível terminar o intercâmbio entre os que se amam, mesmo através de um simples bilhete. Minhas lembranças ao Bily e à Lucy, com muito carinho a todos os nossos.
E retirando-me em companhia do nosso Maciel, já que o relógio nos compele a isso, peço a você receber o amor imenso e as imensas saudades do esposo e amigo, companheiro e servidor reconhecido de sempre. Sempre seu,
Celso
Celso Cassanha
Família Guimarães Leite
"O respeito e a profunda amizade que, de longa data, temos pelo querido irmão Chico Xavier não consentia que lhe solicitássemos mensagem de nossa filha, porque percebíamos que outras famílias mais necessitadas procuravam o concurso do reconforto nesse amigo querido, sobrecarregando suas atividades mediúnicas e assistenciais, as quais destacamos na sua benemerência a consciência do seu carinho cristão.
Claudinha partiu em 23 de março de 1975, com um tumor cerebral maligno. Após seis anos, ela nos brinda com suas palavras de reconforto enternecedor, que muito agradecemos.
Acho que não se trata de merecimento, receber ou deixar de receber uma mensagem de um ente querido desencarnado, principalmente através da psicografia do caro amigo Chico Xavier.
Tem que haver uma finalidade.
No nosso caso procuramos verificar qual foi o objetivo do espírito comunicante, para que as palavras - que trazem o revigoramento da saudade - não caiam no vazio do esquecimento.
Há mais de 25 anos na Doutrina espírita, onde começamos pela porta da obsessão, (apesar da grande quantidade de remédios ingerida - a leitura dos livros psicografados pelo caro amigo Chico Xavier) a mensagem recebida despertou, realmente, mais fé e mais esperança no porvir, elucidando-nos quanto à situação espiritual de nossa querida filha, que os preocupava, colocando-nos sempre no lugar de pessoas devedoras da misericórdia de deus, impulsionando-nos sempre para a prática constante da caridade.
Nos recursos maravilhosos que Deus nos dá, está o poder da reflexão.
O discernimento nas atuações roteiristas de nossas vidas.
A consciência do bem e do mal.
As obrigações para com o nosso semelhante.
As dádivas da recomposição do acerto de nossas falhas.
A constituição da família que não está só na reunião de espíritos numa mesma casa, mas no esforço coletivo que se faz ali para o engrandecimento espiritual de cada um, nos reajustes necessários que se complementam numa escalada obrigatória para os planos que envolvem o enriquecimento da família Universal.
Toda esta imagem de relevos no papel de nossas vidas, funde-se num único caminho: servir à causa cristã com o desprendimento de nós mesmos, encontrando nessas realizações o aval de Deus, transformando-as em nossos momentos de felicidades.
Se nos perguntarem o que Chico Xavier representa para cada um de nós, tomando ou não em conta o recebimento da mensagem, ele sempre representará para todos o exemplo da humildade, da fé, do amor a Jesus, do trabalho, da perseverança e da submissão à disciplina. E, na pequenez em que nos encontramos diante da grandeza dessa alma de apóstolo, ainda encontramos recursos, por mais ínfimos que sejam, para demonstrar a Chico Xavier, espiritualmente, que lhe somos eternamente gratos pelo fruto de seu trabalho cristão".
Temos aí, o agradecimento do Sr. Célio Leite, residente na cidade de Sabará, Minas Gerais, transformando nas tintas de nosso papel o que é para o espírita cristão um momento de sublimação no socorro que os Benfeitores Espirituais puderam lhe dar, e no estado ilibado que o seu sentimento projeta, expôs o seu coração.
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Célio Leite e Tereza Guimarães Reis Leite
Rua Volta redonda, 4 Sabará - Minas Gerais
Irmãos - Cláudio, Sérgio, Délio Murilo, Haroldo e Humberto Leite
Mãe Maria - Maria Xavier Pena - Presidente da Agremiação Espírita "Casa do Caminho", de Sabará-MG, irmã de nosso caro amigo Chico Xavier, desencarnada em 03.01.1980
Tio Jacy - Esposo de D. Maria Xavier Pena - grande trabalhador da causa espírita em Sabará - responsável pela distribuição de gêneros aos irmãos carentes na "Casa do Caminho".
Tio Oswaldo - Oswaldo Flaviano - espírita convicto, pessoa dotada de coração magnânimo, responsável pela construção do Abrigo Irmã Tereza de Jesus, em Sabará - MG, tesoureiro da "Casa do Caminho" - dotado de mediunidade curadora. Desencarnado em 26.12.1980.
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
CLÁUDIA APARECIDA GUIMARÃES LEITE
Nascimento: 13 de janeiro de 1971
Desencarnação: 23 de março de 1975
Idade: 4 anos.
Querido papai Célio e querida Mãezinha Tereza, estamos juntos na mesma prece a Jesus, rogando a Bênção dos Céus em nossa proteção
O Sérgio representa os irmãos que ficaram e o tio Jacy expressa a nossa família maior.
Sou grata por estes momentos.
Papai, venho ao encontro do seu coração de modo a reafirmar-lhe que não estamos sozinhos. Compreendo as dificuldades de que se vê defrontado, considerando a multiplicidade dos problemas que vão surgindo, entretanto, juntamente da Mamãe, procuro, quanto se me faz possível, refazer-lhes as energias.
Creia que deste lado da vida também temos as lágrimas na posição de nossas companheiras e a saudade por alavanca de estímulo, a fim de que o nosso amor não se perca da meta por atingir.
As provas últimas caíram sobre o nosso grupo aí no Plano Físico, à maneira de nuvens pesadas de sofrimento, especialmente no que se refere à vinda súbita de nossa querida mãe Maria e do tio Oswaldo, no entanto, saibam vocês todos que as tarefas são nossas no que se relaciona com os deveres a serem cumpridos, mas a obra, em si, pertence aos Mensageiros do Senhor que no-la entregaram em sinal de confiança que não podemos esquecer.
No ajustamento das atividades e no entrelaçamento de nossas forças, encontramos o clima de trabalho em nosso próprio favor. Supondo servir, somos servidos e, acreditando semear e louvor dos outros, plantamos para nós próprios os benefícios de nossa redenção.
Entendemos a dor que se fez quase fulminativa no campo dos corações queridos, em Sabará, no entanto, não nos faltam cireneus dedicados que se encarregaram de reconfortar a cada companheiro, escorando-lhes as energias para a continuação do trabalho que tão pero nos fala aos sentimentos.
Querido papai Célio, veja-me com a sua visão íntima e note que sua filha cresceu um tanto e que depois de dez janeiros, entre as realizações da Terra e da Espiritualidade, assumi, de algum modo, os meus raciocínios próprios. O tempo parece em pleno vôo e nós, sem perceber quase, estamos todos reunidos nesse tapete mágico das horas, recolhendo lições e agindo na edificação do futuro melhor.
Ouço-lhe as divagações, tanto quanto os pedidos da Mãezinha Tereza e acreditem que estimaria ser a emissária de todas as nossas aspirações realizadas. É verdade que não consigo semelhante privilégio, mas posso ser a prece em casa e entre os dois - oração de amor e reconhecimento - com a qual peço a Jesus nos conceda espírito de entendimento e aceitação, diante de tudo o que se nos configure por obstáculo difícil de transpor.
Rogo a vocês dois coragem e união, com os nossos queridos companheiros do lar, para que a nossa estrada prossiga iluminada pelas bênçãos da paz.
O Cláudio, o Sérgio, o Délio, o Haroldo e o Humberto são nossos esteios de ternura e cooperação.
De minha parte, quisera servir-lhes de apoio, no entanto, se a minha pequenez espiritual ainda não me permite essa alegria, contento-me em ser o carinho e a saudade que não descansam.
Pousei um dia no mundo para relermos juntos um capítulo de amor que ficou e será sempre inesquecível e, depois de semelhante contato, voltei à nossa moradia no Plano Maior, com os fios de nossa ligação refeitos para sempre, com a Bênção de Deus.
Quando qualquer dificuldade possa repontar do caminho, lembrem-se que a nossa comunhão prossegue inalterável.
Mãezinha Tereza, estou agradecida por todos os seus poemas de dedicação e bondade. Papai Célio movimenta os remos, no entanto, dentro do barco você é a nossa estrela apontando o rumo certo.
Nos dias em que a tristeza procure aproximar-se, recorde a nossa alegria de nos pertencer uns aos outros.
Os nossos queridos meninos estão hoje crescidos, amanhã estarão igualmente nas áreas de novas obrigações, mas creia, Mamãe, que, qual me acontece, todos conduzirão nos recessos da alma a recordação de seu amor imenso e de sua abnegação infatigável.
Ante quaisquer desajustes da experiência humana, esqueça tudo o que se lhes faça motivação para desgosto e sigamos cada vez mais unidos pela fé que clareia o pensamento e o carinho.
Papai Célio, não tema. Você e o tio Jacy, com os demais companheiros, receberão o suprimento dos recursos necessários para a complementação do Abrigo da Irmã Tereza.
Nosso querido tio Oswaldo se recupera.
Trabalhador leal da Causa do Bem, nessa Causa viveu e dentro dela se despediu dos melhores amigos, a fim de retomar-se na Vida Maior para prosseguir colaborando e criando o bem e a paz em níveis superiores. Que o exemplo dele nos brilhe à frente, sem que a provação aparente estabeleça em nós qualquer idéia menos construtiva.
Se existe um orgulho santo, acalentemos esse - o de possuir em tio Oswaldo um companheiro de Jesus que Lhe foi na Terra, fiel até o fim de suas derradeiras forças. E caminhemos no encalço dele, tomando por modelo as atitudes de coragem e de humildade que lhe marcaram a existência.
A nossa querida Mãe Maria seta presente e, com outros amigos, me auxilia a escrever de maneira mais rápida, dentro e minha própria tentativa de mostrar-lhes quanto os amo.
Tenho em meus pensamentos os avós queridos e continuaremos cooperando quanto possível, no apoio aos nossos doentes, dentre os quais destacamos o tio hospitalizado.
Sérgio amigo, deus abençoe os seus passos e esperanças. Nossos votos de felicidade ao Cláudio nesta hora de preparação para responsabilidades maiores.
Papai querido, não tema. Com a prece venceremos no mar das vibrações contraditórias, cujas ondas, por vezes agressivas e difíceis, nos compete superar.
Com Jesus em nós, venceremos todos os óbices que, porventura, venham a surgir em nossa viagem para o Grande Amanhã.
Mãezinha Tereza, continue forte e resistente na sua confiança em Deus.
A todos, agradeço a alegria destes minutos que permanecerão comigo por páginas inolvidáveis de nossos reencontros na prece e na palavra.
Papai Célio, guardemos a certeza da vitória com Jesus.
Que as nossas lágrimas do silêncio sejam de esperança e de alegria, em nos reconhecendo reunidos na integração espiritual sem adeus.
Para você, papai amigo, com Mãezinha e com os irmãos e todos os nossos, muitos beijos de sua, sempre a filha do coração,
Claudinha
Família Sanches
Deixar a vida física em plena juventude é inadmissível para muitas pessoas.
A lógica deve ser o esperado.
Primeiro os mais vividos.
Selma fugiu ao contato da lógica.
Num ato de infelicidade, antecipou a conclusão dos seus dias de vida física, com o puxar de um gatilho, ferindo-se na cabeça.
Custou-lhe essa atitude muitas horas na UTI do Hospital Bartira, em Santo André - SP, perfazendo alguns dias de sofrimento até a sua desencarnação.
Os pais, desconsolados, procuram encontrar as razões que a levaram a esse ato infeliz.
Num repasse ligeiro das circunstâncias e na posição em que se encontravam, no abalo da fé e seguidora fiel da Igreja Adventista do 7º Dia, no resvalo do apoio, procurou o amparo onde pudesse encontrar.
A palavra de conforto e a ânsia de notícias levam sua mãe Júlia a procurar, no estudo da Doutrina Espírita, o lenitivo para suas dores.
Através de novos conhecimentos adquiridos e de ter ouvido muito falar de Chico Xavier, não suportando mais a angústia que lhe ia no coração, resolve procura-lo. Dirige-se a Uberaba e, por várias vezes, retornou com a frustração e, ao mesmo tempo, com a esperança de uma próxima vez.
Na fé e na certeza de que seria atendida pelos Amigos e Benfeitores Espirituais, continuou suas viagens a Uberaba e encontra no Dr. Eurípedes Higino dos Reis, o amigo que a ampara, encaminhando-a ao Grupo Espírita da Prece, na reunião do Evangelho. Através de Chico Xavier, vê confirmada a presença de sua filha Selma nas letras abençoadas de sua mensagem.
Desde então, procurou seguir o que o seu coração pediu. O Grupo de Ideal espírita, acolhe esta aluna para os ensinamentos Evangélicos de Jesus e de Kardec.
A gratidão cresce em seu coração.
As preces passam a ser uma constante.
Os ensinamentos recebidos, definitivamente, criam a forma balsamizante do reconforto e da fraternidade.
Chico, em seus livros psicografados, é a esperança para que se reencontrem os familiares no trabalho Evangélico, representando o símbolo da fé e do amor em suas vidas.
Identificando-se com as outras famílias, Dona Júlia colabora com o seu pensamento e trabalho.
"Chico Xavier, com suas palavras e os seus exemplos, recompõe com a esperança os nossos momentos de fraqueza.
O medo do amanhã, a solidão, perderam o seu valor, porque sabemos não estar mais sozinhos.
Elucida-nos e encoraja-nos a enfrentar, com paciência, os problemas que surgem em nosso caminho de provas remissoras.
Quem ainda não conseguiu um contato com o ente querido, por amor a ele, não se desespere. Procure o trabalho da caridade."
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Ribeiro Sanches e Júlia Rodrigues Sanches
Rua Boa Vista, 384
Santo André - SP
Irmã - Telma Rodrigues Sanches
Tia - Amália Sanches, desencarnada em 04.03.1944
Namorado - Marcelo Bisinha
Cunhado - Eduardo Paulino de Sousa
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
SELMA RODRIGUES SANCHES
Nascimento: 04 de março de 1969
Desencarnação: 07 de abril de 1985
Idade: 16 anos
Mãezinha Júlia, abençoe-me.
Eu não saberia descrever as minhas impressões de horror, depois de haver feito levianamente a tentativa de tiro com a arma que me desapropriou a existência terrestre.
Estou aqui, acompanhada pela tia Amália Sanches que vem assumindo diante de mim o papel de generosa mãe, suportando sem qualquer censura a inconseqüência do meu gesto.
Acontece que naquele dia infeliz comecei a pensar no casamento da Telma e deixei que a melancolia se me apossasse do íntimo. Senti o gosto amargo da solidão antecipadamente e perdi grandes oportunidades de aprendizado, aqui com a agravante de adquirir o remorso que me encegueceu para a trilha da aurora.
De que modo me descartarei dos sofrimentos que eu própria, impensadamente, instalei dentro de minh'alma, ainda, creio, não sei como fazer.
O Eduardo não teve qualquer culpa. Eu própria vasculhei recantos e gavetas, até encontrar a arma que me pareceu uma jóia admiravelmente talhada.
Experimenta-la foi o meu grande desastre e desconheço de que maneira iniciarei o meu esforço de rearticular o meu próprio controle.
Pedir perdão aos queridos pais, à irmãzinha e ao nosso amigo que nos honra a família, a meu ver, é a primeira medida para expungir a sombra que se condensou por dentro.
Preciso pensar nas causas de minha tristeza congênita, de meu desinteresse pela existência, o que significa, aos meus olhos, desrespeito às Leis de Deus.
Não tenho ainda visão ampla, capaz de senhorear os quadros que me cercam.
A querida tia Amália Sanches é que se me fez o guia para movimentar-me.
Perdoe, Mãezinha Júlia, a sua filha que se deixou dominar pelas influências infelizes que me rodearam, como que me impelindo ao gesto fatal.
Sofro muito, em conseqüência de minha inadaptação à vida. E a verdade é que a vida na Terra era a melhor escola que poderia dispor, a fim de chegar aqui sem os problemas constrangedores que me arrasam as energias.
O suicídio é uma calamidade para quem o pratica, de vez que suscitado por nossas próprias mãos o processo de sofrimento, não conseguimos prever o ciclo de provações a que teremos todos os sentimentos aprisionados numa rotina em que, diariamente, se nos refaz o martírio.
Perdoem-me em casa se lhes falo com esta linguagem de angústia. Não tenho outra para expor o meu íntimo carregado de frustrações. Ainda assim, espero em Jesus que jamais nos abandona.
Agora que me entrego à oração com todas as minhas forças, reconheço que recusar a vida que Deus nos concede, é uma lesão da própria vida em nós e isso me aflige e quase me faz desesperar ao mesmo tempo.
Mãe, a tia Amália Sanches tem me falado de obsessões que nos seguem através de longas fases de nosso caminho e compreendo que fui vítima da cilada que me armaram, mas não quero isentar-me da culpa que se faz em mim complicado processo de perturbação e dor.
Peço-lhes vibrações de paz, a fim de que me tranqüilize, tanto quanto possível, para refletir em recomeço do meu adestramento em resistência espiritual, porque já entendo que regressarei à Terra para transitar em caminhos iguais à estrada que abandonei indevidamente.
Em suma, desejo ao seu coração querido e a todos os nossos entes amados a felicidade que ainda não tenho para mim e compareço ante a família que me deu tanto amor, à feição da mendiga de afeto e compreensão em que presentemente me tornei.
Espero melhorar-me. Deus, que a ninguém menospreza, me renovará as energias para que me reencontre.
Muito amor para Telma. Meus pensamentos de ternura e carinho para o Marcelo que se me faz agora um credor de minha mais alta gratidão.
Muitas lembranças para nossa casa que tornei quase infeliz e, agradecendo a sua bênção que me refaz a esperança de melhores dias, sou, com meu pai, como sempre, a sua filha, mais sua por ser aqui o coração desolado que lhe pede continuar, sempre, nas orações da necessária renovação.
Selma Rodrigues
Família Souza Queiroz
José Afonso.
Este jovem partiu para a Esfera Espiritual como muitos outros, acidentado.
Causa: acidente de automóvel.
É importante que se compreenda as leis de Deus no resgate de cada espírito encarnante.
A lei de causa e efeito está presente.
Dona Esy Maria Garcia de Souza Queiroz era crente em Deus, indiferente ao Espiritismo e, consequentemente, às obras de Chico Xavier.
Seu esposo, Maurício de Almeida Queiroz, espírita desde a sua mocidade, admirador inconteste do querido médium, acompanhava com entusiasmo a sua missão e, por vezes, o visitava ainda em Pedro Leopoldo.
A dor, no entanto, falou mais alto para esse coração de mãe.
Iniciou a procura de Chico Xavier em Uberaba.
Começou a leitura de livros contendo mensagens psicografadas de toda essa plêiade de espíritos, que se encontra no trabalho da caridade espiritual e de reconforto às famílias dominadas pela soberania da saudade.
As leis de Deus, talentosas na justiça própria, deixa o resgate à escolha do resgatante. Transforma-o dono de suas próprias atitudes, respeitando fielmente o livre arbítrio.
No dia 09 de maio de 1981, Dona Esy recebe, para sua surpresa , a carta de seu filho.
Indiscutível, para os que professam a Doutrina, a sua aceitação.
Para os demais, o despertar para uma nova visão, as evidências não os deixaram indiferentes.
Ao seu pai, a confirmação das informações obtidas após o terceiro dia de sua desencarnação. Em sessão espírita foi-lhe dito que o filho estava sendo recebido por Amigos Espirituais e familiares. A princípio achou um pouco de fantasia. José Afonso com suas palavras lhe traz a verdade, suprimindo a dúvida.
Para Dona Esy, ainda, um fato significativo: nos dias de espera da mensagem, achava que viria a notícia de que José Afonso estaria sendo amparado por sua avó, isto é, a senhora sua mãe.
Porém, para sua surpresa e dos familiares, quem o assistia era o avô paterno que eles não conheceram, desencarnado em Pernambuco em 1935. O pai é pernambucano e a mãe gaúcha e as respectivas famílias não se conheciam antes do casamento, em 1954.
Isto aconteceu quando Chico lhe perguntou:
"Quem é Afonso Queiroz?
Ele está aqui, alegre, dizendo que seu filho está bem e ele é quem o está assistindo."
Sou uma pessoa feliz, nos diz Dona Esy.
Chico nos emociona.
Ele com sua obra é fenomenal.
As pessoas que o conhecem, estudam e entendem o sentido de suas mensagens, agradecem ao Criador pela graça recebida.
A sua obra é tão grandiosa que, por vezes, deixa as pessoas sem palavras para analisá-la, porém, todos são felizes por ser seus contemporâneos.
O alto grau de evolução na comunicação com o plano espiritual é tão grande, que chegamos a pensar que ele se tornou íntimo de todos os desencarnados queridos e das pessoas que o procuram.
Nem todos estão na mesma alegria,sabemos que por sua vontade, Chico atenderia a maioria dos corações necessitados e, como ele mesmo diz, o telefone toca de lá para cá, portanto, não está na dependência dele, mas a esperança e a fé nos farão os espíritos enfileirados, na fila dos escolhidos por Deus, no contato com os nossos entes queridos por suas presenças entre nós, quando cultivarmos a esperança e a paciência.
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Maurício de Almeida Queiroz e Esy Maria Garcia de Souza Queiroz
Rua Casimiro de Abreu, 83
Porto Alegre - RS
Irmãos - Maria das Graças, José Maurício e Fernando Luiz de Souza Queiroz
Avô - Afonso Queiroz, paterno, desencarnado em 02.02.1935 em Paudalho, Estado de Pernambuco.
Prima - Thaise, sua prima, que o acompanhava por ocasião do acidente, muito amigos desde a infância.
Camaquã - Cidade do Estado do Rio Grande do Sul para onde se dirigia quando houve o acidente.
"...que se arriscou à viagem assim tão longa..." - Ida de sua mãe de P.Alegre (RS) a Uberaba (MG).
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
JOSÉ AFONSO DE SOUZA QUEIROZ
Nascimento: 26 de janeiro de 1958
Desencarnação: 19 de setembro de 1980
Idade: 22 anos
Querida mamãe Sy, associo-me às suas preces, rogando a Deus por nós todos.
Comove-me perceber que se arriscou à viagem assim tão longa, no intuito de receber alguma notícia de seu filho.
Foi o vovô Afonso quem me acordou para a necessidade de garatujar algumas palavras em que lhe diga do meu amor e do meu reconhecimento.
Falou-me o avô, com respeito à sua ansiedade, à frente do Dia das Mães, e tento repetir-lhe os meus votos de paz e felicidade, tanto quanto a nossa querida Thaise, a quem desejo transmitir o meu carinho e confiança de sempre.
Se estou melhor é a pergunta que fazem.
Estou sim.
Melhorando pouco a pouco.
Desvincular-se de repente do corpo robusto não é uma erradicação de raízes, como no mundo das árvores.
Nada consigo dizer do acidente que me trouxe à nova situação. Para mim tudo é ainda nebuloso.
A palavra "Camaquã" está em minha lembrança, mas não consigo articular minudências, embora saiba que estava em serviço.
Ainda sofro de certa amnésia parcial de que sou tratado vagarosamente. Ainda assim, não me esqueço da família querida.
O seu carinho constante, a dedicação da companheira, as esperanças do Fernando, a bondade de meu pai Maurício, o sorriso da Graça e as atenções do José Maurício, estão em meu quadro de recordações, através das quais vou reconstituindo outras, gradativamente, porque nada se faz de improviso nas áreas do espírito, como igualmente nada se consegue sem preparação nos domínios da formas físicas.
Mãe Esy, continue orando por seu filho e conduza o meu coração a todos os nossos, em suas palavras de fé.
Não consigo alongar-me.
Em seu coração, todo o coração reconhecido de seu filho.
José Afonso
José Afonso de Souza Queiroz
Família Freire Valença
Denize, moça dinâmica, nas suas 23 primaveras, vividas com extrema vontade, em sua vida física, esforçava-se para alcançar os objetivos sonhados.
Estudiosa, procurava encontrar nas páginas do saber humano o entendimento para a concretização dos seus ideais.
Filha única, seus pais viviam os sonhos das realizações bem sucedidas, nessa flor de moça que florescia em suas vidas. A família estava feliz.
Denize cursou a Escola Primária no Educandário Sagrada Família, em seguida, o Colégio Companhia Santa Tereza, concluindo o segundo grau e, finalmente, fez os vestibulares para Psicologia na Pontifícia Universidade Católica e Enfermagem na Faculdade Gama Filho. Optou pela P.U.C.
Estava ótimo. O caminho se iniciava.
Após formada abriu consultório em Ipanema para o exercício da Psicologia, antevendo o futuro promissor.
Se as criaturas de Deus se esforçam para realizar as obrigações assumidas na Terra, os compromissos espirituais também são cobrados pela lei de causa e efeito. O balanço divino precisa estar em ordem, as dívidas pagas, conquanto acharmos não merecer.
Denize contabilizou o seu débito. Em 23.05.1985, em sua casa, estudava em seu quarto. Não pretendia sair. Mostrara essa indisposição momentos antes à sua mãe.
Cerca das 21:00 horas o telefone rompe o silêncio. Denize é chamada e convidada a um passeio por pessoa de seu convívio. Relutou, ante a insistência da amiga, cedeu ao seu desejo. Apanhou as chaves de seu carro, sua bolsa e dizia voltar logo.
Em companhia de Rosana, na confluência das Avenidas Epitácio Pessoa com Garcia D'Avila, seu carro é colhido lateralmente por outro veículo em alta velocidade, causando-lhe ferimentos que a levaram ao Hospital Miguel Couto e a volta à Vida Espiritual.
A família, de formação católica, nunca se preocupara com a Doutrina Espírita, não por desinteresse, mas porque se achava satisfeita com a fé que professava.
A partida de Denize desestabilizou esta fé, cujas consolações não lhes fortaleciam o ânimo. O casal estava desesperado.
A mão amiga cristã se fez presente. O livro “Amor sem Adeus”, psicografado por Chico Xavier, chega-lhes às mãos por cortesia de um sobrinho com bonita dedicatória. Abriam-se as portas para o refazimento e a compreensão.
Na dedicatória, ele explicava que aquele resgate fora escolhido. Surgiu, então, a vontade de conhecer Chico Xavier.
Procuramos ouvir o casal Valença sobre a experiência vivida.
"Embora não professássemos a Doutrina Espírita, as mensagens de nossa Denize nos despertaram. Foi a luz que veio clarear os nossos caminhos para a Doutrina Consoladora. A fé de nós se apossou, trazendo-nos nova motivação para a vida e encaminhou-nos para a prática do bem, com nova finalidade existencial.
Foi o chamamento e, pouco a pouco, em meio a nossa dor e ao desencanto que nos absorvia, fomos sendo envolvidos por novo alento e compreendemos que, muito além da vã filosofia humana, existia algo muito superior a que tínhamos de nos render.
Esta visão nos levou a novos caminhos e entendemos que todos viemos ao Mundo para cumprir nossas tarefas.
A dor que sofremos é a ferida que de quando em quando sangra. Não fosse Chico Xavier e as sendas que nos foram abertas, estaríamos amargando a insuportável dor e pensando que a fatalidade nos escolheu para vítimas.
Graças a ele, a certeza que hoje nos domina é a de que nada acontece por acaso, e nossa Denize vive trabalhando e nos orientando, em benefício do próximo.
A nossa vida sem Chico Xavier seria muito difícil de ser levada, sem as lições transmitidas. A sua existência inteiramente voltada para o bem, é a seiva alimentadora que nos aproxima da Doutrina; homem humilde, de aparência frágil, emana tal grandeza que a tudo sobrepuja e o reveste de imensa luz que se irradia para todos os que se aproximam de sua pessoa.
Confiemos em Deus."
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Djayr Gonçalves Valença e Doralice Freire Valença
Rua Nascimento Silva, 7 - Apto 704 - Ipanema
Rio de Janeiro
Avós - Emília da Encarnação, bisavó materna, desconhecida de Denize, desencarnada em 10.12.1947, Laurentina Medeiros Valença, avó paterna. Laura como era chamada na intimidade, conhecida só da família. Desencarnada em 12.09.1967, Antenor Francisco Freire, avô materno, desencarnado em 02.05.1960, Rio de Janeiro, João Gonçalves Valença, avô paterno, desencarnado em 09.03.1936, Rio de Janeiro.
Fato importante - Denize quando ingressou na PUC para fazer Psicologia, também, ingressou em Enfermagem na Faculdade Gama Filho, o qual fez um período, não sendo possível conciliar as duas e devido à distância uma da outra, resolveu optar por Psicologia. Fato este desconhecido pelo médium Chico Xavier. Só os familiares mais íntimos é que tiveram conhecimento.
Outro fato a destacar, na primeira mensagem, quando Denize diz: "O choque foi muito grande do veículo sobre o nosso carro na agressão lateral", o Chico Xavier, também, não sabia nada sobre a colisão, nada lhe fora dito.
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
DENIZE FREIRE VALENÇA
Nascimento: 19 de janeiro de 1962
Desencarnação: 24 de maio de 1985
Idade: 23 anos.
Querida Mãezinha Doralice e querido papai Djayr, peço-lhes que me abençoem.
O choque foi muito grande do veículo sobre o nosso carro e na agressão lateral de que fomos vítimas e ainda estou realmente incapaz de coordenar os meus pensamentos para escrever-lhes.
Entretanto, creiam que estou muito bem amparada pela vovó Emília, e sei que as minhas impressões remanescentes do desmaio inesperado estão passando para que a normalidade me retome.
Agradeço as orações e as idéias de amor que me enviam e que retribuo com minhas grandes saudades.
Não posso escrever mais. Estou com a vovó Emília que me trouxe até aqui tão só para estas notícias.
Recebam, os pais queridos, a alma agradecida e saudosa da filha que tanto lhes deve do amor e que nunca os esquecerá.
Denize
Querido papai Djayr e querida mãezinha Doralice, Deus nos abençoe.
Vocês dois desejam tanto as minhas notícias e o meu desejo é tamanho, no sentido de abraçá-los, que não resisti e solicitei os bons ofícios da vovó Emília para vir encontrá-los. Felizmente, vou indo bem.
As preces e vibrações do meu avô Antenor, de minha avó Laura e meu avô João me restauraram a vontade de trabalhar e continuar em grupo de serviço, a fim de não ser um peso morto na proteção de nossos muitos amigos.
Fiz um curso de enfermagem aqui na Vida Espiritual e, presentemente, ao mesmo tempo em que os vejo tranqüilos em Ipanema, posso colaborar junto de irmãs queridas em auxílio aos doentes de vários hospitais, cumprindo a alegria de conhecer as melhoras de muita gente, embora ainda me entristeça à frente dos acidentados que me lembram a própria desencarnação, em tão difíceis circunstâncias.
Papai Djayr e mamãe Dora, sou muito grata aos dois por me lembrarem com tanto carinho.
Não chorem a minha perda, apesar de nossas saudades, porque, atualmente, acompanho tanta gente em provação que julgo melhor ter vindo para cá mais cedo, sem esperar que as provas, então, do mundo me impusessem um comportamento inadequado, com maiores aflições para todos.
Não cheguei a sofrer tentações de natureza inferior, porque o estudo e o trabalho me refundiram as energias, mas sinto o pesar de reconhecer várias amigas minhas desviadas do melhor destino que poderiam usufruir, caso se mantivessem nas disciplinas necessárias da vida, plenamente infelizes.
Com estas palavras não me faço de criatura superior e, sim, me confesso agraciada com a desencarnação julgada prematura, porque, através do acidente de que fui vítima, entrei no Mundo Espiritual como quem se matricula numa escola de renovação e aperfeiçoamento.
Escolhi a enfermagem, porque os irmãos doentes são meus professores de paciência e coragem. Junto deles, aprendo lições que não me seriam possível receber na posição maior lapidada que os pais queridos me deram com tanto amor.
Hoje sei quanto dói a moléstia de um filhinho que desfalece, aos poucos, sem esperança das mães, sem as providências do mundo e sei orar rogando a DEUS fortaleza e conformação para a mulher desvalida que, em vão, pede melhoras para o esposo internado em sanatórios de alienados mentais.
Dou aos pais queridos estas notícias consciente de que estarão satisfeitos com a filha que não se acostumaria a permanecer na inércia, sob a proteção de tantos amigos e parentes devotados que convivem na VIDA MAIOR.
Mãezinha Doralice, papai Djayr, quando puderem, visitem as enfermarias dos enfermos indigentes dos hospitais. É possível que me encontrem lá, junto a um coração materno que morre no esquecimento dos filhos e netos a que deu o próprio coração.
Sempre que souberem que surja em nosso bairro alguém doente e sem recurso, não pensem na presença de delinqüentes possíveis. Façam o auxílio que puderem. Seguiremos juntos, porque depois do apoio de nossa casa, seria eu a me dirigir com ele para algum pronto-socorro, onde talvez chegue tarde para fugir da morte.
Pais queridos, muito obrigada pelo amor com que me cultivam a memória e muito obrigada por serem gente de DEUS, de coração aberto à beneficência.
Aos estimados vizinhos e amigos, as minhas saudações afetuosas e, reunindo os dois em meu imenso carinho e em minhas grandes saudades, beija-lhes as mãos generosas, a filha reconhecida.
Denize.
Família Oliveira
Nascida nos Estados Unidos, na cidade de Detroit, Renatinha até a idade de cinco anos, vivia feliz entre as crianças americanas de seu círculo.
Por ser menina sadia e ágil, apesar da pouca idade, se integrava em várias modalidades esportivas e vibrava com essa situação.
Seu pai, um bom profissional em ferramentaria, em 1967 fora convidado pela Ford Brasil S.A. a levar os seus préstimos à matriz americana, onde permaneceu 7anos.
Em 1974 voltam.
Instalam-se na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo. Nessa cidade Renata é matriculada na Escola Yolanda Ascêncio e, ao mesmo tempo, faz um curso de Inglês para aprimorar-se.
Os anos dilatavam a felicidade.
Antes de completar 11 janeiros, Renata começa a sentir dores de cabeça.
Feitos alguns exames, constata-se a presença de um tumor no cérebro, irreversível. Aflitos, seus pais enviam estes exames aos médicos americanos que cuidaram da família quando lá residiam.
Resposta: nada podia ser feito.
Renata é operada no Hospital São Caetano do Sul.
Sob a pressão dos sentimentos, Sr. José Menezes, no dia seguinte à operação da filha é infartado. Fica na UTI do mesmo hospital e no mesmo andar que sua filha.
Renata em cinco meses partia para a Pátria Espiritual.
Tudo parecia perdido, a revolta instalara-se em seus corações.
Não entendiam porque Renata, jovem menina, sadia, sofrera tanto.
Não merecia.
Em retrospecto aos momentos de dor, refletiam na postura da filha, a coragem com que enfrentou seu problema, as visões que a acometiam, o diálogo que, por vezes, fizera com seu Anjo Protetor Espiritual. Apesar de não entenderem o que acontecia, procuraram se inteirar.
Por informação de amigos, procuram o Centro de Ideal Espírita, encontram as respostas através da Doutrina Espírita e pelos livros de Chico Xavier.
O desejo de ir a Uberaba cresce, acreditam que o conforto chegaria pela mediunidade abençoada de Chico Xavier. Sua carta chega. E nela o conforto, o apoio, a certeza de sua presença e a preocupação com a saúde de seu pai, desperta nele novamente o interesse pela vida. Seu coração alquebrado pela dor, inspirava preocupações aos familiares.
Em 5 de março de 1983, o lar dos Oliveira é abalado com a desencarnação de Luiz Nunes de Barros, namorado de Cláudia, que ao defender seus pais de assalto à sua residência, desencarna com um tiro na cabeça. Fato citado por Renata apesar de não o ter conhecido em vida terrena.
Em agradecimento, o casal Avela de Oliveira, deixa neste espaço, o calor de seus corações às famílias em semelhante situação: a perda do ente querido.
"As famílias que ainda não receberam mensagens de seus entes queridos por este Anjo de Bondade que é Chico Xavier, não lamentem, porque Deus, em verdade, conhece todos os nossos sofrimentos e nos faz entender que a recompensa para a nossa dor, está em trabalharmos para o semelhante. Foi o que aprendemos, e muito, através da mensagem da Doutrina Espírita."
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Carmem Avela de Oliveira e José Menezes de Oliveira
Rua Luiz Fiorotti, 293
São Caetano do Sul - SP
Irmãs - Cláudia Avela de Oliveira e Márcia Avela de Oliveira
Namorado - Luiz Nunes de Barros, namorado de Cláudia, desencarnado no dia 5 de março de 1983.
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
RENATA AVELA DE OLIVEIRA
Nascimento: 19 de julho de 1969
Desencarnação: 02 de novembro de 1980
Idade: 11 anos
Querida mãezinha Carmem, peço a Jesus nos proteja. Ouço os seus pensamentos chamando por mim e, pensando em meu pai, eu não posso deixá-la sem uma resposta ainda que imperfeita e ligeira.
Não estou ausente de casa e o seu coração adivinha quanto me esforço para ser alguém com a capacidade para auxiliá-la.
Mãe, perdoe a vida pelos dissabores que o tempo lhe tem trazido.
O sofrimento é uma dádiva de Deus que nem sempre sabemos receber.
O papai nos preocupa, com razão, porque desceu a tal condição de tristeza e desalento que precisamos reunir as nossas energias para trazê-lo de novo ao interesse pela vida; pobre papai, pensou tanto em mim, com aquela situação difícil de uma doença irreversível, que me levou até mesmo a uma cirurgia do cérebro, que não conseguiu suportar a carga das preocupações de que fui involuntáriamente a causadora.
Quero dizer ao papai José Menezes que a moléstia no corpo é tratamento da alma e que, se sofri por algum tempo, o proveito foi grande em meu benefício.
Veio acrescentar novos pesares a nossa querida família, a agressão de que foi vítima o nosso prezado Luiz, da nossa Cláudia, que até hoje ainda ele sofre no coração a mágoa da desencarnação nas mãos de assaltantes infelizes, na defesa dos próprios pais.
Não tenho estado inativa e logo que a ciência de minha vida nova me considerou capaz de entrar em serviço, estou acompanhando os seus passos e dando assistência ao papai acabrunhado pela provação que ainda não conseguiu compreender.
Mãezinha Carmem, o seu coração querido deseja ouvir a sua Renata a fim de se reconfortar, no entanto, venho ao seu encontro procurando energias para cumprir os meus deveres de filha e de irmã.
Meu pai precisa de nós, e a nossa Cláudia agora necessita de mais apoio, de modo a não cair em desfalecimento e peço-lhe dizer à querida irmã, que o nosso Luiz está muito bem na Vida Espiritual e que ele próprio reconheceu que não lhe seria possível continuar vivendo nu corpo que o projétil de infelizes agressores prejudicou nas funções essenciais. Se continuasse aí, estaria parafusado ao leito, sem controle e sem movimentos, quando sabemo-lo sempre disposto ao trabalho sensato e dinâmico em todos os deveres que aí na vida física lhe honorificavam a existência.
Mãezinha, peço-lhe perdão por trazer-lhe considerações amargas ao invés de oferecer-lhe as flores do otimismo que eu desejaria implantar em sua alma querida.
Peço ao papai nos auxilie a vê-lo refeito recuperando-se para viver com alegria. A verdade é que nós, os filhos, também choramos pelos pais adoráveis que Deus nos concedeu.
Se estivesse ao meu alcance, nunca teria sido doente, a ponto de exigir-lhes os maiores sacrifícios. Não estou sofrendo porque reconheço o valor do trabalho e das lágrimas, no entanto, preciso continuar agindo com atenção e carinho, especialmente para ver meu pai restituído à satisfação de viver. Isso está dentro de mim e caminharei com ele, ofertando-lhe meus ombros para que ele se apóie e prossiga, caminhando para a própria restauração.
Sei que a sua dedicação faz por ele tudo isso, mas sou eu a filha que voltou ao nosso recanto familiar na Vida Maior e necessito acompanhá-la em seus cuidados de esposa e mãe.
Graças a Deus a nossa Cláudia tem procurado entender a série de lutas que desabou sobre nós e está trabalhando com alegria e nossa Márcia, igualmente, com mais tempo será um braço forte a nos auxiliar para isso, qual lhe acontece ao coração querido. A esperança é uma luz que não me abandona, porque a esperança é a própria fé em Deus, acenando-nos a prosseguir na estrada que o Céu nos concedeu sem desânimo e sem desfalecimento.
Mãezinha Carmem, não me sinto triste nem aflita. Estou apenas dentro da realidade na qual o seu amor é a força que nos guarda e orienta.
Com Cláudia e Márcia, receba querida Mamãe Carmem, muitos beijos da sua Renata
Renata Avela
Família Cargnelluti
Em fins de dezembro de 1984, Dona Assumpta e Sr. Wilson Cargnelutti, reuniram-se com a família e desceram a serra em busca do litoral. Foram passar alguns dias em Santos, cidade praiana em São Paulo, em casa de sua propriedade.
A felicidade era grande.
O Sr. Wilson, aposentado, desfrutava com sua esposa e sua filha Elaine alguns bons momentos de sua vida em lazer, justamente reconhecido pelos anos que já trabalhara.
Reuniam-se aí 13 familiares.
Adilson não pudera seguir, pois compromissos em São Paulo o prendiam.
A alegria rompia as barreiras da tristeza. Os planos para o lazer da noite se completavam.
No dia 5 de janeiro, às 19:40 horas, o telefone em casa vizinha toca. Sr. Wilson é chamado. Sebastião, amigo presente, gentilmente se prontifica a atender a ligação. Era Jairo Alaor dos Santos, seu cunhado.
A notícia era triste.
Adilson sofrera um acidente ao dirigir-se para um cinema em sua motocicleta, juntamente com sua querida namorada Silvia. Chocara-se com um caminhão coletor de lixo que, em marcha-à-ré, não se apercebera ganhando o centro da rua, provocando a colisão.
Adilson e Silvia, socorridos, são encaminhados ao Hospital São Caetano. Silvia salvara-se. Adilson partira para o Mais Além.
A procura constante das razões, os coloca frente ao casal Edith e Ubirajara Lagorga, e, por terem passado cena idêntica em suas vidas, encaminha-os para o Centro de Ideal Espírita, onde outras famílias ali reunidas procuram apoio no trabalho do Evangelho Cristão.
A angústia crescia, o desejo de ir ao Chico era uma constante, até que em 30.08.1985, a Misericórdia Divina lhes ameniza o sofrimento. Adilson envia sua carta.
O que o Sr. Wilson diz:
"Chico representava para nós pessoa muito querida. Papai, quando ainda encarnado nos falava das maravilhas de Chico Xavier.
Por ocasião da desencarnação de mamãe, papai foi em busca de uma mensagem que, infelizmente, ainda não estava no roteiro de sua vida recebê-la.
Entendo hoje a felicidade que papai teria sentido, mas, Deus é o nosso Pai. Ele sabe tudo o que nos é devido, por merecimento ou por auxílio ao nosso desequilíbrio, nos socorre no tempo devido.
Pedimos a Deus para que todas as famílias que estão passando pelo sofrimento e dor,os quais, nós e nossos familiares também passamos, tenham em Jesus e neste santo, que é Chico Xavier, os seus abençoados momentos de paz."
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Assumpta Maria Cargnelutti e Wilson Cargnelutti
Irmã - Elaine Aparecida Cargnelutti
Namorada - (Silvinha) Silvia
Avó - Iracema Cargnelutti, desencarnada, paterna
Bisavó - Maria Cargnelutti, desencarnada, paterna
Avô - Ângelo Cargnelutti, desencarnado, paterno
Tia - Vilma dos Santos, paterna, desencarnada
Assumpta - Senhora que na infância cuidava do Sr. Wilson, na ausência de seus pais.
Amigos da Família - Edith Lagorga, Ubirajara Lagorga
Amigas espirituais - Mirna Lagorga, desencarnada em 27.10.1977, Cláudia Pinheiro Galasse, desencarnada em 09.09.1982, Liane Helena Anéas de Paula, desencarnada em 03.05.1982.
Ideal - Instituto Divulgação Editora André Luiz
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
ADILSON CARGNELUTTI
Nascimento: 18 de janeiro de 1960
Desencarnação: 05 de janeiro de 1985
Idade: 25 anos
Querido Papai Wilson e querida Mamãe Assumpta, estou aqui no contentamento de abraçá-los com a nossa Elaine e com os nossos amigos. Papai querido, venho pedir-lhe conformação e serenidade. Não acredite que eu esteja parado no tanque das lágrimas.
A princípio, as minhas dificuldades foram enormes, porque fui colhido de impacto com a Silvinha e temi pela sorte dela, em me reconhecendo estatelado no chão. Não consegui verificar qualquer problema posterior ao atrito das ferragens que me estragaram a moto, porque em meu cérebro sentia-me incapaz de qualquer iniciativa para certificar-me quanto ao acontecimento.
Lembrei as preces que minha mãe Assumpta me ensinara na infância e, muito embora minha fé insegura, cedi ao sono que me venceu totalmente. Via-me como num sonho infeliz e sofria na penumbra mental a que me recolhera sem querer.
Por fim, desci as escadarias simbólicas do sono profundo e perdi-me na inconsciência.
Papai Wilson e querida Mãezinha, foi muito grande a minha surpresa quando despertei junto de duas senhoras que interpretei por enfermeiras da casa de saúde e socorro em que, decerto, me haviam internado. Mais algum tempo e vim a saber toda a verdade, com o choro de um menino grande a me tomar as palavras que em vão procurava dizer.
A senhora que me tratava carinhosamente me solicitou com bondade chama-la por vovó Maria Cargnelutti e a outra se declarou amiga da família a cooperar no reajuste de minhas forças, afirmando chamar-se igualmente Assumpta.
Os dias correram sobre os dias quando chegou o momento em que vi a querida vovó Iracema diante de mim. Uma alegria inexplicável me nasceu no íntimo e transferi-me da tristeza para a esperança. Papai Wilson, acredito que o seu carinho possa imaginar a emoção renovadora que me dominou por inteiro, diante da Vó Iracema que me falava da bondade de Deus, afirmando-me que o senhor e minha mãe ficariam reconfortados com a minha aceitação, sem ressentimento, de quanto me acontecera. Admiti que ela assim se expressava ao ler os meus pensamentos de vinagre e fogo contra o motorista que me cortara os sonhos e aspirações.
Minhas idéias se renovaram e aqui estou, diante de sua bondade e da bondade da mamãe, com a alegria de lhes comunicar que com o tempo me vi unido a outros familiares queridos e aqui estão comigo a Vó Iracema, a tia Vilma e o vovô Angelim para lhes dizer tão alto quanto se possa pedir som e altura às letras silenciosas, que a vida não termina na perda do corpo físico e que a todos nos cabe confiar em Deus que não nos criaria a fim de separar-nos para sempre.
Nossa família está aqui numa linda parcela de fé em nosso futuro e rogo-lhes confiança e alegria.
Pai, o senhor e minha mãe estão acompanhados pelos amigos Bira e D. Edith e por outros companheiros novos da Instituição do IDEAL, na qual todos temos encontrado tanto auxílio...
Pois seu filho também aqui se vê rodeado de nobres amizades, a começar pela nossa Mirna que igualmente veio para cá num lance doloroso de provação violenta, seguida de irmãs e irmãos que para mim passaram a fazer parte do meu grupo de familiares espirituais. Cláudia e Lika são irmãs do IDEAL que me estendem abençoada afeição e tenho a alegria de saber que a nossa Silvia foi poupada às inquietações do desligamento compulsório do corpo físico. Que ela e nossa Elaine sejam muito felizes são os meus votos.
Tenho o meu coração repleto de sentimentos novos que me fornecem ampla visão da vida e uma compreensão mais adiantada acerca de meus próprios deveres.
Papai Wilson, não chore mais com tanta angústia. Lembre-se de que o seu Adilson ainda é o filho necessitado de sua coragem e de sua resistência nas ocorrências menos felizes do caminho.
Estou transformado. Chego a me sensibilizar ante as preocupações do motorista que nos feriu certamente sem querer e espero que os pais queridos, com a nossa Elaine e com a nossa Silvia me compreendam.
Papai Wilson, um dia virá em que nos reencontraremos numa vida diferente na qual estaremos juntos sem adeus. Ambos fitaremos os novos céus que se nos desdobrarão à vista e trabalharemos unidos para ser úteis aos nossos entes amados. Continuemos na segurança da fé em Deus, e guardemos a nossa tranqüilidade, convencidos de que a morte é um pesadelo que não nos impede de acordar ao clarão da imortalidade.
Agora, não posso continuar, porque a saudade que lhes banha a face com lágrimas constantes igualmente me atinge e a emoção me constringe a capacidade de prosseguir escrevendo...
Mãezinha Assumpta e querido papai Wilson, agradeçam aos amigos que os acompanham por mim e recebam muitos beijos do filho que, nesta hora, volta a ser criança para lhes entregar o coração.
Muito amor e muitas saudades do filho reconhecido de sempre.
Adilson Cargnelutti
Família Marçal
O que uma mulher pode fazer na sua vida de esposa e mãe e, em tão pouco tempo, para maior clareza, 6 anos, sentir-se sozinha. Iniciar-se no quadro familiar e ver-se refletida na imagem da saudade e da irreflexão.
Num resumo, traça-nos o roteiro dos acontecimentos, quando foi despojada da presença de seu filho Jorge Luiz Marçal, um moço com sonhos maravilhosos para o preparo de seu futuro, quando viu-se preso às chamas no fogaréu do Edifício Joelma, em 01 de fevereiro de 1974, na Praça das Bandeiras em São Paulo.
Desencarnou por asfixia.
Esse acontecimento fez dar vez ao desespero na vida de sua mãe, até então, pacata e feliz.
As condições apavorantes e dificultosas maltratavam ainda mais o seu coração. A procura de seu filho nos hospitais e diversos prontos-socorros, alimentada pela esperança de encontrá-lo, criava-lhe as forças em seu corpo cansado. Suas esperanças desabaram quando reconheceu o filho sem vida. Difícil foi acreditar, jamais poderia vê-lo novamente.
Com a saúde abalada e o crescente desespero, quase chegou às raias da loucura. Aconselhada por amigos na época, e, impossibilitada de viajar pelo estado doentio, escreve a Chico Xavier, na esperança de solucionar a sua dor.
Mal sabia o que o destino lhe reservava. Seu marido, Eduardo, pede-lhe a separação em 31 de agosto de 1979.
Acertado o acordo, começa a viver e a doar-se integralmente a Marco Antonio Marçal, seu segundo filho.
Este sofria muito ao perceber que as carquilhas acentuavam-se no rosto de sua mãe, evidenciando-lhe o sentimento de tristeza e sofrimento.
O tempo parecia parado. Mesmo assim, as chamadas da esperança em Deus e ansiosa pela resposta do bilhete endereçado ao Chico, ecoavam como cânticos de paz.
A vida ainda estava a reservar-lhe outras surpresas.
Marco Antonio, com outras aptidões profissionais que lhe valeriam um bom salário, não faziam a sua cabeça. Obcecado para fazer parte da valorosa corporação do Corpo de Bombeiros, conseguiu o seu ingresso no 2º GBS. Parecendo, mesmo com o fato consumado, querer lugar para salvar o irmão.
Em determinado dia, a corporação aprontava-se nos exercícios de rotina. Por problemas de saúde, Marco substituía um companheiro no treinamento de maca suspensa. Iniciado o exercício na maca, a corda rompeu-se e, Marco Antonio e outro seu companheiro de teste, de nome Amadeu, despencaram.
Até hoje, seus colegas não sabem como uma corda tão grossa pôde se romper.
Os amigos da corporação o assistiram com todos os recursos provenientes do próprio aprendizado de salvamento de emergência, mas nada puderam fazer. Marco deixou a Terra.
O mundo desabou para aquela mãe que não entendia se a provação era da família ou sua.
Deus não desampara, e a resposta esperada do bilhete enviado ao Chico chega pouco depois da desencarnação de Marco, como Obra Divina, a amparar aquele coração pela extrema aflição.
Reunindo forças, Dona Thereza consegue estar com Chico e, depois de 11 anos da morte de Jorge e 5 anos de Marco, consegue solidificar no seu íntimo, a felicidade esperada.
A mensagem de seus filhos escrita por Marco, fortificou-lhe a alma; é a esperança com outra roupa, vestimenta nova na espera do reencontro.
Sempre confiante em Chico, Dona Thereza reafirma os seus propósitos quando diz que: "Chico Xavier é a firmeza da fé, indescritível imagem que consegue levar a milhares de seres humanos com ou sem mensagem, a paz e o resguardo da Doutrina Espírita, das controvertidas religiões do mundo.
Perdendo a quem amamos é que se aprende a amar mais."
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Eduardo Marçal e Thereza de Toledo Santos
Rua Enrico Dante, 202
São Paulo-SP
Irmão - Jorge Luiz Marçal, desencarnado no Incêndio do Edifício Joelma em São Paulo-Capital
Esposa - Sonia Regina Monzano
Noiva - Geni Vieira Adriano (Noiva de Jorge Luiz quando de sua desencarnação.)
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
MARCO ANTONIO MARÇAL
Nascimento: 16 de maio de 1954
Desencarnação: 18 de junho de 1980
Idade: 26 anos
Mãezinha Thereza, aqui é apenas uma das poucas páginas de notícias de seus filhos para afirmar-lhe que vamos seguindo bem.
O Jorge e eu estamos sob a proteção da vovó Maria Francisca e, se bem que o irmão se tenha consagrado à obra de assistência social, continuo na faixa de capitalizar recursos para oferecer-lhe com todo o nosso coração.
Mãezinha, o dinheiro pode ser, em muitos casos, sedutor da alma, transviando-a para regiões de infortúnio, mas sem ele, não encontramos elementos de trabalhar e de viver, a não ser quando somos acolhidos pela caridade, mas creia que estaremos no ponto, auxiliando-a para a sustentação de seus nobres ideais.
Mãezinha, não e sinta enfraquecida com a ausência do papai Eduardo que julgou melhor encebar as canelas para um passeio de longo alcance, do qual um dia voltará para nós.
Imagine, Mamãe. Ele fugindo e seus filhos desejando ficar.
Estamos bem, mas, tanto o Jorge quanto eu mesmo, preferíamos ter permanecido na Terra para acompanhá-la e desposar as nossas escolhidas, Sônia e Geni que deixamos a contragosto.
Nunca poderia imaginar que aquela corda de exercício falhasse no momento justo em que desejava tanto mostrar as minhas habilidades de bombeiro. Entretanto, a corda sempre firme falhou daquela vez e não tive outro recurso senão retirar-me do corpo inerme com as esperanças frustradas.
Não me queixo.
Foi melhor ser vítima da corda que se partiu, atirando-me ao solo, do que ser eu mesmo a utiliza-la em meu pescoço. Muitas vezes, precisamos considerar o pior que nos acontece com o pior do pior que talvez nos acontecesse.
Agradecemos as suas preces e lembranças e pedimos ao seu carinho matricular a Geni e a Sônia em seu pronto-socorro de oração. Deus conceda a elas duas a felicidade que não nos foi possível oferecer-lhes.
Mãezinha, não se sinta só. Creia que o Jorge ou eu estamos sempre cooperando em seus pensamentos e orações, nos quais nos colocamos em primeiro lugar na condição de beneficiários. Muito grato por tudo.
Com a vovó Maria Francisca, eu me retiro num adeus de araque, porque a verdade é que está sempre em sua companhia, o seu filho, sempre reconhecido.
Marco
Marco Antonio Marçal
Família Diniz
Ericson, aos seus 7 janeiros, menino inteligente, encontrou o findar de seus dias em uma dessas travessuras infantis, em que a ingenuidade e a curiosidade, unidas, criaram o palco de sua tragédia.
A família residia em Uberaba, em casa de terreno amplo, onde alguns funcionários da "Singer" deixavam seus apetrechos para a limpeza de máquinas em estado de reformas e consertos. Para isso, utilizavam-se de Thinner para remover a pintura velha e efetuar a repintagem.
Conhecedores da vivacidade de Ericson, pequeno irrequieto, procuravam sempre chamar-lhe a atenção para que não pegasse aquelas embalagens de Thinner, pois, eram muito perigosas e podiam explodir.
No quintal, determinada área ficava reservada para o depósito do lixo.
Não obstante as constantes recomendações e cuidados com o pequeno Ericson, ele foi brincar e, naquele local apanhou uma embalagem.
Como ele mesmo declara em mensagem psicografada por Chico Xavier, que não vencendo a curiosidade, quis fazer a experiência para ver o resultado. E, valendo-se da ausência dos familiares, colocou fogo dentro de uma lata de Thinner provocando a explosão, que lhe custou a vida.
Neste momento de profundo desespero, a despeito dos familiares residirem em Uberaba, achavam difícil falar com Chico, mas, impulsionados pela dor, foram até ele.
Anteriormente, vez ou outra, freqüentavam o Grupo Espírita da Prece, por admirar muito o Chico, mas sem qualquer vínculo com as tarefas religiosas.
Veio a mensagem e as coisas mudaram.
Perceberam o conforto e o esclarecimento recebidos.
O impacto desta trágica morte que os desnorteara estava evidenciado e esclarecido.
Ericson explicava o acontecido.
Suas desculpas rogadas com extrema consciência, enternece qualquer coração. E ressaltamos que o médium desconhecia qualquer informação relativa à desencarnação do garoto.
Ericson, com suas palavras, trouxe a renovação em matéria de fé.
Houve um profundo engajamento da família com a Doutrina Espírita, que se interessou pelo seu estudo, pela freqüência às reuniões e participação também nas tarefas fraternas de assistência aos irmãos mais necessitados.
Nestas circunstâncias, é importante, fundamental a confiança na Misericórdia Divina, que nunca abandona qualquer de seus filhos.
Mesmo diante de uma grande dor, com a perda do filho querido, os pais encontraram coragem através da Doutrina Espírita para prosseguir adiante, vencendo a tristeza e trazendo para dentro da própria alma a certeza do futuro e da continuidade da vida no Além Túmulo.
Nesta imagem do reconforto, de paz encontrada no trabalho mediúnico de Francisco Cândido Xavier, os familiares agradecidos, no clamor de seus corações, propalam que, para eles, Chico Xavier é a pessoa mais importante deste século, onde puderam entender, pela sua mediunidade, o valor de encontrarem-se com Deus.
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Geraldo Gomes de Oliveira e Elvira Diniz da Silva Oliveira
Rua Santo Antonio, 60-A
Uberaba - MG
Bisavó - Antonia Maria de Jesus, materna, desencarnada em 27.11.1976 em Belo Horizonte - MG
Tio - Dionísio Diniz da Silva, em cuja casa o corpo foi velado.
Altamira Diniz da Silva - Avó, madrinha de Ericson, ela quem cuidava do menino, desde a tenra idade, quando os pais saiam para o trabalho. Eles tinham muita afinidade, ela sentiu muita a sua desencarnação.
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
ERICSON FÁBIO DINIZ
Nascimento: 19 de julho de 1977
Desencarnação: 30 de julho de 1984
Idade: 7 anos
Querida mamãe Elvira e querido papai, peço-lhes a benção.
Não sei como pedir-lhes perdão por haver sido a causa de tantos aborrecimentos.
Depois que dormi no hospital e em casa, me levaram para junto do tio Dionísio e na casa dele, sem saber por que, estive deitado por algum tempo que ignoro como definir.
Despertei com uma senhora a me chamar para receber melhoras. A princípio tive medo, porque eu não sabia que senhora era aquela em casa de meu tio, entretanto, sentia-me desapontado lembrando a minha aventura do fogo. E o sorriso daquela senhora, para mim desconhecida, era de tal modo tranqüilo e simpático, que aceitei os braços que ela me oferecia, pois ainda havia receio de repreensões com meu gesto despejando Thinner no fogo para ver se havia explosão.
Quis verificar e verifiquei.
Mamãe Elvira, você se lembrará de quantas faixas precisei para suportar queimaduras.
Creia que via a sua bondade para comigo, mas me sentia envergonhado por haver criado tanta perturbação.
E a senhora que me abraçou, me disse ser minha avó Antônia, Dona Antônia Maria de Jesus. E ansiando por uma transformação de meu estado geral, a companheira, ou melhor, ela me carregou como se eu fosse uma criança de colo e não me arrependi, porque vim a saber que eu não poderia ficar mais tempo em casa do tio Dionísio, onde estavam diversas pessoas com muito choro e palavras tristes.
Minha avó me conduziu a um instituto de tratamento e explicou-me que eu estava em um corpo diferente.
Que era o meu mesmo, mas sem as queimaduras que me doíam antes.
Agora que fiquei informado de tantas notícias a meu respeito, explico aos queridos pais que se atirei o Thinner no fogo para ver se explodia, sei que fiz o que não devia e peço-lhes desculpas.
Não sei onde estava com a cabeça, tomei aquele líquido sem acreditar que ele explodiria.
Rogo perdão a todos porque estou consciente de que o fogo me alcançou todo o corpo, com o que fui impelido a procurar socorro no hospital.
Mãezinha Elvira, papai Geraldo, com todos os nossos, perdoem o meu estouvamento, quando era minha obrigação poupá-los tantos contratempos.
Minha avó me trouxe até aqui e me levará de volta.
Vou com muitas saudades de todos os nossos, mas tenho a esperança de lhes ser um filho ajuizado e útil algum dia.
Minha avó Antônia me diz que já escrevi o que precisava e que preciso terminar.
Mamãe Elvira e papai, mais tarde espero tornar a revê-los para conversarmos.
Muito carinho e muito respeito do filho que lhes pertence pelo coração, Ericson.
Ericson Fábio Diniz de Oliveira
Família Galvão
Nascido em São Paulo, capitalizou na sua vida estudantil os primários conhecimentos, no Colégio São Francisco Xavier, no bairro do Ipiranga.
Em 1979 tendo a família mudado para Uberaba, transferiu-se para o Colégio José Ferreira, naquela cidade.
Em concurso, classificou-se para viagem e estada de 6 meses nos Estados Unidos da América do Norte, onde residiu nesse período, em Huston, Texas.
Findo esse tempo, retorna ao Brasil e continua o seu curso colegial na mesma instituição escolar da qual deixara, diplomando-se. Ingressa nas Faculdades Integradas de Uberaba e forma-se em Engenharia Civil, diplomando-se também pela Cultura Inglesa, em curso de aperfeiçoamento lingüístico.
No término da festa comemorativa à sua formatura de Engenharia, uma churrascada organizada, voltava no banco dianteiro de um carro Fiat, dirigido por um colega, o qual possivelmente imprimia velocidade incompatível com as condições da estrada (terra e cascalho) e, ao fazer uma curva perdeu o controle do veículo que tombou, resultando do acidente fratura de crânio, causando, conforme depoimentos e informações de pessoas, morte instantânea.
O motorista e outro colega que viajava no banco traseiro nada sofreram. Amigos que vinham em veículo atrás prestaram socorro, transportando-o para o hospital, porém, sem nenhuma possibilidade de vida.
Após 4 dias do desenlace, os familiares foram apresentados ao querido médium Chico Xavier e, aproximadamente 6 meses após a esta apresentação, recebem a mensagem de Irlo.
Não se tratando de família ligada à Doutrina Espírita, este momento foi de grande alento e inestimável ajuda para suportar os momentos de amargura e infelicidade.
Deu a esperança que ao menos unilateralmente, a comunicação ainda existe.
Do ponto de vista de como o acidente teria ocorrido, esclareceu pontos duvidosos que poderiam ter tido outras explicações, interrompendo série de boatos maldosos que sempre ocorrem nessas ocasiões.
Embora ainda existam as seqüelas deixadas pelo acidente, o enfoque maior para essa família, foi a certeza de que a vida não se extingue com a morte física.
No respeito e admiração, a família aproveita a oportunidade para externar seus mais profundos agradecimentos ao irmão Francisco Cândido Xavier por toda atenção e carinho que despendeu. Pelo despertar da fé e confiança no futuro, num quadro vivo onde a esperança passou a ser geradora dos recursos inabaláveis da compreensão de que os entes que os precederam na partida, estão realmente vivos e, de conformidade com as suas possibilidades e permissão de Deus, virão a se comunicar de alguma forma.
A perda física é irreparável e definitiva. Importante se torna que a presença espiritual continue.
É o consolo que nos resta. Agarremo-nos a ele com fé e certeza de que estamos sendo correspondidos.
Esclarecimentos necessários de pessoas ou fatos constantes na mensagem espiritual.
Pais - Irlo Antonio Martins Galvão e Maria Alda Rodrigues Galvão
Rua Paraíso, 275
Uberaba-MG
Celso - Celso de Almeida Afonso, médium do Centro Espírita Aurélio Agostinho.
Tânia - Tânia Cristina Rodrigues Galvão Jamal, irmã, que havia aniversariado no dia 24.10
Avó - Maria Abadia
Maria Carolina - Bisavó materna, desencarnada em 20.03.1971.
É de se notar que no original da mensagem escrito o nome Maria Leopoldina, corrigido pelo médium, Maria Leopoldina de Souza Galvão é bisavó do lado paterno, já falecida (não podemos precisar a data) há muito tempo antes do nascimento de Irlo Augusto. A bisavó Maria Carolina (Maria carolina Rodrigues da Cunha) no entanto, chegou a conhecê-lo. Em conversa posterior com o médium, ainda sem declinar a existência da avó Maria Leopoldina, este nos afirmou que esta se achava presente pela ocasião da mensagem. Por se tratar de pessoa falecida já há bastante tempo, Dona Maria Alda não sabia o seu nome.
Irineu Galvão - Irineu de Souza Galvão, avô paterno, falecido a 17 de outubro de 1963, farmacêutico, natural de Jaú.
Francisco Almeida Prado - A família não tem referências de quais sejam suas relações em vida com o avô Irineu. Por se tratar de família tradicional da região de Jaú, tal pode ser a relação existente.
Tio Luiz - Luiz Carlos Rodrigues da Cunha
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura de mensagem espiritual.
IRLO AUGUSTO RODRIGUES GALVÃO
Nascimento: 09 de setembro de 1963
Desencarnação: 06 de abril de 1986
Idade: 23 anos
Querida mamãe Alda e querido papai Irlo, abençoem-me.
Embora as minhas visitas através do Celso, dedicado amigo, que se coloca à minha disposição para escrever-lhes, volto aqui a falar-lhes, de vez que estou no clima do aniversário de nossa querida Tânia e não posso esquecer o meu abraço de parabéns à querida irmã, a cujo carinho devo tanto.
Mamãe Alda, por vezes noto-lhe o coração preso às perguntas que a saudade sugere.
"Por que não podemos saber exatamente o que aconteceu ao meu filho? Por que não me descreve a entrada dele na Vida Espiritual?"
Aqui preciso reportar-me à minha ligação com o Guilherme. Afinal, o convite dele para o churrasco em que vários companheiros se despediriam de nós, ante a formatura próxima, e ante a gentileza do amigo que me habituara a querer na condição de um parente muito querido. O churrasco se desdobrou com muita alegria, entretanto, observei que muitos dos colegas ali reunidos, se serviam de líquidos um tanto esfogueantes, com excesso. De minha parte, comuniquei aos amigos minha posição de abstêmio, a que não desejava renunciar.
Abertas as saudações e votos de felicidades, depois dos pedaços de assado muito bem feitos, entardecia e era preciso retomar o rumo de casa.
Dividimo-nos pelos carros diversos e voltei ao lado de um companheiro amigo habituado ao volante rápido. Compreendi para logo que a viagem assumia um caráter de pressa não muito agradável, porque a competição se fazia sentir claramente.
É justo dizer que não estou formulando qualquer culpa.
Isso seria ingratidão.
A alegria era geral e o contentamento da turma era contagioso demais para que eu me abstivesse de partilhar.
Deixei-me conduzir pelo mesmo clima de juventude animada e nem de leve pensei que o carro estava prestes a capotar; mais alguns movimentos e entendi que estávamos em perigosa dificuldade. O veículo tremeu e a ranger como se tivesse o dom de refletir, mas a queda foi inevitável.
Senti-me atirado para fora, batendo com a cabeça no asfalto ou à margem da pista. Um choque tremendo me envolveu todo o corpo, especialmente o cérebro que eu não mais controlava. Quis gritar, pedir socorro, mas a garganta não respondia aos meus apelos mentais. Imaginei que poderia ser útil aos meus companheiros prestando-lhes a possível assistência, no entanto, algo acontecera comigo que não me seria possível explicar.
Minhas forças esmoreceram, meus raciocínios se apagavam...
Creia a querida mamãe e o papai que os mentalizava, com aflição e carinho, enquanto me reconhecia mergulhado na inconsciência profunda...
Rememorei as orações do lar e tentava repeti-las quando divisei ao meu lado o vulto de uma senhora que não conseguia identificar e escutava-lhe a voz a pedir-me coragem...
Fiz força para reconhecê-la, mas tudo debalde; não se passou muito tempo e os amigos me trouxeram condução para ser transportado na direção dos exames que se faziam necessários. Ouvia-lhes as palavras, sentia-lhes as mãos tateando-me o corpo ao carregar-me, entretanto, a senhora que eu entrevia sem enxergá-la de todo, me acompanhou no veículo, guardando a mão direita sobre a minha cabeça. a
Aquele toque me pareceu carregado de magnetismo salutar que me desligava do sofrimento físico e sinceramente, não sei o que fizeram de meu corpo estragado e sem vida...
Sempre assistido pela dama generosa que me sustentava o alívio permanente, reconheci que tomávamos o caminho de nossa residência...
Possuído de um consolo que não poderia expressar sob os afagos daquela mão maternal, dormi profundamente.
Acordei com seus chamados, querida mamãe Alda, porquanto seu carinho me dizia:
"Ah! Meu filho, acorda!
Meu Deus, para quem farei o café da manhã, de agora em diante?"
Revi a idéia de que emergia do fundo de um poço para ouvi-la. Tentei falar que estava ali para assumir os meus deveres de casa, mas cheguei à tona do corpo, ao qual ainda me ligavam forças físicas remanescentes, então pude ver a senhora que me protegia. Ela pousava sobre mim os olhos ternos e me disse:
"Irlo, a nossa Alda recorda o seu café pela manhã, mas devemos partir... Não se revolte. Aceite as leis de Deus que o chamaram cedo para o Grande Lar..."
Perguntei sem palavras:
"Como? Por que deixar meus pais, deixar a Tânia e o Júnior e separar-me da vovó Maria Abadia?"
A senhora apreendeu telepaticamente as minhas indagações e comunicou-me:
"Sou na sua vovó Maria Carolina!
Afinal, meu filho, estamos todos juntos."
E tomou-me pela mão, pedindo-me descansar...
Que seria tudo aquilo para mim que não me preparara?
Por que partir, se eu queria ficar?
Entretanto, aquela santa criatura que me assistia, colocou-me nos próprios braços, qual se eu lhe fosse uma criança e dormi profundo, porque processos me afastavam do lar...
Não sei quantos dias despendi naquele desencarne compulsório. Chegou, porém, o instante em que a senhora que se me deu a conhecer por minha avó ou bisavó Maria Carolina, me explicou que o excesso de emoção me poderia prejudicar, aconselhou-me calma e resignação. E conquanto chorasse, não fiz outra coisa.
Gradativamente, ouvi as instruções de minha benfeitora e fiz quanto me foi possível para aceitar a nova situação. Médicos e enfermeiros vieram ao nosso encontro, dispensando-me segura assistência e, passados alguns dias, minha protetora avisou-me que receberíamos visitas que, aliás chegaram na hora prevista.
A vovó Maria Carolina fez as apresentações.
Quem nos visitava era o meu avô Irineu Galvão e um amigo que se deu a conhecer por Francisco Almeida Prado. Ambos me encorajaram, reanimando-me as energias. Graças a Deus me transmitiram forças novas. E pude visitá-los, pais queridos, em nossa casa, abraçar a vovó Maria, a Tânia, o Júnior, o tio Luiz, o Guilherme e tantos outros amigos.
Desde então, querida mamãe Alda, estou recuperando meus recursos em desgaste... Esses foram meus primeiros dias na Espiritualidade e aqui devo terminar minha narrativa prometendo continuar quando me faça possível.
Mãe, não chore mais por minha causa, embora as minhas saudades sejam também imensas. Se possível, diga à nossa Tânia para dissipar quando oportuno, em qualquer pessoa, a idéia de que o suicídio estaria em meu acidente doloroso. Aliás, eu não tinha qualquer motivo para isto. Da vida recebi tantos favores da Providência Divina, que seria muita irresponsabilidade querer tudo deixar sem justas razões. Tenho a paz da consciência tranqüila e isso, agora, se me faz muito importante.
Sei que em breve estarei auxiliando meu pai em seus empreendimentos, junto à querida mamãe serei o companheiro fiel de sempre. Agradeço ao Celso que me abriu o coração com espontânea confiança e endereço um grande abraço a todos os nossos. Mamãe Alda e papai Irlo, na certeza de que prosseguimos sempre juntos, sou o filho reconhecido que pede a Deus nos proteja e carinhosamente lhes beija as mãos sempre, o filho que lhes pertence pelo coração.
Irlo Augusto Galvão