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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Jesus e Atualidade-Divaldo Pereira Franco

 

Índice do Blog

Divaldo Pereira Franco

Jesus e Atualidade

Ditado pelo Espírito

Joanna de Ângelis

Jesus e Atualidade

A atualidade do pensamento de Jesus surpreende os mais cépticos

estudiosos da problemática humana, sempre complexa e

desafiadora, nestes dias.

Profundo conhecedor da psique, Jesus penetrava com segurança

nos refolhos do indivíduo e descobria as causas reais das

aflições que o inconsciente de cada um procurava escamotear.

Não se permitindo derivativos nem adiamentos, enfrentava as

questões com elevado critério de sabedoria, que desnudava as

mais intrincadas personalidades psicopatológicas, propondo com

rigor a terapia compatível, elucidando quanto à responsabilidade

pessoal e eliminando a sombra projetada sob a qual muitos se

ocultavam.

Por processos mais demorados, a psicologia profunda chega,

no momento, às mesmas conclusões que Ele lograva com facilidade

desde há dois mil anos.

Roberto Assagioli, por exemplo, com sua psicossíntese, penetrou

nas causas das enfermidades, apoiando-se na realidade

“transpessoal” do ser como fator desencadeante das mesmas.

Abraão Maslow descobriu a “psicologia do ser” e abriu espaço

para o seu entendimento profundo em relação à psicogênese

das enfermidades que deterioram a personalidade do homem.

Groff, relacionando a mente com o cérebro, vai mais além e

defronta o ser imortal como agente de inúmeras psicopatologias.

Melanie Klein e Carl Johnson, de origem freudiana, propõem

para os esquizofrênicos terapêuticas fundamentadas no amor, na

caridade, no perdão cristão como as de maior eficácia, embora se

reconheçam arreligiosos.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 4

A personalidade marcante de Jesus impressionava, de forma

indelével, todos aqueles que O encontravam.

Identificado com Deus, demonstrava-O em todos os Seus passos,

conclamando os ouvintes à conquista da realidade – o reino

dos céus – que se encontra no imo de cada um.

A Sua proposta de aferição de valores – os materiais com os

espirituais – oferecia a excelente oportunidade para o despertamento

mental a respeito da vida e a conseqüente experiência

vivencial em clima de harmonia íntima, com uma identificação

entre as possibilidades e as circunstâncias existenciais.

Sem utilizar-se de expressões e conceitos interpolados, falava

uma linguagem de simples apreensão pela massa ignorante e pelas

mentes elitizadas que O buscavam.

Extraordinário narrador de histórias, uma das artes mais difíceis

na área do discurso, e poeta ímpar, em razão das imagens

puras na sua riqueza de cores e de significado, os Seus ensinamentos

eternizaram-se, reconhecidos como dos mais belos jamais

anotados pela gnose.

O sermão da montanha, considerado a “carta magna dos direitos

humanos”, é um desafio de não-violência, próprio para esta

época, assim como foi para aquela em que Ele o enunciou. Os que

o ouviram, jamais se desimpregnaram da sua magia incomparável.

Não somente, porém, Jesus é atual pelas terapias de amor e

pelos ensinamentos que propõe ao homem contemporâneo, mas,

também, pelo exemplo de felicidade e exteriorização de paz que

irradiava.

Enquanto as ambições desregradas conduzem as inteligências

ao paroxismo e à alucinação da posse, da fama, da glória, das

disputas cegas, Ele ressurge na consciência moderna em plenitude,

jovial e amigo, afortunado pela humanidade e a segurança

íntima.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 5

A atualidade necessita urgentemente de Jesus descrucificado,

companheiro e terapeuta em atendimento de emergência, a fim de

evitar-lhe a queda no abismo.

Pensando nesta inadiável questão, resolvemos apresentar,

neste pequeno livro, vinte situações contemporâneas com ocorrências

do cotidiano que aturdem a civilização, buscando respostas

da conduta na terapia de Jesus, cujos resultados, obviamente,

são a saúde, a paz e a felicidade como experiências ainda não

fruídas individual e coletivamente pelos homens.

Certa de que o caro leitor encontrará nestas páginas respostas

para algumas das suas inquietações, rogamos a Ele que nos oriente

e ampare no rumo que seguimos, ansiosos pela nossa realização

total.

Salvador, 20 de fevereiro de 1989.

Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 6

1

Jesus e Desafios

O processo de evolução constitui para o Espírito um grande

desafio.

Acostumado às vibrações mais fortes no campo dos sentidos

físicos, somente quando a dor o visita é que ele começa a aspirar

por impressões mais elevadas, nas quais encontre lenitivo, anelando

por conquistas mais importantes.

Vivendo em luta constante contra os fatores constringentes do

estágio em que se demora, vez por outra experimenta paz, que

passa a querer em forma duradoura.

No começo, são as dores com intervalos de bem-estar que o

assinalam, até conseguir a tranqüilidade com breves presenças do

sofrimento, culminando com a plenitude sem aflição.

De degrau em degrau ascende, caindo para levantar-se, atraído

pelo sublime tropismo do Amor.

Conseguir o estágio mais alto, significa-lhe triunfar.

*

Aturdido e inseguro, descobre uma conspiração quase geral

contra o seu fatalismo. São as suas heranças passadas que agora

ressurgem, procurando retê-lo na área estreita do imediatismo, em

nível inferior de consciência, onde apenas se nutre, dorme e se

reproduz, com indiferença pelas emoções do belo, do nobre, do

sadio.

Anestesiado pelas necessidades vegetativas, busca apenas o

gozo, que termina por causar-lhe saturação, passando a um estado

de tédio que antecipa a necessidade premente de outros valores.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 7

Lentamente desperta para realidades que antes não o sensibilizavam

e, de repente, passam a significar-lhe meta a conseguir,

sentindo-se estimulado a abandonar a inoperância.

O psiquismo divino, nele latente, responde ao apelo das forças

superiores e desatrela-se do cárcere celular, qual antena que

capta a emissão de mensagens alcançadas somente nas ondas em

que sintoniza.

O primeiro desafio, o de penetrar emoções novas, o atrai, impelindo-

o a tentames cada vez mais complexos, portanto, mais

audaciosos.

Experimentando este prazer ético e estético, diferente da brutalidade

do primarismo, acostuma-se com ele e esforça-se para

novos cometimentos que, a partir de então, já não cessam, desde

que, encerrado um ciclo, qual espiral infinita, outro prazer se abre

atraente, parecendo-lhe cada vez mais fácil.

*

Tudo na vida são desafios às resistências.

A “lei de entropia” degrada a energia que tende à consumpção,

para manter o equilíbrio térmico de todas as coisas.

O envelhecimento e a morte são fenômenos inevitáveis no

cosmo biológico e no universo.

Os batimentos cardíacos são desafios à resistência do músculo

que os experimenta; os peristálticos são teste constante para as

fibras que os sofrem; a circulação do sangue é quesito essencial

para a irrigação das células; a respiração constitui fator básico,

sem o qual a vida perece. Tudo isso e muito mais, na área dos

automatismos fisiológicos, a interferir nos de natureza psicológica.

É natural que o mesmo suceda no campo moral do ser, que

nunca retrocede e não deve estacionar sob pretexto algum.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 8

No progresso, a evolução é inevitável.

A felicidade é o ponto final.

*

Não cabe ao homem retroceder na luta, senão para reabastecer-

se de forças e prosseguir nos embates.

O crescimento de qualquer ideal é resultado dos estágios inferiores

vencidos, das etapas superadas, dos desafios enfrentados.

A sequóia culmina a altura e o volume máximos, célula a célula.

O universo se renova e prossegue, molécula a molécula.

Facilidade é perda de estímulo com prejuízo para a ação.

Toda a vida do Mestre foi um suceder incessante de desafios.

Embates no Seu meio social e familial constituíram-lhe os

primeiros impedimentos, que foram ultrapassados, em razão da

superior finalidade para a qual viera.

Ele não aceitou carregar o fardo do mundo em caráter de redenção

dos outros, mas ensinou a cada um a conduzir o seu próprio

compromisso em paz de consciência; não assumiu as tarefas

alheias, nem deixou de demonstrar como fazê-las; no entanto,

altaneiro, sem presunção, tampouco sem submissão covarde.

Os desafios da sociedade injusta e arbitrária chegaram-Lhe

provocadores, mediante situações, pessoas e circunstâncias; apesar

disso, sem deter-se, Ele continuou íntegro, enfrentando-os sem

ira ou medo.

Passou aquele tempo; todavia, permanecem os resíduos doentios.

Alterou-se a paisagem, não os valores, que prosseguem relativamente

os mesmos, gerando obstáculos e insatisfações.

Enfrenta os desafios da tua vida, serenamente.

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Não aguardes comodidades que não mereces. Realiza a tua

marcha, indômito, preservando os teus valores íntimos e aumentando-

os na ação diária.

Quem teme a escuridão, perde-se na noite.

Sê tu aquele que acende a lâmpada e clareia as sombras.

Desafiado, Jesus venceu. Segue-O e nunca te detenhas ante os

desafios para o teu crescimento espiritual.

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2

Jesus e Reencarnação

Não fosse Jesus reencarnacionista e toda a Sua mensagem seria

fragmentária, sem suporte de segurança, por faltar-lhe a justiça

na sua mais alta expressão propiciando ao infrator a oportunidade

reeducativa, com o conseqüente crescimento para a liberdade a

que aspira.

O amor por Ele ensinado, se não tivesse como apoio a bênção

do renascimento corporal ensejando recomeço e reparação, teria

um caráter de transitória preferência emocional, com a seleção

dos eleitos e felizes em detrimento dos antipáticos e desditosos.

Com o apoio na doutrina dos renascimentos físicos, Ele identificava

de imediato quais os necessitados que estavam em condições

de recuperar a saúde ou não, tendo em consideração os fatores

que os conduziam ao sofrimento. E por isso mesmo, nem

todos aqueles que Lhe buscavam a ajuda logravam-na ou recuperavam-

se.

Porque sabia ser enfermo o Espírito, e não o corpo, sempre se

dirigia preferencialmente à individualidade, e não à personalidade

de que se revestia cada homem.

Sabendo acerca da fragilidade humana, emulava à fortaleza

moral, fiel à lei de causa e efeito vigente no mundo.

Não apenas no diálogo mantido com Nicodemos vibrou a Sua

declaração quanto à “necessidade de nascer de novo”. Ela se

repete de forma variada, outras vezes, confirmando o processo das

sucessivas experiências carnais, método misericordioso do amor

de Deus para o benefício de todos os Espíritos.

Nenhuma surpresa causara aos Seus discípulos a resposta a

respeito do Elias que já viera, assim como a indagação em torno

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 11

de quem Ele seria, segundo a opinião do povo, em razão de ser

crença, quase generalizada à época, a pluralidade dos renascimentos.

*

Espírito puro, jamais enfermou, enfrentando os fatores climáticos

e ambientais mais diversos com a mesma pujança de força e

saúde a se refletir na expressão de beleza e de paz nEle estampada.

Quem O visse, jamais O olvidaria, e todo aquele que Lhe sentisse

o toque amoroso, ficaria impregnado pelo Seu magnetismo

para sempre.

É verdade que não poucos homens, que foram comensais da

Sua misericórdia, aparentemente O esqueceram... Todavia, reencarnaram-

se através da História, recordando-O às multidões, e

ainda hoje se encontram empenhados em fazê-lO conhecido e

amado.

*

A psicoterapia que Ele utilizava era centrada na reencarnação,

por saber que o homem é o modelador do próprio destino, vivendo

conforme o estabeleceu através dos atos nas experiências

passadas.

Por tal razão, jamais condenou a quem quer que fosse, sempre

oferecendo a ocasião para reparar o prejuízo e recuperar-se diante

da própria, bem como da Consciência Divina.

Sem preferência ou disputa por alguém ou coisa alguma, a

tudo e a todos amou com desvelo, albergando a humanidade de

todos os tempos no Seu inefável afeto.

Espalhou missionários pela Terra, falando a linguagem da reencarnação,

até o momento em que Ele próprio veio confirmá-la,

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 12

acenando com esperança futura de felicidade para todas as criaturas.

*

Não te crucifiques na consciência de culpa, após reconheceres

o teu erro.

Não te encarceres em sombras, depois de identificares os teus

delitos.

Não te amargures em demasia, descobrindo-te equivocado.

Renasce dos teus escombros e recomeça a recuperação de imediato,

evitando futuros retornos expiatórios, injunções excruciantes,

situações penosas.

Pede perdão e reabilita-te, ante aquele a quem ofendeste e

prejudicaste.

Se ele te desculpar, será bom para ambos. Porém, se não o fizer,

compreende-o e segue adiante, não mais errando.

Infelicitado por alguém, perdoa-o e desatrela-te dele, facultando-

lhe a paz e vivendo o bem-estar que decorre da ação correta.

A reencarnação de que te utilizas é concessão superior, que

não podes desperdiçar.

Cada momento é valioso para o teu trabalho de sublimação,

de desapego, de amor puro.

Abrevia os teus renascimentos agindo corretamente e servindo

sem cansaço, com alegria, porquanto, para adentrares no reino

dos céus, que se estende da consciência na direção do infinito, é

necessário nascer de novo, conforme Ele acentuou.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 13

3

Jesus e Humanidade

Jesus-Homem é a lição de vida que haurimos no Evangelho

como convite ao homem que se deve deificar.

Não havendo criado qualquer doutrina ou sistema, Jesus tornou

a Sua vida o modelo para que o homem se pudesse humanizar,

adquirindo a expressão superior.

No Seu tempo, e ainda agora, o homem tem sido símbolo de

violência, prepotência e presunção, dominador exterior, estorcegando-

se, porém, na sua fragilidade, nos seus conflitos e perecibilidade.

Após os Seus exemplos surgiu um diferente homem: humilde,

simples, submisso e forte na sua perenidade espiritual.

*

Enquanto os grandes pensadores de todos os tempos estabeleceram

métodos e sistemas de doutrinas, Ele sustentou, no amor,

os pilotis da ética humanizadora para a felicidade.

Não se utilizou de sofismas, nem de silogismos, jamais aplicando

comportamentos excêntricos ou fórmulas complexas que

exigissem altos níveis de inteligência ou de astúcia. Tudo aquilo a

que se referiu é conhecido, embora as roupagens novas que o

revestem.

Utilizou-se de um insignificante grão de mostarda, para lecionar

sobre a fé; recorreu a redes de pesca e a peixes, para deixar

imperecíveis exemplos de trabalho; a semente caindo em diferentes

tipos de solos, para demonstrar a diversidade de sentimentos

humanos ante o pólen de luz da Sua palavra.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 14

O “sermão da montanha” inverteu o convencional e aceito

sem discussão, exaltando a vítima inocente ao invés do triunfador

arbitrário; o esfaimado de justiça, de amor e de verdade, em desconsideração

pelo farto e ocioso, dilapidador dos dons da vida.

*

Jesus é a personagem histórica mais identificada com o homem

e com a humanidade.

Todo o Seu ministério é feito de humanização, erguendo o ser

do instinto para a razão e daí para a angelitude.

Igualmente, é o Homem que mais se identifica com Deus.

Nunca se lhe refere como se estivesse distante, ou fosse desconhecido,

ou temível.

Apresenta-o em forma de Amor, amável e conhecido, próximo

das necessidades humanas, compassivo e amigo.

Reformula o conceito mosaico e atualiza-o em termos de

conquista possível, aproximando os homens dele pela razão simples

de Ele estar sempre próximo dos indivíduos que se recusam a

doar-se-lhe em amor.

Referindo-se ao “reino”, não o adorna de quimeras nem o

torna pavoroso; antes, desperta nos corações o anelo de conseguilo

na realidade da transcendência de que se reveste.

Nega o mundo, sem o maldizer, abençoando-o nas maravilhosas

paisagens nas quais atende a dor, e deixa-se mergulhar em

meditações profundas sob o faiscar das estrelas luminferas do

Infinito.

Jesus, na humanidade, significa a luz que a aquece e a clareia.

*

Se te deixaste fossilizar por doutrinas ortodoxas que pretendem

nEle ter o seu fundador, renasce e busca-O, na multidão ou

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 15

no silêncio da reflexão, fazendo uma releitura das Suas palavras,

despidas das interpretações forjadas.

Se te decepcionaste com aqueles que se dizem seguidores dEle,

mas não Lhe vivem os exemplos, olvida-os, seguindo-O na

simplicidade dos convites que Ele te endereça até agora e estão no

conteúdo das Suas mensagens, ainda vivas quão ignoradas.

Se não lhe sentiste o calor, rompe o frio da tua indiferença e

faze-te um pouco imparcial, sem reações adrede estabelecidas,

facultando-Lhe penetrar-te o coração e a mente.

Na tua condição humana necessitas dEle, a fim de cresceres,

saindo dos teus limites para o infinito do Seu amor.

Jesus veio ao homem para humanizá-lo, sem dúvida.

Cabe-te, agora, esquecer por momentos das tuas pequenezes e

recebê-lO, assim cristificando-te, no logro da tua realização plena

e total.

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4

Jesus e Amor

A figura humana de Jesus confirma a Sua procedência e realização

como o Ser mais perfeito e integral jamais encontrado na

Terra.

Toda a Sua vida se desenvolveu num plano de integração profunda

com a Consciência Divina, conservando a individualidade

em um perfeito equilíbrio psicofísico.

Como conseqüência, transmitia confiança, porque possuía um

caráter com transparência diamantina, que nunca se submetia às

injunções vigentes, características de uma cultura primitiva, na

qual predominavam o suborno das consciências, o conservadorismo

hipócrita, uma legislação tão arbitrária quanto parcial e a

preocupação formalística com a aparência em detrimento dos

valores legítimos do individuo.

Portador de uma lídima coragem, se insurgia contra a injustiça

onde e contra quem se apresentasse, nunca se omitindo, mesmo

quando o consenso geral atribuía legalidade ao crime.

Paciente e pacífico, mantinha-se em serenidade nas circunstâncias

mais adversas e jovial nos momentos de alta emotividade,

demonstrando a inteireza dos valores íntimos em ritmo de harmonia

constante.

Numa sociedade agressiva e perversa, elegeu o amor como a

solução para todos os questionamentos e o perdão irrestrito como

terapêutica eficaz para todas as enfermidades.

Não apenas ministrava-o através de palavras, mas, sobretudo,

mediante atitudes claras e francas, arriscando-se por dilatá-lo

especialmente aos infelizes, aos detestados, aos segregados, aos

carentes.

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Em momento algum submeteu-se às conveniências perniciosas

de raça, ideologia, partido e religião, em detrimento do amor

indistinto quanto amplo a todos que O cercavam ou O encontravam.

*

Por amor, elegeu um samaritano desprezado, para dele fazer o

símbolo da solidariedade.

Com amor, liberou uma mulher equivocada, tirando-lhe o

complexo de culpa.

Pelo amor, atendeu à estrangeira siro-fenícia que Lhe pedia

socorro para a enfermidade humilhante.

De amor estavam repletos Seu coração e Suas mãos para esparzi-

lo com os espezinhados, fosse um cobrador de impostos,

uma adúltera, o filho pródigo, a viúva necessitada, ou a mãe enlutada.

Sempre havia amor em Sua trajetória, iluminando as vidas e

amparando as necessidades dos corpos, das mentes, das almas.

*

Compadecia-se de todos; no entanto, mantinha a energia que

educa, edifica, disciplina e salva.

Chorou sobre Jerusalém, invectivou a farsa farisaica, advertiu

os distraídos, condenou a hipocrisia e deu a própria vida em holocausto

de amor.

Nunca se perdeu em sentimentalismos pueris ou agressividades

rudes.

O amor norteava-lhe os passos, as palavras e os pensamentos.

Tornou-se e prossegue como sendo o símbolo do amor integral

em favor da humanidade, à qual auspicia um sentimento

humano profundo e libertador.

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5

Jesus e Tolerância

Em termos de psicologia profunda, a questão do julgamento

das faltas alheias constitui um grave cometimento de desumanidade

em relação àquele que erra.

O problema do pecado pertence a quem o pratica, que se encontra,

a partir daí, incurso em doloroso processo de autoflagelação,

buscando, mesmo que inconscientemente, liberar-se da falta

que lhe pesa como culpa na economia da consciência.

A culpa é sombra perturbadora na personalidade, responsável

por enfermidades soezes, causadoras de desgraças de vária ordem.

Insculpida nos painéis profundos da individualidade, programa,

por automatismos, os processos reparadores para si mesma.

Toda contribuição de impiedade, mediante os julgamentos arbitrários,

gera, por sua vez, mecanismos de futura aflição para o

acusador, ele próprio uma consciência sob o peso de vários problemas.

Julgando as ações que considera incorretas no seu próximo,

realiza um fenômeno de projeção da sua sombra em forma de

autojustificação, que não consegue libertá-lo do impositivo das

suas próprias mazelas.

A tolerância, em razão disso, a todos se impõe como terapia

pessoal e fraternal, compreendendo as dificuldades do caído,

enquanto lhe distende mãos generosas para o soerguer.

Na acusação, no julgamento dos erros alheios, deparamos

com propósitos escusos e vingança-prazer em constatar a fraqueza

dos outros indivíduos, que sempre merecem a misericórdia que

todos esperamos encontrar quando em circunstâncias equivalentes.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 19

*

Jesus sempre foi severo na educação dos julgadores da conduta

alheia.

Certamente, há cortes e autoridades credenciadas para o ministério

de saneamento moral da sociedade, encarregadas dos

processos que envolvem os delituosos, e os julgam, estabelecendo

os instrumentos reeducativos, jamais punitivos, pois que, se o

fizessem, incidiriam em erros idênticos, se não mais graves.

O julgamento pessoal, que ignora as causas geradoras dos

problemas, demonstra o primitivismo moral do homem ainda

“lobo” do seu irmão.

O Mestre estabeleceu a formosa imagem do homem que tem

uma trave dificultando-lhe a visão, e no entanto vê o cisco no olho

do seu próximo.

A proposta é rigorosa, portadora de claridade iniludível, que

não concede pauta a qualquer evasão de responsabilidade.

Ele próprio, diante da multidão aflita, equivocada, perversa,

insana, ao invés de a julgar, “tomou-se de compaixão” e ajudou-a.

Naturalmente não solucionou todos os problemas, nem atendeu

a todos, como eles o desejavam. Não obstante, compadecido,

os amou, envolvendo-os em ternura e ensinando-lhes as técnicas

de libertação para adquirirem a paz.

*

Tem compaixão de quem cai. A consciência dele será o seu

juiz.

Ajuda aquele que lhe constitui punição.

Tolera o infrator. Ele é o teu futuro, caso não disponhas de

forças para prosseguir bem.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 20

A tolerância que utilizares para com os infelizes se transformará

na medida emocional de compaixão que receberás, quando

chegar a tua vez, já que ninguém é inexpugnável, nem perfeito.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 21

6

Jesus e Honra

A estrutura psíquica de Jesus é o modelo da perfeita identificação

com a tarefa que Ele veio exercer.

Ele pôde penetrar nas leis fundamentais da vida que conduzem

os homens, estabelecendo em palavras e atos os roteiros

seguros para o equilíbrio fisiopsíquico de todos.

Projetando a Verdade, não esmagava com a Sua natural superioridade,

não absorvendo cada individualidade, que permanecia

mais independente.

Aqueles que se Lhe afeiçoavam, encontravam a paz e por esta

razão, optavam livremente por segui-lO.

Ele sabia despertar as potencialidades jacentes em cada um,

canalizando-as para as operações saudáveis, mediante cujo esforço

se fruíam júbilos e plenitude.

As parábolas, que lhe guardam as instruções vivas, continuam

adequadas para os problemas hodiernos, possuindo sentido harmônico

e orientação capazes de serem aplicadas sem qualquer

conflito de época, lugar e pessoa.

*

O homem moderno prossegue, de certo modo, com as mesmas

aspirações e necessidades dos seus antepassados, ressalvadas

algumas conquistas logradas através dos tempos.

Desse modo, ainda permanece com carências e inseguranças

que lhe perturbam as estruturas emocionais.

Para conseguir a liberdade interior e a emancipação, necessita

da luz do conhecimento e da coragem para entregar-se com decisão

à honra dos objetivos que persegue.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 22

Saber o que pretende da vida e como consegui-lo, eis o processo-

parto de amadurecimento pessoal rompendo com as suas

próprias raízes os atavismos que lhe procedem do passado espiritual.

Para este esforço, a honra se lhe torna o inigualável guia interior,

impulsionando-o para a frente, nos passos que deve dar, sem

mais deter-se.

*

Na ruptura dos laços familiares constringentes, Jesus, sem

deixar de atender aos compromissos morais e sociais com o clã a

que pertencia, demonstrou a grandeza da coragem que a honra

pessoal lhe facultava.

Buscado pela família, que Lhe ignorava o ministério, duvidando

da Sua missão, e assim tentando interrompê-la, quando Ele

punha os alicerces da Boa Nova nos corações, foi advertido por

alguém que Lhe disse: “– Tua mãe e Teus irmãos aí se encontram

e chamam por Ti.”

Chegara-Lhe o momento da indeclinável quão honrosa decisão,

facultando-Lhe interrogar com tranqüilidade: “– Quem é meu

pai, minha mãe, quem são meus irmãos, senão aqueles que fazem

a vontade de Deus?”

A estupefação geral não O perturbou e Ele prosseguiu como

se nada houvesse acontecido.

*

Honra é a coragem de eleger o melhor.

A dubiedade na decisão entre os que O desejavam reter e aqueles

que Lhe necessitavam da presença e das lições, seria a

lamentável falência dos objetivos que buscava.

Não há, aí, desrespeito aos familiares. Estes, sim, presunçosos

e amedrontados, sem O consultarem, desrespeitavam-Lhe a opção

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 23

de homem independente, que viera para um apostolado que jamais

negara qual seria o término: a humilhação, a cruz, a morte.

A Sua honra levava-O ao prosseguimento, mesmo lutando

contra todos os fatores hostis.

Ele viera romper os impedimentos, arrancar a escultura modelada

do homem integral, do mármore frio da sociedade utilitarista

e escravocrata.

O cinzel e o martelo para arrebentar a pedra eram a honra e o

dever. Nada podia emparedá-lo nos limites das conveniências, dos

receios pueris, das afeições imaturas.

Vinte séculos depois, ei-lO o mesmo escultor de almas, trabalhando

o granito das vidas, a fim de libertá-las.

*

Tua honra deve modelar-se na dEle.

Tua decisão para a felicidade, rompendo as estruturas passadistas

e acomodadas, é a força do teu empreendimento.

Entra em ti mesmo e ausculta a consciência, o teu guia íntimo,

a fim de saberes o que pretendes, o que é melhor para ti e

como conquistá-lo.

A tua libertação diferirá daquela que rompe vínculos de afetividade

para soltar-se, escravizando-se a outras situações piores.

A honra de encontrar um guia interno, que te orienta nos fundamentos

da vida de Jesus, é o desalgemar-se de tudo quanto

constitui retentiva, para que sigas plenamente.

Após isto, não serás mais o mesmo, nem te repetirás.

A consciência do dever se manifestará a ti na honra de seguir

em padrões de respeito a todos e a tudo, porém, de liberdade total

sob a liderança de Jesus.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 24

7

Jesus e Justiça

Tem por objetivo a justiça reparar o dano causado e corrigir o

infrator, tornando-o útil à sociedade na qual se encontra.

A justiça trabalha em favor da educação utilizando-se de métodos

disciplinares, inclusive limitando a liberdade do delinqüente,

a fim de poupá-lo, bem como a comunidade, de males mais

graves.

O delito resulta do desrespeito aos códigos estabelecidos de

leis que regem os povos, propiciando direitos e deveres iguais aos

indivíduos.

Quando a justiça se corrompe, o homem tresvaria e o abuso

da autoridade conduz aos extremos da sandice.

Em uma sociedade justa, todos desfrutam de oportunidades

iguais de progresso, face a uma idêntica distribuição de rendas.

Nela, o forte ampara o fraco, o sadio socorre o enfermo, o jovem

ajuda o idoso, comportamento natural, decorrente de uma consciência

clara de dever, que estabelece a felicidade como conseqüência

da solidariedade entre as diversas criaturas.

À medida que o homem desenvolve os sentimentos e a inteligência

se aprimora, as suas leis são mais brandas e a sua justiça

mais equânime.

Nos povos primitivos, a “lei do mais forte” prevalecia, substituída,

mais tarde, pela condição absurda da hereditariedade, até

alcançar os elevados princípios sócio-democráticos, nos quais, a

responsabilidade pessoal tem prioridade na ação livre dos seus

membros.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 25

É longo, porém, ainda, o caminho a percorrer, para que seja

alcançado o respeito do homem pela vida, pelo próximo, pela

natureza, pela justiça sem arbitrariedade, sem punição.

*

Jesus fez-se paladino da justiça equânime.

Sua atitude para com as pessoas era sempre a mesma: de benevolência,

com o objetivo da educação.

A Nicodemos, que era doutor da alta câmara do Sinédrio,

concedeu uma entrevista, nada diferente daquela que facultou a

Zaqueu, o cobrador de impostos, ou à convivência com Lázaro e

suas irmãs, em Betânia, ou ao ladrão, na cruz, que Lhe buscara

apoio.

Reconhecendo que os homens se diferenciam pelas suas conquistas

intelectuais e morais e que a hierarquia na qual se encontram

é de aquisição pessoal e sem jactância ou privilégios, a todos

proporcionava as mesmas condições e oportunidades, jamais se

excedendo com qualquer um deles.

À adúltera, ou à vendedora de ilusões, ou aos sacerdotes que

o interrogaram, ou aos saduceus hábeis, ou aos fariseus hipócritas,

sempre concedeu o mesmo tratamento.

Quando invectivou os que tentavam envolvê-lo em ciladas sofistas,

comprometedoras, usou de energia sem esquecer da compaixão,

por sabê-los enfermos da alma, da qual procedem todos os

fenômenos do comportamento.

Num período de arbitrariedades, foi magnânimo; de abuso do

poder, falou sobre a renúncia à arrogância, e fez-se humilde; de

exploração, ensinou a generosidade e viveu-a.

Propôs que a nossa não fosse a “justiça dos fariseus” que,

moralmente doentes, esfalfavam os fracos, exploravam as viúvas

e as crianças, aproveitando-se da situação.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 26

E quando Pilatos, que iria lavar as mãos culpadas pela pusilanimidade

do caráter, Lhe disse que tinha poder e autoridade sobre

Ele, redargüiu-lhe que estes lhe haviam sido concedidos, desde

que, por sua vez, ele também se encontrava sob uma condução

maior. Porque o verdadeiro poder, a excelente justiça, vêm de

Deus.

*

Emaranhado nos próprios erros e tropeçando nas malhas da

incompleta justiça humana, reeduca-te.

Vítima das circunstâncias infelizes que te pesam, confia em

Deus e aguarda.

Injustiçado e sob arbitrária cobrança, não te desesperes.

Paga agora o que esqueceste de regularizar ontem, certo de

que a falência das leis terrenas não te exime de ser alcançado pela

divina justiça.

Melhor que estejas sob reparação de compromissos, dos quais

não te recordas, do que gozando de liberdade física, mas carregando

a consciência culpada que se esconde na ilusão.

A real justiça sempre encontra o infrator.

Por tua parte, sê justo, equânime para com todos, tomando

como modelo de comportamento Jesus, que nunca se recusava.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 27

8

Jesus e Dever

Por certo, de maneira inconsciente, incontáveis indivíduos se

crêem merecedores de tudo. Supõem que até o Sol brilha porque

eles existem, a fim de facultar-lhes claridade, calor e vida.

Fecham-se nos valores que se atribuem possuir e, quando defrontam

a realidade, amarguram-se ou rebelam-se, partindo para a

agressividade ou a depressão.

Não assumem responsabilidades, nem cumprem com os deveres

que lhes cabem.

Às vezes comprometem-se, para logo abandonarem a empresa

acusando os outros, sentindo-se injustiçados.

São exigentes com a conduta alheia e benevolentes com os

próprios erros.

Sempre estremunhados, tornam-se pesado fardo na economia

social, criando situações desagradáveis.

Fáceis e gentis quando favorecidos, tornam-se rudes e ingratos,

se não considerados como acreditam merecer.

Afáveis no êxito, apresentam-se agressivos no esforço.

Olvidam-se de que a vida é um desafio à coragem, ao valor

moral e que todos temos deveres impostergáveis para com ela,

para com nós mesmos e para com os nossos irmãos terrestres.

Ninguém tem o direito de fruir sem trabalhar, explorando o

esforço de outrem.

O prêmio é a honra que se concede ao triunfador que se empenhou

por consegui-lo.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 28

Palmo a palmo, o viajante ganha o terreno que percorre, fitando

com desassombro a linha de chegada.

O dever de cada um o conduz na empreitada da evolução.

Esse esforço resulta da conquista moral que a consciência se

permite, em plena sintonia com o equilíbrio cósmico.

Ser útil em toda e qualquer circunstância, favorecer o progresso,

viver com dignidade, são algumas expressões do dever

diante da vida.

*

Em inolvidável parábola, Jesus delineou o comportamento do

homem que se esforça e merece respeito, demonstrando-lhe a

fragilidade e, ao mesmo tempo, o desejo de renovação.

Mateus recorda que “havia um homem que tinha dois filhos.

Falou ao primeiro: “Filho, vai hoje trabalhar na vinha”, ao que ele

respondeu: “Sim, senhor”; porém, refletindo, mais tarde, resolveu

não ir. Ao segundo filho fez a mesma proposta e ele disse: “Não

quero”. Todavia, arrependido, foi. “– Qual dos dois atendeu a

vontade do pai?”, pergunta o Mestre. E os interrogantes responderam

a Jesus: “O segundo”.1

Defrontamos, nessa experiência, a ação e a promessa, o fato e

a intenção.

A ação deve predominar porque é resultante do dever. Para

ela não se tornam necessárias palavras melífluas ou confortadoras,

mas sim a decisão para realizá-la corretamente.

Jesus sempre propõe o dever, a ação; bem entender, a fim de

melhor atuar.

Ele não induz ninguém à alienação da realidade objetiva do

mundo. Ele estabelece uma escala de valores que devem ser res-

1 Mateus: 21, 28 e seguintes.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 29

peitados, merecendo primazia os mais relevantes, que se tornam a

pauta de conquistas do homem de bem, que cumpre com o seu

dever.

Diante dEle, estagnação é morte e esta é crime cometido contra

o “reino de Deus” que está dentro do próprio homem, necessitando

de ser conquistado.

Todas as parábolas que Ele nos ofereceu estão plenas de ação,

sem impositivos externos, antes como resultado de espontânea

lucidez da consciência desperta.

*

Nunca prometas realizar o que não pretendes fazer.

Jamais permaneças inoperante em um lugar já conquistado.

Identifica as possibilidades aí vigentes e segue adiante.

O dever que te impõe renúncia e sacrifício também te alça à

harmonia, liberando-te dos conflitos e das dúvidas.

Não cesses de crescer interiormente. A insatisfação com o

que já lograste sem rebeldia será a tua motivação para conquistas

mais expressivas.

És servidor do mundo.

Jesus, que se originara nas estrelas, afirmou ser o servo de todos

e assim se fez, para que “tivéssemos vida e esta em abundância”.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 30

9

Jesus e Alegria

Essa tristeza que te domina, amargurando as tuas horas, é

grave enfermidade que deves combater a partir de agora.

Nenhuma complacência para com ela, nem justificativa enganosa

para aceitá-la. Os argumentos de infelicidade quanto de

insatisfação não passam de sofismas e mecanismos de evasão da

realidade.

Problemas todos os têm, com um imenso universo de apresentação.

A falta deles geraria, por enquanto, desmotivação para a

luta, para o progresso.

Essa nostalgia deprimente que te aliena e consome é adversária

cruel, a que te entregas livremente sem reação, ampliando-lhe

o campo de domínio, à medida que lhe cedes espaço.

Seja qual for a razão, fundamentada em acontecimentos atuais,

deves transformar em bênção que te convida à reflexão e não

ao desalento.

A tristeza é morbo prejudicial ao organismo, peste que consome

a vida.

Tudo, em tua volta, é um hino de louvor, de alegria, de gratidão

a Deus. Observa-o bem.

Somente o homem, porque pensa, se permite empolgar pela

tristeza, descambando para os surdos conflitos da rebeldia.

*

Essa tristeza pode resultar de dois fatores, entre outros: reminiscências

do teu passado espiritual e perturbação com repercussão

obsessiva.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 31

No primeiro caso, as impressões pessimistas devem ser eliminadas,

alijando-as do inconsciente, sob pressão de idéias novas,

agradáveis, positivas, que te cumpre cultivar, insistindo em fixálas

nos painéis mentais.

Se te acostumas a pensar bem, superarás as lembranças más.

Os hábitos se enraízam, porque se repetem, dominando os automatismos

da mente e do corpo.

Na segunda hipótese, a hospedagem mental e emocional de

Entidades desencarnadas, malévolas, ocorre porque encontram

sintonia nas tuas faixas psíquicas, estabelecendo contato hipnótico

que se agrava com o tempo.

Em ambos os casos te encontras incurso em débitos para com

as soberanas Leis da Vida.

Não te reencarnaste, porém. apenas para pagar, antes, sim, para

ressarcir com amor, liberando-te dos compromissos negativos

mediante as ações relevantes.

És candidato às cumeadas da montanha, e não um condenado

às galés nas sombras do remorso inútil ou no charco das lágrimas

perdidas.

Se permaneces na situação infeliz, tornas-te vítima de ti

mesmo. Todavia, se te resolves por sair do caos, transformas-te

em teu próprio psicoterapeuta.

*

Jesus, apenas uma vez, deixou-se vestir de tristeza, de amargura.

No Getsêmani, quando só Ele velava e os amigos, ali próximos,

dormiam, embora aquela fosse a hora decisiva, o pré-final.

E o permitiu por piedade para com os companheiros invigilantes,

que se não davam conta da gravidade do momento.

Sempre Ele cultivou a alegria da esperança, a bênção da saúde,

a dádiva da paz.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 32

O Seu, foi o ministério do júbilo, da transformação do homem

e do mundo velhos em uma criatura e sociedade inteiramente

novas.

Renascimento é vitória sobre a morte. E alegria que procede

da libertação.

Rasga, portanto, essa mortalha de sombras sob a qual ocultas

todas as tuas possibilidades de triunfo, e sai a semear fraternidade

na grande vinha que te aguarda.

Realiza um novo, um atual encontro contigo mesmo e examina-

te melhor, sem deplorares a situação em que te encontras, e vai

na direção do êxito. Isto é fundamental, não como um pagamento,

porém como um dever que te falta cumprir, a fim de te recuperares.

Deus te concede esse direito e tens que corresponder-Lhe,

usando-o em teu benefício.

Provavelmente sofres pressões, que são uma falta de humanidade,

mas tua é a submissão a essa força constritora que aceitas.

Se, em verdade, queres sair da tristeza, podes. Em caso contrário,

és responsável por ela, assim te comprazendo, o que é séria

enfermidade.

*

“Alegrai-vos”, propôs Jesus, “é chegado até vós o reino de

Deus.”

Este reino está dentro de nós, esperando ser descoberto e habitado.

Aguarda-te, desafiador. Chegou até onde estás. Dá o teu passo

em sua direção, penetra-o, deixa-te por ele preencher e alegrate

para sempre, como herói que concluirá a luta.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 33

10

Jesus e Coragem

A coragem de Jesus!

A Sua foi uma vida de constantes desafios.

Em luta contínua em favor do Bem, jamais deixou de agir

corretamente, com desassombro.

A mensagem de que se tornara portador, objetivando libertar

as consciências humanas para a Verdade, dEle fez o paladino da

coragem.

Nunca anuiu com o crime disfarçado de legalidade; com a arrogância

mascarada de humildade; com a injustiça apoiada pelos

poderosos; com a hipocrisia travestida de honestidade; com a

discriminação de qualquer natureza sob justificativas sociais,

econômicas, raciais ou religiosas.

Elegeu um samaritano como exemplo de solidariedade, em

detrimento de um sacerdote presunçoso e de um levita astuto, que

desfrutavam de algum prestígio na comunidade dominadora,

embora aquele fosse detestado e desconsiderado.

Apoiou a mulher, que se tornara objeto de prazeres e era acusada

publicamente de haver induzido o homem ao pecado, ao

crime, com naturalidade e ternura, escolhendo uma equivocada,

de conduta pública irregular, para torná-la mensageira da boa

nova da Sua ressurreição.

Fez-se a voz dos humildes e esquecidos, os sem direitos nem

apoio, a fim de que os seus justos reclamos se fizessem ouvidos.

Conviveu com as pessoas ditas de “má vida”, sem receio de

contaminação, com total desprezo dos que possuíam privilégios

em uma vida má, à qual se entregavam ocultamente.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 34

Sua palavra, suave ante os sofredores, tornava-se contundente

e viril diante dos perversos, dos bajuladores e dos pusilânimes, os

quais nunca temeu.

Em momento algum receou perder a vida, pois que para isso

viera.

Não negociou favores ou submeteu-se às conveniências humanas.

Humilde, não se fez subserviente; afável, não se tornou piegas;

amigo, não se qualificou subalterno.

Sempre estóico, mantinha a linguagem e a conduta próprias

para cada ocasião, pessoa e circunstância, sem afastar-se do roteiro

que estabelecera.

Viveu e agiu com firmeza, fora de subterfúgios, mantendo um

só comportamento; o de fidelidade a Deus.

*

Apóia-te nEle.

Sob tribulação ou fora dela, busca-O.

Em dúvida atroz ou perseguido, pensa em como Ele agiria

nessa situação, e faze conforme te inspire a consciência reta.

Reflexiona com tranqüilidade em torno da coragem de Jesus e

busca-Lhe o exemplo.

Tem coragem de viver!

Não te escondas, nem escamoteies a tua situação sob desculpas

e mentiras.

Auto-analisa-te, banhado pela claridade dos ensinamentos

dEle e rompe os grilhões que te jugulam ao medo, à insegurança,

à instabilidade, ao sofrimento moral e físico.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 35

Enfrenta com naturalidade os teus limites e angústias, confiante

na vitória, não te evadindo dos deveres que te compete realizar.

Em cada insucesso aprende como não repetir a façanha, sem

depressão ou arrependimento.

A experiência é a súmula das tentativas que deram resultados

positivos e negativos.

Nunca temas a ninguém, atribuindo-lhe uma superioridade e

valor que certamente não possui.

Respeita, sim, as conquistas de cada pessoa, considera-a e

toma-a como estímulo para ti, a fim de que também alcances essas

realizações superiores.

Concede-te o direito de ser humano e o dever de cresceres

sempre, sem que te detenhas no degrau ou patamar onde te encontras.

Age sempre ajudado pelo otimismo.

O medo é inimigo atroz, que dizima vidas aos milhões.

*

A coragem nasce nos valores morais do homem que elege a

conduta correta para uma vida feliz.

A coragem de viver deve ser treinada continuamente, vencendo

as pequenas barreiras da timidez, dos receios de fracassos,

dos complexos de inferioridade, das doenças reais ou imaginárias,

fortalecendo o ânimo em cada triunfo e reconsiderando a ação em

cada insucesso.

Coragem é conquista que difere muito da temeridade.

O homem de coragem espera, confia e age no momento próprio,

enquanto que o temerário faz-se precipitado, impiedoso e

irresponsável.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 36

Toma como exemplo para tua vida a coragem de Jesus e segue

tranqüilo.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 37

11

Jesus e Decisão

A um jovem, que parecia disposto a ingressar na Nova Era,

candidatando-se a segui-lO, Jesus propôs o convite direto, sem

preâmbulos.

Apesar do interesse que se refletia na face ansiosa, o moço,

receoso, esquivou-se sob a justificativa de que iria antes sepultar o

genitor que havia morrido.

Diante da resposta que parecia justa, o Mestre foi, no entanto,

contundente, informando-o: “Deixa aos mortos o cuidado de

sepultar os seus mortos; mas tu, vem construir no coração o reino

de Deus”.

Pode causar estranheza a atitude e proposta de Jesus a um filho

que pretendia cumprir com o seu dever imediato: no caso,

enterrar o pai desencarnado.

É provável que esse fosse o seu intento real, adiando o engajamento

na tarefa da vida eterna. Todavia, é possível que o moço

ocultasse alguma outra intenção.

*

O desejo de estar presente ao velório e à inumação do cadáver

talvez significasse a preocupação de ser visto como um filho

cuidadoso e fiel, merecedor da herança que lhe cabia.

Alguma disposição testamentária, provavelmente, exigia-lhe

o cumprimento desse dever final, sob pena de perder o legado.

Então, a sua presença não significaria um ato de amor, mas um

ato de interesse subalterno.

Os bens materiais, não obstante possuam utilidade, favorecendo

o conforto, o progresso, a paz entre os homens quando bem

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 38

distribuídos, são, às vezes, de outra forma, algemas cruéis que

aprisionam as criaturas, e que, transitando de mãos, são coisas

mortas, que não merecem preferência ante as verdades eternas.

*

Igualmente se pode pressupor que o rapaz, ainda cioso da sua

juventude, não estivesse disposto a renunciá-la, encontrando, na

justificativa, uma forma nobre para evadir-se do compromisso.

Os gozos materiais são cadeias muito vigorosas que jugulam

os homens às paixões primitivas que deveriam superar a benefício

próprio, mas que quase sempre os levam à decomposição moral, à

morte dos ideais libertadores.

*

Quiçá a preocupação a respeito da nova responsabilidade causasse

no candidato um receio injustificado, levando-o à escusa

com o argumento apresentado.

O medo de assumir compromissos graves impede o desenvolvimento

intelecto-moral do indivíduo, mantendo-o estacionado na

rotina despreocupada e monótona do seu dia-a-dia.

O convite de Jesus faz-se acompanhar de um programa intenso,

iniciando-se na renovação íntima para melhor e prosseguindo

na ação construtiva do bem em toda parte.

O medo é fator dissolvente da individualidade humana, responsável

por graves desastres e crimes que poderiam ser evitados.

É força atuante que conduz à morte das realizações dignificantes

e das próprias criaturas.

*

Por fim, suponhamos que o sentimento filial prevalecesse na

resposta e ele estivesse preocupado com o pai desencarnado.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 39

Ainda assim, qualquer pessoa poderia sepultá-lo, mas ninguém,

exceto ele mesmo, poderia encarregar-se da sua iluminação.

Jesus era a sua oportunidade única.

Jesus penetrou-o e sabia o motivo real da sua recusa. Porém,

deixou-o livre para decidir-se.

Ele foi sepultar o progenitor e não voltou.

Perdeu a oportunidade.

Muitos ainda agem assim.

*

Observa o que elegeste para a tua atual existência: seguir a

vida e vivê-la ou acumular tesouros mortos para sepultá-los no

olvido.

Desnuda-te interiormente e contempla-te. Que possuis de real,

que a morte não te arrebatará, e o que seguirá contigo?

Usa de severidade neste exame de consciência e toma o lugar

do jovem convidado.

Que responderias a Jesus nesse momento?

*

Queixas-te dos problemas que te aturdem e os relacionas, ignorando

ou tentando desconhecer que estás na Terra para aprender,

resgatar, reeducar-te.

Olha ao redor e compreenderás o quanto é urgente que te decidas

pelo melhor e duradouro para ti como ser imortal que és.

Postergando a decisão, quando então a tomar, provavelmente

as circunstâncias já não serão as mesmas e a tua situação estará

diferente, talvez complicada.

O momento é este.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 40

Deixa-te permear pela presença dEle e, feliz, segue-o.

Com tal atitude os teus problemas mudarão de aparência. perderão

o significado afligente, contribuirão para a tua felicidade.

Renascerás dos escombros e voarás no rumo da Grande Luz,

superando a noite que te aturde.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 41

12

Jesus e Responsabilidade

Há, no homem, latente, um forte mecanismo que o leva a fugir

da responsabilidade, transferindo o seu insucesso para outrem,

na condição de indivíduo social, ou para os fatores circunstanciais

da sorte, do nascimento e até de Deus.

Quando tal não se dá, na área das suas projeções comportamentais,

apega-se ao complexo de culpa, mergulhando nas depressões

em que oculta a infantilidade, pouco importando a idade

orgânica em que transita.

A responsabilidade resulta da consciência que discerne e

compreende a razão da existência humana, sua finalidade e suas

metas, trabalhando por assumir o papel que lhe está destinado

pela vida.

Graças a isso, não se omite, não se precipita, estabelecendo

um programa de ação tranqüila, dentro do quadro de deveres que

caracterizam o progresso individual e coletivo, visando à conquista

da plenitude.

O homem responsável sabe o que fazer, quando e como realizá-

lo.

Não se torna parasita social, nem se hospeda no triunfo alheio,

tampouco oculta-se no desculpismo ridículo.

A sua lucidez torna-o elemento precioso no grupo social onde

se movimenta. Talvez não lhe notem a presença, face à segurança

natural que proporciona; todavia, a sua falta sempre se faz percebida

por motivos óbvios.

A responsabilidade do homem leva-o aos extremos do sacrifício,

da abnegação, da renúncia, inclusive do bem-estar, e até

mesmo da sua vida.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 42

*

Como pastor de almas, Jesus fez-se-nos responsável, elucidando-

nos a respeito dos deveres, das necessidades reais, dos

legítimos objetivos da nossa vida.

Em contrapartida, doou-se-nos até o holocausto, não fosse a

Sua vida ao nosso lado, em si mesma, um grande e estóico sacrifício

de amor.

Não obstante, conclamava a todos que O buscavam para o

dever da responsabilidade, que os capacita para as realizações

relevantes.

Por conhecer a alma humana em sua realidade plena, identificava

nela as nascentes de todos os males, como também a fonte

generosa de todas as bênçãos.

Porque o homem ainda prefere a manutenção das próprias

mazelas, nelas se comprazendo, anestesia-se no infortúnio em que

permanece com certo agrado, embora demonstre desconforto e

infelicidade.

Desse modo, sempre que acolhia àqueles que O buscavam,

conhecendo-lhes as causas dos pesares, após atendê-los, propunha-

lhes com veemência que não retornassem aos erros, a fim de

que lhes não acontecesse nada pior.

*

A responsabilidade liberta o indivíduo de si mesmo, alçandoo

aos planos superiores da vida.

Enquanto ele se movimenta cultivando o morbo das paixões

selvagens, desajusta os implementos emocionais, tornando-se

vítima de si mesmo, facultando que se lhe instalem as doenças

degenerativas e causticantes.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 43

A renovação moral propicia a canalização das energias saudáveis

de forma favorável, preservando o ser para os cometimentos

elevados a que se destina.

*

A humanidade sobrevive graças aos seus homens responsáveis,

que trabalham continuamente em prol do bom, do belo, do

ideal.

Eles se destacam pela grandeza das suas realizações cimentadas

no sacrifício pessoal.

*

À mulher surpreendida em adultério, aos portadores do mal

de Hansen e aos obsediados, após a recuperação de cada um, a

advertência de Jesus era sempre firmada na responsabilidade, para

que, em entesourando os valores éticos e os deveres espirituais,

não se permitissem voltar aos erros.

*

Neste momento, quando necessitas dEle, reformula os teus

conceitos sobre a vida e passa a atuar corretamente, dominado

pela responsabilidade. A ninguém transfiras a causa dos teus

desaires, dos teus insucessos. Dá-te conta deles e recomeça a ação

transformadora.

Mesmo que não o queiras, serás sempre responsável pelos efeitos

dos teus atos.

Colherás conforme semeares.

Assume, portanto, o teu compromisso com o Mestre e permanecerás

saudável interiormente, prosseguindo íntegro nos teus

deveres com responsabilidade.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 44

13

Jesus e Revolução

Jesus sempre agiu na condição de psicólogo profundo.

Não importava o revestimento, a aparência com que se Lhe

apresentavam as pessoas ou estas se referiam às suas doenças, aos

seus sentimentos.

*

Quando verbaliza o que lhe vai no íntimo, o homem invariavelmente

escamoteia, no envoltório das palavras, o que desejaria

dizer.

Há mesmo, de forma inconsciente, um terrível pavor para alguém

desnudar-se perante si próprio, e não menor diante de outrem.

Por sua vez, são poucas as pessoas que sabem escutar, ver,

compreender.

O sorriso de simpatia de um momento transforma-se em esgar

noutro instante e a gentileza transmuda-se em agressividade.

Além disso, o ouvinte capta a projeção do narrador, adaptando

a informação à própria problemática; o entendimento de que é

capaz, ao seu campo de conflitos.

Jesus, por ser o Homem Integral, límpido na Sua transparência

efetiva, penetrava os arcanos mais profundos do indivíduo,

desconhecidos para si mesmo, que se debatia na superfície dos

efeitos sem lograr remontar às suas causas.

Seus diálogos eram rápidos e diretos.

Não se utilizava de circunlóquios, nem de evasões.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 45

Quando recorria a parábolas ou apresentava contrainterrogações

aos fariseus e hipócritas, usava de uma técnica sem

paralelo, mediante a qual o farsante se descobria nas suas próprias

palavras.

Assim o fez, repetidas vezes, inclusive com o sacerdote que

Lhe indagara quem era o seu próximo, narrando-lhe a parábola do

“Bom samaritano” e obrigando-o, pela lógica, à conclusão. Igualmente,

aplicou o método com aqueles que Lhe inquiriram se

era lícito pagar-se o imposto, pedindo-lhes uma moeda e indagando-

lhes de quem era a efígie nela esculpida.

*

Era com os sofredores, porém, que Ele mantinha a mais correta

psicoterapia de que se tem conhecimento.

Não recorria aos sonhos dos seus pacientes, para descobrirlhes

o inconsciente, os seus arquivos, as suas sombras psicológicas.

Não administrava os medicamentos usuais ou outros de complicadas

fórmulas.

Não transferia para os seus familiares o peso da culpa, da hereditariedade,

dos fatores sócio-econômicos.

Não fazia que somatizassem os fenômenos desgastantes, mediante

acusações de qualquer procedência.

Amava-os, transmitindo-lhes segurança e auxiliando-os a redescobrirem

as potencialidades latentes, abandonadas.

Despertava neles uma visão nova da existência, amparandoos

naquele instante, não porém impedindo que prosseguissem

conforme o desejassem.

Jamais se lhes impôs.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 46

Era buscado por todos, sem os procurar, porque o êxito de

qualquer empreendimento depende do seu realizador. Os fatores

circunstanciais são-lhe o campo, o espaço onde agirá.

*

É certo que, beneficiados, quase todos que Lhe receberam a

claridade libertadora foram adiante, a sós, por eleição pessoal.

Muitos, se não a quase totalidade, foram ingratos; outros tantos

recaíram nas redes em que se amolentaram na indolência;

diversos O acusaram, inconscientes e inadvertidos. Todos, porém,

sem exceção, não ficaram indenes ao Seu magnetismo, à Sua

afabilidade, ao Seu poder.

Revolucionário por excelência, estabelecia a luta de dentro

para fora: a morte do homem velho e o nascimento do homem

novo.

Oferecia a contribuição do primeiro passo. Os demais pertenciam

ao candidato, que os deveria dar.

A obra era geral; a ação de cada um, que Lhe cabia realizar.

Seguindo à frente, aplainava a estrada.

Os inimigos estavam no foro íntimo dos combatentes.

Ele sabia, também, que o esforço era árduo e só a perseverança,

o tempo e o trabalho levariam à vitória. Assim, não se irritava,

e nunca se impacientava.

*

Se desejas, realmente, a cura dos teus males, deixa-te auscultar

por este sublime psicoterapeuta.

Segue-lhe as instruções. Revoluciona-te, rompendo com o

comodismo, a autoflagelação, a autopiedade, o passado sombrio.

Renasce de dentro de ti.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 47

Se queres o triunfo real, sai a campo e luta. Abre-te ao amor e

ama sem esperar resposta.

Não estás sozinho na batalha.

Ao teu lado outros combatentes aguardam apoio, qual ocorre

contigo.

Descobre-os e une-te a eles, sabendo, porém. que a tua será a

revolução com Jesus e não contra o mundo, a humanidade ou a

vida.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 48

14

Jesus e Posses

O apego aos bens materiais torna-se uma jaula que aprisiona

o possuidor distraído, que passa a pertencer àquilo que supõe

possuir.

Causa aflição, pelo medo de perder o que acumula; pela ânsia

de aumentar o volume dos recursos; pela circunstância de ter que

deixá-los ante a iminência da morte sempre presente na vida.

Desvaria, porque intoxica de orgulho e prepotência a criatura,

que se crê merecedora de privilégios e excepcionais deferências,

que a não impedem de enfermar-se, neurotizar-se, padecer de

solidão e morrer como todas as demais.

Enrijece os sentimentos, que perdem a tônica da solidariedade,

da compaixão e da caridade, olvidando-se dos outros para

pensar apenas em si.

Faz pressupor que nasceu para ser servido, abandonando o

espírito de serviço que dignifica e favorece o progresso.

O possuidor que não se interessa por repartir os valores, oferecendo

dignas oportunidades de trabalho, é escravo que mais se

envilece, quanto mais se prende às posses.

*

Rico é todo aquele que doa, assim espalhando os recursos,

que se multiplicam em diversas mãos em benefício geral.

O rico verdadeiro é investidor consciente, que não paralisa o

crescimento da sociedade, antes amplia sua área de realizações.

Sabe que é mordomo transitório e não dono permanente, devendo

prestar contas, oportunamente, dos valores que lhe foram

confiados.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 49

Verdadeiramente, o homem nada possui. Nem a si mesmo ou

à sua vida, tornando-se usuário de tudo quanto lhe chega e passa.

A descoberta de tal realidade harmoniza-o interiormente e com

tudo quanto é temporário, em trânsito para o que é de sabor eterno,

que é a sua espiritualização.

No século desfruta, mas não retém. Na vida permanece, mas

não abusa.

*

O encontro de Jesus com o jovem rico, que se dispôs a seguilO,

reveste-se de extraordinário conteúdo contemporâneo.

Apesar de cumpridor das exigências formais da sociedade e

da religião, não tinha consciência do significado da integração da

sua existência no ideal fecundo da vida eterna.

Queria o “reino”, desfrutando os favores do mundo, em forma

dos bens que lhe facilitavam a caminhada faustosa.

Anelava por seguir o Amigo e fruir da Sua companhia, sem

contribuir com nada.

Ter mais, sem despojar-se de algo, era o seu intento.

O Mestre, que o conhecia em profundidade, estabeleceu como

requisito fundamental, que ele vendesse tudo quanto possuía,

desse-o aos pobres e o seguisse.

*

A vida é feita de intercâmbios, de trocas e permutas.

“Se dá a quem tem e se tira de quem não tem”, daquele que é

avaro e nunca reparte o excesso que, para ele, não é nada, no

entanto, para os demais, é tudo.

O moço era rico e gozador, mas não era feliz, pois que lhe

faltava algo: a solidariedade que pacifica as ansiedades do coração.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 50

Talvez ele se pudesse libertar dos bens materiais; todavia, não

estava acostumado aos limites da escassez, ao equilíbrio da falta,

a uma posição menos vistosa, destituída do brilho enganoso da

fatuidade e da bajulação.

Renunciar aos tesouros seria um passo na direção da renúncia

de si mesmo, e isto era-lhe demasiado.

Favorecido pela abundância, receou a carência.

Renunciou, então, ao permanente, e perdeu-se na vacuidade.

*

Possuis, como bens atormentantes, ao lado das moedas, propriedades,

títulos, semoventes, as paixões e caprichos deles decorrentes.

Almejas paz e afeição, felicidade e auto-realização; entretanto,

quando se te apresenta o ensejo, recalcitras e avalias o montante

daquilo que deves doar em troca, optando por prosseguir conforme

te encontras.

Queres, porém não estás seguro da opção que deves fazer, da

contribuição a brindar, do teu esforço pela libertação.

Somente é feliz aquele que é livre.

Só existe felicidade em quem se encontrou com a verdade,

absorveu-a e tomou-a como norma de conduta.

*

No redemoinho das tuas querelas e conveniências, se desejas

vida nova e harmônica, ouve Jesus: “Despoja-te de tudo, dá aos

outros o que seja útil e segue-me” – propõe Ele.

Desnudado, estarás fecundado pela luz; portanto, livre e feliz.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 51

15

Jesus e Tormentos

Genericamente, o homem tem sido considerado como a massa

física e mental, ainda incompleta, que demanda o túmulo e ali se

consome.

As religiões reportam-se à alma com um destino adrede fixado

para o futuro, repousando na ociosidade ou padecendo na

punição intérmina.

O mundo é, para os primeiros, um lugar de prazeres imediatos

com a inevitável presença do sofrimento, que faz parte da sua

imperfeição; para os segundos, é “vale de lágrimas” ou “lugar de

degredo”.

De um lado, a simplista informação do nada após a morte; do

outro, a fatalidade preestabelecida, violando os códigos do querer,

do lutar, do vencer.

Uma e outra corrente de pensamento conduz, inevitavelmente,

aos tormentos.

Aqui, o gozo até a lassidão dos sentidos, e ali, a amargura

frustrante. a castração da alegria em mecanismos de evasão da

realidade.

Fundamentados nessas propostas surgem aqueles que vivem

para fruir e os que se recusam à satisfação.

*

Jesus foi o protótipo da felicidade.

Amava a Natureza, os homens, os labores simples com os

quais teceu as Suas maravilhosas parábolas.

Não condenava as condições terrenas, não as exaltava.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 52

Na posição de Mestre ensinava como se devia utilizá-las, respeitando-

as, com elas gerando alegria entre todos, abençoando-as.

Como Médico das almas propunha vivê-las sem pertencerlhes,

assinalando metas mais elevadas, que deveriam ser conquistadas

com esforço pessoal.

*

Os tormentos humanos procedem da consciência de culpa de

cada criatura.

Originário de outras existências corporais, o Espírito herda as

suas ações, que ressurgem em forma de efeitos.

Quando aquelas foram saudáveis, estes se lhe fazem benfazejos.

O inverso é, igualmente, verdadeiro.

Dos profundos arcanos da individualidade surgem as matrizes

das aflições que se lhe estabelecerão no ser como processos depuradores,

facilitando a instalação das enfermidades, dos tormentos,

das insatisfações.

Da mesma forma, criam-se-lhe as condições favoráveis para a

existência, fácil ou árdua, no lar caracterizado por problemas

sócio-econômico-morais, ou enriquecido de amor e recursos que

lhe favorecem a jornada.

No ser profundo, imortal, encontram-se as raízes dos fenômenos

que agora lhe repontam sobre o solo da organização carnal.

*

Os teus tormentos atuais são tormentos que engendraste em

vidas passadas.

Atormentaste com impiedade e agora sofres sem conforto.

Afligiste sem misericórdia e ora padeces sem afeição.

Inquietaste com perversidade e hoje te perturbas sem consolo.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 53

O teu íntimo é um caldeirão fervente.

Os conflitos se sucedem e sais de um para outro desespero.

Tens dificuldade em exteriorizá-los, verbalizá-los, aliviandote.

Fobias, complexos, recalques dominam-te a paisagem mental

e te sentes um fracassado.

Retempera o ânimo, porém, e sai do refúgio dos teus tormentos

para a luz clara da razão.

Ninguém está, na Terra, fadado ao sofrimento, aos conflitos

destruidores.

Todos retornam ao mundo para aprender, recuperar-se, reconstruir.

Na ausência do amor-ação, aparece-lhes a dor-renovação.

Assim, dispõe-te à paz, à libertação dos tormentos e lograrás

alcançá-las.

*

No inolvidável encontro de Jesus com a mulher de vida libertina,

que Lhe lavou os pés com ungüento de lágrimas, enxugandoos

com os seus cabelos, temos a psicoterapia para todos os tormentos.

Disse Ele ao anfitrião que o censurava mentalmente por aceitar

a atitude da pobre atormentada:

“Ela muito amou e, por isso, os seus pecados lhe serão perdoados.”

Fitando-a com ternura e afeição, recomendou-lhe: “Vai-te

em paz, a tua fé te salvou.”

O amor que se converte em reparação de erros é a eficiente

medicação moral para todas as chagas do corpo, da mente e da

alma.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 54

Ama e tranqüiliza-te, deixando os teus tormentos no passado,

e, ressuscitando dos escombros, ressurge, feliz, para a reconstrução

sadia da tua vida.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 55

16

Jesus e Repouso

Há, no homem, sempre presente, um imenso desejo de repousar,

espairecer, sair do trabalho, refazer energias.

Programas de férias se sucedem em todas as quadras do ano,

com excursões, esportes, divertimentos.

Quem reside nos campos deseja viajar às cidades; quem trabalha

nas montanhas busca as praias; quem vive nos trópicos

anela pelo frio e as recíprocas são verdadeiras.

A febre das viagens toma conta das criaturas.

Aquele que as não realiza, sente-se diminuído, marginalizado,

sem status social.

Por extensão, todos desejam realizar o seu plano alternativo

de espairecimento e descanso.

Um grande número se entrega a trabalhos esfalfantes durante

o ano para economizar e realizar o seu sonho nas férias.

Labora até a exaustão, assume compromissos para pagar depois,

a expensas de juros escorchantes no resgate penoso, a fim de

gozar hoje.

Comenta-se sobre as facilidades para viajar, as vantagens, e

tudo são apenas palavras.

Trata-se de um modismo.

Com raras exceções, as viagens são penosas e as excursões

exaustivas. Pouco repouso e muito incômodo. As alegrias e entusiasmos

do começo emurchessem à medida que passam os dias,

substituídos pelo sono irregular, pelas indisposições, pelas horas

intérminas de espera em hotéis abarrotados, com serviços deficientes

e outros percalços.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 56

A propaganda bem apresentada fala da excelência de tudo,

que a realidade demonstra não ser verdade.

Na ocasião do retorno, quando não acontecem problemas

muito comuns em tais ocasiões, recompõem-se as aparências a

fim de impressionar aqueles que ficaram, e os comentários exagerados

afloram aos lábios sorridentes dos felizardos, que agora

partem para a faina de regularizar ou recuperar os gastos, cansando-

se muito mais.

*

Toda mudança de atividade faculta renovação de energias e

dá novas motivações.

Um bom balanço de labores define quais as opções de que se

dispõe como alternativas para o bem-estar.

O homem necessita, sem dúvida, de férias, de repouso, de espairecimento,

que lhe proporcionam alegrias e refazimento para

prosseguir trabalhando.

Expedientes excitantes, planos extravagantes, movimentação

contínua e horários preestabelecidos constituem esforços desnecessários,

com desperdício de energias.

A preocupação com trajes, a aparência, o tormento das compras

de novidades e lembranças, exaurem o sistema nervoso, que

se desgoverna, gerando irritação e mau humor.

*

Jesus comentou que “o Pai até hoje trabalha” e Ele “também

trabalha”.

O trabalho é lei da vida, tanto quanto o é o repouso. Este, porém,

não é paralisação, ociosidade, nem corrida da busca de coisanenhuma.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 57

Como repouso entenda-se tranqüilidade interior, recuperação

de forças, conquista de otimismo, estar de bem com a vida.

Proporcionar-se relaxação, leitura agradável, esporte sadio,

convivência com pessoas experientes, joviais, alegres, sem ruídos,

viajar em calma para tomar contato com outros lugares, costumes,

indivíduos, sem pressa, constituem método eficaz para um bem

utilizado repouso.

Igualmente, meditar, no próprio lar; orar, buscando sintonia

com as nascentes do pensamento superior; confraternizar com os

sofredores, confortando-os e ajudando-os; asserenar-se, escutando

melodias de profundo conteúdo emocional, são recursos valiosos

e técnicas de repouso que podem ser aplicados em qualquer lugar,

nas horas possíveis.

Basta entrar no quarto, fechar a porta e conversar com Deus,

conforme ensinou Jesus ao referir-se à técnica da oração. O quarto

é o mundo íntimo e a porta é o acesso ao exterior. Nesse lugar

silencioso ouvirás Deus.

*

No teu programa de saúde física e mental inclui o repouso

como necessidade prioritária.

Cuida, porém, do que farás como recurso repousante.

Aproveita a ocasião para descobrires-te, conheceres-te melhor

e identificar o que, em verdade, te é indispensável, selecionando

com rigor aquilo que necessitas para uma vida saudável, abandonando

ou dando menos valor aos demais.

Repouso, sim, com ação edificante.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 58

17

Jesus e Insegurança

Segurança, na Terra, é conquista muito difícil e remota.

Face à condição de ser “planeta de provas e expiações”, o

processo evolutivo sempre se apresenta exigindo árduos esforços

nas lutas em que todos se devem empenhar.

Igualmente, a constituição somática frágil, sujeita a muitos

fatores que a agridem, proporciona estados transitórios de harmonia,

alterados por desgastes, desajustes e renovação constante de

peças.

Do ponto de vista emocional, as heranças que jazem no Espírito,

responsáveis pelo seu crescimento, surgem e ressurgem em

forma de angústias e alegrias, que se sucedem, umas às outras, até

o momento da libertação.

Além disso, o estágio moral em que transitam os indivíduos

não lhes tem permitido liberar-se dos seus instintos agressivos,

que os levam às neuroses, às paranóias, às enfermidades mentais,

à violência.

Multiplicam-se, em conseqüência, os crimes com celeridade

incontrolável, ao tempo em que os mecanismos de repressão

igualmente se tornam desumanos, tornando o mundo todo uma

imensa arena na qual se digladiam as forças antagônicas em belicosidade

incessante, volumosa.

O mercado do sexo, das drogas, dos vícios em geral, vem enlouquecendo

as populações, e a insegurança do homem se torna

um fenômeno quase normal.

Todos tentam conviver com ela, acostumar-se, quase aguardando

a vez de cada um ser agredido.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 59

Instala-se, no íntimo, a desconfiança, e todo um séquito de

famanazes a segue, dominando, a pouco e pouco, as paisagens

psicológicas do homem.

*

Compreendendo o primitivismo em que se debatia a humanidade

do Seu tempo, Jesus percebeu quão difícil seria a implantação

da paz nos corações e quantas lágrimas seriam vertidas, a fim

de que tal acontecesse.

Por esta razão, previu as catástrofes e hecatombes que as criaturas

desencadeariam, bem como as incontáveis aflições que se

imporiam, aprendendo lentamente o respeito pela vida, conforme

relata o Seu discípulo no “sermão profético”.2

Ofereceu, porém, uma perspectiva de paz, ao afirmar que “aquele

que perseverar até o fim, será salvo”.

A salvação, aqui, deve ser tomada como um estado de consciência

tranqüila, de autodescobrimento, em que o mundo interior

assoma, governando os impulsos desordenados e harmonizando o

indivíduo.

Salvo está aquele que sabe quem é, o que veio fazer no mundo,

como realizá-lo e, confiante, se entrega à realização do compromisso

estabelecido.

A responsabilidade faculta-lhe segurança relativa para o desempenho

da atividade a que se vincula.

Cada pessoa tem um compromisso específico na vida e com a

vida. Jesus no-lo demonstrou, e o Seu, foi de construção do “reino

de Deus” na Terra.

Não se deteve e nunca postergou essa realização.

2 Marcos: 13, 1 e seguintes.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 60

Da mesma forma, a segurança pessoal e coletiva resulta do

grau de comprometimento do indivíduo, bem como do grupo

social.

Ele atestou a segurança que o caracterizava em todos os momentos,

por estar comprometido sem restrições.

Propunha: “Credes em Deus? Crede também em mim”. “Ide e

pregai”; “Tomai sobre vós o meu fardo e aprendei comigo, que

sou manso e humilde de coração.”

Inúmeras vezes, o seu comprometimento com a Verdade desvelava-

Lhe a segurança que O sustentava na ação.

Sem demonstrar agressividade ou teimosia, a Sua certeza era

tranqüila, a Sua determinação imbatível.

A segurança do Mestre acalmava aqueles que se Lhe apoiavam,

que confiavam nEle.

Sempre tranqüilo, irradiava essa segurança, que mimetizava

quantos se lhe entregavam, até mesmo diante do martírio que

enfrentavam com desassombro.

*

Jesus ensina como deve o homem lograr a sua evolução psíquica,

que deve ser desenvolvida simultaneamente com a orgânica,

o que demanda tempo. E por isso, não apresenta receita salvacionista

ou simplista, de ocasião. Antes, propõe o amadurecimento

pelo esforço constante, mediante avanços e recuos para fixar o

aprendizado e prosseguir até a meta final.

Saber aguardar, esforçando-se, é uma lei que lhe faculta a vitória.

*

Desejando segurança na vida, busca Jesus e a Ele confia os

teus planos.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 61

Faze a parte que te diz respeito e não desfaleças na conquista

dos objetivos que parecem distantes.

Retempera o ânimo e persevera.

A segurança te virá como efeito da paz que te luarizará o coração,

servindo de estímulo para todas as tuas futuras conquistas.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 62

18

Jesus e Sofrimentos

Quando procurado pelos portadores de enfermidades, Jesus

sempre os inquiria se realmente desejavam a saúde, ou criam que

Ele os poderia curar.

Era de fundamental importância para o restabelecimento do

enfermo a sua segurança íntima sobre estes dois requisitos: querer

e crer.

Complementando-se um no outro, tornam-se essenciais para o

restabelecimento físico e psíquico do candidato à cura.

*

O querer em profundidade, sem reservas, altera completamente

o quadro psicofísico do indivíduo, que se transfere do

estado inarmônico em que se encontra para o de equilíbrio, auxiliando

o organismo na restauração dos seus equipamentos danificados.

A doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do Espírito,

em realidade o portador da mesma.

O ato de querer libera-o dos elementos perniciosos, geradores

dos distúrbios que se apresentam na emoção, na mente e no corpo.

Querer é decidir-se, abandonando a acomodação parasitária

ou o medo de assumir responsabilidades novas perante a vida,

desse modo arrebentando as cadeias da revolta persistente, da

autocompaixão, das sombras nas quais o indivíduo se oculta.

Quem quer, investe; e ao fazê-lo, age de forma a colher os resultados

almejados.

*

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 63

O crer é uma decisão grave, de maturidade emocional e humana.

A crença vive inata no homem, aguardando os estímulos que

a façam desabrochar-se, enriquecendo de forças a vida.

Há uma crença automática, natural, herança arquetípica das

gerações passadas, que induz à aceitação dos fatos, das idéias e

experiências, sem análise racional. E existe aqueloutra, que é

resultado da elaboração da lógica, das evidências dos acontecimentos

com os quais a razão anui.

Crê-se, portanto, por instinto e por conhecimento experimental.

*

Quando se quer, despojado de dúvida, a crença no êxito já se

encontra no bojo do desejo exteriorizado.

O receio aí não tem guarida, nem as vacilações produzem

desconfiança.

A paisagem mental irisa-se de luz e os componentes da infelicidade

se diluem sob os raios poderosos da vontade bem dirigida.

*

Querer e crer conduzem à luta, mediante a decisão de sair da

furna sombria para o campo do êxito.

Após o logro feliz, devem prosseguir estes dois valores morais

comandando a integridade emocional, para impedir a recidiva.

*

No episódio do paralítico, que foi descido pelo telhado e posto

ao Seu lado, como em outros variados, as duas questões são

postas em evidência pelo Mestre.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 64

À pergunta direta: “Tu crês que eu te posso curar?”, o doente

respondeu: “Sim”, demonstrando a fé que o dominava, ao mesmo

tempo retratando querer recuperar a saúde, tal o esforço empreendido

para estar ali.

Movimentara amigos e pessoas solidárias; submetera-se ao

desconforto de ser conduzido; tivera aumentadas as dores e, porque

queria, conseguiu.

Sensibilizado por tal esforço, Jesus o libertou da doença, de

que ele, sem revolta, desejava despojar-se.

*

Nas tuas dificuldades e dores, abandona a complacência para

com elas e toma a segura decisão de querer ser feliz e crer que o

conseguirás.

Nada te impede o tentame. Basta que estabeleças, no íntimo,

o desejo forte de libertação.

Sacudido pela dúvida, rechaça-a.

Perturbado pelo pessimismo, contempla os triunfadores que

lutaram antes de ti.

Não lhes foi diverso o esforço para a vitória.

Sucede que iniciaram o labor sem que o soubesses e agora

vês somente o seu resultado.

Ademais, apela para Jesus com firmeza, certo de que a tua

rogativa não ficará sem resposta, e abre-te ao influxo da força

restauradora, não lhe opondo barreiras.

Se queres a paz e a saúde, e crês na sua imediata conquista,

não adieis o teu momento de consegui-las, pois este é agora.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 65

19

Jesus e Ingratidão

Os sentimentos de amor, justiça, caridade e gratidão são inerentes

à natureza humana, herdeira natural do bom, do nobre, do

belo. Todavia, porque ainda se demora em crescimento de valores,

mais vinculada atavicamente aos instintos primitivos, não se

manifestam essas qualidades, que devem ser cultivadas com esforço

até que se expressem por automatismos defluentes da sua

elevação interior.

Em razão disso, são mais comuns as manifestações agressivas,

as rebeldias, as ingratidões que aturdem, mantendo um clima

mental e emocional belicoso entre os homens.

A ingratidão, que é desapreço, apresenta-se como grave imperfeição

da alma, que deve ser corrigida.

O ingrato é enfermo que se combure nas chamas do orgulho

mal dissimulado, da insatisfação perversa. A si todos os direitos e

méritos se atribui, negando ao benfeitor a mínima consideração,

nenhum reconhecimento.

Olvidando-se, rapidamente, do bem que lhe foi dispensado,

silencia-o, mesmo quando não pensa que o recebido não passou

de um dever para com ele, insuficiente para o seu grau de importância.

A ingratidão é chaga moral purulenta no indivíduo, que debilita

o organismo social onde se encontra.

Assim, os ingratos são numerosos, sempre soberbos, e autosuficientes,

em dependência mórbida, porém, dos sacrifícios dos

outros.

*

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 66

Jesus sempre admoestava os ingratos que lhe cruzavam o caminho.

Nunca lhe faltaram no ministério estes infelizes.

No admirável fenômeno de cura orgânica dos dez leprosos,

patenteiam-se a ingratidão dos beneficiados e a interrogação do

Mestre, diante daquele que havia retornado para agradecer: “Onde

estão os outros? Não foram dez os curados?”

Nove se haviam ido, apressados, para o gozo e a algaravia,

recuperados por fora, sem liberação da doença interna, que desapareceria

somente a partir do momento em que fossem agradecer,

modificando-se psicológica e moralmente.

Na tragédia do Calvário, não se encontrava presente nenhum

dos que foram beneficiados pelas Suas mãos, e estes haviam sido

muitos.

Ele iluminara olhos apagados; abrira ouvidos moucos; ofertara

som aos lábios silenciosos; equilíbrio a mentes tresvariadas;

movimentos a membros mortos; vida a catalépticos; recuperação

orgânica a portadores de males inumeráveis e, no entanto, ficou

esquecido por todos eles. Não obstante o bem que receberam,

fugindo do reconhecimento, os ingratos viram-se diante de si

mesmos, das consciências molestadas pelos remorsos, tornando a

enfermar e morrendo, pois que deste fenômeno biológico ninguém

escapa.

*

O Mestre conhecia as debilidades morais do homem e sempre

se preocupava em alcançá-las, a fim de que as pretendidas curas

alcançassem as matrizes das doenças, onde as mesmas se originam,

erradicando-as, de modo que não voltassem a produzir miasmas

e males perturbadores.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 67

A Sua era uma constante proposta de renovação de metas, de

atitudes, de pensamentos.

Sendo o exemplo máximo, pedia que O vissem, isto é, que

Lhe tomassem a conduta de desapego das paixões cáusticas e

cuidassem de uma só coisa necessária, que é o “reino de Deus”

embutido no coração.

Na busca do mais importante, o seu encontro elimina o secundário,

que deixa de ter valor, para ceder lugar ao essencial, que

é o necessário.

Os homens, porém, na superficialidade dos seus interesses,

anelam apenas pelo imediato, que lhes satisfaz num momento,

deixando-os ansiosos outra vez.

Por imaturidade espiritual, ceifam a árvore de onde retiram os

frutos de hoje, acreditando, com ingenuidade, que não terão fome

amanhã. E quando esta se apresenta novamente, não têm onde

recolher o alimento.

Assim agem os ingratos.

Toldam a água da fonte que os dessedentou; queimam o trigal

que lhes deu o pão; cortam a planta frutífera que os alimentou;

afastam o amigo generoso que os socorreu.

Em contrapartida, vivem a sós, amesquinhados em si mesmos

por conhecerem o íntimo.

Desconfiados, neurotizam-se; arbitrários, são desamados; soberbos,

passam ignorados.

*

Não te preocupes com os ingratos dos teus caminhos de amor.

Prossegue, ofertando luz, sem te inquietares com a teimosia

da treva.

Onde acendas uma lâmpada, a claridade aí derramará dádivas.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 68

Os teus beneficiários que te abandonaram esqueceram ou se

voltaram contra ti; aprenderão com a vida e compreenderão, mais

tarde, o que fizeram.

Recordarão das tuas atitudes e buscarão passar adiante o que

de ti receberam.

Não é, portanto, importante, o tratamento que te dêem em retribuição,

mas sim, o que prossigas fazendo por eles.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 69

20

Jesus e Inimigos

O progresso tecnológico, favorecendo o conforto, implacavelmente

nivela os homens em uma só faixa, produzindo um tipo

de igualdade desumanizadora que o consumismo estabelece como

logro social relevante.

Por efeito, uma comunidade é tida como feliz em razão dos

instrumentos eletrônicos de que dispõe, dos automóveis, iates e

até aviões que aguardam para serem utilizados.

Os modismos assolam, gerando um comportamento mesmista,

em que os indivíduos se imitam, assumindo posturas idênticas,

com enfraquecimento dos ideais, da ética, da família, da criatura

em si mesma.

Reagindo a tal conduta, multiplicam-se aqueles que se apresentam

originais, já não surpreendendo pelo exotismo e desprezo

a tudo e todos, denominados como “reacionários por protestos”,

de imediato aceitos, imitados e absorvidos, logo passada a novidade.

Tais posturas escondem os chamados complexos coletivos,

que destroem a vida, instalando o clima de indiferença, quando

não de instabilidade nas pessoas.

Há modelos para todos os nivelamentos de indivíduos com

injustificável desprezo pela sua identidade humana.

Sufocado pela falta de humanidade, o homem busca refúgio

nos partidos políticos, nos clubes sociais e desportivos, nos aglomerados,

temendo enfrentar-se.

Permanece na multidão, sofrendo de insuportável soledade.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 70

Vê inimigos em toda parte e busca afastá-los, usando artifícios

segregacionistas de vários tipos, embora fantasiando-se de

democrata e solidário.

*

Os inimigos mais cruéis, todavia, permanecem no imo das

próprias criaturas, que os vitalizam com o orgulho, o egoísmo e o

disfarce da acomodação social aparente.

Jesus soube identificá-los, como jamais alguém logrou fazê-lo

em tal profundidade.

Ouvia os Seus interlocutores, que embora dissimulassem os

motivos reais que os assinalavam, não conseguiram passar despercebidos.

Diante da Sua visão penetrante se desnudavam os hipócritas e

enganadores.

A Sua posição moral impunha-se-lhes, no entanto, e Ele os

enfrentava com amor ou energia, conforme a circunstância e a

intenção de que se revestissem; sempre, porém, generoso.

Levava cada um a auscultar-se e adentrar-se, a fim de extirpar

as matrizes do mal em desenvolvimento.

Logo depois estimulava-os ao crescimento pessoal, desarticulando

os mecanismos mentais e sociais que conspiravam para a

decadência geral, pela queda do nível cultural e emocional que

deve constituir a base da sociedade.

*

Em a negativa de Pedro, três vezes repetida, a respeito do amigo,

temos uma lição de grande magnitude, porquanto, tão logo

ele veio a cair em si, chorou amargamente”.3

3 Mateus:26,75.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 71

A explosão das lágrimas foi-lhe a oportuna catarse liberativa

do arrependimento que o poderia neurotizar, levá-lo, como aconteceu

a Judas, ao suicídio infame.

Reergueu-se da queda, venceu o medo inimigo e a pusilanimidade

adversária, dando, a partir dali, todo o restante da vida ao

serviço de reparação pelo bem.

Jesus, por Sua vez, aceitou-lhe a oferenda de amor, utilizando-

o no ministério.

O Mestre conhecia-o. Por isso, anunciara-lhe a defecção porvindoura,

as fragilidades, apontando-lhe os inimigos internos que

deveria combater.

*

Não temas enfrentar as tuas sombras, esses inimigos que vigem

em ti mesmo.

Fortalece o ânimo e concentra-te em Jesus, a própria terapia

atuante.

Deixa que a tua emoção O alcance.

Não tenhas medo destes adversários com os quais convives

sem saber.

Identifica-os, um a um, desembaraçando-te logo após da pressão

que exercem sobre ti.

Recupera a tua humanidade, sendo tu mesmo.

Convive com todos no teu grupo social, mas preserva-te, sem

seguir os modelos fabricados pelo consumismo devorador e neurotizante.

Permanece aberto à renovação, à diversidade, à tua identidade.

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 72

Desprovido de prevenções e precauções perturbadoras, gozarás

de otimismo, fator essencial a uma vida sadia e a um interrelacionamento

social saudável.

--- Fim ---

Divaldo Pereira Franco - Jesus e Atualidade - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 73

Amigo(a) Leitor(a),

Se você leu e gostou desta obra, colabore com a divulgação

dos ensinamentos trazidos pelos benfeitores do plano

espiritual. Adquira um bom livro espírita e ofereça-o de

presente a alguém de sua estima.

O livro espírita, além de divulgar os ensinamentos filosóficos,

morais e científicos dos espíritos mais evoluídos,

também auxilia no custeio de inúmeras obras de assistência

social, escolas para crianças e jovens carentes, etc.

As obras espíritas nunca sustentam, financeiramente, os

seus escritores; estes são abnegados trabalhadores na seara de

Jesus, em busca constante da paz no Reino de Deus.

Irmão W.

“Porque nós somos cooperadores de Deus.”

Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.)