VIDA FELIZ
4a Edição
Do 42° ao 51° milheiro
©Copyright 1992 by
Centro Espírita Caminho da Redenção
Rua Jayme Vieira Lima, 1 - Pau da Lima
41235-000 - Salvador - Bahia - Brasil
Impressão: LIS Gráfica e Editora Ltda
Impresso no Brasil
Presita en Brazilo
LIVRARIA
ESPÍRITA
ALVORADA
EDITORA
Todo o produto desta obra é destinado à
manutenção da Mansão do Caminho (Salvador-
Bahia-Brasil), Obra Social do Centro Espí
rita Caminho da Redenção.
VIDA FELIZ
Pelo Espírito
Joanna de Ângelis
Psicografado por
Divaldo P. Franco
LIVRARIA ESPÍRITA ALVORADA EDITORA
C.G.C. (MF) 15.176.233/0006-21 - I.E. 01.917.200
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41235-000 • Salvador - Bahia - Brasil
1994
Dados Internacionais do
Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Franco, Divaldo Pereira, 1927-
Vida feliz / pelo espírito Joanna de Ângelis\
psicografado por Divaldo P. Franco — Salvador PA
: Liv. Espírita Alvorada, 1992.
1. Espiritismo 2. Felicidade 3. Psicografia
I. Franco, Divaldo Pereira, 1927 • II. Título.
92-3335 CDD-133.93
Índices para catálogo sistemático:
1. Espíritos: Comunicação mediúnica: Espiritismo
133.93
2. Mensagens psicografadas : Espiritismo 133.93
VIDA FELIZ
Em Ecbátana, cidade antiga da
Pérsia, havia uma Academia onde
se reuniam os sábios da época, então
chamada Silenciosa, porque os
seus membros deveriam manter-se
calados quanto possível, em
meditação, resolvendo os problemas
que lhes eram apresentados.
Certo dia, em que todos estavam
reunidos, apresentou-se um
eminente pensador chamado Dr.
Zeb, que foi ali propor a sua
candidatura a um daqueles lugares
disputados.
O presidente da entidade atendeu
o em silêncio, e, diante dos diversos
acadêmicos, escreveu o número mil
no quadro de giz, colocando um
zero à sua esquerda, fazendo-o
entender que este era o seu
significado para os presentes.
Dr. Zeb, sem qualquer enfado,
apagou o zero e o transferiu para
o lado direito do número, tornando
o dez vezes maior.
Surpreendido, o sábio tomou de
uma taça de cristal e repletou-a com
água de tal forma, que toda gota
acrescentada resultava numa gota
a exceder e perde-se...
O candidato, sem perturbar-se,
tirou uma pétala de bela rosa que
adornava o recinto e a depôs sobre
aágua da taça, que se manteve sem
nenhuma perturbação, tomando-se
mais bela.
Diante da excelente resposta, Dr.
Zeb foi então admitido como membro
do Colégio de sábios.
Considerando o expressivo
número de obras portadoras de
regras de conduta, de orientação
moral e evangélica, mais um
pequeno livro poderia parecer um
zero ao lado esquerdo do algarismo
significativo...
Tendo em vista porém, o número
de mentes e corações que solicitam
diretrizes e auxílio, inspiração e apoio
espiritual, animamo-nos a reunir
duzentos pequenos temas já muito
conhecidos, oferecendo-lhes um
tratamento simples e de fácil
aplicação, para brindar os nossos
leitores, o que então fazemos,
rogando as bênçãos de Jesus para
todos nós.
Esperamos que, na sua singeleza,
ele venha tornar-se a pétala de rosa
que o Dr. Zeb colocou sobre a taça
repleta de líquido, dando significado,
beleza e vida à existência de todo
aquele que o ler.
Joanna de Ângelis
Salvador, 20 de fevereiro de 1988.
I
Saúda o teu dia com a oração
de reconhecimento.
Tu estás vivo.
Enquanto a vida se expressa,
multiplicam-se as oportunidades
de crescer e ser feliz.
Cada dia é uma bênção nova
que Deus te concede, dando-te
prova de amor.
Acompanha a sucessão das ho
ras cultivando otimismo e bem
estar.
II
Considera o trabalho o melhor
meio para progredir.
Quem não trabalha, entrega-se
à paralisia moral e espiritual.
O homem que não se dedica à
ação libertadora do trabalho faz
se peso negativo na economia da
sociedade.
0 trabalho é vida.
Ill
Mergulha a mente, quanto pos
sível, no estudo.
0 estudo liberta da ignorância
e favorece a criatura com o discer
cimento.
O estudo e o trabalho são as
asas que facilitam a evolução do
ser.
O conhecimento é mensagem
de vida.
Não apenas nos educandários
podes estudar.
A própria vida é um livro aber
to, que ensina a quem deseja
aprender.
IV
A paciência é a virtude que te
auxiliará na conquista dos bens do
corpo, da alma e da sociedade.
Ela ensina a técnica de como se
deve aguardar, quando não se po
de ter imediatamente o que se de
seja.
Jamais te irrites.
A paciência te auxiliará a tudo
vencer.
V
Concede ao teu próximo os
mesmos direitos e favores que es
peras dele receber.
O egoísmo é doença que enve
nena a alma.
O amigo ao teu lado anela pe
los espaços para viver, conforme
ocorre contigo.
Lembra-te de não lhe interditar
a oportunidade.
O que te está reservado, apren
de a repartir.
VI
Quando estiveres em dúvida,
resolve pela atitude menos preju
dicial ao próximo e a ti próprio.
Evita arriscar-te e arruinar ou
tras pessoas.
Age em serenidade, certo de
que o teu gesto repercutirá nas de
mais pessoas, de acordo com a
emoção e o conteúdo de que se
revista.
VII
Não ambiciones demasiada
mente.
"Quem muito abarca, pouco
aperta" — afirma o refrão popu
lar.
A ambição desmedida enlou
quece, quando já não infelicita an
tes.
Cuida de lutar pelo necessário,
repartindo o que te exceda, cer
tamente, fazendo falta a outros.
VIII
Vive sempre em paz.
Uma consciência tranquila, que
não traz remorsos de atos passa
dos, nem teme ações futuras, gera
harmonia.
Nada de fora perturba um co
ração tranquilo, que pulsa ao com
passo do dever retamente cumpri
do.
A paz merece todo o teu esfor
ço para consegui-la.
IX
Mantém o teu controle emocio
nal em todas as situações.
Sistema nervoso alterado, vida
em desalinho.
Se dificuldades ameaçarem o
teu equilíbrio, utiliza-te da oração.
A prece é medicamento eficaz
para todas as doenças da alma.
X
Organiza a tua agenda, a fim de
ganhares o tempo com proprieda
de.
Cada tarefa deve ser exercida
no seu respectivo momento.
O tumulto na realização, não
apenas prejudica a ordem, mas
também, a sua qualidade.
Um após outro, com calma e
continuamente, realiza os teus de
veres.
20
XI
Torna-te amigo de todas as pes
soas.
A amizade é um tesouro do es
pírito, que deve ser repartido com
as demais criaturas.
Como um sol, irradia-se e feli
cita quantos a recebem.
Há uma imensa falta de amigos
na Terra, gerando conflitos e des
confianças, desequilíbrio e insegu
rança.
Quando a amizade escasseia na
vida, o homem periga em si mes
mo.
Sê tu o amigo gentil, mesmo
que, por enquanto, experimentes
incompreensão e dificuldades.
21
XII
Nunca retribuas maldade com
vingança ou desforço.
0 homem mau se encontra
doente e ainda não sabe.
Dâ-lhe o remédio que minora
rá o seu aturdimento, não usan
do para com ele dos recursos in
felizes de que ele se utiliza para
contigo.
Se alguém te ofende, o proble
ma é dele.
Quando és tu quem ofende, a
questão muda de configuração e
o problema passa a ser teu.
O ofensor é sempre o mais in
feliz.
Conscientiza-te disso e segue
tranquilo.
22
XIII
Confia sempre na ajuda divina.
Quando te sentires sitiado, sem
qualquer possibilidade de libera
ção, o socorro te chegará de
Deus.
Nunca duvides da paternidade
celeste.
Deus vela por ti, e te ajuda,
nem sempre como queres, porém,
da melhor forma para a tua real fe
licidade.
Às vezes, tens a impressão de
que o auxílio superior não virá ou
chegará tarde demais.
Passado o momento grave,
constatarás que o recebeste al
guns minutos antes, caso tenhas
perseverado à sua espera.
23
XIV
Aproveita cada oportunidade
para agir de forma elevada.
Há quem espere extraordinários
momentos e ocasiões especiais,
que possivelmente não chegarão.
Não será o que faças, que te
tornará grande e importante, po
rém como faças cada coisa que te
transformará em valioso.
A árvore gigante se origina em
pequenina semente.
O Cosmo é resultado de partí
culas e moléculas invisíveis.
Torna-te grande nas pequeni
nas coisas, a fim de que não te
apequenes nas grandiosas.
24
XV
"Somente lobos caem em ar
madilhas de lobos" — leciona o
Evangelho de Jesus.
Desse modo, jamais te permi
tas o espinho da humilhação ou
da desonra, quando agredido ou
malsinado.
És o que vives interiormente e
não aquilo de que te acusam.
Não te tornarás melhor, porque
estás elogiado ou ficarás pior,
porque combatido.
Permanece, honrado e discreto,
sendo tu mesmo, em busca do
aprimoramento íntimo.
XVI
Substitui, no teu vocabulário,
as más pelas boas palavras.
Expressões chulas e vulgares,
talvez estejam na moda, porém
"envenenam o coração".
A palavra é instrumento da vi
da para a comunicação, o enten
dimento, e não arma de agressão,
violência e vulgaridade
0 uso irregular das palavras cor
rompe a mente e rebaixa o ho
mem.
0 verbo expressa a qualidade
moral do indivíduo.
Porque há pessoas que falam
bem e são más, não é justo que
sendo bom, te apresentes mal.
XVII
Mantém os teus pensamentos
em ritmo de saúde e otimismo.
A mente é dínamo poderoso.
Conforme pensares atrairás res
postas vibratórias equivalentes.
Quem cultiva doenças, sempre
padece problemas dessa nature
za.
Quem preserva a saúde, sem
pre supera as enfermidades.
Pensa corretamente e serás ins
pirado por Deus a encontrar as so
luções melhores.
O pensamento edificante e
bom é também uma oração sem
palavras, que se faz sempre ouvi
da.
XVIII
A revolta constante gera dese
quilíbrios na mente, no corpo e na
alma.
Não é o corpo que é fraco, mas
o Espírito que permanece rebelde.
Controla as tuas energias, não
deixando que elas te desconcer
tem.
A revolta intoxica e expele ve
nenos que a todos desagradam.
A pessoa revoltada não inspira
amizade, nem sequer compaixão.
Tem calma sempre.
0 que agora não se resolva, es
tá a caminho da solução.
XIX
Tolera as falhas alheias e não as
apresentes no festival de fofocas.
Todos erramos.
Sábio é aquele que, no erro,
aprende a agir com correção.
Quando vejas alguém caído,
dá-lhe a mão, ao invés de te com
prazeres em censurá-lo.
Ninguém tomba por querer. E
se tal ocorre, nele predomina a ig
norância, que é um cruel inimigo
do homem.
Ainda assim, o equivocado me
rece mais socorro do que reprimenda.
XX
Jamais te comprazas no mal
feito.
Concede-te o direito de errar,
porém, exige-te o dever de corri
gir.
0 azedume, a ira, a violência,
devem ceder-te lugar à alegria, à
bondade, à paz.
Reencarnaste para crescer e ser
feliz.
Abandona os caminhos da vi
ciação emocional e galga os de
graus que te alçarão ao patamar
da vitória sobre ti mesmo.
Quem não doma as más incli
nações, torna-se vítima do desre
gramento a que elas conduzem.
XXI
O amor é tônico da vida.
Quando se centraliza nos inte
resses inferiores do sexo e das pai
xões primitivas, torna-se cárcere
e deixa de ser o sentimento ele
vado, que dignifica — libertando.
Examina os teus sentimentos,
na área afetiva e observa se eles
te desarmonizam ou tranquilizam.
Através da sua qualidade, detec
tarás, se amas ou apenas desejas.
O verdadeiro amor supera o
egoísmo e trabalha sempre em fa
vor da pessoa querida.
Ama, portanto, sem escravizar
aquele a quem te devotas, não se
lhe escravizando também.
altera XXII
A presença do ciúme no teu
comportamento é sinal de dese
quilíbrio.
O ciúme jamais será o sal tem
perando o amor.
Desconfiança e insegurança
significam a manifestação do ciú
me.
Quando ele se introduz na afetividade
surgimento a pesadelos e pertur
bações prejudiciais.
Supera as insinuações ciumen
tas na tua conduta, amando com
tranquilidade e confiando em paz.
Se a pessoa amada não te cor
responder à expectativa, segue
adiante, porque o prejuízo é dela.
XXIII
Evita as contendas, sempre inú
teis.
Entre contendores a razão é
sempre de quem não se envolve
em discussões infrutíferas.
Nessas lutas verbais e altera
ções violentas, surgem males de
difícil reparação.
As palavras que a ira põe na bo
ca do altercador, raramente ex
pressam o que ele pensa.
Traduzem-lhe o estado de desar
monia e a necessidade de esma
gar o antagonista.
Esclarece com calma e argu
menta serenamente. Se o outro
não leva em consideração os teus
conceitos, silencia e entrega-o ao
tempo que a todos nos ensina
sem pressa.
XXIV
O repouso é necessário para o
corpo e para a mente.
Tem cuidado, porém, a fim de
que ele não se te converta em
ociosidade, em preguiça.
È justo que, ao trabalho suce
da o refazimento de energias, atra
vés da variação de atividade ou do
repouso, do sono.
As muitas horas de descanso,
todavia, violentam o caráter mo
ral do homem e desarticulam as
fibras e músculos orgânicos des
tinados ao movimento, à ação.
Repousa, pois, o tempo sufi
ciente e não em demasia.
XXV
Sempre que interrogado a res
peito de alguém, fornece impres
sões positivas.
Na impossibilidade de fazê-lo,
porque a pessoa tenha uma con
duta irregular, silencia ou elucida
com bondade, evitando piorar-lhe
a situação ou torná-la mais divul
gada.
Não és fiscal do comportamen
to alheio, nem podes imaginar se
aquele equivocado de ontem, não
se encontra hoje em processo de
recuperação.
Sejam tuas a opinião que edi
fica e a palavra que ajuda sempre.
XXVI
Acalma os anseios de mudan
ças constantes.
Deus te colocou no melhor lu
gar para o teu progresso moral e
espiritual.
O lar que tens, o trabalho em
que te encontras, a cidade onde
resides, são oportunidades de trei
namento para a tua evolução.
"Pedra que rola, não cria limo"
— afirma o brocardo popular.
Quem sempre está de mudan
ça não amadurece, nem realiza
bem coisa alguma.
Cumpre a tarefa onde estejas,
e, no momento próprio, após acu
rada meditação, toma o teu rumo
definitivo.
XXVII
Não desconsideres o valor e o
poder da oração.
O corpo necessita de alimento
adequado para manter-se. Assim
também o Espírito, que é a fonte
de vitalização da matéria.
A prece constitui um combus
tível de alta qualidade para a sua
harmonia.
Adquire o hábito dê orar,
incorpora-o aos outros mecanis
mos naturais da tua existência e
constatarás os benefícios disso
decorrentes.
Não te negues o pão da vida,
que é a prece sincera e afervora
da.
XXVIII
Sê gentil com as crianças.
Elas necessitam de oportunida
de e de amor para lograrem o
triunfo.
Esses cidadãos em formação
ignoram as lutas que os aguar
dam.
Distende-lhes o gesto de sim
patia, transmitindo-lhes confian
ça na humanidade que represen
tas.
Não as atemorizes, nem as mal
trates.
Quem visse aquele menino, em
Nazaré, no passado, entre outras
crianças, brincando descuidada
mente, não poderia imaginar que
era o Construtor da Terra, nosso
Modelo e Guia.
XXIX
Exercita a gentileza e a gratidão
para com todas as pessoas, espe
cificamente os idosos.
A velhice é fase inexorável que
alcançarás, caso a morte não te
arrebate o corpo antes.
Nesse período difícil, as forças
diminuem, os órgãos se debilitam,
as lembranças se apagam e a de
pendência física, emocional e afe
tiva se faz imperiosa.
Pode parecer cansativa a pre
sença do idoso; ele, porém, é ri
co da experiência que te pode
brindar, mas carente dos recursos
que lhe podes oferecer.
XXX
Qualquer vício escraviza e ma
ta.
Não te vincules aos chamados
"aperitivos sociais", que dão mar
gem a lamentáveis processos de
alcoolismo, nem adotes a posição
de fumante, por parecer-te uma
postura distinta e de elegância,
mas que conduz às algemas do ta
bagismo assassino.
Jogo, sexo, gula, anedotário
servil, para citar somente alguns,
iniciam-se em pequenas doses,
para culminar em cárcere moral
quando não em penitenciária co
mum.
Uma vida sadia torna-se ditosa
e prolongada, a benefício daque
le que assim a preserva.
XXXI
Torna-te pacificador.
Onde te encontres, estimula a
paz e vive em paz.
Os tumultos que aturdem os
homens e as lutas que se travam
em toda parte poderiam ser evi
tados, ou pelo menos contorna
dos, se os homens mantivessem
o espírito de boa vontade, uns pa
ra com os outros.
Uma ofensa silenciada, uma
agressão desculpada, um golpe
desviado, evitam conflitos que ar
dem em chamas de ódio.
Confia na força da não
violência e a paz enflorescerá o teu
e o coração de quantos se acer
quem de ti.
XXXII
Difunde a esperança em melho
res dias.
Nunca houve tanta necessida
de da verde palma, quanto nestes
momentos.
A esperança dá forças aos
ideais e coragem às criaturas, que
se renovam, mesmo quando tudo
parece a ponto de perder-se.
È ela que sustenta o herói e
mantém o santo nos propósitos
superiores que abraçam.
Preservando-a em ti, nunca
desfalecerás, nem te sentirás
abandonado, quando as circuns
tâncias te convidarem ao testemu
nho e à solidão.
XXXIII
Tem piedade dos ingratos. Eles
asfixiaram os sentimentos nobres
nos vapores da soberba.
A gratidão é o sentimento dig
no que deve viger no homem que
recebe benefícios da vida.
Todos a devemos a alguém ou
a muitas pessoas que nos socor
reram nos momentos graves da
existência.
A ajuda na hora certa é respon
sável por tudo de bom que te ve
nha a acontecer, impelindo-te ao
reconhecimento perene.
Sê grato em todas as situações.
XXXIV
Preserva a jovialidade na tua
conduta.
Um cenho carregado reflete
aflição, desgosto, contrariedade.
Podes ser de atitudes retas e
comportamento sério, sem que te
afixes a máscara contraída do mau
humor.
Jovialmente e com alegria es
parze bom ânimo, irradiando o
bem-estar de que esteja rico o teu
coração.
0 tesouro de um comporta
mento jovial tem o preço da feli
cidade que oferece a todas as pes
soas.
XXXV
Reserva algum período do teu
tempo ao serviço sem remunera
ção à caridade fraternal, à ação
em favor da comunidade.
A "hora vazia" é sempre espa
ço mental perigoso. Oferece-a ao
teu próximo, a alguma Sociedade
ou Agremiação que se dedique à
benemerência, à construção de vi
das.
Pequenas ajudas produzem os
milagres das grandes realizações.
Jamais te escuses a este mis
ter de ajuda desinteressada, não
retribuída.
Há muita aflição esperando so
corro e compreensão.
XXXVI
Assume, contigo próprio, o pro
pósito de desincumbir-te bem de
todos os teus compromissos com
ordem e sem pressa.
Quem valoriza o que faz dá-lhe
beleza e sentido, melhor
realizando-o.
Todo serviço é nobre, por mais
insignificante seja considerado ou
por mais humilde se apresente.
0 Universo e o verme, tão di
ferentes e antagônicos, sâo impor
tantes na criação divina.
Realiza cada tarefa com respei
to e prazerosamente.
XXXVII
Nunca enganes a ninguém.
A vida é grande cobradora e
exímia retribuidora.
0 que faças com os outros
sempre retornará a ti.
À sementeira sucede a colhei
ta.
Segarás conforme hajas planta
do.
Quem engana, ilude, trai, a si
próprio se prejudica,
desrespeitando-se primeiro e fa
zendo jus depois aos efeitos da
sua conduta reprochável.
Sê honesto para contigo, e, co
mo consqüência, para com teu
próximo.
XXXVIII
Usa a verdade com o objetivo
de ajudar, jamais como uma arma
de agressão ou revide.
A verdade é qual diamante que
exige adequado envoltório para
manter-se seguro, e, quando ati
rado para alguém, não o ferir.
A tua talvez não seja a verdade
legítima ou pelo menos não será
a completa.
Preserva-a para o momento
próprio, no qual possas dignificar
e erguer quem caia ou se esteja
precipitando em abismos de lou
cura e ilusão.
XXXIX
Não te esqueças das pessoas
que transitam em situações mais
humildes e difíceis do que a tua.
Faze-te amigo delas.
È fácil desejar compartir das
alegrias, dos momentos de triun
fo, das situações invejáveis que os
outros experimentam.
O ideal é ser companheiro de
todos.
A situação financeira, o poder,
a saúde e a juventude são transi
tórios.
Converte o teu amor na mais
valiosa conquista da tua vida,
repartindo-o com todos os indiví
duos.
XL
Enquanto alguém estiver sendo
acusado, mantêm-te em silêncio.
Os acontecimentos quando es
touram, têm antecedentes que
são ignorados pela maioria dos cir
cunstantes.
As coisas nem sempre são con
forme se apresentam, mas con
soante são nos seus valores ínti
mos.
Não faças coro com as acusa
ções expostas.
0 delinquente e o infeliz peca
dor, merecem, quando menos, co
miseração e oportunidade de ree
ducação.
XLI
Depois que cometas um erro e
tenhas consciência dele, começa
a reabilitação.
Nada de entregar-te ao desa
lento ou ao remorso.
Da mesma forma como não de
ves insistir no propósito inferior,
não te podes deixar consumir pe
lo arrependimento.
Este tem somente a função de
conscientizar-te do mal feito.
Perdoa-te, encoraja-te e dá iní
cio à tarefa de reequilíbrio pessoal,
diminuindo e reparando os prejuí
zos causados.
XLII
No tumulto que toma conta do
mundo e das pessoas, reserva-te
alguns momentos de silêncio, que
se transformem em quietude inte
rior.
A agitação, a balbúrdia, o fala
tório, desarmonizam os centros
emocionais do equilíbrio.
Cala mais do que fala.
Reflexiona antes de expender a
tua opinião.
Ouve a zoada e alija-te do bur
burinho, preservando-te em paz.
Este comportamento é salutar
para todos os momentos da tua
vida.
XLIII
A tua felicidade é possível.
Crê nesta realidade e trabalha
com afinco para consegui-la.
Não a coloques nas coisas, nos
lugares, nem nas pessoas, a fim
de que não te decepciones.
A felicidade é um estado ínti
mo, defluente do bem-estar que
a vida digna e sem sobressaltos
proporciona.
Mesmo que te faltem dinheiro,
posição social de relevo e saúde,
podes ser feliz, vivendo com resig
nação e confiança em Deus.
XLIV
Ama-te mais.
Certamente, não nos referimos
ao sentimento egoísta, ambicioso,
envenenador.
Amar-se, é respeitar-se,
proporcionando-se as conquistas
superiores da vida, os anseios ele
vados do coração.
Intenta estabelecer um peque
no programa de amor para ti e
executa-o.
Mantém acesa a luz do entu
siasmo em tuas realizações e
sabendo-te fadado à Grande Luz,
deixa que brilhem as tuas aspira
ções nobres.
Escolhe "a melhor parte" em
tudo e supera aquelas nefastas,
que prejudicam e envilecem.
XLV
O corpo merece cuidados para
ser preservado, sadio.
Desprezá-lo, sob qual for o pre
texto, é ato de rebeldia contra
Deus, que no-lo concede com a
finalidade de crescimento íntimo
e elevação moral.
Sem o ataviar com exageros ou
viver para ele conforme fazem
muitas pessoas, resguarda-o e
protege-o, amando-o de forma a
prolongar-lhe a existência útil.
0 corpo é o "jumentinho" que
carrega a alma na Terra, confor
me ensinava São Francisco de As
sis, credor de ternura e afeto.
XLVI
Alimenta-te para viver, sem a
gulodice que leva o homem a vi
ver para comer.
Morre-se mais de excesso ou
alimentação irregular, do que pe
la falta de pão.
O exagero e desperdício de uns
respondem pela falta e escassez
na mesa de outros.
O alimento é bênção para a
existência corporal, mas as com
plexas misturas e extravagantes
apresentações constituem paixão
injustificável ou vício pernicioso.
Usa o alimento com sabedoria
e frugalidade para viveres por lon
gos anos com saúde ideal.
XLVII
Acompanha a marcha dos
acontecimentos sem sofreguidão.
A tua ansiedade ou o teu receio
não alterarão o curso das horas.
Aguarda o que há de suceder,
sem que te imponhas sofrimento
desde a véspera.
0 que pensas que acontecerá,
talvez se dê, não porém da forma
como aguardas, porquanto, a vi
da obedece a um plano de inces
santes mudanças e transforma
ções.
Desse modo, espera com har
monia íntima, afastando do teu
programa a agitação e o medo.
XLVIII
Ouve com atenção e cuidado.
Não te apresses em cortar o as
sunto, como se já o tivesses en
tendido.
Há pessoas que têm dificulda
de de expressão e tornam-se difí
ceis de ser compreendidas.
Após ouvires, se a circunstân
cia permitir, dialoga um pouco
com o expositor, a fim de que o
tema te fique esclarecido e o
apreendas.
Quem ouve bem, penetra me
lhor nos ensinamentos que lhe
chegam.
Ouvir, é ainda uma arte pouco
exercitada.
XLIX
Muita gente se compraz na
transmissão de comentários infe
lizes, veiculando idéias e opiniões
malsãs, tomando-se estafeta da
insensatez.
Permanece discreto diante dos
maledicentes e injuriosos, que te
testam as resistências, trazendo
te mensagens infames, a fim de le
varem a outrem, distorcidas, as
tuas palavras.
0 silêncio, em tais circunstân
cias, é como algodão que abafa e
amortece o ruído do mal em de
senvolvimento.
Não são teus amigos, aqueles
que te trazem o lixo da notícia
maldosa.
Deus dotou-te de força de von
tade.
Se te parece fraca, é porque
nâo a tens exercitado.
Toda e qualquer função orgâni
ca ou moral necessita de exercí
cio a fim de atender com rapidez
aos comandos mentais.
Treina-a nos pequenos hábitos
viciosos, buscando corrigi-los, e,
lentamente, vai passando para de
safios mais expressivos.
Através de uma vontade disci
plinada conseguirás atingir os ob
jetivos máximos da tua atual exis
tência.
Não desistas, se, de início, fra
cassares.
LI
Quem guarda rancor, coleciona
lixo moral, e, consequentemente,
termina enfermando.
0 mal que te façam, não deve
merecer o teu sacrifício.
Se alguém deseja ver-te infeliz,
age de forma contrária, vivendo
com alegria.
Se outrem planeja perturbar-te,
insiste na posição de harmonia.
Se aquele que se tornou teu ad
versário trabalha pela tua desdita,
continua em paz.
Para quem procura infelicitar os
outros, a maior dor é velos imper
turbáveis.
Sê inteligente e não te desgas
tes à toa.
LM
O perdão real é sempre acom
panhado pelo esquecimento do
mal recebido.
Se perdoas, porém te referes ao
acontecimento, estás vitalizando
o erro.
Trabalha a inferioridade pessoal
que se fixa na lembrança do so
frimento experimentado e agrade
ce a oportunidade de perdoar.
Como evoluir sem os testes de
aprimoramento moral?
0 perdão, que agora concedes,
será o teu padrinho amanhã quan
do necessites da benevolência e
da desculpa de outra pessoa.
Perdoar é sempre melhor para
quem o faz. Age sempre assim e
viverás.
Llll
Os maus pensamentos intoxi
cam a alma.
Atraem o pessimismo e as pre
senças doentias dos Espíritos per
turbados e maus.
Mantém a tua mente presa às
idéias positivas, iluminativas, aos
programas de enobrecimento, de
cuja conduta te advirá o bem-estar
íntimo e a alegria de viver.
O que pensares com insistên
cia, hoje ou mais tarde se concre
tizará.
Os fatos se corporificam, de iní
cio, no campo mental, para depois
se tornarem realidade no corpo fí
sico.
Pensa no bem e banha-te com
a luz do amor.
LIV
Sê gentil e bondoso, sem te tor
nares servil.
A humildade é uma virtude no
bre que não convive com as situa
ções vis.
íntegra, enriquece o homem de
valores espirituais, que o tornam
forte, na sua aparente fraqueza e
poderoso na sua pobreza.
Sócrates, Cristo e Gandhi são
os exemplos máximos da humil
dade e os expoentes mais belos da
evolução.
Abatidos por homicidas loucos,
preferiram morrer a ceder, perma
necendo imortais na sua grande
vitória.
LV
Não troques a paz da tua cons
ciência de amanhã, pelo prazer
corruptor de hoje.
0 que não é moral, jamais pro
porciona harmonia. Fugidio e de
vorador, passa rápido, deixando
ácido de insatisfação a queimar o
corpo e sombra de remorso na
consciência magoada.
Permanece sedento, mas não
arrependido.
0 que não experimentaste, não
te atormenta, e, o que te falta ago
ra, mais tarde chegará bem para
a tua satisfação.
LVI
As vitórias das questões ilegais
são utópicas.
Deixam paladar de amargura.
Injustas, ferem os outros, não
podendo beneficiar, realmente, a
ninguém.
Quem edifica sobre terreno
alheio, termina por perder a cons
trução.
Nunca será justa a alegria con
seguida no rio das lágrimas
alheias.
Cuida bem das tuas causas e
luta somente quando tiverem o
apoio legal e se firmarem nos ali
cerces da moral.
LVII
Canaliza bem a tua energia, a
fim de que se não converta e,n
presunção e violência.
Podes e deves ser enérgico
nunca, porém, agressivo.
É justo que te sintas jubiloso
com os teus recursos, todavia,
não te tornes jactancioso.
Quando a tentação do revide
perturbar-te o discernimento, rea
ge e atua com severidade, entre
tanto sem exagero.
A força que edifica, também
derruba.
Os fortes e temperamentais ter
minam os dias com os nervos em
frangalhos e a sós...
LVIll
Compadece-te dos fracos.
Dá-lhes mão amiga em qual
quer situação.
Além da fragilidade orgânica,
são tímidos e dependentes, reco
nhecendo a deficiência de ener
gias.
Ajuda-os com um sorriso afá
vel de companheirismo, com uma
promessa de silencioso apoio, me
diante um gesto que lhes dê se
gurança.
Coloca-te no lugar deles, e fa
ze, em seu favor, o que gostarias
de receber, estando na sua situa
ção.
LIX
Conserva a coragem na luta,
seja qual for a situação.
Há caminhos menos difíceis de
ser percorridos, no entanto, todos
exigem que se os vençam.
Pensa-se que, pelo fato de
estar-se trabalhando peto bem do
próximo, não se enfrentam dificul
dades e obstáculos.
É puro engano. Em toda parte
e posição a criatura humana é a
mesma.
São Vicente de Paulo, que tan
to se dedicou aos pobres, afirma
va que estes "eram muito exigen
tes e ingratos".
Tem, pois, bom ânimo sempre.
LX
Vez que outra, dedica algum
tempo para meditar a respeito da
morte.
A morte arrebata os inimigos,
os afetos, e te chegará num mo
mento qualquer.
Prepara-te todo dia, como se
ele fosse o teu último na Terra.
Acostumando-te a pensar na
morte, ela não te ferirá quando
passe pela tua porta ou conduza
alguém que te seja amado.
São Francisco de Assis
aguardava-a com a tranquilidade
com que "capinava o jardim".
LXI
A tua posse em relação aos
bens terrestes é relativa.
Num mundo transitório, no qual
tudo passa, o que agora te perten
ce, amanhã terá mudado de mãos.
Usa, mas não abusa dos recur
sos de que disponhas.
Não te escravizes ao que deténs
por momentos, evitando-te sofri
mentos quando se transfiram pa
ra outrem.
Os únicos bens de duração per
manente são os tesouros dos sen
timentos, da cultura e das virtu
des.
"Acumula tesouros no céu",
ensina o Evangelho.
LXII
Tua experiência é um valor que
logras através do tempo, vivendo
as lições da vida, no teu proces
so de evolução.
Estrada percorrida, caminho
conhecido.
Face a tal conquista, descobres
que há uma grande distância en
tre a teoria e a prática.
Medita mais, antes de agires,
tomando decisões tranquilas e
alentadoras.
Quando ages por impulso, es
tás sujeito a erros graves.
Há acontecimentos que suce
dem no momento próprio, no en
tanto, é o homem sábio quem es
tabelece a hora para as realizações
superiores.
LXIII
As coisas mais importantes da
vida somente são valorizadas de
pois que passam ou se as perdem.
Na maior parte das vezes, as
pessoas vivem sob automativos,
sem valorizar estes inestimáveis
recursos divinos.
A saúde, o sono, a razão, os fe
nômenos digestivos, a respiração,
os órgãos dos sentidos, os movi
mentos, são tesouros colocados
por Deus a teu serviço e não te
dás conta da sua grandiosidade,
gastando-os com sofreguidão, pa
ra adquirir outros bens que são se
cundários.
Pára a pensar no significado de
cada um destes dons e resguarda
os dos fatores que os consomem.
LXIV
Caminha um pouco ao ar livre.
Tranquilamente, redescobre a
natureza que te abençoa a vida.
Espairece, saindo deste turbi
lhão em que te encontras e dei
xando a imaginação voar.
Evita os lugares movimentados,
para o teu passeio, e aspira o oxi
gênio balsâmico da floresta, da
montanha, do mar...
Refaze conceitos, acalma-te e
abençoa a vida na forma como se
te apresente.
A tua atual existência é rica do
que necessitas para ser feliz.
LXV
"Nem tanto ao mar, nem tan
to à terra," ensina a filosofia po
pular.
Isto é um convite ao comedi
mento, a uma posição sem extre
mismos.
Toda vez que te apaixonas e to
mas uma postura exagerada, co
metes os mesmos erros que cen
suras nas outras pessoas.
0 meio-termo em matéria de
discussão é uma situação ideal.
Não por comodidade ou medo,
mas, porque desconhece a ques
tão na profundidade que exige.
Um comportamento equilibra
do se revela nos momentos em
que são tomadas as decisões e as
sumidas as posturas.
LXVI
Sê uma pessoa aberta às idéias,
aos conceitos novos.
Discute-os, compara-os com o
que sabes e pensas, retirando o
melhor proveito das informações
que desconheces.
As idéias salutares renovam a
emoção, abastecendo os senti
mentos com estímulos e entusias
mo.
Ninguém é tão sábio que não
necessite aprender mais, nem tão
completo que possa dispensar ou
tros contributos para o seu cres
cimento íntimo.
Aprende mais, estando recep
tivo a novas contribuições.
LXVII
Os ingredientes que excitam a
mente, o corpo, a emoção, devem
ser evitados por ti.
As melodias suaves, na boa
música, harmonizam, enquanto
outras, programadas para a luxú
ria e a violência, desassossegam,
alterando o ritmo nervoso.
As leituras edificantes instruem
e educam da mesma forma que as
extravagantes e sensuais corrom
pem e alteram a escala de valores
morais para pior.
As conversações sadias levan
tam o ânimo, quanto as vulgares
relaxam o caráter.
Poupa-te à onda de indignida
de que toma conta do mundo e
das pessoas.
LXVIII
Quando desconheceres um as
sunto, confessa a tua ignorância
a seu respeito.
Não tens obrigação de saber
tudo, de estar informado sobre to
das as coisas.
Questão de apreço é a hones
tidade de quem reconhece os pró
prios limites. E mesmo que este
jas inteirado da informação que al
guém te dá, ouve-a com paciên
cia. Terás ensejo de conferi-la com
as notícias que já tens, enrique
cendo mais o teu conhecimento
ou corrigindo-o.
Uma pessoa que parece muito
bem informada, às vezes tem so
mente um conhecimento superfi
cial, aparentando mais do que sa
be.
Quem sabe ouvir, lucra sempre.
LXIX
Ser pai ou mãe é uma grande
responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que
organizou para si mesma em reen
carnações passadas. No entanto,
ela nunca deixará de assimilar os
exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar,
e este, por sua vez é o resultado
da conduta dos esposos que se
devem esforçar para fazê-lo agra
dável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as
tuas palavras e conduta, fazendo
te amigo dele em todas as situa
ções.
Os filhos, como todos nós, so
mos de Deus, e prestarás conta do
empréstimo que te foi concedido
para educar.
LXX
Ninguém colhe em seara alheia,
que não haja semeado, no que diz
respeito aos valores morais.
Cada um é herdeiro de si mes
mo.
Espírito imortal que é, evolui de
etapa em etapa, como aluno em
educandário de amor, repetindo a
lição quando erra e sendo promo
vido quando acerta.
Assim, numa existência dá
prosseguimento ao que deixou in
terrompido na outra, corrige o que
fez errado ou inicia uma experiên
cia nova.
0 que, porém, não realiza por
amor, a dor o convocará a execu
tar.
LXXI
Estás mergulhado no oceano
do amor de Deus.
Jamais te encontras sozinho.
Deus está em ti e em torno de
ti.
Descobre-0 e deixa-te condu
zir por Ele com sabedoria.
És Seu herdeiro, possuidor do
universo.
Permite que o Seu amor te per
meie totalmente, comandando a
tua vontade e os teus passos,
facultando-te crescer com menor
ou nenhuma dose de sofrimento.
Em Deus tudo encontras,
plenificando-te completamente.
LXXII
Abençoa com alegria cada
oportunidade evolutiva.
A dor enfrentada com resigna
ção diminui de intensidade, tanto
quanto suportada em silêncio pas
sa com mais rapidez.
Nunca te alcançam os sofri
mentos que não mereças, assim
como não passarás pela Terra, em
regime de exceção, sem os enfren
tares.
As Leis de Deus são iguais pa
ra todos.
Substituindo o amor que escas
seia, a dor é a mestra que impul
siona ao avanço.
LXXIII
As lesões da alma são mais
mortificadoras.
As feridas externas são de fácil
cicatrização, enquanto aquelas
que pululam no íntimo tornam-se
de mais demorado curso.
Banha-te nas águas da confian
ça em Deus, da paciência, da hu
mildade, do perdão e do amor, não
permitindo que o ódio, o egoísmo,
a revolta e a mágoa te macerem
os tecidos da alma.
Muitas enfermidades do corpo
procedem do espírito danificado
pelos conflitos da emoção ou pe
lo ácido das imperfeições morais.
Cuida dos equipamentos inter
nos, resguardando-os da agressão
contumaz do vício e da irrespon
sabilidade.
LXXIV
O que não possas concluir ago
ra, não te seja motivo de agasta
mento.
Faze o possível em esforço e
dedicação, no entanto, evita o
aborrecimento que o aparente fra
casso produz.
Quando alguma ação ultrapas
sa a tua capacidade de executá
la ou a circunstância não te per
mita fazê-la, cabe-te o dever da
serenidade.
Quem faz o que lhe está ao al
cance, realiza o máximo.
... E o que não possas concluir
agora, terminarás amanhã, se por
fiares fiel ao compromisso.
LXXV
Afugenta o melindre da área do
teu comportamento pessoal.
Sempre encontrarás pessoas
simpáticas como inamistosas pe
lo caminho por onde segues.
Não vale a pena melindrar-se,
remoendo insatisfação.
Toda marcha está sujeita a tro
peços e dificuldades, que consti
tuem desafio e emolução para o
avanço.
Uma jornada sem problemas
torna-se monótona e desmotiva
dora.
Tu cresces em razão das lutas
que enfrentas.
Permanece, pois, de bom hu
mor sempre, mesmo diante das
pessoas congeladoras ou agastan
tes.
LXXVI
Dilui a queixa sistemática, que
te torna uma pessoa de difícil con
vivência.
È muito desagradável a compa
nhia de alguém que está sempre
a reclamar, vendo defeitos em tu
do e desejando que o mundo gire
na sua órbita e de conformidade
com a sua maneira de ver as coi
sas.
Não poderás modificar os ou
tros, porém, deves empenhar-te
para conseguir a própria transfor
mação para melhor.
Se tudo te desagrada e estás,
costumeiramente, reclamando,
cuidado, porquanto esta é uma
atitude de quem está de mal com
a vida e vive mal consigo mesmo.
É necessário que te toleres,
aprendendo a ser tolerante com o
próximo.
LXXVII
No dia de hoje, pelo menos, co
loca beleza nos teus olhos, a fim
de fitares a vida com lentes mais
claras.
Liberta-te das impressões nega
tivas que te acompanharam ao lei
to, na noite passada, e dispõe-te
a encarar o mundo e as pessoas
com uma dose de boa vontade.
Notarás que o teu estado ínti
mo se renovará e tudo adquirirá vi
da agradável ao teu redor.
A boa vontade, em relação aos
outros, retorna como simpatia e
camaradagem deles, em relação a
ti.
Enfrenta o dia novo, disposto a
vencer e conquistando o espaço
bom que te está reservado no
mundo.
LXXVIII
Se uma dificuldade surge,
impedindo-te a caminhada, não
percas tempo. Detém o passo e
contorna o obstáculo.
Se algum problema inesperado
ameaça o teu equilíbrio, não te
aflijas. Silencia a revolta e busca
solucioná-lo conforme as tuas
possibilidades.
Se alguém, a quem amas, mu
dou de conduta em relação a ti ou
abandonou-te, mantém-te sereno.
0 rebelde e o desertor, com as
suas atitudes intempestivas, já
perderam a razão. Permanece em
paz.
O que agora percas, consegui
rás mais tarde.
Quanto te aconteça, sabendo
te portares, será sempre para o teu
bem futuro.
LXXIX
Tranforma as tuas horas num
rosário de bênçãos.
Aproveitando-as com sabedo
ria, no trabalho edificante, forma
rás um patrimônio de felicidade, o
qual não podes imaginar.
Desperdiçando-as, não conse
guirás recuperá-las.
A hora que passa não retorna,
qual a água que corre sob a pon
te.
A eternidade é feita de segun
dos, e o tempo medido pelas ho
ras é a concessão de Deus para te
proporcionar bem-estar.
Trabalha sem desânimo e acu
mula as tuas horas de ação bené
fica.
LXXX
Podes fazer mais em favor da
humanidade se te dispuseres a is
to.
Distende a mão a alguém caí
do; dize uma palavra cortês a ou
trem; sorri para uma pessoa soli
tária, acenando-lhe fraternidade;
presenteia um amigo com uma
flor; faze sorrir um triste; enlaça
em ternura um desafortunado...
Há moedas de amor que valem
mais do que os tesouros bancá
rios, quando endereçadas no mo
mento próprio e com bondade.
Ninguém dispensa um amigo,
nem desdenha um gesto socorris
ta.
Disputa a honra de ser constru
tor do mundo melhor e de uma
sociedade mais ditosa.
LXXXI
Jesus disse: "Não se turbe o
teu coração", ensinando que a cal
ma e a confiança em Deus devem
ser o lema de toda criatura que de
seja encontrar a felicidade.
Nunca faltam motivos para
preocupações, inquietando o co
ração, perturbando a vida.
A existência humana é uma
oportunidade de valorização dos
bens eternos e de iluminação ín
tima.
Se colocas as tuas ansiedades
em Deus e Lhe confias a tua vi
da, tudo transcorre normalmente,
e, se algo perturbador acontece,
a serenidade assume o controle da
situação e age com acerto.
Deste modo, não te permitas
turbar o coração nem a mente, an
te as ocorrências malsucedidas.
LXXXII
Quando assumas um compro
misso honra-o com a tua presen
ça.
Antes de aceitares qualquer in
cumbência, medita a respeito, a
fim de que não te situes numa po
sição desagradável.
Sucedendo algum impedimen
to à tua comparência ou desin
cumbência da tarefa, comunica
o com antecipação, de modo a
não prejudicares quem te aguar
da, ou aquele que confia na tua
palavra.
Sejam de pequena monta ou al
ta responsabilidade, desincumbe
te de todos os deveres que assu
mires.
LXXXIII
Não temas os teus acusadores,
quando estiverem mentindo con
tra ti, através de calúnias, desejem
arrastar-te para as lutas inglórias.
Quando sejas acusado e o fato
seja verdadeiro, agradece a Deus
a oportunidade de repará-lo em
tempo, reabilitando-te para o teu
próprio bem-estar.
É sempre melhor recuperar-se
do erro enquanto se está com a
sua vítima ao alcance.
Toda dívida que se adia, fica
majorada com a carga dos juros,
portanto, mais penosa para ser
resgatada.
LXXXIV
Seleciona as tuas companhias.
Os maus companheiros
tornam-se presenças inconvenien
tes na tua vida e perturbam-te a
marcha.
Ninguém é tão independente e
pleno que não corra o perigo de
contaminar-se, com aqueles que
estagiam e se comprazem na de
linquência ou na insensatez vicio
sa.
Sê gentil com os maus e estúr
dios, porém, não te imiscuas com
eles, seu comportamento, suas
atividades e filosofia de vida.
As enfermidades morais tam
bém contagiam os incautos que
delas se aproximam.
LXXXV
Sê ordeiro nas tuas atividades.
Não te apoquentes ante o mui
to a fazer, nem te descuides em
relação às tuas tarefas.
À medida que o tempo te per
mita, vai realizando cada uma de
las até que as conclua todas.
Um homem disciplinado é um
tesouro.
Quem sabe desincumbir-se dos
serviços monótonos e constantes,
pode empreender grandes realiza
ções com a certeza do êxito.
Agir com ordem e ter consciên
cia de que a vida é uma ação que
não cessa, significa um avançado
passo no caminho da evolução.
LXXXVI
Insiste na preservação da tua
saúde.
Muitas enfermidades têm ori
gem no temperamento desajusta
do, nas emoções em desalinho,
em influências espirituais negati
vas. ..
A ansiedade, o medo, o pessi
mismo, a ira, o ciúme, o ódio, são
responsáveis por males que ainda
não se encontram catalogados,
prejudicando a saúde física, emo
cional e mental.
Esforça-te por permanecer em
paz, cultivando os pensamentos
bons, que te propiciarão inestimá
veis benefícios.
Conforme preferires mental
mente, assim te será a existência.
LXXXVII
O conselho somente terá valor
se estiveres disposto a segui-lo.
Quando estejas com dificulda
de em qualquer assunto, recorre
a uma pessoa mais experiente,
mais bem equipada, pedindo-lhe
ajuda e orientação. Todavia, não
leves a tua própria opinião, tentan
do prová-la verdadeira.
Ouve com cuidado, reflexiona
e, depois, toma a decisão que te
pareça mais acertada.
Por outro lado, não faças ouvi
dos moucos às orientações e con
selhos que te dêem ou que bus
ques.
"Examina tudo e retém o que
é bom", ensina o Apóstolo, em
nome do Bem.
LXXXVIII
Ninguém resolverá os teus pro
blemas se não te dispuseres a
enfrentá-los e solucioná-los.
Encontrarás quem te empreste
uma soma, a fim de resgatares
uma dívida. Entretanto, o débito
permanece, havendo, somente,
mudança de credor.
0 amigo pode tornar-se um ci
reneu junto a ti, mas a cruz é pes
soal, e cada criatura tem o dever
de conduzi-la até o seu calvário li
bertador.
Desta forma, não sobrecarre
gues os teus afeiçoados com as
tuas queixas, reclamações e pro
blemas.
Busca equacionar os teus pro
blemas, um de cada vez, até
vencê-los todos.
LXXXIX
Se a tua palavra não tiver o ob
jetivo de auxiliar, não a apresen
tes para criticar.
Há dois tipos de comportamen
to: o daqueles que fazem e o da
queloutros, que ficam de palan
que, apontando erros, criticando,
atormentando a vida das pessoas.
Faze quanto te seja possível,
sem aguardar aplauso, nem temer
pedradas.
Torna-te membro do grupo que
opera e fala com o objetivo supe
rior de ser útil.
Se, os que dizem saber como
se fazem as coisas, deixassem de
opinar e as executassem, o mun
do mudaria de feição.
xc
Não te isoles, no círculo social
onde te encontras.
A solidão aconselha mal.
Quem se afasta do convívio fa
miliar, do trabalho, da comunida
de, perturba se.
A fuga do mundo gera distro
fia da razão, apresentando uma vi
são desfocada a respeito das pes
soas e das coisas.
Os homens existem para viver
em sociedade, ajudando-se reci
procamente e aprendendo uns
com os outros.
Na luta diária e na atividade hu
mana aferem-se os valores, que se
devem desenvolver e aprimorar.
XCI
Pensa em termos de vida eter
na.
A morte é somente um veículo
para a mudança de domicílio.
Quando os tecidos físicos se
gastam ou se rompem violenta
mente, libertam o Espírito eterno,
que retorna à Pátria Espiritual.
Tudo se transforma.
O corpo se altera e decompõe,
indo vitalizar outras expressões
materiais.
Já o ser espiritual, que nele ha
bita transitoriamente, deixa-o pa
ra assumir a sua realidade estru
tural.
Vive, portanto, considerando
que a morte pode alcançar-te em
qualquer momento, devendo te
prapares desde já para a viagem
inevitável.
XCII
Não coloques as tuas aspira
ções nos entretenimentos, via
gens, festas e folguedos...
Caso te surjam as oportunida
des para gozá-los, muito bem,
aproveita e constatarás que estes
prazeres passam como outras sa
tisfações quaisquer, deixando-te
ansioso por novas ocasiões de
fruí-los, e assim, incessantemen
te.
Há quem sacrifique o futuro,
utilizando-se de empréstimos e
prestações com juros extorsivos
para viver estas ilusões, que retor
nam como pesadelos, no momen
to dos resgates das dívidas.
Busca os prazeres simples e du
radouros, aqueles que não te per
turbam o presente nem te escra
vizam no futuro.
XCIII
Cuida-te, para que o pessimis
mo e a revolta não se agasalhem
nos teus sentimentos, anestesian
do ou exacerbando os teus ner
vos.
Reconsidera atitudes e ocorrên
cias desagradáveis, revestindo-te
de bom ânimo e prosseguindo im
perturbável.
O teu estado de espírito muito
contribui para o resultado das tuas
aspirações e dos teus atos.
Quando encetas uma tarefa
com mau humor ou rebeldia já
perdes a melhor parte da realiza
ção.
Em todos os teus empreendi
mentos coloca o sol da esperan
ça com o calor do otimismo e o
êxito te será inevitável.
XCIV
"Não só de pão vive o homem
— disse Jesus — mas também da
palavra de Deus."
A preocupação com o alimen
to diário e o vestuário, o domicí
lio e a convivência social não de
ve anular o interesse pela vida es
piritual.
Reserva, diariamente, algum
tempo para te alimentares com a
"palavra de Deus".
O pão sustenta o corpo e a fé
mantém a alma.
O pão fortalece a matéria e a fé
dignifica a vida.
O pão mata a fome por pouco
tempo, mas a fé atende a neces
sidade para sempre.
Cuida do corpo e nutre a alma,
a fim de que te sintas completa
do.
xcv
Refreia os impulsos, que proce
dem dos instintos desgovernados,
e age sob o comando da razão.
É verdade que o sentimento
bom deve derreter o gelo da lógi
ca racional, no entanto, muitas ve
zes, a frieza da emoção ou a sua
loucura agressiva necessitam da
vigilância do raciocínio.
Cérebro e coração devem atuar
juntos, proporcionando as vanta
gens do equilíbrio e do comedi
mento, em favor de uma vida sa
dia.
Ouve com o sentimento e age
com a razão, dosando bem a par
ticipação de cada um.
XCVI
Apresenta-te sempre bem,
quanto te seja possível, sem o ex
cesso de esmero, parecendo um
manequim, ou descuidado, qual
se fosse uma pessoa displicente.
A roupa é feita para o homem,
e não este para viver em função
daquela.
As modas são caprichos de
mercado, para granjear recursos,
estimulando a insensatez e a ima
turidade das pessoas.
O traje asseado que proteja o
corpo, embora ultrapassado, é
mais importante do que o último
figurino em exibição, muitas ve
zes, ridícula.
Não te atormentes, face à insig
nificante justificativa de não esta
res na moda, sempre de passa
gem.
XCVII
A dor que te alcança é tua.
Ninguém a sofrerá por ti.
Os amigos se apiedarão, busca
rão auxiliar-te, porém, o empenho
estará cravado nas carnes da tua
alma.
Da mesma forma, a felicidade
que te chega, é tua.
Haverá riso e satisfação entre
aqueles que te amam, todavia, a
sensação de júbilo não a podes re
partir com ninguém.
Isto posto, no sofrimento, não
imponhas amargura àqueles que
te cercam, conforme na alegria,
não podes fazer que eles se sin
tam ditosos.
XCVIII
Exila das províncias da tua vi
da a maldade.
Rebate o pensamento doentio
com o saudável; corta a rede per
niciosa das suspeitas injustificá
veis com a tesoura da confiança
no teu próximo.
É tormentoso viver armado
contra os outros, ver primeiro o la
do negativo, detectar a imperfei
ção.
Ninguém há, na Terra, sem de
feitos, como não existe uma só
pessoa que não possua também
virtude, por pior que este indiví
duo seja.
Procura o lado bom de todos e
te descobrirás bem, renovado e
afável.
XCIX
Os violentos terminam por
exterminarem-se uns contra os
outros ou cada qual por si mesmo.
A atitude de paz resolve qual
quer situação beligerante, se o
amor comandar os contendores.
Toda reação, para cessar, deve
ter sustada a causa que a desen
cadeia.
Se esta é a violência, somente
o seu antídoto, a prudência, con
seguirá fazê-la passar.
Uma pessoa pacífica acalma
outra, as duas alteram o compor
tamento de um grupo, este pode
modificar a comunidade, e, assim,
por diante.
Faze a tua parte, vencendo a
violência.
c
Não grites.
Nenhuma situação exige a gri
taria, que confunde e mais pertur
ba.
Se falares em tom adequado,
os barulhentos silenciarão para
ouvir-te.
Se desejares competir com eles
em altura de voz, ficarás rouco e
não serás escutado.
A voz caracteriza o comporta
mento e a emoção das pessoas.
Não nos referimos às técnicas
de prosódia, que têm a sua finali
dade, porém à tonalidade natural,
audível, sem agressividade.
Já te escutaste num gravador,
especialmente quando em dese
quilíbrio? Faze a experiência.
Cl
Necessitas de serenidade a ca
da passo.
Serenidade para discernir, atuar
e viver.
A vida é galopante e muda os
seus cenários a cada minuto, exi
gindo permanente serenidade a
fim de não esmagar as pessoas.
Quem se aflija, e tente seguir a
velocidade ciclópica destes dias,
arrebenta-se, porque sai de uma
para outra situação com muita ra
pidez, sem mesmo tempo para
adaptação na fase anterior.
As notícias chegam e os acon
tecimentos passam, produzindo
imenso desgaste emocional, men
tal e físico:
Resguarda-te na serenidade,
preservando os equipamentos da
tua existência, que estão progra
mados para uso adequado e não
para o abuso.
Cll
Este teu cansaço contínuo,
acompanhado de insatisfação e de
mau humor, é um sinal vermelho
de perigo em tua vida.
Resulta da maneira irregular de
como vens aplicando os teus re
cursos e energias, sem o compe
tente refazimento.
Não te bastará dormir, dar des
canso ao corpo, se permaneceres
emocionalmente inquieto, ansio
so.
Assim, dá um balanço dos teus
atos, medita em profundidade e
perceberás que te está faltando o
"pão do espírito", que nutre e re
conforta.
Reorganiza a vida e busca o
equilíbrio, enquanto é tempo.
cm
Examina quanto tempo diaria
mente dedicas à tua vida espiri
tual.
Trabalhas, veste-te, distrai-te,
alimenta-te, dormes e reservas
breves minutos ao espírito encar
nado, mediante uma rápida ora
ção, uma pequena leitura, ou ou
ves uma palestra, às vezes nenhu
ma destas concessões lhe facul
tas.
O homem não é somente o
corpo-mente. Antes de tudo é o
ser espiritual, que conduz os im
plementos corpo-mente e exige
atendimento espiritual para bem
executar as tarefas que lhe dizem
respeito.
O corpo necessita de cuidados
para viver, mas, a alma, também.
CIV
A inveja é um grande inimigo,
que necessitas combater no teu
mundo íntimo.
Ela se insinua, cruel, nas telas
mentais, e desequilibra a emoção.
Torna-se fiscal impiedosa e ca
pataz insensível.
Arma ciladas, vinga-se pelo
pensamento, através da palavra e
da ação, persegue implacavelmen
te.
Incontáveis crimes se originam
na inveja, fora aqueles que não
chegam a consumar-se.
A inveja é inferioridade que tem
de ser corrigida e transformada em
camaradagem e satisfação.
cv
Não dês os teus espaços men
tais para os pensamentos vulga
res.
Preenche todas as brechas com
idéias de edificação, da ação do
bem, da felicidade própria e
alheia.
É na mente que se iniciam os
planos de ação.
A mente ociosa cria imagens
infelizes que se corporificam com
alto poder de destruição, consu
mindo quem os elabora e atingin
do as outras pessoas.
Luta com vontade para que a
"hora vazia" não se preencha de
lixo mental tornando-te infeliz ou
vulgar.
CVI
A tristeza é mensageira de so
frimento.
Não te prendas a ela, nem te
permitas contaminar pelos seus
miasmas.
É certo, que nem todos os dias
são claros e ricos de alegria.
Há ocasiões em que o sofri
mento parece dominar os quadros
da tua atividade. No entanto, exa
minadas as dificuldades e sentidas
as dores, faze sol íntimo, afugen
tando a tristeza da tua mente, a
fim de que mais facilmente supe
res os acontecimentos provacio
nais.
0 cultivo da tristeza abre cam
po a várias enfermidades da men
te, da emoção e do corpo.
CVII
Sê cordato sempre.
É melhor perderes algo numa
disputa, do que te engalfinhares
numa luta mais prejudicial, que te
trará danos maiores.
Não se trata de ter medo, po
rém de possuir sabedoria.
O homem pacífico é feliz, e as
quinquilharias não o podem per
turbar.
O problema é de eleição. Que
será melhor: ganhar uma alterca
ção, para não ser ignorante ou bo
bo, ou perdê-la, sendo prudente
e sábio?
A cordura sempre vence. O que
não logra exteriormente, conse
gue em paz interna.
CVIII
Sê amigo de quem te busque
o apoio, a presença.
As criaturas necessitam tanto
de pão quanto de amigos para vi
ver.
Há quem caminhe na multidão,
sofrendo a soledade, necessitan
do de companhia, de amizade.
Nunca permitas que a outra
pessoa se afaste da tua presença
sem que leve algo bom dos minu
tos passados contigo.
Tens muito a oferecer. Desco
brir tais valores, seja o teu primeiro
passo. Pô-los a benefício do pró
ximo, o imediato.
Ninguém está privado dos bens
espirituais, que não possa dispor
de alguma coisa para oferecer.
CIX
Não descarregues o teu azedu
me, conflitos e recalques nos ser
vidores da tua casa, do teu traba
lho, da tua esfera social.
Eles já sofrem o suficiente, dis
pensando a carga de amargura e
mal-estar que lhes destinas.
Coloca-te no lugar deles e ve
rás quanto gostarias de receber
gentilezas, ter atenuadas as humi
lhações que passasses, as dores
que carpisses...
São teus irmãos carentes.
Se te fazem grosserias e são ru
des, educa-os com o silêncio e a
bondade.
Eles desconhecem as boas ma
neiras, necessitando do teu exem
plo.
cx
Concede uma nova oportunida
de ao teu desafeto, facilitando-lhe
a aproximação.
Mantém-te receptivo.
É possível que ele tenha muda
do de opinião, reconhecido o er
ro, e esteja aguardando ensejo.
Todos nos enganamos, e dese
jamos ocasião para nos reabilitar
mos.
Se te encerras na mágoa e na
da mais queres com ele, a tua é
uma postura igual ou mais censu
rável que a dele.
Não deixes que um capricho do
amor-próprio ou do orgulho feri
do te roube uma excelente ensan
cha de ser vencedor em ti mesmo.
CXI
Faze um exame de consciência,
quando possas e quantas vezes te
seja viável.
Muitas queixas e reclamações
desapareceriam se o desconten
te analisasse melhor o próprio
comportamento.
Sempre se vê o problema na
outra pessoa e o erro estampado
no semblante do outro.
Normalmente, quando alguém
te cria dificuldades e embaraços
está reagindo contra a tua condu
ta, à forma como te expressaste
e à maneira como agiste.
Tem a coragem de examinar-te
com mais severidade, rememoran
do atitudes e palavras. Ao desco
brires erros, apressa-te em corrigi
los; busca aquele a quem ma
goaste e recompõe a situação.
Não persevere em erro, seja
qual for a justificação.
CXII
Lê uma pequena página, cada
dia, na qual encontres alento e
inspiração.
Incorpora este dever aos teus
hábitos.
Ela te enriquecerá de júbilo, cla
reando as nuvens que possam
envolver-te nas horas seguintes e
arrimando-te ao bem-estar, caso
suceda alguma surpresa desagra
dável.
Todas as pessoas necessitam
de um bom conselheiro, e, nessa
página, que extrairás do Evange
lho, terás a diretriz de segurança
e a palavra de sabedoria para qual
quer ocorrência.
Se os homens reflexionassem
um pouco mais antes de agirem,
evitariam males incontáveis.
Já que outros não o fazem,
realiza-o tu.
CXI II
Nunca percas a esperança.
Haja o que houver, permanece
confiando.
Se tudo estiver contra, e o in
sucesso te ameaçar com o deses
pero, ainda aí espera a divina aju
da.
Somente nos acontece o que
será de melhor para nós.
A lei de Deus é de amor. E o
amor tudo pode, tudo faz.
Quando pensares que o socor
ro não te chegará em tempo, se
continuares esperando, descobri
rás, alegre, que ele te alcançou mi
nutos antes do desastre.
Quem se desespera já perdeu
parte da luta que irá travar, avan
çando prejudicado.
CXIV
A juventude do teu corpo é bre
ve.
Utiliza-a para armazenar valores
eternos.
O verdor dos anos passa com
celeridade, porém, os compromis
sos firmados se alongam por to
da a existência.
Tem cuidado com eles.
Os bons serão sentinelas da tua
jornada, abençoando-te as horas,
e os maus se transformarão em
cobradores impiedosos, perturbando-
te a paz.
Coloca sinais de luz pela sen
da, significando conquistas do ter
reno percorrido.
Mantém-te jovem em todas as
idades, através de uma consciên
cia sem remorsos e de uma con
duta reta.
cxv
Disciplina a vontade, im
pedindo-te ser vítima da irres
ponsabilidade.
Começa tuas atividades de pe
quena monta, mantendo a ordem
e a eficiência em cada realização.
Quando tiveres muitas tarefas a
realizar, não percas tempo, esco
lhendo por qual iniciar. Executa a
que esteja mais próxima, passa à
seguinte, e, sucessivamente,
desincumbe-te de todas.
Enquanto não dês o primeiro
passo, não chegarás ao fim do ca
minho.
A primeira palavra dá início ao
discurso.
A disciplina é responsável pelo
êxito das elevadas realizações.
CXVI
Com certeza não solucionarás
todos os problemas do mundo.
Não obstante, podes e deves
contribuir para que isto aconteça.
Se não impedes a guerra, tens
recursos para evitar as discussões
perturbadoras que te alcançam;
se não consegues alimentar a
multidão esfaimada, possuis uma
côdea de pão para oferecer a al
guém;
se não dispões de saúde para
brindar aos enfermos, logra socor
rer um padecente;
se não solucionas os dramas
humanos, concorre para acalmar
uma pessoa;
se não tens meios para liderar
grupos acelerando mudanças que
se devem operar no mundo,
modifica-te, interiormente,
enobrecendo-te na ação do bem
e da solidariedade.
CXVII
Reserva um breve espaço de
tempo entre os teus deveres para
a beleza.
Desperta cedo, a fim de acom
panhar o nascer do dia,
embriagando-te com a pujança da
luz.
Caminha por um bosque, silen
ciosamente, aspirando o ar da Na
tureza.
Movimenta-te numa praia de
serta e reflexiona em torno da
grandiosidade do mar.
Contempla uma noite estrelada
e faze mudas interrogações.
Contempla uma rosa em pleno
desabrochar...
Detém-te ao lado de uma crian
ça inocente...
Conversa com um ancião tran
quilo...
Abre-te à beleza que há em tu
do e adorna-te com ela.
CXVIII
Aceita as pessoas, conforme
estas se te apresentam.
Este homem prepotente que te
desagrada, está enfermo, e talvez
não o saiba.
Esse companheiro recalcitrante
é infeliz em si mesmo.
Aquele conhecido exigente so
fre dos nervos.
Uns, que parecem orgulhosos,
são apenas portadores de confli
tos que procuram ocultar.
Outros, que se apresentam in
diferentes, experimentam medos
terríveis.
A Terra é um grande hospital de
almas.
Quem te veja, apenas, superfi
cialmente, não terá como analisar
te com acerto.
Concede a liberdade para que
cada um seja conforme é e não
como pretendes que sejam.
CXIX
Sê sábio, investindo no futuro.
O que ora te acontece, resulta
do passado que não podes reme
diar.
Mas, aquilo que irá suceder, de
pende do que realizes a partir de
hoje.
Enquanto recolhes efeitos de
ações passadas, estás atuando
para consequências futuras.
Conforme semeares, assim co
lherás.
A tua fatalidade é o bem. Co
mo atingi-lo, será opção tua, me
diante ação rápida ou retardada e
contra-marchas.
Ninguém está fadado ao sofri
mento. Este é o resultado da es
colha errada.
Investe no amanhã e serás fe
liz desde hoje.
cxx
Mesmo que não saibas, és
exemplo para alguém.
Sempre existem pessoas que
estão observando os teus atos,
mesmo os equivocados, e se afi
nam com eles.
Desse modo, és responsável,
não só pelo que realizes, como
também, pelo que as tuas idéias
e atitudes inspirem a outros indi
víduos.
Os ditadores e arbitrários, a sós,
nada conseguiriam fazer, não fos
sem aqueles que pensam de igual
modo e os apoiam.
Assim também, a obra do bem
faleceria, se não houvesse pes
soas que se lhe vinculassem com
sacrifício e amor.
Cuida do que fales e realizes,
ensejando seguidores que se edi
fiquem e ajam corretamente.
CXXI
Ouve com serenidade sempre
que a tal sejas convocado.
Permite que o outro conclua o
pensamento, não antecipando
conclusões, certamente incorre
tas.
Nem todos sabem expressar-se
com rapidez e clareza.
Escuta, portanto, com boa dis
posição, relevando as colocações
e palavras indevidas, assim, bus
cando entender o que ele te de
seja expor.
Se te acusa, procura a raiz do
mal e extirpa-a. 0 diálogo deve
sempre transcorrer sem azedume,
deixando saldo positivo.
Se te esclarece ou ensina, ab
sorve a lição.
Se acusa alguém, diminui a in
tensidade da objurgatória com ex
pressões de conforto ao ofendido.
CXXII
Em qualquer circunstância,
mantém-te tu mesmo.
Não te apresentes superior ao
que és, nem te subestimes, a pon
to de parecer o que não sejas.
Anelando por uma posição me
lhor, empenha-te para lográ-la.
Descobrindo imperfeições, lu
ta por te aprimorares.
Mente, todo aquele que exibe
dotes que não possui, quanto o
indivíduo que os esconde e os ne
ga.
Ser autêntico, é forma de ad
quirir dignidade.
A ascensão é lenta para todos.
Quem hoje triunfa, começou a
batalha antes.
Quem está combatendo, logra
rá a vitória depois.
Não te constranjas por seres
um Espírito em provação.
Os amigos de hoje atravessa
ram, oportunamente, o caminho
por onde agora seguem os teus
pés.
CXXIII
O teu serviço, aparentemente
humilhante, que outras pessoas
menosprezam, é o teu tesouro, o
ganha-pão que te concede hon
radez.
Realiza-o consciente da sua im
portância, desincumbindo-te de
le com nobreza.
0 diamante que fulgura veio da
entranha da terra onde confrater
nizava com os vermes, e o pão sa
boroso, que enriquece a mesa,
nasceu do trigo que se desenvol
veu no charco...
Trabalhar, constitui desafio pa
ra todos.
Enquanto o homem produz, a
marcha do progresso não se inter
rompe.
Dignifica as tuas atividades,
sendo-lhes fiel servidor.
CXXIV
O despeito responde por mui
tos males humanos.
Planta maligna, enraíza-se na
inveja doentia.
Inspirando atitudes infelizes, o
despeito fomenta perseguições
gratuitas, acusações incessantes,
informações venenosas.
O despeitado não perdoa o
triunfo do próximo.
Sempre descobre o lado infeliz
de qualquer questão, o "alfinete
perdido no palheiro".
Sofre sem necessidade,
amargura-se constantemente e lu
ta contra os dragões que vê nos
outros, quando o problema é so
mente dele.
Aprende a compartilhar do
triunfo do teu irmão e vencerás o
despeito.
cxxv
Estuda sempre.
Incorpora às tuas atividades o
hábito da boa leitura. Uma pági
na por dia, um trecho nos inter
valos do serviço, uma frase para
meditação, tornam-se o cimento
forte da tua construção para o fu
turo.
0 conhecimento é um bem
que, por mais seja armazenado, ja
mais toma qualquer espaço. Pelo
contrário, faculta mais ampla fa
cilidade para novas aquisições.
As boas leituras enriquecem a
mente, acalmam o coração, esti
mulam ao progresso.
0 homem que ignora, caminha
às escuras.
Lê um pouco de cada vez, po
rém, fá-lo constantemente.
CXXVI
Um pouco de silêncio interior
far-te-á muito bem.
A azáfama desgastante, as
preocupações contínuas, os so
bressaltos, diminuem as resistên
cias morais. Indispensável que te
reserves tempo emocional para o
teu refazimento, o teu silêncio in
terior.
Ora, sem palavras, e acalma-te,
deixando as idéias fluírem com es
pontaneidade, recompondo as
paisagens emocional e nervosa, a
fim de prosseguires na luta.
Nesses instantes, encontra-te
contigo mesmo e experimenta o
júbilo de te amares, cuidando de
ti e renovando-te, a fim de que ne
nhum mal permaneça contigo.
CXXVII
Não conduzas o ultraje que al
guém te atirou, desmoronando o
teu dia.
Certamente, há pessoas que
não simpatizam contigo e até te
detestam. Mas, isto não é surpre
sa, porque te ocorre o mesmo em
relação a outras.
Este é um problema que os co
rações pacificados resolvem com
facilidade, nunca valorizando
ofensas, nem se importando com
elas.
Há um grande número de pes
soas gradas e afetuosas que te
cercam, que não é justo te agas
tares com aquelas, as que consti
tuem exceção no teu caminho.
Deixa no chão do esquecimen
to a ofensa que te dirigem e se
gue na direção do amor que te
aguarda.
CXXVIII
Há um sol brilhando dentro de
ti. É a presença do Cristo no teu
coração.
Não lhe empanes a claridade
com as nuvens tio mau humor, da
revolta, da insatisfação...
A luz que vem do exterior cla
reia, mas, projeta sombra, quan
do enfrenta qualquer obstáculo.
0 teu sol interior jamais provo
ca treva, porque ilumina de den
tro para fora, em jorros abundan
tes.
Usando o combustível do amor,
tua luz se fará sempre mais pode
rosa, irradiando-se, abençoada,
em todas as direções.
Permite, pois, que brilhe a tua
luz em toda parte.
CXXIX
Ainda é tempo de recompores
uma situação infeliz que está fi
cando para trás.
Enquanto estás no caminho
com o outro, há oportunidade pa
ra refazer e corrigir.
Se ele não aceita a tua dispo
sição, o problema já não é teu.
Enquanto, porém, não te dispo
nhas ao ato nobre, permaneces
em débito.
O mau momento ocorre sem
pre. A manutenção dele é opcio
nal do capricho humano.
Saneia-te com a disposição su
perior de não conservar lixo emo
cional, buscando todo aquele com
quem não foste feliz, a fim de re
tificar a situação.
cxxx
A pontualidade, além de um
dever, é também uma forma de
respeito e homenagem a quem te
espera ou depende de ti.
Agindo com cuidado, o tempo
jamais te trairá deixando-te em
atraso.
O hábito de chegar em tempo
é adquirido da mesma forma que
o da irregularidade de horários.
Programa os teus compromis
sos e desincumbe-te serenamen
te de todos eles, cada um de sua
vez.
Quando não possas compare
cer, ou tenhas que te atrasar, dize
o antes, a fim de liberar quem te
aguarda.
Deste modo, quando ocorrer
um imprevisto, e tenhas que che
gar tarde, mesmo que não acre
ditem na tua justificativa, estarás
em paz.
CXXXI
Ante as dificuldades do cami
nho e as rudes provas da evolu
ção, resguarda-te na prece ungi
da de confiança em Deus, que te
impedirá resvalar no abismo da re
volta.
Um pouco de silêncio íntimo e
de concentração, a alma em ati
tude de súplica, aberta à inspira
ção, eis as condições necessárias
para que chegue a apaziguadora
resposta divina.
Cria o clima de prece como há
bito, e estarás em perene comu
nhão com Deus, fortalecido para
os desafios da marcha.
CXXXII
São considerados infortúnios as
ocorrências naturais do processo
da existência humana: perda de
pessoas queridas, acidentes com
sequelas dolorosas, ruína econó
mica, falência afetiva, terremotos
e outros cataclismas...
Certamente, constituem proble
mas graves, não, porém, desgra
ças reais, exceto p ira quem se dei
xa revolucionar pelos seus efeitos,
destruindo os valores elevados da
vida.
Sabendo-se enfrentar esses fe
nômenos geradores de dissabor,
deles se retiram valiosos bens que
felicitam.
CXXXIII
A oportunidade de elevação
moral que a vida te permite, deve
ser aproveitada com sabedoria e
imediatamente.
A sucessão do tempo é inevi
tável, e, passada a ocasião, ei-la
perdida.
Tempo e vento que passam,
não retornam jamais.
Assim, utilizares-te proveitosa
mente de cada ensejo de cresci
mento íntimo, é bênção que liber
ta.
Permanece vigilante, de modo
a aproveitares todas as horas da
tua existência carnal.
CXXXIV
Repete a lição equivocada, sem
qualquer mágoa.
A aprendizagem dispõe de vá
rias técnicas para fixar o conheci
mento. A do "erro e o acerto"
constitui a mais comum e normal.
Na área dos acontecimentos
morais o processo ocorre da mes
ma forma.
Erro de hoje, reparado median
te a repetição da experiência,
aprendizagem fixada para sempre.
cxxxv
Enquanto disponhas de recur
sos, cultiva a solidariedade.
És um ser social e necessitas da
convivência com o teu próximo, a
fim de colimares as metas para as
quais renasceste.
A solidariedade é um dos ins
trumentos mais valiosos para o
êxito do tentame.
Torna-te útil, sé gentil, esparze
a bondade, e, em compensação
jamais te encontrarás a sós.
CXXXVI
Usa da medida de tolerância
para com o teu próximo, confor
me a esperas receber de alguém
em momento próprio.
Ninguém existe, na Terra de ho
je, que marche sem equívocos,
sem temor, sem tormentos, geran
do aflições quando desejava acer
tar e produzindo sofrimento quan
do intentava apaziguar, necessi
tando compreensão, como efeito,
tolerância.
Assim, semeia hoje a tolerân
cia, de forma a colhê-la amanhã.
CXXXVII
Não obstante o relacionamen
to afetivo e social que manténs,
os testemunhos que te dimensio
narão em outra posição fazem-se
sempre sem condições de surpre
sa, colhendo as pessoas a sós.
Os afetos, os amigos, os com
panheiros, poderão partilhar-te as
dores, porém, a tua, será sempre
uma cruz pessoal.
Nem poderia ser diferente.
Ao amparo da justiça divina ,
cada homem resgata de acordo
com a dívida e cresce conforme a
circunstância em que delinqúiu.
Equipa-te de paz e fé,
preparando-te para a ascensão
que se te impõe, inevitável.
CXXXVIII
Sê amigo conveniente, saben
do conduzir-te com discrição e no
breza junto àqueles que te elegem
a amizade.
A discrição é tesouro pouco
preservado nas amizades terrenas,
normalmente substituída pela in
sensatez, pela leviandade.
Todas as pessoas gostam de
companhias nobres e discretas,
que inspiram confiança, favore
cendo a tranquilidade.
Ouve, vê, acompanha e conver
sa com nobreza, sendo fiel à con
fiança que em ti depositem.
CXXXIX
Há quem cultive a verdade,
tornando-a arma para agredir os
outros.
A verdade, porém, reflete luz
mirífica, aclaradora de incógnitas,
que jamais fere ou aflige.
É como pão, que deve ser in
gerido sem exagero, ou como lin
fa, que merece ser sorvida na
quantidade exata.
À medida que nutre e desse
denta, acalma e felicita, enrique
cendo de compreensão e afabili
dade aquele que a penetra.
Jamais a apliques com dureza,
qual se fosse uma arma para des
truir os outros, pois que, assim
tornada, perde a finalidade precí
pua que é a de libertar.
CXL
Não te canses de amar.
É possível que a resposta do
amor não te chegue imediatamen
te. Talvez te causem surpresa as
reações que propicia. É possível
que as haja desencorajadoras.
Sucede que, desacostumadas
aos sentimentos puros, as pessoas
reagem por mecanismos de auto
defesa.
Insistindo, porém, conseguirás
demonstrar a excelência desse
sentimento sem limite e mimeti
zarás aqueles a quem amas, rece
bendo de volta a bênção de que
se reveste.
Ama, portanto, sempre.
CXLI
Dosa com cuidado as tuas
emoções.
Uma atitude afetada é sempre
desagradável, tanto quanto o re
traimento injustificável é respon
sável por muitas dificuldades no
relacionamento social.
A afetação é distúrbio de con
duta, e o retraimento é sintoma de
insegurança.
Auto-analisa-te com carinho e
sinceridade, buscando superar as
ansiedades e os temores que res
pondem pelo teu comportamen
to.
Atitudes tranquilas são resulta
do de realização íntima, que so
mente conseguirás mediante exer
cícios de prece, paciência e medi
tação.
Assim, o controle das tuas
emoções se fará possível.
CXLII
As tuas necessidades reais não
exorbitam a área das tuas posses.
Cada criatura nasce ou renas
ce dentro do esquema que lhe fa
culta as melhores possibilidades
para ser feliz.
A inconformação e a rebeldia,
porém, normalmente armam o in
divíduo com ambição e violência
que geram estados desditosos,
mesmo quando ele consegue acu
mular excessos e quinquilharias a
que atribui valores relevantes, exa
gerados.
Nunca faltariam os recursos pa
ra a sobrevivência humana, caso
não houvesse nos corações o pre
domínio do egoísmo, da avareza
e do desinteresse fraternal.
CXLIII
Sê amigo da verdade, sem a
transformares numa arma de des
truição ou de ofensa.
Não é tanto o que se diz, que
oferece resultados positivos ou de
sagradáveis, mas, a forma como
se diz.
Ademais, a tua pode não ser a
verdade real, senão, um reflexo
dela. E mesmo que o fosse, não
estás autorizado a esgrimi-la com
finalidades perturbadoras.
Antes de assumires a postura
de quem corrige e ensina com a
verdade, coloca-te no lugar do ou
tro, aquele a quem te irás dirigir,
e a consciência te apontará o ru
mo a seguir e a melhor maneira de
te expressares.
CXLIV
Guia-te sempre pela decisão
que produza menor soma de pre
juízos a ti mesmo e ao teu próxi
mo.
Antes de assumires compro
missos, reflexiona a respeito dos
possíveis resultados, e mais facil
mente saberás eleger aqueles que
te proporcionarão melhores frutos
para o futuro.
Sempre que algumas vanta
gens para ti ofereçam danos para
outrem, recusa-as, porquanto nin
guém poderá ser feliz erguendo a
sua alegria sobre o infortúnio do
seu próximo.
Isto equivale a dizer: "Não fa
ças ao outro aquilo que não gos
tarias que ele te fizesse."
0 que hoje percas a favor de al
guém, amanhã receberás sem pre
juízo de ninguém.
CXLV
Não és um observador distan
te da vida.
Estás na condição de membro
do organismo universal, investido
de tarefas e responsabilidades, de
cujo desempenho, por ti, resulta
rão a ordem e o sucesso de mui
tas coisas.
A postura de quem observa de
fora produz enfoques e conclu
sões equivocados. No entanto, a
participação consciente dá medi
da correta e propicia melhor com
preensão dos dados ao alcance.
Considera-te pessoa valiosa no
conjunto da Criação, tornando-te,
cada dia, mais atuante na Obra do
Pai e fazendo-a melhor conheci
da e mais considerada
Tu és herdeiro de Deus, e o Uni
verso, de alguma forma, te perten
ce.
CXLVI
A irritabilidade é espinho crava
do nas carnes da emoção, que de
ve ser extirpado.
Quanto mais permanece, piora
o estado de quem o conduz, ge
rando infecções duradouras quão
perniciosas.
A pessoa irritável não necessi
ta de motivos para o mau humor,
a insatisfação. Gera-os com faci
lidade, por conduzir-lhes os ger
mes nos sentimentos agressivos e
amargurados.
Faz-se intratável e exala o mor
bo que lhe caracteriza a conduta.
Agrada-se, quando desagrada;
alegra-se, quando se desforça em
quem defronta, mesmo que este
nada lhe tenha feito de mal.
É sempre infeliz por prazer.
Vence a irritação, ou, do con
trário, serás por ela destruído.
CXLVII
Se algum projeto que elaboras
te redundou em fracasso, não te
aborreças, nem o abandones por
isso.
0 aparente fracasso é a forma
pela qual a Divindade te ensina a
corrigir a maneira de atuar,
facultando-te repetir a experiência
com mais sabedoria.
Quem se recusa a reencetar o
trabalho, porque foi mal sucedido
antes, não merece desfrutar o êxi
to dos resultados.
A arte de recomeçar é medida
de engrandecimento para quem
aspira mais altos cometimentos.
Ninguém logra respostas feli
zes, sem as tentativas do insuces
so.
A vida é constituída de lições
que se repetem até fixarem-se cor
retamente.
CXLVIII
Todos sofrem, enquanto estão
no mundo.
A dor é um método eficiente
para a renovação, quando falecem
os benefícios do amor não vivido.
Diante desta fatalidade inevitá
vel, que o Espírito enfrenta nos
mais variados matizes, cumpre-lhe
recebê-la com dignidade e con
fiança.
O que hoje se apresenta ator
mentante, ameaçador, amanhã se
converte em paz.
A doença física ou mental, a
aflição econômica ou moral, pas
sam, deixando os resultados con
forme o grau de elevação pessoal
através do qual foram recebidas.
Não te consideres, pois, infeliz,
quando sofrendo. Retira os bene
fícios da injunção expungitiva e
segue adiante, encorajado.
CXLIX
Deus conhece o teu destino e
comanda a tua vida.
O que te ocorre, mereces, a fim
de conquistares novas marcas na
escala da evolução.
Deus é Pai Misericordioso e vela
por ti.
Jamais te consideres despreza
do, resvalando pela rebeldia e blas
fêmia.
0 homem deve treinar coragem
e resignação, sem cujos valores
permanece criança espiritual.
Deus não tem preferências e
nos ama a todos.
Deixa-te conduzir pelas ocor
rências que não podes mudar, e
altera com amor aquelas que te
irão beneficiar.
Desesperar-te? Nunca!
CL
Porque as pessoas se te apre
sentem más e egoístas, ou porque
te aflijam e desconsiderem, não
planejes o revide.
Há quem ainda se compraz no
mal, quem perturba e se ufana
disso.
São seres mal saídos do prima
rismo, adquirindo a luz da razão e
a sensibilidade da emoção.
Não é justo que desças e a elas
te niveles, sofrendo mais, quando
podes ascender e elevá-las, alte
rando a paisagem moral do mun
do para melhor.
Seja tua a ação de engrandeci
mento e compreensão das falhas
e limites do teu próximo.
Jamais te arrependerás, agindo
assim.
CLI
Cuidado com as fantasias mo
rais negativas que afetam as áreas
do sexo, e da emoção que se per
verte!
Elas se enraízam nas telas men
tais, e criam dependências afliti
vas que se convertem em tormen
tos e desequilíbrios.
O que cultives pela imaginação
pode tornar-se anjo de auxílio, se
nobre, ou fantasma, quando vul
gar.
Há condutas morais graves no
campo físico, sob o açodar de pai
xões mentais alucinantes.
Pensa e age com harmonia.
Cultiva as idéias edificantes e te
sentirás ditoso.
CLII
Acalma as ânsias do teu cora
ção.
O que ainda não alcançaste, es
tá a caminho.
Não sofras de véspera,
entregando-te a estados depri
mentes, por ausências que certa
mente não fazem falta.
A carência pode proporcionar
recurso de valorização das pes
soas e coisas.
Quem desfruta de benefícios,
com facilidade subestima o que
possui.
Aprende a conviver com a es
cassez, a solidão, e saberás evitar
a embriaguez dos sentidos, a vo
lúpia da luxúria, a exacerbação da
posse.
És o que tu realizas e não o que
tens ou com quem te encontras.
CLIII
Reserva-te o direito de perma
necer indiferente às provocações
de qualquer natureza.
Numa época de insensatez co
mo esta, o mal anda em liberda
de, seduzindo os incautos.
Aqui, é a ira dos outros que te
agride.
Ali, está o sexo sem freio que
te sensibiliza.
Acolá, eis a ambição que te
desperta o interesse.
Próximo se encontra o vício, en
redando vítimas.
Em torno de ti, a diversão per
turbadora campeia.
Por toda parte, a vitória do cri
me e da dissolução dos costumes
multiplica os seus tentáculos qual
polvo cruel e dominador.
Olha essas facilidades como
sendo a estrada de espinhos ve
nenosos que a grama verde e
agradável esconde no chão, e não
te permitas pôr-lhe os pés,
evitando-te os acidentes de efei
tos danosos.
CLIV
Quando assumas resoluções
superiores e te poupes a loucura
do desequilíbrio, serás visitado por
pessoas que te buscarão conven
cer de que estás equivocado.
Insiste nos teus propósitos sa
dios e não lhes dês ouvidos.
Ao tombares, são poucas as
mãos que tentarão erguer-te.
Nunca falta quem empurre,
mais, o caído no fosso do deses
pero.
Infelizmente, são ainda escas
sos os indivíduos que estão dis
postos a ajudar desinteressada
mente, enquanto se multiplica o
número daqueles que se compra
zem infelicitando.
Segue adiante no bem e o Bem
te fará um grande bem.
CLV
Aprende com as lições da vida,
mas, principalmente, com as tuas
próprias experiências, confiando
menos nos cantos de sereias, que
seduzem arrastando para os abis
mos.
Se o ébrio deseja liberar-se do
alcoolismo, encontra com mais fa
cilidade quem lhe sirva um novo
trago, ao invés de quem lhe dê um
pão.
Se o fumante quer abandonar
o tabagismo, a ironia dos amigos
tenta ridicuiarizá-lo,insistindo com
ele para que continue
envenenando-se.
Se o toxicômano faz esforço
para deixar a droga, o traficante
ameaça-o e chantageia-o.
Se o delinquente de qualquer
matiz intenta a reabilitação, enxa
meiam ao seu lado os que cons
piram contra o seu esforço.
Tem, pois, cuidado, e mantém
te sadio, física e moralmente.
CLVI
Acostuma-te à verdade.
O hábito da mentira branca
também chamada inocente ou so
cial, levar-te-á às graves,
empurrando-te para o lodaçal da
calúnia e da maledicência frequen
te.
A fagulha produz incêndios se
melhantes aos gerados pela laba
reda crepitante...
Os grandes crimes se originam
em pequenos delitos, não alcan
çados pela Justiça, que e sejam
o agravamento do mal.
Usa de severidade moral para
contigo, não embarcando nas ca
noas das conveniências gerais.
Cada pessoa responde por si
mesma, e os seus atos ficam gra
vados na consciência individual.
Sê tu mesmo, em constante
progresso moral.
CLVII
Sempre que possível, luariza-te
com a oração.
Faze espaços mentais e busca
as Fontes da Vida, onde haurirás
energias puras e paz.
Todos os santos e místicos que
alteraram o rumo moral da Huma
nidade para melhor, no Oriente co
mo no Ocidente, são unânimes
em aconselhar a prece como o re
curso mais eficaz para preservar
se ou conquistar-se a harmonia ín
tima.
Jesus mantinha a convivência
amiga com os discípulos e o po
vo, no entanto, reservava momen
tos para conversar com Deus atra
vés da oração, exaltando a exce
lência desses colóquios sublimes.
Sai, portanto, do turbilhão em
que te encontras mergulhado e se
gue no rumo do oásis da prece pa
ra te refazeres e te banhares de
paz.
CLVIII
Os negócios escusos dão ren
dimentos venenosos.
Muitas pessoas justificam-nos
e exaltam os lucros deles advin
dos, informando que são frutos da
época e todos devem aproveitar a
ocasião.
Como a moral está desgoverna
da, não te deixes conduzir por ela,
antes controla os abusos e exces
sos que te cheguem, a fim de cor
rigires a situação caótica.
O erro nunca deve ser tomado
como exemplo.
Numa época de epidemia gri
pal, o estado normal de saúde não
passa a ser este, somente porque
a maioria das pessoas está infec
tada.
Vacina-te contra os abusos e
permanecerás com a vida em or
dem, talvez sem os supérfluos,
nunca, porém, com escassez ou
falta.
CLIX
Quando o homem se resolve
por modificar a conduta moral pa
ra melhor, parece defrontar uma
conspiração geral contra os seus
propósitos de enobrecimento.
Tudo se altera e desgoverna.
As mínimas coisas fazem-se
complicadas, e o ritmo dos acon
tecimentos, por algum tempo,
muda para pior.
Esse estado de coisas leva o
canditado à reforma íntima a re
troceder, a desistir.
É natural, porém, que assim
aconteça.
Toda transferência modifica o
habitual.
Na área das ações morais a rea
ção é maior, porquanto se pene
tra nas raízes do mal para extirpá
lo, a fim de dar surgimento a no
vos e equilibrados costumes.
Não abandones, desse modo,
os teus intentos de moralidade e
crescimento interior, em razão das
primeiras dificuldades a enfrentar.
CLX
Num dia extenso com 24 horas,
reserva alguns momentos à refle
xão.
Quem caminha sem meditar,
perde o contato consigo mesmo.
Encurralado nos ponteiros do
relógio, ou disparado à frente de
les, ou vagarosamente após eles,
aturde-se, esquecendo o rumo...
É indispensável ao êxito fazer
periódica revisão de metas e de
ações.
Usando a reflexão, repassarás
os equívocos e terás tempo de repará-
los, reprogramarás os deve
res e te renovarás com mais faci
lidade.
Fala menos, dorme um pouco
menos e medita mais.
Minutos que desperdiças, se os
usares para a meditação, se trans
formarão em pontos luminosos do
teu dia.
CLXI
Todos estamos fadados à feli
cidade, à perfeição.
O caminho a percorrer é longo,
às vezes assinalado pela urze ou
entulhado pelos calhaus.
Todavia, o roteiro é igual para
todos, porque ninguém existe que
seja considerado como exceção.
Aqueles que encontram menos
dificuldades, fazem jus às circuns
tâncias, em razão do seu compor
tamento em reencarnações passa
das.
Os mais atribulados, da mesma
forma, procedem dos seus atos in
felizes.
Desse modo, ganha a distância
evolutiva, passo a passo, e alegra
te com o destino feliz que te
aguarda e que alcançarás.
CLXII
Acautela-te dos amigos frios,
de coração enregelado.
Há homens que mataram as
emoções e deixam-se vegetar em
relação ao bem, exalando mias
mas que contaminam, portadores
do pessimismo malfazejo que ter
mina por infelicitar quem deles se
acerca.
Dilata o círculo das tuas afei
ções, no entanto, cuida-te quan
to às influências de tal natureza,
que terminam por perturbar, le
vando ao desencanto.
Esses indivíduos amargos pe
rambulam sem norte, e, tudo
quanto vêem, sombreiam com a
sua óptica escura.
Deixa que brilhe o sol em ti.
CLXIII
Incessantemente, busca a tua
identidade real, isto é, descobre
te para o bem de ti mesmo.
Constatarás que não és melhor
nem pior do que os outros, mas,
sim, o que te faças, isto contará.
Com esta conscientização, per
ceberás que não tens direito a pri
vilégios nem sofres abandono da
Divindade.
Tudo quanto te ocorra, transfor
ma em lição proveitosa para o teu
crescimento espiritual, pois que
para tal estás na Terra.
Amealha todas as conquistas e
converte-as em lições de sabedo
ria, com que te enriquecerás de
bênçãos.
CLXIV
Há muita gente preocupada
com o mal que os outros lhes pos
sam fazer.
Transferem para o próximo a
responsabilidade dos seus insu
cessos e vivem descobrindo inimi
gos em toda parte, fugindo a uma
auto-análise de indispensável lu
cidez.
Deambulam por caminhos de
maldades e acusações.
Com tal conduta, ferem, preju
dicam, perturbam os outros e não
se dão conta do mal a que se en
tregam e movimentam, desassisa
dos.
0 mal que reside em cada indi
víduo, este sim, torna-o um ho
mem mau# que, assim, se torna
um elemento pernicioso no con
texto social.
CLXV
Irriga o teu organismo com
pensamentos saudáveis.
A ação da mente sobre a emo
ção, o corpo e toda a aparelhagem
fisiológica é incontestável.
Grande número de enfermida
des se deve à ociosidade mental,
ao desânimo, à revolta, às idéias
autodestrutivas.
Canaliza o teu modo de pensar
para as questões agradáveis, sa
lutares, otimistas, e viverás sob o
seu reflexo, desfrutando do bem
estar que se irradiará a outros mi
metizando e produzindo paz.
CLXVI
A tua importância está na razão
direta do que faças a benefício
próprio.
Contigo ou sem ti, a vida pros
segue, o mundo continuará a sua
marcha.
Não te creias detentor de recur
sos excepcionais, sem cuja pre
sença os seres depereceriam e a
Humanidade sofreria decadência.
Tuas conquistas e perdas fazem
a contabilidade dos teus valores
reais.
Sê simples e torna-te humilde
qual lâmpada diante do Sol e es
te em confronto com uma galá
xia...
CLXVII
A grandeza de um homem po
de ser medida pela sua capacida
de de serviço ao próximo, de hu
mildade e de amor.
Os homens grandes chamam a
atenção e projetam sombra, mas,
os grandes homens, onde quer
que se encontrem tornam-se cla
ridade inapagável, apontando ru
mos libertadores.
Os verdadeiros heróis se igno
ram, preocupados que vivem em
ajudar mais do que fazer a propa
ganda dos próprios atos.
Torna-te um deles, no silêncio
das tuas realizações e na grande
za da tua pequenez.
CLXVIII
Sorrateiramente, a intriga se in
sinua no teu coração, cerrando a
porta dos teus sentimentos à se
renidade.
Torna-te frio e calculista, impie
doso e armado contra o outro, que
talvez não mereça esta reação de
tua parte.
O intrigante sempre encontra
uma forma de envenenar-te.
Conhecendo o teu tempera
mento, infiltra-se com suavidade
e te alcança, alanceando-te com
a informação infame.
Reage à intriga e educa o intri
gante, a fim de que ele te deixe em
paz e passe a ter paz, ao mudar
de atitude mental e moral.
CLXIX
Vez que outra acompanha um
féretro, a fim de aprofundares re
flexão no fenômeno biológico da
vida e no da morte.
Diante da ocorrência com os
outros, poderás despertar para o
que te irá suceder, inevitavelmen
te.
A eternidade é do Espírito, en
quanto a experiência do corpo é
transitória e breve.
Por este momento tens a sen
sação de que tudo está bem e se
rá duradouro. Até quando, porém?
E qual a garantia que tens, a res
peito do prazo que te está conce
dido?
Assim, vive bem; entretanto,
não descartes a possibilidade do
teu retorno, o que, aliás, é o mais
seguro de todos os acontecimen
tos.
CLXX
Age com calma em todas as cir
cunstâncias.
Há muita gente que está viven
do em clima de desespero e pres
sa exaurinte.
Atropela e deixa-se atropelar,
numa volúpia de alucinação, sem
que frua o resultado do que con
quista, nem se compraza com
aquilo que já amealhou.
A serenidade é irmã da ventu
ra, por propiciar o prazer que
abençoa, que transmite satisfa
ção.
Rearmoniza-te, conduzindo o
carro das tuas horas com tranqui
lidade e vivendo com a serena ale
gria de estar na Terra e poder
avançar para Deus, a nossa meta
final.
CLXXI
Controla a vontade, gerando
um clima de disciplina para os teus
hábitos e evitarás o desregramen
to, os conflitos comportamentais,
os desajustes.
Quem não acredita em discipli
na, pode ser* comparado a uma
pessoa que dirige um veículo sem
freio, numa descida... Candidata
se ao desastre.
0 que vitalizas pelo pensamen
to, converte-se em realidade no
mundo das formas.
Sabendo discernir e lutar pelo
que te convém e te será melhor,
aprenderás a conduzir-te com o
equilíbrio que te poupará inúme
ros dissabores.
A vontade bem canalizada con
segue realizações gigantescas.
Conduze-a, pois, com sabedo
ria e nunca te arrependerás.
CLXXII
A conquista do conhecimento
é um logro pessoal, intransferível.
Esse tesouro sempre se multi
plica, quando é repartido, e nin
guém pode usurpá-lo de quem o
possui.
Nem a morte o arrebata, por
quanto continua com o Espírito
que o detém, constituindo-lhe um
tesouro de valor constante e fácil
manejo.
Luta por adquiri-lo, jamais con
siderando ser tarde demais para
este empreendimento, aumentando-
o, seja o possuis ou iniciando-
o, caso ainda não tenhas ex
perimentado o prazer que dele se
exterioriza.
O homem que sabe, conduz-se
com mais segurança, poupando
se a incontáveis sofrimentos.
Por outro lado, a ignorância é
a responsável por males sem con
ta.
CLXXIII
Usa a cortesia nos teus movi
mentos e ações, gerando simpa
tia e amizade.
O que possas fazer, não dele
gues a outrem.
Porque alguém trabalha conti
go, não te cabe o direito de
sobrecarregá-lo, exigindo-lhe além
das suas possibilidades.
Mesmo os teus serviçais mere
cem a tua consideração e respei
to.
Cooperam contigo e são remu
nerados.
Faze mais: torna-os teus ami
gos.
Há pequenas e cansativas tare
fas a eles afetas que podes exe
cutar sem te cansares nem os
mortificar.
No trato com eles, usa as ex
pressões: "Por favor" e "muito
obrigado", desse modo,
educando-os mais e espalhando
afeição em torno dos teus passos.
CLXXIV
A verdadeira coragem é de
monstrada pela maneira como se
enfrenta a batalha da vida, no seu
dia-a-dia.
Convém não confundir a cora
gem com a temeridade.
Aquela é calma e constante, lú
cida e criativa, enquanto a outra
se apresenta desesperada, agres
siva, irritada.
A coragem nasce na fé que sa
be o que deseja e se empenha pa
ra consegui-lo. Enfrenta os obstá
culos sem enfraquecer-se e resis
te ao tempo sem perder o valor.
Raciocina antes de agir e per
manece iluminada pelo ideal, en
quanto se mantém no campo das
lutas.
Demonstra a tua coragem,
agindo sempre com acerto e equi
líbrio.
CLXXV
Silencia o que ouves.
Muitas aflições seriam poupa
das às criaturas, se se soubesse
ouvir e reflexionar.
Infelizmente, muitas pessoas se
apressam a passar adiante o que
ouvem, alterando-lhe o conteúdo
e salientando os pontos delicados
ou negativos.
As mensagens truncadas, os
assuntos adulterados possuem o
condão miraculoso de perturbar,
gerando conflitos e situações in
sustentáveis.
Não transmitas informações
malsãs.
Escuta com calma, sem apres
sar conclusão.
Se pretendes comentar a res
peito, tem o cuidado de fazê-lo,
colocando a situação como se
fosse a tua e apresentando-a com
benignidade.
CLXXVI
Mantém-te apresentável, de
forma simples e higiênica.
Confunde-se muito humildade
com imundície, dando-se margem
a descuidos lamentáveis.
Da mesma forma se pensa, er
radamente, que boa apresentação
pessoal é requinte ou moda afe
tada.
"As vestes de Jesus resplande
ciam" — narram as Escrituras, de
monstrando a pureza dEle e o Seu
poder, refletidos no traje modes
to que usava.
Nunca enfermou e jamais se
apresentou de forma desagradá
vel ou que surpreendesse pelo
exotismo.
À semelhança dos amigos,
vestia-se com a indumentária da
época, porém, emprestava-lhe a
Sua irradiação superior.
O teu magnetismo se exteriori
zará, acentuando ou diminuindo
a tua aparência, que te merece o
zelo competente.
CLXXVII
Deixa o outro terminar o assun
to, sem interrupção.
Certamente, há um limite para
deixá-lo falar. Não obstante,
ouvindo-o, e equiparás mais de ar
gumentos para esclarecê-lo.
Se o interrompes, talvez con
cluas equivocadamente o tema e
não consigas entender o que ele
te desejou dizer.
Nem todos explicam o que pen
sam com facilidade, complicando
se, às vezes, ou falando de manei
ra nebulosa.
Busca penetrar na idéia e dia
loga, sem enfado nem exaspera
ção.
Não imponhas os teus pensa
mentos, nem tentes impedir a
apresentação de outras idéias que
não as tuas.
CLXXVIII
Controla a tua ansiedade.
A ansiedade mal dirigida produz
danos orgânicos de variada clas
se e gera mal-estar onde se apre
senta.
Irradia uma onda inquietante e
espalha insegurança em volta.
A pessoa ansiosa requer mais
atenção, que nem sempre se lhe
pode dispensar; está sempre quei
xosa e acarreta problemas para as
demais.
Vê o que ainda não está ocor
rendo e precipita-se a situações in
desejáveis, para arrepender-se de
pois.
A calma é o abençoado antído
to da ansiedade, que advém quan
do desejas esforçar-te para viver
em paz e confiança em Deus.
CLXXIX
A cobiça dos bens alheios é um
mal que se generaliza.
Lentamente, as pessoas se
apresentam insatisfeitas, cobiçan
do os pertences que não possuem
e de que não têm real necessida
de.
Se cada um bastar-se com os
recursos de que dispõe, a vida se
tornaria mais rica de beleza e de
experiências.
Há uma falsa proposta de feli
cidade muito propalada nestes
dias, que chamaremos a posse
mesmista.
Todo mundo deseja as mesmas
coisas que o próximo possui, e a
imitação das fantasias e quimeras
produzidas pela imaginação pas
sou a ser meta a alcançar-se.
Quem não consegue o mesmis
mo, considera-se rejeitado, infeliz.
Não cobices nada de ninguém.
Realiza-te em ti mesmo e frui de
paz.
CLXXX
Irradia a claridade da tua fé,
através do teu sorriso, das tuas pa
lavras, da tua atitude perante a vi
da.
O mundo necessita de luz para
superar as sombras dominantes.
Distende a tua presença con
fiante e rica de luminosidade, au
xiliando os tímidos e os desanima
dos, os que caíram e os revolta
dos.
A luz atrai sempre, enriquecen
do de beleza.
Não deixes que se apague es
sa estrela, porque haja fatores dis
solventes e agressões em volta.
Deixa-a brilhar, apontando ru
mos ditosos para os que anelam
por uma oportunidade de realiza
ção.
CLXXXI
A máxima lição da vida é o
amor.
Sem ele os objetivos a alcançar
perdem a finalidade, deixando a
criatura à mercê das suas paixões
inferiores.
O amor dilui as sombras dos
sentimentos negativos, imprimin
do o selo da mansidão em todos
os atos.
Ama, portanto, tudo e todos.
Exercita-te no amor à Nature
za, que esplende em Sol, ar, água,
árvore, flores, frutos, animais e ho
mens.
Deixa-te enternecer pelos con
vites silenciosos que o Pai Criador
te faz e espraia as tuas emoções
por sobre todas as coisas,
dulcificando-te interiormente.
Quanto mais ames, menos se
rás atingido pelas farpas do mal,
pois que a tua compreensão dila
tada abrirá os espaços à vida, co
lhendo somente os efeitos da paz.
CLXXXII
Há uma permanente luta ínti
ma, quando o homem se resolve
por abraçar a vida nobre.
Quais dois exércitos em fúria,
no campo mental, surgem cons
tantes confrontos.
Os guerreiros habituais — o
egoísmo, o orgulho, a violência, a
ambição — tentam superar os no
vos combatentes — o amor ao
próximo, a humildade, a pacifica
ção, a renúncia.
0 indivíduo sente-se dividido e
angustiado.
Nesse terreno áspero brilha, po
rém, a luz da inspiração superior
que lhe aclara a alma e a estimula
a insistir nos propósitos elevados.
Investe na batalha da vida os
teus esforços nobres e não desis
tas.
Cada dia de resistência repre
senta uma vitória até o momento
da glória total.
CLXXXIII
Desculpa, sinceramente, a ig
norância dominante.
Não esperes justificação do ou
tro, o teu ofensor.
Supera os ingredientes indiges
tos da agressão dele e mantém
te bem, buscando esquecer de fa
to a ocorrência má.
Quem guarda mágoas intoxica
se com os miasmas que elas exa
lam.
0 agressor está muito desequi
librado e necessita da medicação
da bondade para recuperar-se.
Perdeu a lucidez, e por isto agri
de.
Concede-lhe a oportunidade
que ele não te dá.
É sempre mais confortável a po
sição de quem é generoso.
Melhor que sejas tu o doador,
significando que já conseguiste o
que ao teu próximo falta.
CLXXXIV
No teu local de trabalho desco
brirás, talvez, conspiradores da tua
paz.
O mundo é uma arena amplia
da, e as pessoas desprevenidas,
ao invés de se amarem umas às
outras, armam-se umas contra as
outras.
Em algumas circunstâncias
tornam-se feras inconscientes que
apenas reagem, sempre assumin
do posturas inadequadas à sua si
tuação de humanidade, buscando
tomar o lugar dos outros, derru
bar, ver sofrer...
Evita essa competição crimino
sa, essa disputa desequilibradora,
atuando com retidão e consciên
cia.
A tua parte ninguém tomará,
nem o teu mérito calúnia alguma
ofuscará.
Age, pois, com correção e fica
tranquilo.
CLXXXV
Mais dia, menos dia, o sofri
mento chegará ao teu coração,
pois que ele faz parte dos fenôme
nos da vida em progresso.
Sem a sua presença a soberba,
o despotismo, a agressividade se
fazem insuportáveis.
Porque o homem ainda não en
tende a voz suave do amor, de
fronta a aflição que lhe lima as
arestas e o persuade à reflexão, ao
bem.
Às vezes, o indivíduo reage,
blasfema, esperneia e termina por
ceder, única maneira de liberar-se.
Desta forma, não te rebeles an
te a dor, piorando a tua situação
e desgastando-te inutilmente.
A aceitação dinâmica, isto é, a
transformação do sofrimento em
experiência, realiza o milagre do
êxito.
CLXXXVI
O lar é o templo da família.
Os filhos são empréstimos di
vinos para a construção do futu
ro ditoso.
Todo o tempo possível deve ser
aplicado na convivência familiar,
através dos diálogos, dos exem
plos, tomando-se o método mais
eficaz de educação.
Os hábitos adquiridos no lar
permanecem por toda a existên
cia e se transferem para além do
corpo.
Educar é viver com dignidade,
deixando que se impregnem dos
conteúdos, com vigor, aqueles
que participam da convivência do
méstica.
Tudo quanto invistas no lar, re
tornará conforme a aplicação fei
ta.
Faze do teu lar a oficina onde
a felicidade habita.
CLXXXVII
Nestes dias agitados a angús
tia caminha com o homem, disfar
çada de medo, de ansiedade, de
sentimento de culpa.
Naturalmente, as pressões a
que a pessoa está sujeita respon
dem por tal situação.
A ansiedade pelo prazer exor
bitante frustra; os fatores agres
sivos amedrontam, e a timidez en
contra uma forma de levar ao
complexo de autopunição.
Afasta da mente esses fantas
mas responsáveis por males inu
meráveis.
És filho de Deus, por Ele ama
do, que te protege e abençoa.
Não te afastes das Suas Leis e
se te enganares, ao invés de te en
tregares a conflitos desnecessá
rios, retorna ao caminho do dever,
sem receio algum.
CLXXXVIII
Nunca te omitas ante a tarefa
de auxiliar.
Não somente com o dinheiro,
a posição social relevante, o po
der se dispõe de recursos para aju
dar.
A palavra gentil é geradora de
estímulos e valores que logram re
sultados preciosos.
O verbo tem erguido civiliza
ções, como levado multidões à
guerra, à destruição.
Usa a palavra para socorrer,
emulando as pessoas caídas a
levantar-se, os que dormem a des
pertar, os errados a corrigir-se, os
agressivos a acalmar-se.
Fala com elevação e bondade,
tornando-te microfone fiel a ser
viço do bem.
CLXXXIX
A tua vida não termina no tú
mulo.
Com esta consciência aprende
para a eternidade, reunindo valo
res que jamais se consumam.
Toda lição que liberta do mal se
incorpora à alma, como força de
vida indestrutível.
Fosse a morte o fim da vida, e
sem sentido seria o Universo.
A criação se esmaeceria e o ser
pensante estaria destituído de fi
nalidade.
Tudo, porém, conclama o ser à
glória eterna, à continuidade do
existir, ao progresso incessante.
Estuda e trabalha sem cessar,
com os olhos postos no teu futu
ro espiritual, vivendo alegre, hoje
e pleno, sempre.
cxc
Os problemas são desafios pa
ra o homem.
Toda pessoa que pensa, enfren
ta problemas, porquanto a vida no
corpo transcorre sob a ação de va
riadas situações difíceis.
Aprende a conviver com eles,
tentando resolvê-los, quanto pos
sível, sozinho. Se não o consegui
res, busca a experiência de outrem
e luta até solucioná-los no mo
mento próprio.
Não os transfiras para os ou
tros, que também os têm, embo
ra não o demonstrem.
É desrespeito sobrecarregar o
próximo com os nossos proble
mas, sem considerar as aflições
que, certamente, lhe pesam sobre
a existência.
Um problema hoje solucionado
é lição para os que estão por vir.
Aprende a resolvê-los, para vi
ver em paz.
CXCI
A tua vida possui um alto sig
nificado.
Descobrir o sentido da existên
cia e para que te encontras aqui,
eis a tua tarefa principal.
Muitos indivíduos, por ignorân
cia, colocam os objetivos que de
vem alcançar nas questões mate
riais e, ao consegui-los, ficam en
tediados, sofrendo frustrações e
tão infelizes quanto aqueles que
nada lograram.
Se observas a questão espiri
tual da vida, a necessidade de te
iluminares com o pensamento di
vino, toda a tua marcha se reali
zará segura e frutuosa.
Ninguém pode sentir-se com
pletado, se não estiver em cons
tante ligação com Deus, a Fonte
Geradora do Bem.
Pensa nisso e segue o rumo da
vida permanente.
CXCII
Generaliza-se a idéia falsa de
que o homem honesto e trabalha
dor é um idiota.
Assim afirmam diante da pros
peridade material da injustiça e do
furto, da ignomínia e do suborno,
que assumem proporções devas
tadoras no organismo social.
Não têm, porém, razão aqueles
que assim pensam e agem, por
quanto, a abundância material
sem a dignidade perverte os cos
tumes, desorganiza o homem e
envilece a alma.
Só a honra prevalece, e o bem
subsiste a tudo.
Continua sábio, agindo com
elevação.
CXCIII
Em toda parte a astúcia, a vio
lência e o crime se apresentam vi
toriosos. Estes são dias de insen
satez e cálculo para o mal.
Certamente há uma avalanche
de loucura ameaçadora.
Jamais, houve, no entanto, na
Terra, tanto amor e tanta bonda
de!
Veicula-se mais a calamidade
do que a renúncia, o escândalo do
que o bom-senso. Todavia, há inu
meráveis pessoas que acreditam e
trabalham pelo seu próximo, pro
movendo a Era da felicidade.
Une-te a estes heróis anónimos
do bem e projeta o homem,
ajudando-o a ser livre e ditoso.
CXCIV
Apregoa as vantagens de uma
vida sadia, estimulando os com
panheiros a experimentá-la.
Divulgam-se com entusiasmo
as excelências dos prazeres eston
teantes, dos gozos desgastantes,
dos excessos aniquiladores.
Não se comentam, todavia,
com o mesmo ardor, a decadên
cia dos ases e campeões do sexo
desalinhando, a alucinação dos
que viveram as experiências em
briagadoras...
Os vitoriosos, considerados
manchetes de jornais e revistas,
sucessos de rádio e televisão de
ontem, hoje estão no ostracismo
e na queda, esquecidos e despre
zados, substituídos por novos jo
guetes do mercado da loucura.
Vive com saúde moral e de
monstra aos outros quanto isto é
bom.
cxcv
Quem aspira por um futuro me
lhor para a Humanidade, deve
contribuir para a educação e a vi
da infantil.
0 que se aplique na criança, se
rá devolvido com juros.
0 investimento de amor retor
nará em forma de bênçãos salva
doras e o de abandono volverá co
mo delinquência e desgraça.
Se te faltam recursos mais es
pecíficos para auxiliar a criança,
oferece-lhe palavras lúcidas, que
não corrompem, e exemplos que
as estimulem a ser verdadeiros ci
dadãos mais tarde.
Constrói hoje os teus dias de
amanhã.
CXCVI
Quando estiveres a ponto de
desistir de uma ação edificante,
ora e continua até o fim.
Quando te encontrares no mo
mento de cometer um erro, ora e
desiste com tranquilidade.
Quando perceberes que as for
ças não te auxiliarão no trabalho
do bem, ora e reanima-te, chegan
do ao termo planejado.
Quando fores aliciado para uma
situação vexatória, ora e retoma o
teu equilíbrio.
Quando te sentires abandona
do pela pessoa em quem confias
ou a quem amas, ora e tem pa
ciência, permanecendo no teu
posto.
Quando, desarvorado, desejes
tombar, sem mais estímulo, ora e
te serão concedidas as resistên
cias para o triunfo.
Não deixes nunca de orar.
CXCVII
Reserva momentos para que se
refaçam os teus equipamentos
mentais.
Da mesma forma que o corpo
se desgasta, a mente se cansa e
desarmoniza.
A mudança de atividade, o es
pairecimento, os jogos que dis
traem, os desportos, a meditação,
funcionam como recursos valiosos
para o reajuste mental.
Dedica algum tempo à tua re
novação interior, examinando o
que fazes e como torná-lo mais
agradável, ensejando-te equilíbrio
e menos fadiga.
A mente é espelho que reflete
o estado do espírito, merecendo
carinho e desvelo, a fim de funcio
nar bem e com êxito.
CXCVIII
Em qualquer atividade que
exerças, considera-te servidor de
Deus.
Por mais humilde seja a tua pro
fissão, ela é por demais valiosa no
conjunto social em que te encon
tras.
Cumpre com os teus deveres
com alegria, e consciente do seu
significado, do valor que eles têm
e de quanto são importantes pa
ra a comunidade.
Ilhas imensas surgem nos ma
res, construídas por humildes os
tras.
Desertos colossais resultam de
pequenos grãos de areia que se
acumulam.
Oceanos volumosos são nada
mais do que gotinhas de água.
A tua parcela no mundo é de
grande relevância. Portanto, traba
lha com disposição e nobreza.
CXCIX
Nunca te apóies no pessimismo
para deixar de lutar.
O que os outros conseguem
através do trabalho, obterás tam
bém, se tiveres paciência e perse
verança.
Não pretendas iniciar a vida por
onde outros a estão concluindo.
O êxito depende de muitas ten
tativas que não deram certo.
O fracasso sempre ensina o
modo como não se devem fazer
as coisas.
Insiste no teu serviço com oti
mismo e avança com vagar na di
reção da tua vitória. Cada dia ven
cido são vinte e quatro horas que
ganhaste.
cc
Agradece a Deus a tua existên
cia.
Louva-O através de uma vivên
cia sadia.
Exalta-lhe o amor por meio dos
deveres retamente cumpridos.
Dignifica-O, sendo-Lhe um ser
vidor devotado e fiel.
Apresenta-O à humanidade,
tornando-te exemplo de amigo e
irmão em todas as circunstâncias.
Glorifica-O, trabalhando pelo
bem de todos, teus irmãos em hu
manidade.
Respeita-O, obedecendo às So
beranas Leis que governam a vida.
Reconhece-O em tudo e todos,
mediante uma vida feliz, na tua
condição de filho bem amado.