“Misericordioso é aquele que tem coração para os míseros, quem compreende e ama os fracos, os ignorantes, os doentes do corpo e da alma procurando aliviar-lhes os sofrimentos“.
O Cristianismo não é apenas a filosofia da caridade. É principalmente da infinita Verticalidade Divina.
Também é verdade que ninguém chega a essas alturas da experiência de Deus sem se exaurir em caridades e amor para com os seus semelhantes, o próximo, e “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
O homem apenas profano é ruidosamente social. O homem crístico é silenciosamente solitário e dinamicamente solidário com seus irmãos em Cristo.
É uma solidão espiritual, conhecida como soledade, isto é, estar só mesmo junto à multidão.
Este homem crístico é unicamente de Deus e ao mesmo tempo de todas as criaturas por ele criada.
Os misericordiosos receberão misericórdia de Deus pelo seu Divino Amor e radicar-se à verdadeira caridade humana que de seu coração brota sempre.
O homem dá na horizontal, aos que estão ao seu redor e recebe em abundância na vertical.
O Cristianismo não apenas ensina a fazer o bem, mas, sobretudo exige que aprendamos a sermos bons. Sermos verdadeiramente bons é a meta que nos cumpre vir a atingir.
Pode-se fazer o bem sem ser bom! Ninguém poderá ser bom sem fazer o bem. Por isto, os misericordiosos que Jesus proclama de bem-aventurados não são os que fazem alguma bondade, e sim àquelas que vão aprendendo a serem boas. Quem já faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa de qualquer espécie.
“Conhecereis a Verdade e ela vos libertará” – Jesus. Quem esperar retribuição, agradecimento, pagamento pelos benefícios prestados, não passa de um egoísta, um mercenário.
O beneficiado precisa ser grato, mas, o benfeitor não pode exigir, nem esperar gratidão de quem foi ajudado.
“Quando tiverdes feito tudo o que deveis fazer, dizei: somos servos inúteis, cumprimos somente a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isto.”
Estes são os humildes e misericordiosos, aqueles que serão chamados bem-aventurados.
Livro: “Sermão da Montanha” – Humberto Rohden.
Resumo do capítulo: Bem-aventurados os misericordiosos